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História Casada com o inimigo - Você me protege o tempo todo.


Escrita por: Cobrelia

Notas do Autor


Espero que estejam gostando. Boa leitura.
Capítulo revisado√

Capítulo 14 - Você me protege o tempo todo.


A reunião ocorreu tão bem quanto poderia. Foram debatidos todos os pontos necessários, com o profissionalismo esperado. Voltei para a SIP para terminar meu trabalho, que, por sorte, não era muito. A única novidade é que terei uma consulta com a Dra. Greene esta semana, e o restante é sobre normalidade.

Vejo alguns projetos de escritores novos, mas, infelizmente, ou felizmente, não consigo me concentrar. Penso em Christian o tempo todo, no que fizemos no escritório dele. Balanço a cabeça para levar os pensamentos impuros para longe, voltando minha atenção ao que é produtivo.

Ao final do dia, meu BlackBerry vibra com uma mensagem, é do Christian!
*VOU FICAR NO ESCRITÓRIO ATÉ MAIS TARDE. TAYLOR BUSCARÁ VOCÊ*

Me sinto um tanto quanto triste ao ler. Tudo bem em esperar meu marido em casa, após uma tarde de adrenalina sexual.
*TUDO BEM*
*ATÉ MAIS, BABY*
*ADEUS, CHRISTIAN*
Arrumo meus papéis em cima da mesa e ponho o celular na bolsa. Irei trabalhar para aproveitar o tempo solo que terei quando chegar em casa.

Permaneço apenas dez minutos a mais em minha sala, antes que Taylor me envie uma mensagem, anunciando sua chegada. Após dispensar Hanna pelo excedente do dia, tenho o privilégio de poder voltar para casa. Como costumeiramente, Martty nos acompanha pelo caminho.

Chegando no Escala, sinto um enorme vazio. O local parece desértico, ainda mais carecido de Gail, que tirou a tarde de folga para resolver problemas pessoais. Eu, particularmente, lhe entendo, pois não me faltam dificuldades fora do trabalho.
Apenas Martty, Lough e Ryan estão no apartamento, contudo, a presença deles não me traz conforto, são almas indiferentes. Taylor voltou para a GEH, para acompanhar seu chefe. Dentre todos da segurança, Taylor é o mais agradável, na ausência de Christian.

Retiro meus saltos no Hall de entrada, e caminho com os Louboutins até a cozinha, para pegar algo para beber. Não percebi que estava tão cansada! Opto por uma garrafa de água gelada. Abro a garrafa, e me delicio no líquido refrescante. Dentro da geladeira, também há uma tigela com macarronada que Gail deixou para o nosso jantar. Talvez eu coma depois do banho.

Desloco-me até o quarto, e, ao abrir a porta, vejo um cômodo estranhamente escuro. Acendo a luz, que banha o quarto com claridade, e sou surpreendida por um visão arrepiante.

A Sra. Robinson...Elena, está sentada sobre a poltrona no extremo do quarto, exatamente onde Christian costuma me ver dormindo. Puta que pariu! Sinto todo sangue ser drenado do meu rosto. O que diabos ela está fazendo aqui? Como conseguiu entrar?
-"Ana, eu tomei a liberdade de esperar por você" murmura, tendo minha paralisia como reação. Ela leva à boca um copo com whisky, que tem sua garrafa originária ao lado dos pés de Elena.

Bourbon...um dos Whiskies da adega do Christian.
-"Elena" sussurro. Parece fictício que ela esteja aqui. Nunca, em mil anos, eu poderia esperar por esta mulher.
-"eu só quero conversar” anuncia. Ela sabe que está assustando o inferno fora de mim, e isso lhe diverte.

-”você invadiu…” começo, porém, ela me interrompe. Conversas são mútuas e premeditadas, se ela queria algo do tipo, não poderia entrar sem permissão.

-”nós duas sabemos que Christian não deixaria você sozinha...comigo"

Esta é a explicação do ano! Seu cinismo me irrita. Como ela poderia pensar em algo tão estúpido, como me surpreender aqui, em minha própria casa?

Deixo meu salto tocar o chão, tendo consciência de que ela observa cada um dos meus movimentos. Dou alguns passos à frente, para me aproximar dela, e sento-me na cama. Estamos próximas o suficiente.
-"como conseguiu entrar aqui?" Questiono a primeira frase coerente que penso.
-"eu soube que estaria sozinha hoje" Elena dá de ombros. Como ela poderia saber? Ninguém além do Christian, eu e os seguranças sabiam. A menos que ela ainda tenha acesso ao meu celular. Merda!
-"eu sou mais esperta do que pensa" ela diz, como se pudesse ler meus pensamentos.
-"se não for realmente importante o que você tem à dizer, faça-me o favor de ir embora" peço em tom firme. Estou apavorada! Não por medo, ou por premonição, mas, porque esta mulher me enoja, e tê-la aqui é fodido!
-"acalme-se, não sou a inimiga” ela deixa o seu copo, agora vazio, junto a garrafa no chão.

-”e não se preocupe, eu não tenho ressentimentos do drink que você jogou, educadamente, no meu rosto" Elena murmura, como se o Whisky lhe trouxesse esta lembrança. Foda-se ela e o seu ressentimento, eu não me importo, porra!
-"Elena, por favor. Saia da minha casa...das nossas vidas. Você não faz parte da vida do Christian, ele não tem mais nada à ver com você" digo baixo, quase sussurrante.
-"ele não tem mais nada à ver comigo? Esta é sua melhor piada?” Elena ironiza, franzindo a testa.

-”Eu e o Christian temos um passado juntos, uma história. Eu sempre soube da procedência de cada uma das suas submissas...inclusive você. Nós éramos confidentes, como pode dizer que eu não tenho nada à ver com ele?" Ela atira as palavras em mim, acompanhadas de um olhar assassino. Sua visita começa a fazer sentido, porque eu posso ver sua real intenção. Ela quer ter o Christian de volta, e me vê como um grande obstáculo. Elena me odeia por impedi-la de estar com Christian!

-”ele não se importa com esta parcela do passado, Elena. É indiferente...desprezível” esta simples frase surte um grande efeito nela. Elena tenta, miseravelmente, esconder seu desgosto.
-"você é uma interesseira. Todos sabem que você é diretora da SIP porque Christian quer que seja.” ela tenta me ofender, para que meu espírito chegue ao mesmo estado abalado que o seu.

-”como você irá garantir um futuro milionário? Tendo um filho, vadia?” Elena levanta-se, e se aproxima de mim, para me intimidar. Permaneço estática, firme em minha posição.

-”isto não é da sua maldita conta!” digo por entre dentes cerrados.

-”eu sei o prazer que o luxo lhe oferece” sussurra.

-”Não se faça de inocente, Anastasia, porque eu conheço o seu jogo golpista” ela aponta o dedo indicador para mim, na altura do meu nariz. Lanço minha mão direita em sua face, lhe dando um tapa estalado.

Esta vadia abandonou os limites ao me chamar de interesseira, e apontar seu dedo para mim. Levanto-me para ficar da sua altura, apesar de que ela está usando um finíssimo salto alto.

-”saia da minha casa por onde entrou” digo. Não preciso gritar para que ela me entenda bem. Ela impõe a mão sobre o local do tapa, incrédula com meu ato.

-”espero que esteja realizada” Elena murmura com desdém, antes de virar as costas para mim. Ouço o barulho do seu salto pisando no chão para fora do quarto, e, posteriormente, fora dele.

Não posso conter as lágrimas. Quando vencemos um problema, aparece outro duas vezes menos solúvel! Eu me sinto atropelada!

Escorrego de volta para a cama, em direção ao lado do Christian. Entro embaixo dos lençóis brancos, e me agarro no travesseiro dele, em posição fetal. Desejo com todas as forças que este travesseiro seja a personificação do meu marido. Se ele estivesse aqui, esta merda não teria acontecido! Espero que Lough, Martty ou Ryan possam pegar Elena, pois eu não tenho forças para sair da cama e lhes comunicar sobre ela.

Adormeço enrolada ao travesseiro do cinquenta, sentindo seu aroma requintado, que tranquiliza o meu âmago.

I had a dream I was dying
But I found nobody there
And if one last night is all that we've been given
Lets live it like we care
For one last night

(Eu tive um sonho que eu estava morrendo
Mas eu não encontrei ninguém lá
E se uma última noite é tudo o que nos foi dado
Vamos vivê-la como se nos importássemos
Por uma última noite)

Não...Não...Não. Eu não sei onde estou, é muito escuro e vazio. Estou me sentindo abandonada! Algumas batidas pulsantes me remetem à um coração...estou dentro do meu próprio coração! Merda! o que está acontecendo? Vejo flashes de luz, focando em duas pessoas. As pessoas trocam beijos e carícias, como um casal apaixonado. As pessoas são Christian e...Charlotte? Eles erguem as mãos, apreciando suas alianças idênticas. Tento gritar, mas, estou muito sozinha, triste, abandonada. Ele não pode me ouvir. Não! Droga, não! Eu não suporto ver ele com ela! Me esforço para fazer algo...gritar, correr, chamar. Não posso fazer mais que chorar e soluçar desesperadamente. Ao meu lado, noto a presença de Elena. Ela está sorrindo vitoriosa. Minha desgraça parece agradável como vinho em seus lábios. Um líquido desce pelas minhas pernas, vermelho como sangue vívido. Estou perdendo meu filho! Filho meu e do Christian! Merda, eu não quero isso. Por que ele não me escuta? Nosso bebê está morrendo! Eu preciso de ajuda…”
-"Ana, acorde. Por Deus, Anastasia!" Ouço Christian chamar-me. Ele parece surreal...eu o vi me deixando. Sua voz parece desesperada, como se fosse urgente.

Abro os olhos vagarosamente. Christian está propenso sobre mim, balançando meus ombros.
-"você me deixou" sussurro sonolenta.

-”Não, baby. Eu estou aqui” ele diz em tom suave, e me puxa para um abraço apertado.

-”eu estou aqui” repete. Christian me aperta em seu peitoral, afagando seu rosto em meu cabelo, e beijando.
-"oh, Christian" suspiro o abraçando, realmente apertando seu corpo. Sinto todo meu corpo relaxar, e um alívio me percorrer. Estou segura em seus braços. Sinto seu aroma de sabonete importado, corpo limpo...e Christian Grey. É um aroma marcante, que eleva minha alma à um êxtase.
-”me conte sobre seu sonho” ele pede, suave.

-”eu estava sozinha. Você estava com Charlotte, e havia me deixado grávida” oculto Elena dos meus pensamentos, pois a visita dela ainda é muito real.
-”baby, foi apenas um sonho ruim” Christian beija meu cabelo, para me certificar da falsidade do meu pesadelo. Ele está aqui...comigo.

-”Ana” ele chama, e então ergue meu queixo com o dedo indicador. Encaro seu olhar pacífico, em um rosto bem detalhado, banhado por pouca luz.

-”quem estava aqui?” questiona. Ele não quer me assustar, e, ao mesmo tempo, está assustado. Como ele sabe que alguém esteve aqui? Câmeras? O Bourbon no chão? Eu disse algo durante o sono?

-”hum...Elena” sussurro.

-”porra” ouço seu epitáfio sussurrado.
-"eu não quero que saia" digo em prontidão. Christian pode querer resolver esta merda agora, e eu não quero correr o risco de ter outro pesadelo.

-”Ana...amor” ele murmura, iniciando um sermão sutil. Nada do que ele diga será novidade. Elena esteve aqui, mas, não voltará hoje. Estamos protegidos, se esta for a questão. A falha na segurança pode ser resolvida amanhã, droga!

-”eu sei que a minha segurança é prioridade. Mas é aqui que eu me sinto protegida” admito, o abraçando mais apertado. Christian parece estar enfrentando um conflito interno, me encarando como se eu fosse seu maior enigma.

-”você me tem em seus pés” ele balbucia, como uma confissão.

●●●

“BOM DIA, SEATTLE. O DIA ESTÁ PROPÍCIO PARA FICAR EM CASA, COM APENAS TREZE GRAUS, PARCIALMENTE NUBLADO. O TRÂNSITO NA NORTHWEST É SUAVE, COM POUCA MOVIMENTAÇÃO…”

Acordo ouvindo o rádio matinal. Ainda é muito cedo, pouco mais de cinco da manhã. Meu corpo está dolorido, de uma péssima maneira! Estou deitada de bruços ao lado do Christian, por baixo dos lençóis, com a perna esquerda sobre ele. Tento me levantar sem movimentos bruscos, contudo, falho. Ao erguer a perna, Christian desperta. Seu olhar cinza tenta buscar meus olhos quando acordado.

-”já é dia?” ele pergunta rouco, olhando ao redor do quarto, que tem todas as cortinas ‘Blackout’ fechadas.

-”sim” afirmo. Levo a mão até seu rosto, e acaricio a barba por fazer. Eu poderia dizer que ele precisa fazer a barba, mas eu gosto da fricção que causa, em momentos específicos.
-"você é muito linda" Christian diz, observando descaradamente cada traço do meu rosto. Eu coro.
-"A prova disso são os filhos da puta procurando sua calcinha" ele expressa sem algum pudor. Explodo um uma gargalhada. O que ele quer dizer com “procurar minha calcinha?”
-"mas você a tem"  pisco os cílios diversas vezes, flertando. Eu deveria estar envergonhada em dizer isto. Cristo, o que me tornei?

-”Sra. Grey, eu aposto que sim” Christian diz. É um bastardo presunçoso. O meu gostoso e lindo bastardo. Ele deixa um beijo casto em meus lábios, e deita sua cabeça no meu peito. Ele está me chamando para a nossa bolha particular...para entrar em um momento apenas nosso. São estes momentos que me trazem a certeza do nosso amor, e a superação para cada obstáculo.
-”sobre Elena...o que ela disse?” ele pede. Foda-se a bolha, não é mesmo? O que uma mulher precisa fazer para afundar um maldito assunto no esquecimento?
-"o que todos pensam" respondo simples.

-”eu conheço você, Ana. Sei sobre seus valores, e a opinião de todos é irrelevante” Christian murmura com naturalidade. Esta é notícia velha para ele.
-"e o que você pensa?" Eu não consigo ignorar os comentários maldosos, que me acusam de estar com Christian por interesse!
-"você me ama, e eu amo você. Se isto não é aceitável para os outros, eles farão bem em ir se foder" Christian diz, expelindo irritação mal contida. Por que não posso pensar como ele? Eu sequer posso me colocar em seu lugar!
-”o que você me deu o dinheiro não pode comprar” ele sussurra. Eu lhe apresentei o amor, e ele fez o mesmo por mim, e com sua adição, o dinheiro. Estamos sempre em impasse.
-"você não faz ideia do quanto eu o amo, Christian" digo, e, de imediato, ele me encara. Beijo seus lábios suavemente, sem intenções carnais, apenas para enaltecer o amor que sinto.

-”eu tenho um sermão para aplicar aos meus funcionários ainda pela manhã, Sra. Grey. Não atrase um homem” Christian adverte.

-”não tive a intenção, senhor” finjo inocência. Christian me beija novamente, e então levanta-se. Ele está completamente nu, saindo da cama lentamente.

-”quando voltar do trabalho, preciso que diga à segurança o que ouviu de Elena. Tudo é relevante…” ele continua orientando-me, porém, eu me perco na visão que tenho. Seu corpo forte, musculoso, claramente cobiçado...confesso que não vejo, ou ouço, nada que exceda este homem.

-”hum” murmuro algo léxico quando Christian termina de falar, para parecer atenciosa.

-”você não deu a mínima para o que eu disse” ele consta.

-”Elena...trabalho...segurança....você sem roupa. Perdi algo?” capturo os pontos mais importantes da sua fala.

-”pensei que esta não fosse sua intenção” Christian ergue as sobrancelhas, cruzando os braços na altura do peito. Ele está acompanhado de um bom humor. Qual seria a minha intenção? Sexo não iria atrapalhar o trabalho do homem.

-”agora, é” cravo os dentes no meu lábio inferior, propositadamente, sabendo o isto faz com ele. Seu membro toma prontidão, como um soldado meio acordado. A nudez do meu marido diz muito sobre sua sensibilidade.
-”a expectativa aumentada a satisfação” ele diz, antes de virar-se, e partir para o banheiro. Caralho! Qual o seu direito de me deixar quente e sair? Nós não teremos um momento até às sete. Por que não fazer algo agora, enquanto temos tempo, nas primeiras horas do dia?

Now if we’re talking body
You got a perfect one
So put it on me
Swear it won’t take you long
If you love me right
We fuck for life
(Agora, se estamos falando de corpo
Você tem um perfeito
Então coloque-o em mim
Juro que não vai levar muito tempo
Se você me amar direito
Nós fodemos a vida toda)

Por volta de quarenta minutos depois, eu estou pronta para o trabalho. Calço um Jimmy Choo Romy rosado, modelo scarpin. Visto um vestido de cetim branco, tecido leve e frente de botões, que tem a medida de dois palmos na coxa. Amarro o cabelo em um rabo de cavalo, o mais prático possível.

Quando saio do quarto, Christian não está no mesmo. Ele esteve pronto rapidamente, e levou o Bourbon para fora também. Saio do cômodo em direção a cozinha. Estou faminta! Confiro meu BlackBerry sobre a penteadeira, com apenas uma mensagem, e chamada perdida de Hanna.

*A PROVA DOS VESTIDOS DE MADRINHA SERÁ HOJE, ÀS TRÊS DA TARDE. O ENDEREÇO KATE CONFIRMARÁ ANTES DO ALMOÇO*

Certo, eu posso trabalhar pesado durante a manhã, para ter toda a tarde livre. Quero poder ajustar meu vestido sem preocupações, e voltar para casa direto da alfaiataria.
*TUDO BEM*

Sento-me na bancada da cozinha. Gail ainda não resolveu sua pendência, portanto, ainda está fora. O café-da-manhã é algo pedido de ‘Starbucks’. Dois cappuccinos, chá de pêssego gelado, e ‘brownies’ achocolatados.

Bebo todo o chá, em seus trezentos mililitros. Como alguns pedaços de brownies, apenas para dizer “sim” quando Christian perguntar-me se eu tenho algo em meu estômago.

Estou animada para experimentar o vestido de madrinha, porque me lembro do meu casamento. Foi, com certeza, o dia mais feliz da minha vida. A cerimônia não me cativa, e sim o fato de que estávamos assumindo um ao outro.

Termino de me alimentar, e volto para o quarto. Preciso escovar os dentes e pegar minha bolsa. Também quero estar com o cabelo impecável, pois a alfaiataria que Kate escolheu não deve ser comum. Será algo requintado, local ideal para Anastasia Grey ser a mulher midiática.

Olhando o espelho do banheiro, noto que meu cabelo não precisa de muita atenção. Ele está bonito hoje, com brilho, definição e volume.

Aplico o creme dental na pasta, e começo a escovação. Enquanto limpo os dentes, Christian surge no banheiro. Ele está em um belo terno azul marinho, com gravata cinza, aquela gravata cinza!
-”oi” Christian saúda.

-”oi” respondo com a escova entre os dentes. Seria esta a definição de intimidade para ele?

Lavo a boca com água, e, logo após, faço enxágue com antisséptico.

-”problema resolvido?” pergunto, me referindo à Sra. Vadia Robinson. Ele encosta-se no batente da porta, para aproveitar mais intensamente a visão que eu lhe ofereço.
-”quase” responde indiferente. Ter um cinquenta aberto para diálogos é uma árdua tarefa!
-"vai ficar tudo bem" afirmo.
-”eu não suportaria que qualquer coisa acontecesse com você"
-"Christian, você me protege o tempo todo" digo Ele permanece em silêncio, seu rosto não expressa alguma emoção. Tento buscar algo em seus olhos, pelo reflexo do espelho. Ele pensa que falhou em me proteger? Eu quero mostrar ao meu marido a segurança que ele me traz. Viro-me para o encarar, olhar diretamente para ele.
-"não vai acontecer nada comigo, você não vai deixar que aconteça" murmuro. Não é uma responsabilidade, é apenas a forma dele dizer que me ama.
-"eu não vou deixar que aconteça" Christian repete. É um equação simples. Eu aceito ser protegida, se isto o fizer mais seguro de si.

Ele caminha até mim, fechando nossa curta distância. Respiro fundo para acomodar o fôlego. Seus olhos ganham uma tonalidade forte, hipnotizante. Christian segura minha cintura, sutil e forte, puxando para si. Antes que o meu corpo possa encontrar o seu, ele me redireciona para a parede da porta, de modo que eu fique imprensada. Sua mão direita prende a cintura, ao mesmo tempo que a esquerda percorre meu corpo, desde a barra do vestido, até os seios. Agarro seu cabelo e o puxo para mim. Emolduro seus lábios, o chamando para um beijo primitivo. Estamos próximos, quentes e excitados. Sinto seu membro roçar o tecido da calça, animado para ultrapassar todas as peças de roupa.
Nosso beijo se aprofunda, tornando-se mais carnal e sexy. Ele abre o próprio paletó, para se livrar do calor eminente, suponho, e o lança sobre o mármore da pia.

-”minha roupa” sussurro, fazendo com que um sorriso malicioso cresça em seus lábios. Christian desliza as mãos pelas laterais das minhas pernas, subindo o cetim. Ele engancha os dedos na minha calcinha, e puxa a mesma para cair em meus Jimmy Choo. É a nossa forma de nos conectar.
-"saia" comanda ele e eu retiro as pernas, uma por uma, da peça. Não temos tempo a perder. Christian agarra meu braço, e faz com que eu me vire face a face para a parede. Suspiro surpresa, beirando um gemido. Ele coloca um pé entre meus saltos, e os separa, consequentemente, separando minhas pernas.

Espalmo as mãos nos ladrilhos gélidos, ouvindo a sinfonia do cinto sendo aberto, seguido pela braguilha. Christian enrola meu rabo de cavalo em seu pulso, e puxa, delicadamente. Inclino a cabeça, expondo minha garganta.

Ele se posiciona atrás de mim, e enterra seu membro em meu sexo, como se não houvesse amanhã.
-”ah” grito. Christian desfere um tapa em meu traseiro, tanto para me repreender, como motivar. Ele sai de dentro de mim, deixando um vazio temporário, e volta a se afundar. Cravo as unhas na parede, com se fosse sua pele.

Fecho os olhos, sentindo apenas seu membro deslizar, tomando ritmo. Christian segura meu cabelo forte em seu pulso, e começa a beijar toda a extensão do meu pescoço. Um arrepio frenético me percorre, tão intenso quanto suas estocadas.

-”Porra!” ele geme. A cada vez que ele se afunda no meu corpo, eu gemo mais alto. É profundo ao ponto de doer, porém, uma dor agradável e prazerosa. Minha deusa interior senta-se em um piano, vestindo apenas calcinha vermelha.

Tento administrar as reações do meu corpo, que obedece mais as ministrações do cinquenta do que a mim. Christian deixa meu cabelo, e agarra minha cintura com ambas as mãos. Ele está me fodendo rápido...entrando e saindo como um furacão devastador.

-”ah...Christian!” gemo seu nome como se ele fosse um deus, o deus do sexo. Mordo meu lábio para não gritar de prazer, e despertar a curiosidade e constrangimento da casa toda.
Me perco em cada penetração, profunda e brutal. Posso sentir as polegada dele no meu corpo, por um breve momento, somos um só. Ele realmente me fode...com amor, vontade, desejo.

Eu me sinto como em um paraíso. Os movimentos animalescos...dentro e fora, a sensação de estar encurralada, suas mãos me tocando.

(Foder contra a parede
Ou dentro de uma mercedes-benz
Baby, vem comigo e vamos além
O que eu te prometo
Eu não prometo a mais ninguém).

Tenho a sensação de ardência em meu ventre, como se eu fosse explodir. Estou muito perto.

-”venha comigo, baby. Goza p’ra mim” Christian comanda, e eu deixo levar. Chego ao meu clímax como ondas internas, gemendo loucamente. Ele também encontra sua liberação, e me preenche, alcançando seu ápice.

Cristo! Eu amo que meu dia comece tão bem. Inclino a cabeça, e encosto a testa nos ladrilhos. Preciso de algum momento sano agora.

-”Meu Deus” sorrio para mim mesma, completamente satisfeita. Porra, isto é foder com Christian Grey. Isto é sobre estar com o homem que eu amo.

-”e eu não sou o melhor” Christian ironiza, sorrindo também. Ele está satisfeito consigo mesmo.

-”duvido” murmuro.

-”eu me esforço, Sra. Grey”

●●●

Saio da SIP uma hora após o almoço. Enquanto almoçava, recebi um email de Kate confirmando a alfaiataria. Northwest Tailor, que fica a dez minutos da SIP, é uma loja no centro de Seattle, e ela está lá. Martty abre a porta traseira para mim, e eu entro. Decidi que iria ligar para o Christian quando estivesse a caminho, e o farei agora. Eu disse que iria voltar mais cedo para casa, e, por isso, o SUV está com Lough, para o conduzir.

Busco o nome do meu marido na lista telefônica, e teclo em “chamar” quando encontro.

-”baby” ele saúda quando atende, no segundo toque.

-”oi, Christian” murmuro. Espero que a manhã de hoje o tenha feito bem humorado para ser informado sobre minha mudança de planos.

-”algum problema?” ele questiona.

-”não. Eu liguei porque...bem, Kate quer que eu prove o vestido de madrinha. E eu estou indo para a alfaiataria. Como o SUV está com Lough, pensei que não haveria problema” murmuro em um único fôlego.

-”eu detesto imprevistos” Christian responde. Ele não parece fodendo de ódio, o que é uma evolução para sua bipolaridade.

-”pensei que Lough fosse lhe dizer. Ele é um cão fiel” brinco. Só então percebo que Lough pode me ouvir. Merda! Nós trocamos olhares pelo espelho retrovisor, e eu coro profundamente. Martty deixa um sorriso abafado escapar.

-”ele deve ter avisado ao Taylor” murmura. Então, Christian e Taylor não estão juntos? Eu posso perguntar depois, caso me lembre. A questão não é esta.

-”Você poderia ter me dito pela manhã” ele diz, acusatório. Estávamos fodendo pela manhã, em que momento ele esperava que eu dissesse? Eu ainda me atrasei em trinta minutos para o trabalho, não houve espaço para uma conversa.

-”Christian, é apenas uma prova de vestido” simplifico exasperada.

-”quem quer que seja pode ir até o Escala para tirar suas medidas” ele esbraveja. Santo Deus! Eu estou a caminho do alfaiate, ele não entende?

-”eu estou indo até ‘quem quer que seja’ neste momento” tento manter o tom medido, assim como ele.

-”bom. Eu irei buscar você em quarenta minutos” Christian comunica. Não é como se ele estivesse abordando uma questão, ou me perguntando se estarei pronta em quarenta fodidos minutos, é sua decisão! Eu não consigo acompanhar este homem mercurial!

-”eu posso não ter terminado” aviso.

-”então, ‘quem quer que seja’ deverá ser rápido” Ele murmura mais suave do que anteriormente. Eu tive uma manhã muito agradável para estragar meu humor agora, e o seu também.
-”certo. Nos vemos em breve” digo.

-”até mais” Christian se despede, e desliga.

Tudo bem. Vou lidar com o tsunami Grey depois de aguentar o furacão Kavanaugh. Lough faz uma curva à direita, e estaciona em frente a Northwest Tailor. É uma loja de dois andares, com espelhos fumê, e colunas de pedra rústica.

-”informe o endereço ao meu marido” peço aos seguranças.

-”certamente, Sra. Grey” Martty responde, logo após, ele desce do carro para abrir minha porta. Busco o óculos escuros dentro da minha bolsa, e o coloco no rosto.Não gosto dessas coisas, mas, vou fazer esta merda pelo casamento de Kate.

Desço do carro, e caminho rapidamente para dentro da loja. Eu já me atrasei muito, e terei pouco tempo com o alfaiate, menos de quarenta minutos! Talvez seja um tempo de péssima qualidade se for um homem.

Entro na loja, e sou recebida pela brisa fria do climatizador. O ambiente está vazio, exceto por alguns manequins vestidos com farrapos, ou esboços de roupas. Eu realmente não entendo sobre.

-”olá” digo. Por um minuto, penso estar no lugar errado.

-”Ana” ouço a inconfundível voz de Mia, da parte de cima da alfaiataria. Ela desce as escadas, praticamente correndo em seus vinte centímetros de salto alto, segurando a barra do vestido. Porra, Mia é uma mulher hábil, caso contrário, ela cairia no primeiro passo.

-”Mia” saúdo. Ela alcança o último degrau, e anda até mim.

-”Simplicidade e sofisticação, Anastasia Grey” Mia murmura em admiração, me analisando. Nos abraçamos brevemente, porque ela tem alguns grampos presos ao vestido.

-”você está atrasada” ela ergue uma sobrancelha.

-”eu sei. E não tenho desculpa para lhe dar” faço beicinho, e Mia solta uma gargalhada.

-”vamos subir. Kate está em seu milésimo vestido” ela revira os olhos. Esta é uma situação irônica, pois, no casamento de Mia, mil vestidos para experimentar serão pouco.

-”imagino que sim” digo. Nós subimos as escadas, e Martty permanece no andar de baixo. Ele deve estar nos dando um momento feminino.

No andar de cima, que funciona como um ateliê privado, estão mais três madrinhas. Todas vestem uma peça igual a Mia. É um longo vestido azul, com fenda entre os seios, sem mangas. Há uma fita grossa, também azul, para marcar a silhueta.

-”Meninas” Mia chama a atenção das mulheres, que estão em pé, conversando intimamente, todas com suas taças, bebendo algum champanhe.

-”esta é minha cunhada, Anastasia Grey” ela me apresenta. As mulheres me analisam como críticas prontas para explodir em opiniões. Elas parecem jovens, em seus vinte e cinco anos, duas loiras e uma morena.

-”Maria, Liz e Gwendolyn” Mia aponta para elas, respectivamente, loira, loira, morena.

-”olá” aceno com a ponta dos dedos.

-”olá” elas dizem em uníssono.

-”Meu Deus!” Mia grita ao meu lado, chamando a atenção de todas nós. Porra! O que aconteceu? Ela não pode ter uma reação sutil?

-”É uma Prada?” ela aponta para a bolsa que eu carrego. Apenas afirmo com a cabeça. É apenas couro em formato retangular, e não carrega mais que meus óculos e celular.

-”Deixe-me adivinhar...uma peça esquecida do seu closet?” ela revira os olhos, me fazendo sorrir.

-”bolsas não são o foco de Anastasia, Mia” Kate murmura atrás de nós. Eu me viro para vê-la.

Puta merda! Kate está linda! Seu vestido é justo até a cintura, com uma incrível saia volumosa. As pedras que adornam o espartilho alcançam a cintura, somente, e não ultrapassam a saia.

-”você está linda” sou a primeira a admirar. Além de todo ‘glamour’, o vestido não tem alças. Os seios de Kate estão lindos, de alguma forma, emoldurados pelas taças do bojo.

-”Ana...” ela caminha para mim de braços estendidos. Confiro seu vestido, para não ser surpreendida por nenhum grampo, ou agulha.

-”senti sua falta” Kate diz enquanto me mantém em seu abraço de urso.

-”eu também” murmuro.

-”agora vista seu vestido e mostre quem é a madrinha mais linda do mundo” ela ordena, erguendo o nariz.

-”hey!” Mia protesta.

-”tudo bem, Mia. Eu posso ser a segunda” viro-me para ela, e pisco de um olho.

-”seria realmente nobre” Mia segura os dois lados do vestido, e se inclina para frente, agradecendo como uma duquesa da antiguidade.

-”seu vestido está no provador dois” Kate anuncia. Antes de entrar no provador indicado, olho de relance para as mulheres. Elas ainda estão me avaliando, e não parecem estar muito satisfeitas. Penso que elas realmente não gostam da minha presença.

I be in and out them banks so much, I know they're tired of me. Honestly, don't give a fuck 'bout who ain't fond of me

(Eu vou tanto aos bancos que sei que eles estão cansados ​​de mim. Honestamente, tô pouco me fodendo para quem não gosta de mim)

Saio do provador, agora vestida com o uniforme de casamento. As seis mulheres, incluindo uma senhora em seus cinquenta anos, tornam as atenções para mim. Ela deve ser a alfaiate.

-”caralho!” Mia murmura. Este é mesmo um bom sinal?

A senhora, que me remete a um personagem de desenho por ser de baixa estátua, vem em minha direção. Ela usa óculos de grau meia lua, e fita métrica pendurada nos ombros.

-”bem…” a senhora se ajoelha aos meus pés, e pega a barra do vestido. Ela pega seu tablet, e digita, faz notas, enquanto analisa o cumprimento da barra.

-”precisamos deixar isso menor” ela retira um grampo do bolso de seu casaco, e prende ao meu vestido.

-”talvez esta fenda pudesse ser maior, Vera” Mia comenta. Ela leva a mão até meu decote, e o abre mais.

-”Veja, Ana tem belos seios” murmura. Eu analiso o vão, agora maior, no vale dos meus seios. Não está mal, tampouco vulgar. O vestido tem seu lado clássico.

-”certo” a senhora, Vera, ergue-se em seus calcanhares, e habilmente prende diversos grampos no tecido, de maneira que o decote permaneça maior, como Mia indicou. Ela escreve outra nota em seu tablet.
-”perfeito” Kate diz, batendo palmas pausadas e lentas.

Encaro meu reflexo no espelho. Depois de estar totalmente pronto, este tecido pode ser algo bonito em mim, afinal.

-”linda, não?” Mia direciona-se para as três mulheres. As loiras concordam com um aceno de cabeça, e a morena dá de ombros. Balanço a cabeça para afastar as más vibrações que elas me trazem.

-”são quantas horas?” pergunto.

-”duas e oito” Vera olha em seu relógio de pulso. É um relógio personalizado, combinando com seu vestido creme. Ela é uma senhora com muito estilo.

-”tem algum compromisso, Ana?” Kate questiona. Ela me perguntou se poderíamos tomar café juntas, após provar as roupas. Eu disse que iríamos, porém, precisava falar com Christian.

-”não...sim” digo. Droga! Ela vai pensar que ele não me deixou ir.

-”entendo” Kate ergue ambas as sobrancelhas. Terei um tempo antes de enfrentar seu sermão, ou meteoro de perguntas. Por hora, é uma fera domada.

-”posso me trocar?” indago. Eu saí da SIP por volta de 13:30, então cinquenta chegará aqui a qualquer segundo, caso cumpra os quarenta minutos.

-”claro” Vera responde.

Entro no provador, e retiro o vestido. Demoro um pouco mais do que o habitual, por causa dos grampos, que devem ser mantidos no lugar. Quando saio, vestida com minha roupa d’antes, vestido, salto e óculos no ‘V’ do vestido, Vera pega o vestido de madrinha em minhas mãos, e o coloca dentro de uma caixa, intitulada “Ana”.

-”ela fará um ótimo trabalho” Kate comenta, referindo-se ao trabalho de Vera. O importante é que Kate esteja se sentindo linda, pois o casamento é seu.

-”eu sei que sim” afirmo.

Repentinamente, todos os olhos se voltam para a direção da escada. As madrinhas, que outrora pareceram não gostar de mim, estão ganhando cor em suas bochechas, e uma respiração difícil. Boquiabertas.

Efeito Christian Grey. Instantâneo e infalível contra as mulheres.

Direciono meu olhar para o mesmo local que elas, e encontro um Christian invejável, sem o paletó e gravata, apenas camisa branca. Ele está me olhando, e talvez esteja fazendo isto desde que chegou.

-”Christian” Mia caminha para cumprimentar o irmão. Eles se cumprimentam com beijos, pois Vera adicionou mais alguns grampos ao vestido de Mia, e ela não pode abraçar.

Será que ele ainda está bravo pela conversa que tivemos ao telefone? O “eu irei te buscar em quarenta minutos” pareceu “eu irei para corrigir você”.

Assim que saúda Mia, Christian caminha para me alcançar. Este homem é sexy como o inferno! Mesmo fazendo algo simples, ele consegue cativar todas as mulheres do ambiente!

-”Anastasia” murmura impassível. Eu não posso identificar suas emoções...paz? Ódio?

-”Christian” sussurro. Sinto como se nós fossemos o centro do universo agora. Ele toca meu queixo, e se inclina para um beijo. Christian agarra minha cintura, e cabe apenas a mim coordenar este beijo. Nós iremos parar em algum lugar, se não for aqui, será no vestiário, porém, não para provar roupas! Me afasto dele, e sorrio.

Umas das loiras, Maria, eu acho, se aproxima de nós. Ela sorri tão amplamente quanto pode, exibindo seus lábios cobertos por vermelho carmesim.

-”Sr. Grey, eu sou Maria. Gostaria de um pouco de champanhe?” ela oferece a bebida, com a nítida intenção de estar se oferecendo.
-”não, obrigada” eu respondo, antes que Christian possa o fazer. Longe de mim fazer um concurso para disputar o que é meu. Estou apenas incentivando Maria a deixar de cobiçar meu marido.

Assim que a loira se afasta, com a mais amarga das expressões, Christian sussurra:

-”ciúmes, Sra. Grey?”

-”podemos ir, amor?” pergunto, para evitar responder sua questão anterior. O adjetivo gratuito é uma forma das mulheres saberem quem é a Sra. Grey, a esposa e companheira deste homem. Em termos leigos, elas precisam saber quem fode com ele.
-”claro...amor” Christian responde. Ele sabe o que estou fazendo, e o seu jogo é o mesmo.

Caminhamos de mãos dadas para fora do ateliê. Kate não escondeu sua decepção em adiar nosso café, mas eu posso me preocupar com isso depois.

-”vamos para casa?” questiono. Seria tão primitivo estipular um tempo para mim, vir me buscar, e arrastar para casa.

-”não” ele responde. Olhando ao redor da parte de baixo da loja, noto que Martty não está mais no local. Ele foi embora depois que Christian chegou? Ou antes disto?

Do lado de fora da Northwest Tailor, não consigo avistar nenhum carro conhecido. Nem mesmo o R8. Dirijo um olhar inquisitorial ao Christian. Faremos uma caminhada, ou algo do tipo?

-”onde está o Audi?” a marca do carro abrange ao esportivo, e o SUV.

-”Sem Audi hoje” Christian retira uma chave do bolso de sua calça. Olho para todos os carros da rua, são todos populares, exceto por um…

Ele aperta a chave, e o carro que eu chamei de exceção destrava. Puta que pariu! É um Lamborghini preto. Por que diabos ele compraria este carro? Não é como se ele não pudesse, é como se não precisasse.

-”Christi...” digo incapaz de completar a frase. Este carro é incrivelmente lindo, chega a parecer surreal, como um carro de exposição, que não tem sequer motor.

-”mais um brinquedo caro?” pergunto. Estou encantada pelo carro, exasperada pelo proprietário, confusa por mim.

-”eu estive em uma concessionária a trabalho hoje. E despertei interesse neste carro” ele responde, simples, como se estivéssemos falando da compra de um sapato.

-”por que é um carro seguro?” esta é sua maior preocupação, a segurança.

-”não” Christian sorri.

-”eu comprei porque quero foder você dentro dele” engasgo ao ouvir suas palavras. Qualquer das suas ações acabam de se tornar eufemismo perto disso. É inconcebível, esbanjador, incabível! O que mais eu tenho para pensar?

-”Faça as horas, Sra. Grey” Christian abre a porta do passageiro para mim. Não tenho pressa! Eu quero falar sobre esta atitude imatura. Tudo bem com o sexo, nós fazemos sempre, contudo, o carro é inaceitável.

-”você é louco?” murmuro. Ele pode gastar o dinheiro que tem, mas não comigo...não dessa forma, porra!

-”Anastasia, você pode entrar no carro sem reclamações, ou o propósito dele será cumprido antes do planejado” Christian diz calmamente.

Entro no carro decidida a não falar mais, por hora. Eu posso pensar que o carro é dele, e não tenho parcela com isto.

Deus! Eu sou casada com um maníaco!

Ele entra no carro, do outro lado. Quando Christian dá partida, o motor ruge monstruosamente em resposta. Ele arranca pela I-5, no sentido oposto à SIP, ou ao Escala. Assim como o exterior, a parte interna do carro é sublime. Os bancos em couro preto, acabamentos metálicos. Até o aroma é requintado. O carro, em si, não me ofende. Mas, o fato de que o Christian tem muito dinheiro, e pode comprar estas coisas, faz eu me sentir inferior. Este carro custou o que ele gastaria comprando três ou quatro ternos.

”eu não quero que se sinta mal” ele descansa a mão na minha coxa.

-”eu não estou. É um belo carro” digo. Christian morde o lábio para evitar uma respiração que talvez me pareça brusca. Ele está me poupando.
-"porque você pode morder seu lábio, e eu não?" Questiono, para mudar de assunto. Não quero uma atmosfera pesada, e farei o necessário para permanecer bem com cinquenta.
-"porque isso não a faz louca de excitação" responde com naturalidade.

-”isto você quem diz” pego meus óculos escuros preso ao vestido, e coloco. Essa não era a resposta que ele esperava, posso ver pelo seu sorriso vencido. Christian sai da I-5, e entra em um caminho desértico, com pinheiros em ambos os lados da estrada. É um belo lugar!

-”você gosta?” ele pergunta. Logo eu me lembro da idéia de ser fodida dentro deste carro.

-”de ser fodida?” Não meço as palavras antes de dizer, fazendo meu marido gargalhar. Apesar de ser às minhas custas, é um belo som.

-”do carro” ele esclarece, ainda claramente divertido. Seu humor varia de um extremo ao outro, em segundos.

-”oh...também” murmuro. Agora o clima está suave, pois eu o fiz gargalhar. Pretendo chegar ao fim do dia na mesma áurea.

Christian para o carro, na lateral direita da estrada. É isto o que eu chamo de “nada”, o que estamos fazendo aqui?

-”chegamos” ele anuncia. Olhando ao redor, vejo apenas pinheiros altos, e, a minha direita, um caminho de pedras brancas, que não tem espaço suficiente para o carro passar.

-”aonde?” brinco.

-”quero te mostrar algo” Christian aperta a mão que já estava sobre minha coxa.

-”dentro do carro?” murmuro lasciva, pondo minha mão em cima da sua. Quase que instantaneamente, os olhos de Christian escurecem, é o meu sinal positivo.

-”estou horrorizado, Sra. Grey” ele finge espanto.

-”lamento interferir sua santidade” ergo uma sobrancelha, irônica. O objetivo do carro é ser abrigo para uma foda, o que eu pensaria?

-”bingo” Christian sussurra.

Ele sai do carro, sem mais palavras. Bem, não faremos algo dentro dele, talvez em cima...Santo Cristo! Eu preciso esvaziar a mente de pensamentos sórdidos!

Deixo minha bolsa sobre o banco, assim como os óculos. Nada disto será necessário aqui.

Christian abre a porta para mim, e estende a mão, que eu aceito. Saindo do carro, eu me inclino para frente, e lhe dou um beijo, o que, visivelmente, o surpreende. Ele me guia pelo caminho de pedras brancas, muito bem organizadas para um local solitário como este.

-”estou ansiosa” admito. Em tese, ele comprou um carro para me trazer aqui, então, sim, estou ansiosa.

-”tudo em seu tempo, baby”
Caminhamos até uma espécie de terraço, como os locais feitos em palácios europeus, para o chá matinal. Subimos os quatro degraus da escada, que, acompanhando as pedras, é branca. O terraço tem quatro pilares, um em cada extremo. O teto é rosado, como as primeiras flores da primavera, após um inverno grotesco.

Minha curiosidade aumenta em milhares de níveis, estou a ponto de correr para explorar este paraíso secreto.
Chegamos ao final dos degraus, e eu me deparo com lençóis brancos no chão, em ordem romantizada. Os lençóis estão cobertos por pétalas vermelhas de rosa. Ao lado, há uma cesta incrivelmente grande para piquenique.  

-”aqui” Christian cobre meus olhos com as mãos, e me leva para além dos lençóis. Fecho os olhos, para não correr o risco de estragar sua surpresa. Estou extasiada com o que vi até agora! Andamos poucos passos adiante, e então ele suspira atrás de mim.

-”pronta?” pergunta. Aceno em concordância. Christian retira as mãos do meu rosto, e eu posso contemplar o verdadeiro paraíso. Eu tenho um roseiral aos meus pés! Milhares de rosas vermelhas organizadas em fileiras, plantadas em perfeita ordem! Puta merda, isso é mais que romântico!

O aroma é celestial! Eu descreveria como um mar de flores. As pessoas convencionais ganham flores, e eu tenho um roseiral aos meus pés! A terra não é visível, pois as pétalas que o vento arrancou das flores, caíram e fizeram um manto sobre o chão, como sangue floral cobrindo tudo o que se vê.
-"Christian!" digo em êxtase. Ainda é início de tarde, porém, o sol está coberto por nuvens, e o clima é fechado.
O aroma é tão adorável quanto a visão, o vento traz as minhas narinas o cheiro das flores. Me perco no momento, estar aqui com Christian é maravilhoso. Eu não quero estar em nenhum outro lugar no mundo!

-”eu não sei como reagir. É muito...É apenas demais para mim” murmuro. O que o faz pensar que eu mereço isso tudo?

-”é o que eu entendo por corações e flores” ele dá de ombros. Meu sorriso é incontrolável...como uma criança que pediu um presente, e ganhou algo muito além do que sonhou.

-”baby” murmuro em admiração.  Me lanço aos braços dele, e beijo apaixonadamente seus lábios. Christian retribui meu beijo como se não houvesse outra chance, como se estivesse faminto por um sabor que só existe em meus lábios.

-”fiquei pensando no seu gosto a porra do dia todo” ele rosna. Christian passa os dedos pelos meus seios, cobertos pelo cetim. Ele prende o primeiro botão entre os dedos, e o abre, sucessivamente, abre outros três.

Christian segura minha cintura, e ergue meu corpo. Eu abraço seu torso com pernas, e ele nos encaminha para os lençóis, que não foram colocados aqui para fodermos em pé! Christian se ajoelha sobre o lençol, de maneira que eu estou sentada em seu colo.

Ele empurra a taça do meu sutiã para baixo, e meus seios saltam para fora. Meus mamilos estão expostos, e prontamente endurecidos com a mudança de temperatura. Conforme sua língua circula meu mamilo, e o captura para dentro da boca, minhas mãos sobem até seu cabelo. E o puxo para mim. Ele continua sugando, até eu me movimentar, para criar algum atrito em seu membro já animado.

Quando ele me deixa à beira de um orgasmo, brincando com meu mamilo, algo que faz muito bem, Christian me empurra para trás. Deito nos lençóis frios, diferente do seu colo. Seus dedos habilidosos encontram as laterais da minha calcinha, e a puxa.

Oh porra! Ele vai fazer isso aqui mesmo? Este lugar parece muito aberto!

-”Christian” advirto, mas sem resistência. Estou muito longe, em uma névoa de desejo. Christian se inclina sobre mim, e morde a parte interna da minha coxa. Ele dobra minhas pernas em um ângulo de quarenta e cinco graus. Então, com a mão sobre meus joelhos, encara minhas pernas como se fossem um pássaro prestes a voar. Quando Christian toca minha intimidade com a língua, a minha sensação é de vôo. Minhas mãos vão até seu cabelo, para o prender no lugar. Christian agarra minhas mãos, e as coloca no chão, arrastando para debaixo da minha bunda.

-”sente-se sobre elas. Sem me tocar” ele repreende, seu olhar está sério com a advertência. Com o indicador direito, ele me abre, enquanto sua língua provoca meu clitóris, me levando para fora de órbita.

-”Cacete, Ana! Eu poderia fazer isso o dia inteiro” Christian trinca os dentes. Ele chupa meu clitóris com força, fazendo meu corpo tremer por completo. Eu aperto minhas coxas em sua cabeça e gemo alto, tentando administrar meu corpo, que obedece muito mais ao Christian do que à mim mesma.
-"Christian" imploro chamando pelo seu nome enquanto me desgasto em um orgasmo. Chego ao meu limite em sua boca.

-”quantas vezes você quer gozar? Três, quatro? Basta dizer um número, Anastasia” ele murmura, como uma espécie de cântico erótico entre minhas pernas. Estas são palavras que talvez ele não se lembre depois, porém, eu irei gravar cada sílaba. Ainda estou alucinada pelo orgasmo, meio alheia ao externo.

Christian continua com seu dedo dentro de mim, entrando e saindo. Eu me contorço embaixo dele, gritando alto meus gemidos. Foda-se. Ele desce os lábios até meu sexo, e sopra levemente. O sopro na região mais quente e sensível do meu corpo faz-me construir novamente. Christian move a língua em círculos no meu clitóris, e eu mordo o lábio para abafar os gemidos.

Ele retira o dedo da minha intimidade, mas, somente para a preencher com sua língua.

Devorando...provando...chupando.

Quando eu estou quase explodindo em meu clímax, realmente perto, Christian para suas ministrações. Estou ofegante, querendo gritar em exasperação, e totalmente falha para isso.

Ele abre sua braguilha, e retira o membro ereto para fora. Completamente vestido. Christian agarra minha cintura, e puxa meu corpo mole de volta para o seu colo.

-”eu vou te comer de um jeito que você não vai esquecer. Vou fazer você me sentir mesmo depois de ter acabado” dito isto, ele me penetra com força. Meu corpo é como fantoche em suas mãos, e Christian coordena os movimentos pela minha cintura. Agarro sua camisa enquanto ele entra em mim.

Eu subo e desço, escorregando em seu membro petrificado. Jogo a cabeça para trás, tentando, e falhando em compreender o festival de sensações.

-”eu te amo!” Christian diz, alto, me penetrando fundo e atingindo aquele ponto em meu corpo. Grito. Ele invade a fenda inchada e sensível, trepando e fazendo amor, dolorosamente doce.

-”Christian” grito. Eu não aguento mais segurar! Meus músculos apertam seu pau, o fazendo mais difícil de deslizar.

-”goza...goza p’ra mim” Christian ordena. Eu deixo esvair. Estou quase inerte em seus braços, sentindo as ondas, juntamente com o líquido, do meu orgasmo atravessando meu corpo. Porra!

Ele me abraça, e cessa os movimentos, ainda dentro de mim. Christian está me dando um instante.

-”me sinta…” ele pede com a voz suave.

-”ah” deixo um gemido baixo escapar dos meus lábios. Estamos muito conectados, eu o sinto como se ele fosse parte interna de mim. Movendo seu pênis, ele o desliza novamente dentro de mim, e começa um delicioso ritmo. Dentro e fora.

-"Christian, Christian" grito enquanto ele se afunda no meu corpo, me levando ao céu. Eu aperto minhas pernas em sua cintura o fazendo se aprofundar em mim. Eu quero morrer com este homem me fazendo gozar, porque é a melhor sensação. Christian une os lábios aos meus, e me beija suavemente, ao contrário das suas penetrações consecutivas, que são intensas.

Estou suada, gemendo tão alto que qualquer um que se aproxime pode ouvir, cavalgando no meu marido. É o ápice do prazer. Então, era sobre isto que ele estava falando, quando disse que eu o sentiria mesmo após terminar.

-”venha comigo” ele comanda. Em meu terceiro orgasmo, quando Christian me acompanha, gozando e gemendo, eu desmorono.

-”porra!” ele rosna ao encontrar sua liberação. Eu confesso não sentir minhas pernas, somente meu sexo inchado, ainda abrigando seu membro. Estou tão dolorida e satisfeita quanto poderia...é o meu limite.


Notas Finais


Comentem, compartilhem e blá, blá, blá .
Beijos na bunda. Continue sua leitura.


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