História 3rr0r - Big girls cry

-Brooke... Não é o que você tá pensando. Eu posso explicar. –Charlie disse.

-Então explica. Vamos! –Brooke segurava o choro. –Explica, seu filho da puta! –Ela o empurrou. –Explica, como você jogou fora esses dois anos! –Outro empurrão.

-Brooke, me perdoa! Eu tô bêbado, não foi minha culpa!- Charlie olhou para a menina que estava atrás dele. –Ela não significa nada! Eu te amo. –Brooke riu, irônica.

-Você ta bêbado, é? Me poupe, Charlie. Você é tão sínico, ai meu Deus! Como eu pude acreditar em uma palavra que saiu dessa sua boca nojenta?! –Ela já não segurava mais as lagrimas- Você é tão... Tão tosco.  Você trocou dois anos, mano! Dois anos por uma vadia de nível baixo! Cara, eu tenho nojo de você.

-Vadia é você, sua vaca! –A menina de all star saiu de trás de Charlie e se colocou na frente de Brooke. O que foi o maior erro da vida dela. Brooke deu um de esquerda no rosto da menina, que colocou a mão na boca, para checar se sangrava. –Mas que... –Quando a garota partiu para cima, Broo a acertou de novo, com outra esquerda.

-Não dirija a palavra a mim. Nunca mais. –Ela olhou para Charlie enquanto falava, e depois saiu andando.

-Broo? –Ammy a chamou enquanto andava. –Brooke, pra onde tu ta indo?

-Deixa a guria, vai. –Acendi um cigarro-Ela precisa pensar. –Guardei o isqueiro.

Chegamos à praça e Brooke sentou em um banquinho. Abaixou a cabeça, e colocou o rosto entre as mãos.

-Brooke, vem cá. –Ammy a abraçou. –Ei! Para de chorar. Ele não merece uma lágrima sua. Ele é um ridículo desprezível. E provavelmente, é gay. Para, vamos! Levanta a cabeça, vai.

-É Brooke, por favor! Você é boa demais para ele. Vem, vamos dar uma volta, sei lá! –Sentei-me do lado dela. Ela levantou a cabeça, e pegou o cigarro da minha mão.

-Foram dois anos, Ammy! Dois fucking anos! –Ela soprou a fumaça, enquanto Ammy secava suas lagrimas. –E ele jogou fora como se fosse lixo! Ele basicamente amassou e jogou no chão!

-Eu sei, mas ele não merece você, vamos! Que ele se foda com aquela guria! Eles se merecem, é a verdade. –Eu apenas assistia, fumando outro cigarro, já que Brooke havia roubado o meu.

-Mas...-Brooke soluçava. –Mano, ele é tão egoísta! –Ela encostou a cabeça no ombro de Ammy.

-Ele é ridículo, isso sim! Você não vai chorar por causa dele. Vamos, olhe para mim. -Ammy levantou o rosto de Brooke, o que fez com que elas ficassem a menos de um palmo de distancia uma da outra, o que despertou minha atenção. –Você é linda! Você consegue alguém mil vezes melhor que aquele babaca em um estalar de dedos.  –Ela passou o dedão pela bochecha de Broo, fazendo-o descer até sua boca.

-Ammy, eu... –Brooke fitava Ammy, olhando-a nos olhos, mas ela não percebeu, pois estava ocupada demais olhando para a boca da menina de boné. –Eu...-E então Ammy a puxou. Brooke ficou surpresa com tal atitude, e sinceramente, eu também. No inicio, Broo não retribuiu, mas depois, ela se deu conta do que estava realmente acontecendo, e retribuiu. E assim elas ficaram, por pelo menos uns cinco minutos. Eu não me importava. Nunca me importei com essas coisas, na verdade. Então eu apenas olhava o movimento da rua, ás exatas 01:13am.

Brooke se levantou, secou os olhos, olhou para mim e disse:

-Posso dormir no seu apartamento? –Ela respirou fundo. –Não quero dormir sozinha.

-Eu posso também? Tá tarde pra voltar para a casa, e amanhã tem faculdade. –Ammy disse, também se levantou.

-Ótimo. Agora minha casa virou cabaré. –Peguei minha mochila do banco.-Vamos. –E elas me seguiram até em casa, conversando normalmente, como se nada tivesse acontecido.

(...)

08:45am, o despertador tocava.

-Inferno. –Levantei, tentando não acordar Ammy e Brooke, que dormiam no chão do meu quarto.

-Bom dia, flor do dia!-Ammy sentou-se, se espreguiçando. –Quantas horas?-Ela coçava os olhos.

-São oito e quarenta e seis.

-Puta que pariu. –Ela disse se levantando. –Eu tô atrasada pra caralho. –Ammy fazia faculdade de fotografia. Estava no segundo período, e eu realmente a invejava por fazer algo que ela realmente gostava, o que amava. Ela decidiu que não ia fazer mais nada por ninguém, quando sua mãe disse que ela “tinha que fazer medicina”, mas sendo sincera, se Ammy fosse médica, o indicie de mortalidade em Seattle seria tão alto, que teriam que vir imigrantes só para povoar a cidade.

Ela saiu do banheiro, me deu um beijo na bochecha, pegou suas coisas e saiu. Brooke estava praticamente morta no chão. Ela também fazia faculdade. Astronomia. Muito complicado, em minha opinião. Mas Brooke sempre foi apaixonada pelo céu. “Não importa onde estivermos, estaremos sempre sob a mesma lua”, ela sempre dizia.

Quanto a mim? Eu não faço nenhuma faculdade. Não tem nada em nenhuma universidade que tenha minha atração. Eu queria achar algo que me interesse, além de música. Eu planejava fazer algo relacionado com computação. Gráficos e coisas do tipo, mas sinceramente? Eu não teria nem um futuro nessa área, então eu abri uma loja virtual, com a Lisie, uma amiga, e logo depois abrimos a loja em um bairro legal da cidade.  A renda era boa, então eu ainda tinha algum tempo para pensar na faculdade.

-Brooke? Brooke, eu sei que você está em estado mórbido por causa do seu ex namorado idiota, mas o papel de depressiva nessa casa é meu, vamos, levanta. Eu tenho que trabalhar. Brooke! –A balancei.

-Esse mundo não merece que eu levante para ele - Ela cobriu a cabeça. –Me deixa dormir!

-Brooke já são nove e meia, eu tenho que trabalhar, vamos!

-Me deixa ficar aqui? –Ela olhou para mim fazendo bico. –Por favor, eu juro que cuido bem da sua casa, e não vejo seus pornôs.

-Só hoje, Evans. E você não vai achar pornô aqui. –Levantei da cama, me arrumei e saí.

(...)

Saí da loja 10:00pm. Lisie tinha me contado suas idéias para algumas roupas e acessórios novos, então eu teria que colocar no papel.

Cheguei em casa, e a porta estava aberta.

-Brooke? Caralho, tu fala que vai cuidar da minha casa, e deixa a porta aberta? Bela amiga você. –Subi as escadas, e lá estava Brooke. Sentada na minha cama com uma foto na mão, chorando. Respirei fundo e me sentei do lado dela. Na foto estavam ela e Charlie. Ela usava uma touca vermelha, e ele sorria enquanto a olhava.

-Vem cá, vem. –Ela me abraçou enquanto suas lagrimas caiam.

-Eu achei que ia dar certo, sabe? Ele parecia ser tão sincero! –Ela afundou ainda mais na minha jaqueta. –E, eu não consigo acreditar! Ele é tão desprezível, meu Deus!

-Eu sei, para de chorar agora. Por favor, eu não gosto de te ver assim. Você ficou aqui o dia inteiro chorando, e pra quê? Desculpa Broo, mas você chorar não vai torná-lo menos cafajeste. Você deveria saber que ele não merece isso. Você é maravilhosa, e ele jamais vai achar uma Brooke Evans 2.0 na vida dele. Ele vai pagar pelo que fez com você.

-Como assim? O que você quer dizer com isso? –Sorri. –Taylor... –Ela me repreendeu.

-Ligue para Ammy, ela merece participar disso também.

(...)

No banco do carro do táxi, eu explicava para Ammy e Brooke meu plano de vingança.

-São dez e quarenta, vocês perderam o juízo?- Ammy perguntou.-É claro que ele vai chamar a polícia, ou algo do tipo.

-É por isso que a gente vai esperar ele dormir. -Eu disse.

-Eu achei incrível. –Brooke sorriu. –Taylor, você é um gênio.

-Os antidepressivos afloram a minha imaginação.