1. Spirit Fanfics >
  2. 50 tons >
  3. Entrevista

História 50 tons - Entrevista


Escrita por: Gisabelle

Notas do Autor


Espero que gostem

Capítulo 1 - Entrevista


 Encaro a Everdeen House, eu odeio Cato por me fazer vir pra cá, maldita seja a gripe e maldita seja minha lealdade aos meus amigos, só ele mesmo pra me fazer dirigir por duas horas pra entrevistar uma pessoa que eu nunca ouvi falar, pego o roteiro da entrevista e meu celular antes de sair do carro.

  As recepcionistas me olham de um jeito reprovador, camiseta, moletom, calça jeans, jaqueta de couro e all star Obviamente não são a melhor escolha de vestuário, porém meu melhor amigo me disse que era um local informal, tenho certeza que ele só disse pra me convencer de vir. Eu vou matar o Cato

-Bom dia - dou meu melhor sorriso - Sou Peeta Mellark vim falar com a senhorita Everdeen da parte de Cato Kavanagh 

-Só um minuto por favor - ela é cordial apesar de tudo - A senhorita Everdeen está no aguardo, primeiro elevador a direita, vigésimo andar 

 -Obrigada - ando a passos largos em direção do que me foi indicado 

O elevador é todo espelhado, até ele joga na minha cara como estou mal vestido, algumas pessoas entram, me sinto ainda mais envergonhado. Um completo peixe fora d’água 

-Sr Mellark? 

-Sim! - confirmo ao secretário enquanto saio do elevador 

-Por favor aguarde um instante, pode se sentar ali - ele me indica um sofá revestido com um couro milhões de vezes melhor do que da minha jaqueta 

Um nervosismo começa a percorrer meus pensamentos, Cato demorou meses pra conseguir essa entrevista e ele precisa muito que tudo isso dê certo 

-Ok Senhor Mellark - um homem sai da sala - Assim que a senhorita Everdeen terminar a ligação irá te receber, já te ofereceram algo pra beber ? Quer guarda a jaqueta ? 

-Já sim eu não quis nada, por favor - retiro minha jaqueta lhe entregando, percebo um alivio no rosto do primeiro cara que me recebeu

 Abro a minha moletom, acho que fica menos mal, a senhorita Everdeen parece querer manter certo patrão na empresa, padrão que eu não me encaixo 

 Observo os dois homens na imensa mesa, eles são bem parecidos, morenos, altos, bom porte físico, elegantes, eu jamais diria que são secretários se os visse na rua

-Sr Mellark ? A senhorita Everdeen já está em seu aguardo! - Me levanto respirando fundo pra ter coragem - Não precisa bater é só entrar 

  Faço força demais pra empurrar a porta que se abre facilmente, não consigo me segurar e acabo caindo de quatro na entrada da sala, por sorte as pessoas da recepção não viram por azar a Everdeen viu

 -Senhor Kavanagh, está tudo bem ? 

  -Está! - me levanto rapidamente 

  Ela se aproxima pra ter certeza que estou bem, ela é linda, cabelo e olhos castanhos, corpo de modelo, com o enorme salto que a deixa quase da minha altura 

 -Tem certeza ? - ela chama minha atenção 

 -Sim - tirando o fato que minha dignidade está no chão, de quadro, sim estou bem 

 -Queira me acompanhar então - ela segue de volta a mesa 

 A sala é enorme, toda branca com alguns tons pretos, na frente dos janelões que vão do piso ao teto, há uma enorme mesa moderna de madeira escura, que combina com todos os outros móveis da sala inclusive com o sofá de couro branco, mas um mosaico ao lado da porta me chama atenção é extremamente lindo 

 -Trouton, um artista local - ela percebe onde está minha atenção

-Tornam extraordinário um objeto comum - comento 

-Concordo plenamente senhor Kavanagh...

 -Desculpa! - a interrompo - o Senhor Kavanagh está doente, vim substituí-lo, sou Peeta Mellark, estudante de literatura da WSU- me apresento estendendo a mão pra ela, que retribui o comprimento, uma energia diferente percorre meu corpo com esse breve contato 

 -Ok - Me sento de frente pra ela, consigo ver boa parte de Seattle daqui - A senhorita sabe o teor da entrevista ? - pergunto enquanto tento configurar o gravador 

 -Sim, para sair na edição de formatura do jornal da faculdade, já que sou eu que irei entregar os diplomas na cerimônia de graduação deste ano

 Droga! Cato tinha que ter me avisado isso, esta informação faz com que eu me perca mais na tentativa de ligar essa merda 

 -Desculpa eu não tenho prática com isso - me sinto um pouco intimidado 

 -Não tenha presa Senhor Mellark - ela responde sútil 

 Finalmente consigo, tenho certeza que o nervosismo está estampado em meu rosto corado, coloco o gravador sobre a mesa 

 -Se importa se eu gravar ? - pergunto com a intensão de ser educado 

-Depois de todo esse esforço pra configurar o gravador é agora que me pergunta ? 

Fico mais envergonhado ainda, ela fecha os olhos momentaneamente percebendo meu desconforto e sua ma educação. Estranho a raiva que me percorre, se fosse outra pessoa eu estaria pedindo desculpa e rindo pela minha burrice mas com ela... É diferente, me sinto desafiado 

-Não, eu não me importo - ela da um sorriso sem humor 

-Tenho algumas perguntas...

 -Imaginei que teria - não sei se ela está sendo irônica ou simpática, porém retiro o roteiro da entrevista do envelope 

 KATNISS GREY EVERDEEN, 27 ANOS, MAGNATA, PROPRIETÁRIA E CEO DA EVERDEEN ENTERPRISE HOLDINGS, SOLTEIRA 

  Leio breve anotação do Cato, puta merda ela só tem cinco anos a mais que eu! Tudo isso aqui é dela, caralho estou impressionado 

 -A senhorita é muito jovem para ter construído um império deste porte, a que deve seu sucesso ? - leio a pergunta 

 -Os negocio tem a ver com as pessoas, senhor Mellark, sei reconhecer um talento, sei como fazer uma pessoa se empenhar e excita-lá a ser a melhor. Eu tenho uma equipe excepcional e as recompenso bem - ela me encara com seus olhos castanhos esverdeados que estão em destaque pela maquiagem leve - Acredito em fatos, tomo minhas decisões com base em números e logísticas, tenho instinto natural para reconhecer boas pessoas e bons investimentos, mas no final o que predomina é a competência. 

 -Quem sabe você apenas não tenha tido sorte? - essa não estava nas perguntas de Cato mas simplesmente me deixo levar pela coragem repentina.

-Eu trabalho duro, não foi sorte e acaso que me colocaram aqui e sim uma equipe de trabalho que eu sei conduzir muito bem por sinal - ela responde rígida 

-Você parece ser maníaca por controle, isso não te atrapalha ? - rebato sem pensar, fico surpreso com minha audácia

-Sim, eu controlo tudo senhor Mellark! Eu posso controlar tudo! Trabalhei por esse direito! E não, isso não me atrapalha! Retrato disso é o império que eu mesma construi - ela dá um sorriso sem humor novamente 

 Não sei porque eu estou nervoso, nem muito menos com raiva, ela está despertando um lado meu que eu nem sabia que existia. Talvez seja porque estou me sentindo acuado o que me faz ataca-lá porém ela rebate bem mais pesado, não tenho chance nesse tipo de disputa.

 -Ninguém conquista o poder sendo acomodado, senhor Mellark - completa ela com a voz macia

  Creio que ela percebeu a tensão que se criou entre nós e quer diminui-la, respiro fundo, parece que meu coração vai sair pela boca, porque estou me sentindo assim? 

 -Então a senhorita acha que possui um imenso poder ? - não consigo esconder a ironia em minha voz, ela engole seco 

-Eu emprego mais de quarenta mil pessoas senhor Mellark - acho que ela tomou gosto em me chamar pelo sobrenome- Isso me dá certo senso de responsabilidade, ou poder se assim preferir chamar. Se caso eu vendesse minha empresa tenho certeza que daqui a um mês, no mínimo vinte mil pessoas teriam problemas para pagar a hipoteca  - Estou em um misto de sentimentos, admiração e humilhação é o que mais gritam dentro de mim

-Os conselheiros da empresa sempre te dão essa liberdade? 

 -A empresa é totalmente minha, não devo satisfação a ninguém - reviro os olhos, ela ergue uma das sobrancelhas e morde o lábio inferior com força. 

 Droga! Estou sendo mau educado, o Cato precisa dessa entrevista e eu preciso me acalmar. Ninguém nunca despertou esse meu lado “ruim”, estou envergonhado por minha atitude mas não consigo me controlar. Vou mudar o rumo dessa conversa 

-Tem algum interesse fora do trabalho ? 

-Tenho interesses variados senhor Mellark - Ela poe ênfase ao pronunciar meu sobrenome -Muito variados 

 -Mas se trabalha tanto pra continuar empregando quarenta mil pessoas, o que faz para relaxar ? - pergunto na tentativa de entender a magnata em minha frente e a provocando ao mesmo tempo

 -Relaxar ?- ela sorri alto, não sei se foi pela minha petulância porém ela tem um sorriso extremamente lindo só pra constar, sinto algo diferente ao vê-lo, estranhamente me sinto mais calmo -Pra relaxar eu voo, velejo, sou uma mulher rica, tenho hobbies caros e apaixonantes

-Esbanjadora de dinheiro ? - falo em um tom brincalhão arqueando uma sobrancelha  

  -É meu mesmo, gasto com o melhor que a vida pode oferecer! - Ela não está colaborando em deixar tudo mais harmônico 

 -Você investe no setor manufatureiro. Porque ? 

 -Gosto de construir coisas, gosto de saber como elas funcionam. Construí-las, desconstruí-las tenho uma certa adoração por navios - ela parece uma criança que ganhou doce ao responder   

 -Olha só, parece que a dama de ferro tem seu coração em algo - comento abrindo um sorriso leve pra mostrar que estou levantando bandeira branca entre nós, ela me olha surpresa sei que ela entendeu minha intensão

 -É possível, embora muitas pessoas digam que eu não tenho coração - estranhamente sinto que isso é um aviso 

-Por que diriam isso ?

 -Porque me conhecem bem - ela abre um sorriso desafiador

-Você deve ter amigos que vão dizer o contrário ou até mesmo sua família - rebato 

-Não tenho muitos amigos, porém os mais próximos te dirão a mesma coisa que lhe disse a pouco, até mesmo minha família. Sou uma pessoa fechada, Esforço-me para ter privacidade 

-Então por que aceitou dar esta entrevista? 

-O Senhor Kavanagh soube ser bem teimoso com o meu pessoal de relações públicas, admiro pessoas assim - responde calma, ela deve estar decepcionada por não conhecê-lo pessoalmente

-A senhorita também investe em tecnologias agrícolas. Por que se interessa por essa área ? - pesco outra pergunta de cato   

 -Bom - ela dá de ombros como se fosse óbvio - Não podemos comer dinheiro não é mesmo? - engulo em seco com mais uma patada. Parece que ela gosta da tensão, parece que ela me quer irritado, ela quer me desafiar pra ver até onde posso ir, não vou entrar no jogo dela 

 -A senhorita tem uma filosofia ? - pergunto tentando me manter educado

 -"O homem que adquire a habilidade de tomar posse completa da própria mente, pode tomar posse de qualquer coisa que tenha direito" sou muito ambiciosa, gosto de ter tudo sobre controle literalmente - ha uma mensagem subliminar no ar       

-Então gosta de possuir coisas ? - Maniaca 

-Mereço possuí-las, gosto disso! -sinto que estou gostando dessa situação de impasse entre nós, estou confuso com tantos sentimentos. Raiva, admiração, medo, atração, curiosidade... 

 -A senhorita foi adotada. Até que ponto acha que isso moldou sua maneira de ser ? - Nossa isso é muito pessoal, deveria ter me controlado e pulado essa pergunta, Cato realmente não tem escrúpulos 

 -Não tenho como saber - murmura ela dando de ombros 

 -Quantos anos tinha quando foi adotada ? - pergunto por pura curiosidade 

 -Isso é assunto de domínio público, senhor Mellark 

-Mas não seria ruim você me responder - a desafio, ela ergue as sobrancelhas 

 -Um bom jornalista pesquisa sobre o entrevistado antes de encontrá-lo - ela me repreende de forma suave 

-Não sou jornalista, sou estudante de literatura...

 -Pessoas competentes fazem de forma excelente tudo o que lhe é oferecido 

 -Pra quem soube que teria que vir pra cá a cinco horas atrás estou fazendo um ótimo trabalho, eu lhe garanto! - Finalmente sinto que ganhei uma! Queria sorrir mas me contenho  

 -Fui adotada com quase cinco anos senhor Mellark- ela responde depois de engolir seco  

-A senhorita teve que sacrificar a vida familiar por causa do trabalho ? 

 -Eu tenho um irmão, uma irmã e pais amorosos. Não tenho interesse em expandir minha família além desse ponto! 

-A senhorita é lesbica ? - pergunto sério, ela ergue a sobrancelha, sim eu fiz isso de propósito, escolhi essa pergunta pra provocá-la me sinto mal por isso e feliz também, muito feliz 

 -Acho que essa pergunta é de interesse seu e não do jornal da faculdade- sinto irritação em sua voz

 -Não eu apenas estou perguntando o que o senhor Kavanagh me preparou - mostro a folha pra ela, que a pega da minha mão com brutalidade 

 -Não Peeta, eu não sou lesbica - sinto um tremor ao ouvi-la falar meu nome, eu gostei disso 

-Então foi o senhor Kavanagh que me preparou isso ? - pergunta lendo o conteúdo das folhas 

-Sim - respondo com certo receio 

 -Colegas de jornal ? 

 -Não, dividimos o apartamento - respondo sentindo que devo satisfação a ela 

-Você se ofereceu para fazer essa entrevista ? - ela parece realmente interessada.

-Não, o Cato esta realmente mal, fui praticamente convocado - minha vontade é de contar em detalhes que tive que pedir folga no trabalho pra vir, porém me controlo 

-Isso explica muita coisa - não sei se a resposta dela é algo positivo ou negativo, ouve-se uma batida na porta

 -Desculpa interromper senhorita Everdeen mas a próxima reunião é em dois minutos - o primeiro que me recebeu abre a porta

-Voce é o novo estagiário seu nome é ? - ela não da muita atenção a ele 

  -Daniel...

 -Daniel, cancela eu ainda não terminei aqui - ela responde seca aparentando não gostar de ser interrompida  

 O estagiário hesita, ele está boquiaberto. A magnata vira a cabeça devagar até o encarar, ela ergue as sobrancelhas assustando o pobre homem. Fico feliz de saber que não sou o único que ela assusta  

 -Ok, licença senhorita Everdeen - o cara sai 

  -Onde estávamos senhor Mellark?

 -Eu não quero atrapalhar...

-Quero saber sobre você. Acho justo considerando o fato que você acabou de perguntar sobre minha vida sexual- fico sem jeito 

 -Não tem muito o que saber- sou sincero 

 -Quais são seus planos para depois da formatura ?  

-Ainda não sei, apenas quero passar nas provas, eu deveria estar estudando aliás - tento alerta-la que preciso ir embora 

 -Temos um excelente programa de estágio aqui - responde ela me surpreendendo, serio que depois de tudo isso ela me oferece um emprego ? Eu fui tão petulante e mal educado. 

-Eu vou me lembrar disso, porém não creio que eu me encaixaria - murmuro rindo baixo

-Por que diz isso ? - ela se inclina sobre a mesa, ela é tão linda

 -Porque não sou moreno, alto e nem elegante - respondo puxando um pouco do tecido da minha moletom, ela ergue uma sobrancelha, acho que isso é mania dela 

-Gostaria que eu te levasse para conhecer a empresa ? - pergunta com expectativa 

  -Não, tenho certeza que a senhorita é muito ocupada e eu tenho duas horas de viagem pela frente - tento ser gentil 

  -Você vai voltar dirigindo pra Vancouver? - ela parece surpresa, tento não ficar ofendido 

 -Sim! Não tem meio mais rápido acessível ao meu bolso - digo sarcástico -Obrigado pela entrevista senhorita Everdeen- me levanto 

 -O prazer foi meu - diz ela educada, desligo o gravador e o guardo no bolso, ela me acompanha  - Quero garantir que o senhor não tenha problemas com a porta - um sorrisinho aparece em seu rosto, por instantes perco o foco 

 -Muita consideração a sua - saio sorrindo, que turbilhão de sentimentos 

  -Veio de casaco ? 

-Jaqueta - o estagiário logo entrega a Everdeen que a coloca sobre meu braço causando um leve toque entre nós, o secretário chama o elevador que não demora a chegar 

  Uma sensação de fogo energiza meu corpo, boa parte de mim quer ir embora mas outra quer ficar, são muitas confusões para apenas meia hora que estive com ela, entro no elevador olho para a magnata que está incrivelmente linda com os braços cruzados, foco a atenção nos seus olhos que parecem me chamar 

 -Peeta - ela se despede 

 -Katniss - respondo e antes que as portas se fechem consigo ver o sorriso que se formou no rosto dela ao me ouvir chamá-la pelo nome

 

 


Notas Finais


Está aqui o primeiro capitulo COMENTEM!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...