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História 50 Shades Of Jungkook - Imagine - Incolor


Escrita por: _Unknown__

Capítulo 17 - Incolor


Fanfic / Fanfiction 50 Shades Of Jungkook - Imagine - Incolor

Minhas mãos tremiam, e eu me sentia observada. Mas eu estava sendo, na verdade.
Arrumei pela centésima vez meu cabelo, nervosa. Tive que trincar os dentes para parar de tremer, e desconfiava que fosse cair do salto.
Olhei meu relógio enquanto entrava no hospital, eu tinha 3 minutos. 
Respirei fundo, e fui até a máquina de café, tomando um puro. Fiz uma careta, não ajudou a controlar o nervosismo.

'Fique calma, doutora. Você só vai entrar e o conduzir pra fora, o resto é conosco' a voz do detetive em meu ouvido me lembrou. Esse aparelho me deixava inquieta.

Entrei na sala, e vi Jungkook brincando com as mãos. Ele estava em sua cama, solto, e por um momento eu travei. 
Imagens do beijo inundaram minha mente. E se ele contar para eles?! Vão acreditar? Por um momento me peguei querendo beija-lo denovo.

O garoto se sentou, me olhando, e então me aproximei. Ele parecia ler todos meus gestos e passos, então se manteve imóvel, tenso. Quando eu estava próxima o suficiente, estendeu a mão, nela contendo uma corrente.
A peguei, era uma pulseira de ouro finíssima e sem nenhum adereço, mas naquele momento, me pareceu o melhor presente de todos. Sorri para ele, agradecida, e ele apenas me olhou sério. 

'Vão trocar presentes por muito tempo, doutora?' Levei um pequeno susto com a voz, saindo de meu transe. Ele deve ter ouvido o barulho da pulseira. Me endireitei e olhei seriamente para Jungkook:

- me siga, vai mudar de quarto hoje.

- não deveriam ter guardas nos acompanhando? - sua voz era inocente, mas seu olhar era carregado de ódio. Ele parecia ler minha mente.

- você vai se comportar. - afirmei, e ele se levantou. Senti lágrimas nascendo, afinal, eu não sabia para qual clínica ou cadeira ele iria agora. Não há câmeras aqui, só esse microfone estúpido grudado na parte interna da minha blusa, mas ele não vai captar isso. Minhas mãos subiram lentamente pela camisa do moreno, e quando passei por seu coração, estava acelerado. Sorri meiga, e o puxei delicadamente até nossos lábios estarem unidos. O beijo começou calmo, e tinha um sentimento tão mútuo que senti lágrimas molhando meu rosto. Jungkook levou as mãos ao meu rosto, sem nunca interromper o beijo, e limpou as lágrimas, quase como uma carícia. Entrelacei nossas mãos, e nos separei.

'Doutora? O que está havendo? Tudo bem? Estamos esperando. Grite, qualquer coisa'

Eu realmente quero gritar.
Gritar alto o suficiente para ensurdecer todos os palhaços que vão machucar Jungkook. Gritar porque talvez essa seja a ultima vez que vou poder olhar para esse rosto lindo e direcionar um olhar sério. Gritar por nossas posições serem tão injustas. Mas, Jungkook fez isso com ele mesmo, ele precisa pagar... é a justiça. 

- você costuma pensar demais... - saí de meus pensamentos quando Jungkook sorriu para mim, acariciando minha bochecha.

- eu sei ... - acabei sorrindo, e me afastei. Subi a mão, agarrando seu pulso, mas ele ainda sorria.

Assim que pisei fora do quarto, vários policiais apareceram, armados. Meu coração deu um salto, mas eu sabia que as armas não estavam direcionadas à mim.
Jungkook se soltou bruscamente de mim, e o olhei. 
Ele nem olhava para mim, olhava o chão. 
Senti um dos policiais me afastar da confusão, e observei de longe Jungkook sendo algemado e empurrado bruscamente para fora.
Ele apenas obedecia, o olhar fixo no chão. 

Limpei uma lágrima que desceu o mais rápido possível, e respirei fundo.
O detetive Joshua havia me pedido para encontra-lo em um café assim que eu cumprisse minha parte, mas eu não queria mais ver ninguém. 

Marchei para meu apartamento, deixando o vento frio maltratar meu rosto. Meu coração parecia fechado, minha garganta igualmente. Assim que cheguei em casa, tirei aquele microfone estúpido e me joguei na cama, gritando agoniada em meio às lágrimas. Doía muito.

Independente disso, eu precisava dar sinal de vida. Liguei para o detetive, que atendeu rapidamente:

- olá, é a doutora _____. Desculpe, estou passando mal e não vamos poder nos encontrar.

"Ah... claro." Sua voz estava calma.

- eu queria saber... o que vão fazer com ele?

Houve um silêncio.

"Você sabe o que fazem com assassinos"

~ 6 Meses Depois ~

Arrumei meu cabelo, me ajustando na cadeira. Já passava das seis da tarde, mas eu queria pesquisar mais sobre essa cliente. Ela estava envolvida em um dos assassinatos do mês, e eu precisava ajudar meus colegas de trabalho, a polícia. E isso incluía trabalhar até tarde na agência policial, pois é, ser psiquiatra particular da Polícia é difícil. 

Começou a chover, e sorri com a vista que meu escritório me dava da cidade sendo inundada. Pelo menos meu escritório era bem bonito. E eu nunca mais tive... problemas com pacientes. Meu olhar foi para a corrente de ouro em meu pulso, da qual eu nunca tirava...

Nunca mais soube dele...
Me lembro o quanto fiquei mal quando minha mente presumiu que ele estava morto. Mas ainda me culpo pelo que fiz. Eu podia ter curado ele...
Jungkook nunca fora inocente... dês de pequeno apresentava ser agitado, e depois da morte dos pais, ficou relativamente depressivo e agressivo. Quando foi morar com o irmão e a cunhada, se envolveu com ela. Mas a garota, Kristal, amava os dois. Ela sempre o dizia "não pense sobre isso, não pense demais" porque sabia que ve-la com seu irmão deixava Jungkook alterado. Até que um dia, ele enlouqueceu e a matou em um ataque. Fugiu de casa, se envolveu com crimes e drogas, e arranjou um novo inimigo. Ji-Hwan. Ele era esperto, e conseguiu contatos dentro do próprio hospital. Frequentemente ia visitar o irmão e o drogava, retardando o processo para os psiquiatras. Era sua vingança. 
Mas ele falhou.

A história ainda brilhava em minha mente, de tanto que vi o interrogatório com Jungkook, do qual ele contou tudo, detalhe por detalhe. Me lembro de sua voz baixa, de seu corpo machucado e seu olhar... sempre perdido.

Bufei, fazendo minha mente mudar de assunto.
Alguém bateu à porta, e logo meu secretário a abriu minimamente, apenas para dizer:

- Doutora, o senhor Joshua a espera para seu jantar.

Assenti, e me levantei pegando minha bolsa. Após guardar minhas coisas perfeitamente, fui ao banheiro. Tirei aquela roupa e a substituí por um vestido vermelho e saltos pretos. Soltei meu cabelo que agora caía até meus ombros, em ondas. Após uma maquiagem básica, saí da agência, cobrindo o rosto da chuva até chegar no carro que me esperava.
Não demorou muito e logo um dos garçons do restaurante me ajudou a sair do carro, me dando apoio por causa do salto e proteção da chuva com um guarda-chuva.

A atmosfera do restaurante era relaxante. Sem gritos, apenas conversas baixas e elegantes, o tilintar de talheres e taças pareciam música. Falei meu nome para uma moça, e ela me acompanhou até um mesa disposta em um canto mais escuro e reservado do local, e sorri ao ver que essa parte era iluminada por velas.
Joshua estava sentado na mesa, e sorriu ao me ver. Se levantou, e puxou a cadeira para eu sentar. Sorri, agradecida:

- vi que estava ocupada hoje, por isso não a convidei pessoalmente. - ele se justificou, enquanto sentava.

- tudo bem, Killiam o fez muito bem. - rimos baixo, cientes que neu secretário é um tanto exagerado. Ele fez parecer que Joshua estava me pedindo em casamento.

O jantar prosseguiu com alguns assuntos relaxantes e risadas. Joshua me fazia relaxar rapidamente, que nem me dei conta quando estava no terceiro de vinho. Ele riu baixo:

- não relaxe demais, vai ficar 'Felizinha' - rimos.

Decidimos ir embora, e ele me ofereceu uma carona. Aceitei. Estava olhando em volta enquanto ele pagava, quando meu olhar parou em uma figura falando com um dos garçons, na entrada do restaurante. 
Alto, cabelos escuros e que caíam sobre os olhos. Sua postura estava confiante, e ele usava um terno que deixava seu corpo delineado.

Por um momento, tudo desapareceu. Ele riu com um garçom, e eu sabia quem era.
Ele.
Me levantei, e por sorte Joshua me acompanhou. Abaixei o olhar enquanto  saíamos dali, tentando organizar e aquietar os gritos na minha mente.
Entramos no carro, e sorri para Joshua.
Era ele. Era? Era. Era mesmo? Não sei... 
Suspirei, preciso esquecer isso.
Estou com Joshua agora. Esqueça Jungkook.
Então, quando estávamos virando a esquina, algo atingiu o carro pelo lado de Joshua. Foi como um baque, o carro foi lançado pro outro lado da rua, e gritei de susto.
Nada me atingiu.
O carro havia parado no meio da rua deserta, e arregalei os olhos ao ver Joshua pendendo sobre o volante, o sangue molhando o banco que antes eu estivera. Um caminhão havia se estraçalhado contra o carro, e o motorista também estava morto.
O reconheci.
Ji-Hwan.
Tremi incontrolávelmente, me afastando dali. Minhas mãos tinham sangue, e estava escurecendo. Eu estava em uma rua deserta, sozinha e assustada.

Olhei para trás, e vi uma figura aparecendo, ignorando a bagunça. Os cabelos estavam um pouco maiores do que da última vez que o vi, sua postura era confiante, terno bonito e sorriso de desmaiar. Olhar profundo.
Jeon Jungkook.
Ele se aproximou de mim, arrumando a barra do terno. Sorriu para mim, enquanto eu o encarava, surpresa.

- surpresa em me ver? - se aproximou muito de mim, e de relance me joguei para trás, mas ele me segurou e riu. - não precisa desmaiar, _____. 

Nossa, era tão lindo quando ele dizia meu nome. 

Eu estava em choque, e sabia que havia sido ele. Jungkook havia planejado isso, a morte, dos dois ali. O sangue em minha mão e nossa localização só diziam uma coisa. Eu tinha tanto sangue nas mãos quanto ele... e podíamos fugir agora.

- você... - minha garganta secou, e ele me estendeu a mão. - o que....?

- agora, que não temos mais nada no nosso caminho - levantou uma sobrancelha, e alargou o sorriso quando eu lhe dei a mão e ele viu a corrente em meu pulso - acho que temos alguns assuntos inacabados a tratar.



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