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História 5 Colours in Her Hair - Às vezes nem tudo é como a gente imagina


Escrita por: MarinaLupin

Notas do Autor


Então, estou usando alguns nomes de HP, mas as localizações estão por minha conta kkkkk Um agradecimento enooooorme para a Nat ♥ Esperoo que gostem ♥

Capítulo 3 - Às vezes nem tudo é como a gente imagina


— Vocês querem mais cerveja? Quem está a fim de beber até esquecer o próprio nome? — gritava um moreno em cima de uma mesa de carvalho. — Vamos nos balançar nos lustres e brindar aos velhos em casa! Bem vindos a melhor festa das nossas vidas!

Era muita pretensão querer que aquela festa baixo-astral de final de semana fosse algo a mais, mas em algum momento — onde Lily não soube distinguir seus próprios pés em meio àquele mar de corpos — aquela festa se tornou única.

— Quem é você, querida? — ele gritou acima da música, ela não sabia como ele havia parado ali ao lado tão rápido. — Eles me perguntam seu nome, estranha do cabelo colorido. Mas eu não sei!

Encostada naquele bar improvisado, sentindo a música barulhenta vibrar por seu corpo, a garota sentiu uma vontade imensa de fazer coisas irresponsáveis.

— Meu nome é Lily! — tentou gritar por cima da música. Tropeçou nos saltos da bota e viu seu rosto colado a um corpo quente e seu corpo sendo amparado por braços forte.

— Vamos lá, Lily — gritou o moreno, colocando-a sobre os próprios pés novamente. — Quero dançar com você a noite toda.

Má ideia. Aquele corpo quente tão próximo era uma má ideia. Aqueles olhos azuis eram uma má ideia. Aquele plano estúpido era uma má ideia.

Mas era a noite das coisas irresponsáveis, então Lily engoliu o que ainda tinha no copo e se lançou na pista. Nem precisava saber dançar. Nem precisava pensar. Quando Sirius Black sorriu para ela, com o braço ao redor de sua cintura e a mão em sua nuca, enrolando as mechas coloridas em sua mão, aquela pareceu uma ideia tão boa quanto qualquer outra. Os corpos tão juntos, que ela podia sentir os batimentos dele. Ela definitivamente não precisava se lembrar que em breve, teria que partir aquele coração.

***

— Ok, Lily — disse Marlene estacionando o carro na esquina. Grimmauld Place 12 era onde Sirius morava, da esquina era possível ouvir a música e enxergar as luzes. Onde os pais de Sirius estavam para permitir aquilo era um mistério. — Não vai ser nada demais. Enturme-se, dance um pouco, aprecie a vista como se você tivesse pensamentos realmente interessantes sobre a vida e pronto. Não muito tarde, você deixa a festa e chama um táxi. As pessoas só têm que ver você hoje.

— Se encontrar com Sirius, sorria, ok? — falou James no banco de trás do carro, colocando a cabeça entre os bancos da frente. — Não se ofereça, tente bancar a enigmática.

— Finja — acrescentou Marlene. — Agora vai lá. Lembre-se: confiança, postura, olhar enigmático. Qualquer coisa você me liga.

E com isso abriu a porta e praticamente jogou a Evans porta a fora. James se retorceu passando para frente, e a última coisa que Lily viu antes de marchar para a casa, foi os sorrisos cheios de expectativas dos dois no carro. Era o plano deles, mas quem estava naquela situação era ela.

As músicas eram bem ruins, Lily notou. Um pessoal ria na calçada da grande casa, todos parecendo bem alegres. Não era exatamente como ela imaginava. Até agora não havia nenhum corpo deixado na grama, ninguém nu na piscina, não tinha nem uma piscina. Parecia uma festa bem pacata. Comida ruim, bebida ruim, música ruim.

A menina percebeu diversos pares de olhos a encarando, mas ignorou. Encontrou uma mesa onde algumas tigelas de ponche estavam e despejou uma concha em um copo. Um ponche de frutas não ia fazer mal, um copo na mão chamaria menos atenção. Antes do líquido chegar em sua boca, Lily percebeu que tinha algum álcool ali, mas acabou engolindo, e teria cuspido no primeiro que passasse, se isso não fosse causar uma impressão bem ruim. O líquido desceu rasgando sua garganta, queimando. Não era ruim de todo, mas ela não era a maior fã de álcool.

Uma movimentação nas escadas alertou Lily de alguma novidade, parece que afinal o anfitrião havia chegado. No topo das escadas, de jeans pretos e camisa branca com os punhos enrolados até o cotovelo, estava Sirius Black. Radiante com seu sorriso ofuscador e aqueles olhos azuis incríveis. Por um segundo, ela achou que ele sorria para ela. Afastou o pensamento, e olhou ao redor, onde todos pareciam olhar para ele com inveja e admiração, na mesma quantidade.

— Vocês estão se divertindo? — gritou o Black por cima da música, sendo respondido com um entusiasmado coro de “sins”. Lily escondeu a boca no copo e observou o garoto mais um pouco. O sorriso dele era felino, e enquanto descia as escadas abraçou uma garota de cada lado, como em um filme estúpido por aí, se sentindo o próprio Don Juan. Onde eu estou me metendo, ela pensou, mas quando o garoto passou por ela, olhando-a de cima a baixo, Lily lembrou-se do plano e sorriu.

Sua cabeça já começava a protestar. Olhou para o relógio, oito horas da noite ainda. Com um suspiro, virou o conteúdo do copo e começou a atuar.

***

— É uma festa, Evans — reclamou Marlene pela milésima vez. — Você não está indo lavar roupa.

— Qual o problema com as minhas roupas, afinal?

Todo o guarda-roupa de Lily estava jogado em cima da cama, Marlene sentava-se na ponta dela, com as longas e torneadas pernas morenas cruzadas.

— Nada, realmente — explicou a morena. — Todas essas estampas são bem legais. Mas tudo muito largo, Lily. Nada valorizando você.

— Bom, me perdoe, mas não tenho dinheiro para renovar meu guarda-roupa no momento — resmungou a garota do cabelo colorido, aproveitando o assustador vazio no closet para limpar.

— Eu bem que queria estar em um filme americano, onde passaríamos o dia no shopping e pudéssemos ignorar todos os preços, mas não posso também. Isso vai ter que servir.

Lily mordeu a língua para não reclamar que elas tinham ficado o dia no shopping ignorando preços. A Evans achava particularmente um absurdo pagar aquele preço por um par de jeans.

— Eu sei o que você está pensando — sorriu a morena. O sorriso de Marlene enervava Lily, sempre muito malicioso e com mil planos por trás. — Mas você precisava de algumas coisas básicas! Como um sutiã tomara que caia.

— E por que eu preciso dessa quantidade de lingerie e renda? O acordo não incluía esses... Serviços especiais.

— É só um lingerie bonito, Evans. Não te comprei um passe livre num motel — Marlene revirou os olhos teatralmente, voltando sua atenção para o celular.

Lily corou, mas tratou de esconder o rosto no próprio celular que vibrava. Era uma mensagem do Potter.

“Francamente, por que você tinha que morar tão longe?”

A menina revirou os olhos. A pouca convivência com James estava sendo o suficiente para perceber o quão chato ele podia ser.

“De que te importa onde eu moro?

Digitou a menina.

“Estou na sua porta, vem abrir.”

— James está aí — disse Marlene, de olho no celular.

— O que diabos ele está fazendo aqui? — quis saber a Evans, indo espiar pela janela. De fato, empoleirado no batente das escadas da frente, tinha um garoto magro, dentro de uma jaqueta de couro, com os cabelos bagunçados pelo vento. James era sexy, Lily pensou, mas não continuou com o pensamento.

— Veio ajudar — respondeu Marlene.

— Se minha mãe suspeitar que eu trouxe um garoto aqui, ela me mata!

— Então eu o recolheria antes que os vizinhos começassem a notar…

Lily saiu do quarto, batendo a porta no processo. Perguntou-se por um momento onde diabos tinha enfiado as chaves. Sentiu o celular vibrar novamente, era James ligando. Quase não atendeu.

— Evans, você poderia abrir a porra da porta agora? — resmungou o garoto.

— É a porra da minha porta. Abro quando quiser — resmungou a menina de volta, olhando na cozinha e nos armários da sala. — Estou procurando as chaves.

— Desorganizada. Rápido.

Lily não sabia dizer quem havia desligado na cara de quem. Apalpou os bolsos e se abaixou para ver se tinha caído em algum lugar. Estava quase subindo para procurar no andar de cima quando o celular tocou mais uma vez.

— O que você quer? — atendeu ela.

— Marlene disse que as chaves estão no sofá — disse James, desligando em seguida.

Acomodado entre as almofadas e encosto do sofá, estava o molho de chaves.

Abriu a porta e o garoto entrou com uma expressão bem irritada.

— Meu Deus, Evans, você está parecendo um ser humano — cumprimentou James, enrolando uma mecha colorida nos dedos, recebendo um tapa na mão.

— O que você veio fazer aqui?

— Ajudar você a parecer alguém interessante — sorriu ele —, e vejo quanto trabalho eu vou ter.

— Você é um insuportável, James Potter — resmungou a menina, enquanto James subia as escadas, sem perguntar por nada.

— Você ainda não viu nada, meu amor. Ela não vai usar um vestido de puta nessa festa, Marlene. Se quiséssemos que Sirius se interessasse por alguém assim, a pessoa seria você — gritou James já no andar de cima. O barulho seguinte dizia que Marlene tinha jogado alguma coisa nele e Lily esperava que tivesse acertado.

***

— Você está muito quieta — disse Marlene, enquanto dirigia. Era uma viagem considerável de Hogsmeade a Godric's Hollow. Lily tinha o rosto apoiado na mão e o cotovelo apoiado na porta, observando a paisagem verde que se estendia por quilômetros afora.

— Havia um bom tempo que eu não saía de Hogsmeade — respondeu a menina.

— Bom, nós precisávamos sair, não podia ser vista com você, ainda tenho uma reputação a zelar — se fosse qualquer um, Lily acharia que era uma brincadeira, mas como era Marlene, ficou na dúvida.

— Ontem nós fomos ao salão — lembrou a Evans. Bastou chegar em casa após aceitar a proposta, e lá estava Marlene, em seu sedan preto, de vidros escuros, pronta para a "grande transformação". Despediu-se da mãe e disse que ia sair com uma amiga. O olhar dela seria cômico, se não fosse um tanto constrangedor.

— Você gostou do cabelo? — quis saber a morena, com uma animação quase infantil.

— Não sei... Está mais curto…

— Desculpe, mas todo aquele cabelo morto não dava nem para doar. Anos e anos de descolorizações e pinturas mal feitas — havia sido uma boa discussão quando foram ao salão. Lily não queria o cabelo curto, nem se livrar das cores. Marlene estava tentando apostar em um corte no ombro, da cor natural da menina. No fim, de tanto bater o pé, mesmo Marlene lembrando incisivamente quem dava as ordens naquela relação, o cabelo continuava abaixo do ombro, sofrera inúmeros procedimentos e hidratações, e as mechas haviam pela primeira vez em sua vida, sido feitas por profissionais.

— Ok, ele está bonito, Marlene — concedeu Lily.

— Claro que está — sorriu a morena. — Assim como sua pele, suas unhas, seu rosto... E vai continuar tudo muito bonito se seguir passo a passo o que está na pasta.

"A pasta" era um objeto cor de rosa, com centenas de comandos para uma complexa rotina de beleza, dicas de bons modos, assuntos possivelmente interessantes e apontamentos e indicações de como ser uma pessoa fútil e popular, ou seja, a rainha. Quem dissera que não se tornava popular, nascia-se, não conhecia Marlene McKinnon, seu temperamento e organização.

— Você é louca de achar que vou conseguir seguir tudo aquilo — Lily constatou o óbvio.

— Louca é você se estiver me fazendo desperdiçar meu tempo, meu dinheiro e minha disposição — ameaçou a morena.

— Eu não pedi por uma viagem de compras, nem uma sessão de depilação — resmungou a menina do cabelo colorido. — Aliás, de onde vocês tiram tanto dinheiro?

Marlene tinha feito questão que Lily a visse transferindo o dinheiro para a instituição que elaborava o curso, para o pagamento das taxas de inscrição.

— Disse para os meus pais que queria um novo celular — contou Marlene. — Troquei a capinha do antigo e pronto. Abri mão das minhas comprar em razão das suas, e tinha uma bolsa que eu queria tanto! — Lily achou graça. — James usou o dinheiro da guitarra nova.

— Um plano de vingança é melhor que uma guitarra?

— James abriria a mão da banda toda por isso.

Lily nunca ia entender exatamente essa necessidade de vingança, de fazer alguém sofrer. Mas, uma vez que ela seria o instrumento disso, decidiu não pensar muito nisso.

— Vai dar tudo certo, Lily — garantiu Marlene. A menina do cabelo colorido tinha dúvidas se as duas tinham a mesma ideia do que era certo. Olhou para fora e sentiu-se subitamente cansada, era sábado, queria voltar para casa.

— Vai demorar, McKinnon? — perguntou, sem deixar a janela, prestes a fechar os olhos e impedir algumas lembranças.

— Mais duas horas até estarmos em casa.

Era só o que ela queria.

A última vez que Lily estivera em uma autoestrada fora há uns quatro anos. Petunia estava de mudança para o alojamento da faculdade. Aquela foi a pior das épocas, quando tudo parecia meio incerto.

O pai havia falecido no ano anterior, e a mãe trabalhava esporadicamente como enfermeira no St Mungo's. A pensão dele quase não dava para nada, assim como as reservas. Petunia havia ingressado na Ilvermorny, no curso de medicina, sem bolsa alguma.

A mãe entrou na estrada e as duas meninas tentaram ignorar as lágrimas que caíam do rosto dela. Era a primeira viagem sem o pai. Seis horas de estrada. No futuro, Petunia iria usar isso como desculpa para voltar para casa uma vez por ano. Lily, no banco de trás, espremida entre as caixas, colocou um fone de ouvido e abraçou as próprias pernas.

Godric's Hollow era bonita e uma típica atração para turistas, o lugar perfeito para Petunia. Obviamente as taxas do alojamento eram exorbitantes.

— Não é lindo? — perguntou Pet, despejando as malas no quarto. Era um quarto com paredes na cor salmão, com lugar para duas pessoas. Na porta o nome de Marjorie Dursley anunciava a futura companheira de quarto.

— Maravilhoso, Pet — sorriu Lily; por aquele preço, Lily esperava um clube privativo.

— Acho que vocês podem ir já, a viagem é longa — disse Petúnia, sem olhar para a mãe e a irmã, colocando uma mecha loira do cabelo atrás da orelha.

— Mas filha, você não precisa de ajuda para arrumar tudo isso aqui? — disse a mãe, tentando não demonstrar que estava sentida.

— Tenho tudo sob controle — respondeu a filha mais velha, com um sorriso estranho. — Podem ir.

— Se é assim... — a mãe deu-se por vencida. — Fique com Deus, meu amor. Cuide-se, qualquer coisa é só ligar.

— Tudo bem, mamãe — Petunia abraçou a mais velha.

— Eu te amo — Christine Evans beijou o rosto da filha de forma demorada.

— Eu também, mãe.

— Tchau, Pet — despediu-se Lily com um sorriso, abraçando a irmã.

— Tchau, pirralha — sorriu Petunia. — Vê se dá um jeito nesse cabelo.

E com isso as duas foram para o carro, muito vazio agora.

— Quer dar uma volta? — perguntou a mãe. — Tirar umas fotos. A cidade é bem bonita.

— A gente pode ir para casa? — quis saber Lily.

— Claro, meu bem. Vamos para casa.

— Mãe? O que a gente vai fazer? — era uma pergunta válida. Agora eram só as duas em casa, sem dinheiro, sem uma perspectiva.

— Vai dar tudo certo, Lily — respondeu a mãe, apertando firme o volante, tentando conter as lágrimas. — Eu vou pegar mais alguns turnos no hospital, tudo bem? A nova casa tem esse aluguel menor, você e eu quase não somos despesa. Vai dar tudo certo.

Lily sentia falta do pai. Muita falta. Sentia falta da mãe que tinha antes da morte dele. Sentia falta até de quando Petunia era sua única irritação. Queria novamente aquele colo quente, e sorriso afetuoso. Os beijos com barba, que pinicava seu rosto, e do abraço gostoso, que tinha sensação de casa. Lily sentia uma absurda falta de toda sua vida. Sua antiga casa. Tudo.

— Mãe? Posso pintar o cabelo? — perguntou, com um olhar distante pela janela.

— Acho que não tem problema — permitiu a mãe. — Posso te ajudar. Que cor você quer, amor?

— Todas. Quero um arco-íris.

Quando Marlene e Lily chegaram em Hogsmeade, ainda era começo de tarde. A mãe da menina tinha turno, e só voltaria na manhã ou tarde do dia seguinte. Marlene ajudou a dona da casa a levar as coisas para dentro. Lily abriu a porta e jogou as chaves em qualquer lugar, subindo para o quarto no andar de cima, com aquele bando de sacolas.

— Não sei se eu devo realmente agradecer, mas obrigada, Marlene — disse Lily, pronta para descer com a menina e se trancar na casa.

— Você ainda não viu nada, querida. Nós ainda temos muito trabalho — disse Marlene, abrindo as portas do closet. — Tenho que te ensinar a passar maquiagem, andar de salto, dar uma olhada em como vamos reaproveitar suas roupas, ensaiar umas falas... Pelo amor de Deus, o que é isso? — perguntou tirando um cardigã velho do cabide, com o símbolo do Deadpool pintado à mão. — Estou vendo que vamos ter trabalho.

— Precisa ser hoje, McKinnon? — quis saber Lily desanimada, enquanto a outra desaparecia no closet.

— Claro, temos pouquíssimo tempo! — exclamou Marlene, reaparecendo. — Eu não te contei? Você tem uma festa para ir hoje, minha querida. Uma festa de Sirius Black.

***

— Ok, estou no campo, o que você quer? — resmungou Lily ao telefone. — Hoje é dia de treino.

— Exato — concordou James do outro lado da linha. — Sente-se na arquibancada, não muito distante das outras pessoas, mas com uma boa visibilidade. E não discute, só obedece.

Se aquela era uma amostra de como seria a sua vida após aceitar aquele plano inútil, Lily estava muito tentada a declinar o pedido. Se pelo menos achasse que ia dar certo... Apesar de tudo, obedeceu o moreno e foi se sentar nas arquibancadas.

— Está tudo molhado, Potter — reclamou, tirando o casaco e dobrando-o para sentar-se em cima. — Espero que valha a pena.

— Você reclama demais. Bom Evans, eu quero que você assista o jogo — disse ele.

— Como é?

— Você não é surda, então ouviu muito bem — resmungou ele impaciente. — Falta pouco. Assista, ache Sirius Black e olhe para ele. Não precisa usar o sorriso oferecido…

— O que é um sorriso oferecido? — perguntou a menina, enquanto colocava fones de ouvido no celular. Quem assistia um jogo com celular no ouvido, afinal?

— O sorriso menos natural que você tiver — respondeu ele. — O que diz “me coma”.

— Nossa, Potter — reclamou ela.

— Mas é — riu ele. — Todas elas sorriem assim para ele. Você não vai. Bom, assista e olhe para ele. Não fixamente, como que por acaso. Ele vai olhar para você, e não vai ligar.

— Obviamente.

— Ele vai olhar mais uma vez, e você vai sorrir naturalmente. Só isso. Ele não vai olhar mais. Quando acabar o jogo, deixe a arquibancada e sorria mais uma vez para ele se ele olhar. Quando você estiver quase fora do campo, olhe para trás.

— Por que? — quis saber ela, sem entender nada de nada.

— Ele vai estar olhando para você.

— Vai nada — riu Lily. Não tinha chance nenhuma dele olhar para ela, com aquele bando de líderes de torcida pelo gramado. Nem se sofresse a tal transformação de Marlene. Ela simplesmente não era tão interessante assim, ou o tipo dele. Nem queria ser.

— Ele vai, ou não me chamo James Potter — não havia incerteza na voz de James.

— Comece a arrumar um outro nome então, querido — provocou ela, recebendo uma risada em troca.

James não desligou, mas deixou que ela assistisse o jogo em paz, Lily podia jurar que ele estava jogando videogame enquanto esperava. Ela estava detestando estar ali, mas fingiu assistir ao jogo. Não era difícil observar Sirius Black, o moreno alto, com cabelos pretos e longos — que ele tirava toda hora do rosto, ao que parece era másculo demais para usar um rabo de cavalo. Quando limpava o rosto com a camisa, exibia aquele abdômen esculpido; a menina queria uma câmera para capturar cada linha daquela pele, cada torção do corpo, cada músculo.

Então aconteceu. Ele passou os olhos por ela, mas não deu sinal de nada em especial.

— Ele olhou pra mim — disse Lily no fone, sem muito interesse.

— E vai fazer de novo — respondeu James calmamente. — Eu disse.

E algum tempo depois, olhou novamente. Dessa vez, para surpresa de Lily, olhou diretamente para ela. A menina sorriu sem jeito, aquele certamente não era o sorriso oferecido.

— Puta que pariu — foi apenas o que disse, e James apenas riu.

Quando o jogo acabou, a garota estava tremendo em antecipação. Desceu da arquibancada e lançou um olhar para o artilheiro no gramado com os colegas. Ele estava olhando para ela. Lily meio sorriu, meio riu, e virou-se, indo embora.

— Puta merda, Potter. Como... Que merda aconteceu aqui? — quis saber ela, ainda tremendo.

— Olhe para trás, Evans.

Ela olhou, e por mais insano que parecesse, Sirius Black estava encarando de volta. Apenas com um jogo de olhares e posições, Lily havia atraído a atenção dele por alguns segundos. Puta merda, a menina pensava.

— E aí? — perguntou James, transmitindo para a voz o sorriso presunçoso.

— Eu aceito essa merda — respondeu Lily. Talvez ela conseguisse fazer aquilo, e talvez conseguisse encaminhar a própria vida. Ainda parecia uma ideia estúpida, mas aparentemente era disso que a vida de Lily Evans era feita.


Notas Finais


Lembrando que a fic é participante de um concurso, então toda semana tem att ♥ Beijão pra vocês, já já respondo os comentários lindos! O que estão achando dessa turminha?


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