História 50 Shades Of Love - Capítulo Um - Reencontrando um velho conhecido!

Shailene

Retiro o cinto de meu corpo e puxo o capuz de minha blusa para cima de minha cabeça. Pequenas gotas de chuva caiam do céu e alguns trovões ecoavam por todos os lados.

Apanho a minha bolsa e abro a porta do carro recebendo as pequenas partículas de água por toda a extensão de meu corpo. Bato a porta com força e a travo saindo correndo em direção ao hotel á minha frente.  Entro no hall do hotel e subo pelo elevador até o quinto andar. 

Saio do elevador e vou caminhando até a última sala do corredor. Hoje eu teria mais uma daquelas reuniões empolgantes sobre o meu novo papel nas telonas.  Aperto  a campainha e uma moça alta e loira abre a porta com um sorriso esboçado no rosto. 

- Bom dia senhorita Woodley! – Diz ela simpática. 

- Bom dia! – Digo adentrando em uma pequena sala de recepção. 

- O senhor Neil já está lhe esperando. – Diz ela apontando para uma porta ao nosso lado. 

- Oh claro, obrigada! – Digo dando-lhe um sorriso amarelo e caminhando em direção aquela porta marrom de mármore. 

Rodo a maçaneta e assim que abro dou de cara com uma sala ampla, contendo uma grande mesa ao seu centro e com a última pessoa á quem eu gostaria de dar as caras neste mundo sentada em uma das cadeiras. Sinto meu coração bater descompassado sobre o meu peito e lembranças da última vez a qual eu havia visto ele invade a minha mente.

Flash Back On 

- Agora é oficial! Finalmente encerramos a saga! – Diz Neil levantando uma garrafa de champanhe para cima. 

Todo mundo que estava na pequena sala de star de Neil soltam alguns gritinhos empolgados. Naquela noite estávamos comemorando o ultimo dia de divulgações do quarto e último filme da Saga Divergente – já que amanhã o mesmo estreava nos cinemas. 

- Eu gostaria de falar algumas palavras. – Diz Theo levantando-se com dificuldade do sofá. – Esses últimos quatro anos, foram os melhores anos da minha vida! Agradeço muito a Deus por ter colocado pessoas maravilhosas em minha vida e espero que a partir de hoje, toda essa amizade que construímos durante quatro anos de gravações só venha a crescer. – Diz ele esticando a sua garrafa de cerveja para frente como se fosse fazer um brinde e em seguida bebericando um gole grande do conteúdo da mesma. 

- Ain gente, to emocionada. – Diz Zöe choramingando. 

- Oh Zöezinha fica assim não! – Diz Miles agarrando a sua cintura por trás 

Todos já estávamos com um nível alcoólico alto e as palavras e os sentimentos que tínhamos um pelo outro estavam gritando em nossas veias. Afinal, foram quatro anos de muito amor, amizade e companheirismo, realmente havíamos construído uma bela amizade no decorrer do tempo. 

Bebo mais um gole de minha cerveja e sinto uma vontade incontrolável de ir ao banheiro, afinal eu já estava á algumas horas do dia somente bebendo liquido e não ingerindo nada sólido. Levanto-me do sofá com cuidado para não pisar em nenhuma parte do corpo de Ansel, que estava jogando no chão de tanto beber, e vou caminhando até a última porta do corredor. Estou quase encostando meus dedos na maçaneta quando mãos fortes giram o meu corpo para a sua direção. 

- Theo! Que susto. – Digo levando minhas mãos para o meu peito. 

- Desculpa. – Diz ele dando um sorriso torto e colocando uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha. 

Eu e o Theo havíamos criado uma amizade bastante forte nesses últimos anos. Ele era o único cara na face da terra que conseguia compreender os meus dramas e mais inacreditável ainda, ele ainda conseguia me dar ótimos conselhos. Mas de uns tempos para cá andávamos meio afastados, tudo isso por conta da noiva maluca de Theo. 

Quando nós conhecemos eu havia acabado de sair de um relacionamento conturbado e a mídia apontou ele imediatamente como o pivô da minha separação, o que deixou a namorada de Theo, Ruth bastante furiosa. Como se já não bastava isto, naquele ano ainda fomos eleitos o casal mais quente e com mais química do ano – esses prêmios repetiram-se durante todos os filmes da saga. Ruth desde então tentava a todo custo manter-me longe de Theo e isso foi só piorando no decorrer em que o relacionamento de Tris e Tobias ficava mais forte. Eu não vou mentir, Theo é um homem lindo, gostoso, engraçado, amoroso e podia ser que de uns meses para cá eu estava arrastando uma asa enorme por ele, mas não era como se eu fosse agarrar ele a qualquer momento como aquela maluca imaginava. 

- Você esta tão linda Shai. – Diz ele aproximando o seu rosto do meu, permitindo-me sentir o cheiro forte do álcool. 

- Você também está lindo Theo. – Digo ficando um pouco nervosa com aquela aproximação. 

- Eu queria saber...- Diz ele embolando um pouco a voz. – O que você vai fazer depois daqui? – Finaliza ele arqueando uma de suas sobrancelhas. 

- Provavelmente irei cair na cama por que? – Pergunto encarando os seus olhos que estavam encarando meus lábios atentamente. Sinto meu coração acelerar as suas batidas e então ele solta um suspiro.

- Que se dane! – Diz ele juntando mais ainda o seu rosto do meu  e então ele cola os nossos lábios. 

Seus lábios macios e carnudos chocam-se com os meus e no mesmo instante solto um gemido permitindo a sua entrada. Sua língua invade ferozmente a minha boca e preciso segurar-me na maçaneta da porta para não cair, já que as minhas pernas estavam completamente bambas.

Naquele momento o pingo de juízo que me restava havia ido por água a baixo. Theo leva uma de suas mãos para os meus cabelos, prendendo-os como se estivesse fazendo um rabo de cavalo, enquanto a outra vagueia-a por minha cintura puxando mais o meu corpo de encontro ao seu. 

Minha respiração naquele momento estava completamente irregular e meu coração batia como se a qualquer momento fosse escapulir de meu corpo. Quando repente um grito chegou cortando aos meus ouvidos. 

- THEODORE! – Diz a loira nós encarando enfurecida. 

Desgrudamos nossos corpos com as respirações bastantes ofegantes e por um minuto sinto o sangue extinguir-se de meu corpo.

- Ru-ru-th. – Diz ele embasbacado. 

- Eu não acredito nisso. – Diz ela com os olhos marejados. 

- Ruth eu posso explicar. – Diz ele caminhando em sua direção. 

- Eu não quero ouvir nada que venha da sua boca Theodore. – Diz ela elevando a voz e em seguida encarando-me. 

Encolho os meus ombros e sinto-me a pior pessoa do mundo. Eu não tinha culpa por ter iniciado aquele beijo, mas eu tinha culpa por ter permitido aquele beijo acontecer, Theo não era um homem disponível e eu havia o “ajudado” a trair a sua noiva. Ruth lança-me um olhar mortal e caminha até mim com o rosto vermelho.

Ela nem para o seu corpo á minha frente e já sai transferindo-me uma bofetada. Meu rosto vai e volta e automaticamente levo minha mão até a minha bochecha que encontrava-se pinicando. 

- Eu esperava mais de você Woodley. – Diz ela fria. 

Ela gira o seu corpo e começa a caminhar em direção a saída do corredor. Theo joga-me um olhar desesperado e naquele momento encontro todo o arrependimento transbordar em sua íris. 

- Shai, perdão. – Diz ele sussurrando baixo e saindo logo em seguida do corredor. 

Flash Back Off

 Desde aquele lamentável dia, Theodore nunca mais havia vindo atrás de mim. Nem para explicar-me os fatos de ter me beijado do nada, nem para pedir-me desculpas apropriadamente. Ele me deixou sozinha, sentindo-me culpada pela traição e  deixando-me com esperanças dele também sentir algo por mim.

Mas depois de alguns meses sendo evitada por ele, eu havia descoberto que ele tinha feito as pazes com a Ruth e que os dois haviam se casado em uma reunião intima para os amigos. Eu obviamente não fui convidada e senti-me um lixo por um bom tempo. E agora ele estava bem aqui na minha frente encarando-me de maneira esquisita dois anos depois.

- Shai, está tudo bem? – Pergunta Neil parando á minha frente. 

- Sim. – Digo um pouco assustada. 

- Sente-se. – Diz ele guiando-me até uma cadeira bem a frente de Theo. 

Evito olhar em sua direção e foco a minha atenção em uma samambaia que estava no lado esquerdo da sala. O infeliz continuava lindo como antes, seus cabelos estavam bem maiores do que quando interpretava o Quatro. Sua barba estava feita – nem tão grande, nem tão curta – dando-lhe um mais ar sexy e aquela boca carnuda continuava uma tentação. 

- Bom fico feliz por vocês terem aceito o meu convite. – Diz Neil sentando-se na cadeira a minha frente.

- Eu que agradeço pelo convite Neil. – Digo forçando um sorriso. 

Eu podia sentir o seu olhar queimando sobre mim, porém eu continuava focada em olhar a maldita samambaia que agora estava bem atrás de onde Neil estava sentado. 

- Bom, estou curioso com a sua proposta Neil. – Diz ele com aquela sotaque britânico rouco. 

Dou várias piscadelas com as minhas pálpebras na tentativa de evitar que elas fechassem assim que ouvi ele pronunciar algo, mas parecia mais que eu estava levando um choque nos olhos do que qualquer outra coisa. 

- Bom meninos eu fui convidado para dirigir um filme um tanto incomum e eu preciso  de pessoas assim como vocês. – Diz ele nós encarando. 

- Assim como? – Pergunto confusa. 

- Com química. – Diz ele jogando um sorrisinho sacana em nossa direção. 

Engulo em seco e conto até dez para manter a minha respiração regular. 

- Que tipo de filme você está referindo-se? – Pergunta Theo confuso também. 

- Cinquenta tons de cinza. – Diz Neil nos encarando sério. 

No mesmo momento engasgo-me com a saliva que estava tentando engolir. Neil e Theo levantam-se apressados em minha direção e sinto uma mão forte, porém carinhosa, bater em minhas costas. Quando as tossidas passam viro meu corpo para trás e dou de cara com Theo. Pela primeira vez nossos olhares se cruzam e sinto uma eletricidade saltar de sua íris. 

- Obrigada. – Digo sem conseguir expressar reação nenhuma. 

- De nada. – Diz ele afastando-se de mim e voltando a sentar em sua cadeira. 

- Deixa eu ver se eu entendi. – Digo levando uma de minhas mãos até a minha testa e debruçando meu outro braço em cima da mesa. – Você foi chamado para fazer um filme hot, e quer que nós dois sejamos protagonistas daquela putaria em forma de leitura? – Pergunto abismada. 

- Sim. – Diz Neil balançando a sua cabeça em um sim. 

- Você surtou? – Pergunto nervosa. 

- Putaria? – Pergunta Theo sem entender nada. 

- Você já ouviu falar sobre esse livro? – Pergunto direcionando meu olhar para ele.

- Não, nunca. – Diz ele devolvendo o meu olhar. 

- É um livro de em média 600 páginas que descreve a vida de uma universitária de literatura, que se envolve com um empresário milionário que é viciado em sadomasoquismo. – Digo arrebitando minhas sobrancelhas em indignação. 

- Olha que maravilha ela já conhece a história. – Diz Niel empolgando-se. 

- Conheço, mas não significa que eu vá fazer. – Digo irritada. 

- Ah qual é Shai, já vi você fazendo filmes desse gênero. – Diz Neil com os olhos suplicativos. 

- Um filme erótico Neil? Você sabe como isso é complicado para eu. – Diz ele batendo os dedos nervosamente contra o vidro da mesa. 

E então enxergo aquele anel dourado localizado no seu dedo anelar esquerdo. Meu coração no mesmo instante se contrai e sinto uma dor atingir meu estômago. Fecho meus olhos e respiro fundo. 

- Eu preciso ir embora. – Digo levantando-me automaticamente da cadeira. 

- Shai...- Tenta dizer Neil levantando-se de sua cadeira, porém eu o corto na mesma hora. 

- Eu estou atrasada para outro compromisso, qualquer coisa eu entro em contato. – Digo dando minhas costas na mesma hora e saindo daquela sala que em poucos minutos havia se tornado tão claustrofóbica. 

Ando apressadamente para fora daquela sala e quando chego ao corredor saio correndo em direção ao elevador. Entro dentro naquele objeto metálico pequeno e começo a sentir minhas pernas tremerem.

“Mas que droga Shailene, tinha que ser logo ele o seu par novamente.” – Penso choramingando. 

Saio do elevador sentindo um enorme embrulho em meu estomago e saio para fora do prédio sem perceber a tempestade que já estava formada ali em baixo. Corro até o meu carro e demoro alguns minutos para conseguir destravar a minha porta, já que minhas mãos tremiam mais que um cabrito.

Entro dentro  do carro e saio arrancando daquele lugar tentando ao máximo expulsar o frio que eu estava sentindo, já que havia tomado um banho de chuva. 

Paro em um sinal e sinto o meu telefone vibrar no bolso de minha calça. Abro a mensagem enquanto o trânsito continuava proibido para mim e meus olhos faltam esbugalharem com o contrato que eu estava lendo. Era um belo de um contrato milionário e olha que só era por causa de um filme. Desço mais algumas páginas e vejo algo que prende a minha atenção. 

“Este contrato vigará por quatro anos, podendo ou não ser estendido.”

Solto um suspiro e escuto um barulho de buzina atrás de mim. Solto o telefone de qualquer jeito no banco do carona e volto-me a movimentar-me pelas ruas de Nova York. 

Conseguiria eu, fazer mais um contrato para passar mais quatro anos de minha vida ao lado de Theo James?