Capitulo 23
Eu estava descendo as escadas do Hotel, meio irritada e meio feliz, indo para a casa. Minha cabeça doía por causa da ressaca.
Suga tentou me alcançar mas ele estava tão cansado quanto eu.
Parei e fiquei olhando para Suga, que sentou e deitou no meio da recepção do Hotel. Fui até ele e disse
" Suga! Levanta!! Que vergonha!! "
Ele demorou um ano para levantar.
" EU ESTOU MUITO BRAVA COM VOCÊ! " Eu gritei.
" O quê? Por quê? " Ele disse bocejando e coçando os olhos.
Me virei para voltar a caminhar e pegar um táxi.
" POR QUE? EU NÃO SEI SE VOCÊ SABE MAS EU ESTOU COMPROMETIDA! " Eu disse, mostrando o anel.
Ele olhou para o anel por uns segundos e depois para mim, e então surgiu um sorriso malicioso no seu rosto.
" Então quer dizer que não gostou de ontem a noite? "
" Eu me lembro de parte do que aconteceu. " eu disse apontando para ele. " Nunca. Mais. Faça. Isso. "
" Você não respondeu. "
" E eu não vou responder. "
Eu ia ligar para os meninos mas lembrei que roubaram o meu celular.
" Me empresta o seu celular. " Eu disse, séria.
" Vai ligar para quem? " Suga disse, se inclinando para frente e sorrindo sem dentes, escondendo o celular atrás.
" Para os meninos. Será que eles estão bem? "
" Eles estão. "
" Então para Jimin, ele deve estar preocupado comigo. "
" Se eu fosse ele, já estava te ligando. "
" O que você quer dizer com isso? "
" Que se eu fosse o seu namorado, e você tivesse sumido, eu teria te procurado já, em todos os lugares, preocupado, ligado para várias pessoas. " Ele disse, chegando muito perto de mim.
" Tá bom Suga. " eu disse o empurrando fraco.
" E o Jimin? Nem para mim me ligou. " Ele disse mostrando o celular.
Abaixei minha cabeça. Meu olhar triste. Será que Jimin não liga para mim? Não, ele não é assim!!
" E quem foi te procurar e te encontrou naquele dia? Quando você estava na rua? Quem te defendeu naquele dia? "
" Você é responsável por mim. " Eu disse.
" Só isso o que eu sou para você, Suk? " ele disse, bravo e triste.
" Desculpa... "
" Responde. "
" Não! "
" Então, o que eu sou? "
" Suga eu vou indo... " Eu disse.
Ele não queria que eu fosse, mas insisti. Voltei andando mesmo, mas acabei notando que aquela dor de cabeça não parecia ser de ressaca, era uma dor diferente e pior. Coloquei a mão na cabeça e lembrei do médico dizendo para que eu fosse ao hospital caso eu sinta alguma dor.
Cheguei no hospital e conversei com o médico, a dor ainda estava presente. Ele pediu para que eu fizesse exames.
Depois de alguns exames que demoraram horas, pensei que eu ia ficar aqui a minha vida toda. O médico veio em minha direção, com uma expressão preocupada.
" Suk, posso conversar com você? "
" Claro. "
Ele me levou até a sua sala, em meio a tantas. Sua expressão era séria, ele respirou fundo, sentou na cadeira, ajeitou sua postura e entrelaçou as mãos em cima da mesa. E disse
" Suk, eu fiz os exames, a dor de cabeça deveria ser por causa da sua ressaca mesmo. "
Eu fiquei aliviada.
" Mas... os exames apontaram outra coisa. Que eu não gostaria que apontassem. "
Meu nervosismo voltou.
" Suk, infelizmente você está com leucemia. "
No início eu não acreditei, é como se tudo o que me contassem fosse uma piada. Coloquei a mão na boca, já com as lágrimas nos meus olhos.
" Isso é brincadeira, doutor? " Eu perguntei.
" Não Suk, infelizmente. "
Eu coloquei as mãos no rosto. Comecei a chorar.
O médico levantou e me entregou um copo d'água.
" Quer que eu chame o seu responsável? O senhor Min Yoongi? " ele me perguntou.
" Não obrigada. Eu não quero que ele saiba. "
" Mas... "
" Melhor não, doutor. Preciso ir. "
" Você não pode ir assim, desse jeito. "
" Sim, eu posso. Obrigada pela preocupação. "
Eu comecei a correr pelo corredor do hospital. Escutei a voz de uma criança me chamando, atrás.
Parei e me virei para ela e e abaixei para ficar da sua altura. Ela colocou a mão no meu rosto e disse.
" Por que você está chorando? "
A menina tinha mais ou menos uns 4 anos. Era tão pequena aquela criança. Eu dei um sorriso sem dentes.
" Não é nada não. "
" Claro que é. Você não está feliz. " Ela tentou formar um sorriso no meu rosto com os seus dedos e eu ri. " Não se preocupe Suk, tudo vai ficar bem. "
Minha expressão logo se transformou em uma expressão de surpresa, eu não disse meu nome aquela criança. Ela começou a rir e sair correndo, e virou um corredor. Eu fui atrás dela, mas quando fui ver o corredor, não tinha ninguém. Nenhum indício de criança. Uma enfermeira que estava passando viu minha expressão de dúvida.
" Precisa de ajuda? "
Eu me assustei com a moça aparecendo de repente.
" A senhora viu uma criança passar por aqui? "
" Não, senhora. " ela balançou negativamente a cabeça.
" Mas o que... "
Eu voltei para casa pensando naquela menininha. Ela era tão linda... e transmitia paz.
Decidi não contar aos meninos, eles não tinham que se preocupar comigo.
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