Vigésimo nono dia
Depois de um tempo conversando ele solta:
Andre:Voce leu aqueles papeis?
Eu: Sim, fica tranqüilo.Acho que quero a mesma coisa que você.
Andre:Ficar comigo?
Eu: Não, vingança...
Andre: Não sei se vamos conseguir achar elas, mas sei aonde elas podem ter ido.
Eu: Vamos trabalhar juntos, por uma condição, sem relacionamentos.
Andre: Ok , não precisa ter medo de mim.
Eu: Não tenho.Com tantos mortos querendo me comer viva você acha que eu vou ter medo de você?
Andre: Ok, pegue suas coisas, vamos seguir caminho.
Consegui percebe que havia uma bicicleta encostada do lado de uma arvore.
Eu: É sua?
Andre: Não, mas pode ser.Voce sabe andar de bicicleta?
Eu: Sim.
Andre: Eu também, eu pedalo você vai atrás, ok?
Eu: Ok.
Eu peguei minhas coisas,e em um disparo subi na bicicleta, ele também. Seguimos para o Leste, imaginamos que elas foram caminho contrario, para um lugar que elas nunca tinham passados.
Andamos ate uns 50 km, pelo menos andamos um pouco, não era fácil.
Resolvemos ir para uma parte isolada da floresta, não era seguro mas era o único que tinha.
Eu peguei o meu caderno e comecei a desenhar um “Mapa” do percurso mais provável que elas poderiam ter feito.Posso estar apenas sendo paranóia com ele.
Depois de ter feito o Mapa, coloquei minha mochila sobre umas das pedras e comecei a olhar as estrelas ( como sempre)
Algumas estavam estranhas, pareciam desaparecer, será que isso é um sinal do tempo? Já estou ficando louca de novo.
Olhando mais para os lados percebi que Andre estava morrendo de fome:
Eu: Hey , tem umas barras de cereal e uma garrafa de água dentro da minha mochila.Pode pegar.
Andre:Achei que você estava dormindo, já esta muito tarde...
Eu: As estrelas estão morrendo.
Andre: Como assim?
Eu: Percebe que elas estão se apagando aos poucos?
Andre:Sim, não as acho importante – ele resmunga- o que importa é o agora.
Eu: O agora é que estamos perdendo tempo.
Andre: O que você quer dizer com isso? Voce gosta de mim?
Eu: Quantas vezes eu vou ter que te falar que eu não gosto de você? Em todos os sentidos.
Andre:Desculpa, você não quer ser nem minha amiga?
Eu: Ok.
Andre: Que jogos você joga?
Eu: Nenhum.
Andre: ok , então...
Eu: Gosta de escrever?
Andre: Não...
Eu: Gosta de filmes de zumbis?
Andre: Sim, principalmente o filme Abracadáver!
Eu: Nossa melhor filme!!!
Andre: Pelo menos temos alguma coisa em comum.
Passamos a noite inteira conversando, apesar das diferenças temos uma coisa em comum.
Andre: Foi bom conversar com você, é bem depressivo acordar todos os dias sozinho.
Eu: Eu imagino
Andre: Acredite, o sol não é o melhor companheiro.
Eu: Voce já usou drogas?
Andre: Não sua louca
Eu: Também não, será que os zumbis foram criados por algum tipo de droga?
Andre: Existe uma droga que se chama Krokodil ela causa apodrecimento na parte aonde ela foi ingerida e causa no individuo alucinações que podem dar o desejo de consumir carne humana, pelo menos eu acho que é isso.
Eu: Não deve ser, é um vírus bem forte que se regenera e evolui.Deve ser mais ou menos isso.
Andre: Pode ser.
Eu: Não acho que existe uma cura.
Andre: Será mesmo?
Eu: Se existisse cadê ela? Uma cura desse nível já deveria ter sido usada faz tempo, bem antes de ter acontecido isso.Todos esses zumbis famintos por carne quente e cérebros pulsantes devem ter uma historia que simplesmente foi jogada fora.Todas as possibilidades deles terem amigos e famílias que amaram eles morreu.São so os corpos deles agora.Assim como os pais que hoje são zumbis, eles se esqueceram de quem eu sou e só se importam com minha carne.Assim como os seus amigos e familiares, porque eu estou viva?
Andre: Estamos vivos porque fomos espertos o suficiente.Se fosse pra gente estar morto já teríamos morrido.
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