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História Casada com o inimigo - Tudo ainda pode piorar.


Escrita por: Cobrelia

Notas do Autor


Oi, amores, boa leitura...
Capítulo revisado√

Capítulo 18 - Tudo ainda pode piorar.


Fanfic / Fanfiction Casada com o inimigo - Tudo ainda pode piorar.

POV CHRISTIAN
Seguro Anastasia em meus braços, sentindo sua respiração quente batendo contra meu peito. Seu corpo leve dorme tranquilamente, como o anjo que é. Ela está enrolada em torno de si, sobre meu colo, com a cabeça apoiada em meu peitoral. Seu sapato está no chão, ao lado da cadeira, para que ela possa ter um sono, no mínimo, decente, considerando o local e a posição.
É muito bom que ela esteja dormindo. Nas suas últimas ligações, estava chorando, ou prestes à o fazer. Eu detesto minha garota chorando, porra!
Uma médica surge do corredor de acesso aos quartos. Ela é alta, relativamente magra, com um rabo de cavalo de fios loiros.
-"Carla?" pergunta. Ela me considera, não perdendo nenhum detalhe do meu rosto. É apenas um rosto bonito.
-"sim" digo. Genro não é a definição correta para parente, porém, cada um recolhe para si o que considera importante. Delory, o nome escrito no crachá, parece perder sua voz. Ela me encara como se eu fosse água em abundância para sua sede.
-"bem, os resultados dos exames não são ruins, e a cirurgia foi um sucesso" Ela finalmente diz. Eu sei que há bem mais, por conhecer as reações das pessoas. Apesar de que sua reação tem muito a ver com minha aparência!
-"porém..." incentivo.
-"mas, foi um AVC hemorrágico, um dos mais severos. Estamos fazendo o possível para que não fique sequelas"
Fazer o possível ainda não é o suficiente! Carla precisa do melhor atendimento que puder. O que eu não faria para ver a minha garota tranquila com relação a sua mãe?
-"podemos fazer uma transferência para outro hospital?" Pergunto.
-"no momento, eu posso garantir que ela não iria sobreviver à uma transferência" Delory é sincera ao responder. Uma transferência é muito precipitada, eu entendo.
-"podemos visitá-la?" questiono. Ana está à duas horas para ver sua mãe, fora o tempo que Bob esteve aqui. Se passaram muitas horas sem notícias.
-"sim, eu vou permitir" Ela sorri como quem diz 'farei isto por você'.
-"Ela está na sala três deste corredor" Delory aponta para o corredor, o mesmo que ela surgiu minutos atrás.
-"pode ir no momento que achar melhor, porém, ela ainda está inconsciente"
-"certo. Obrigado" dito isto, ela caminha para o corredor novamente, balançando seu rabo de cavalo alto.
Estou em uma terrível bifurcação. Acordar Ana, ou deixar que ela acorde por si? Em ambos os casos ela irá ver sua mãe. Quanto antes melhor?
Ela está aqui para isso, Grey. Dê a ela um momento com sua mãe! Este tipo de situação é desconfortante, eu não posso proteger ela do sofrimento, e me sinto a porra de um inútil!
Posso encontrar um consenso, afinal. Anastasia irá falar com sua mãe, e eu irei providenciar algo para ela comer. Tenho certeza de que sua alimentação caiu para último lugar, em vista dos últimos acontecimentos.

POV ANASTASIA
-"hey, acorda" ouço Christian me chamar, soando distante. Estou cansada, e meus olhos se recusam a abrir para responder seu chamado.
-"vamos, Ana. Acorde" ele sussurra próximo ao meu ouvido. Desperto preguiçosamente, abrindo os olhos com relutância.
-"você pode ir ver sua mãe" Christian diz, e suas palavras são como um banho de água fria para me acordar. Ele acaricia meu rosto, e analisa minha expressão. Eu devo parecer muito cansada, assim como estou. O fuso horário me deixa desorientada.
-"ela está bem?" pergunto. Eu me levanto do seu colo, e, de pé, sinto a brisa gélida proporcionada pelo ar condicionado. O calor corporal vindo de Christian me manteve aquecida, e, agora, está frio.
-"ela está inconsciente. Mas tudo está ocorrendo bem" murmura. Esta é uma ótima notícia, e levando em consideração a escuridão que me perseguiu desde Seattle, me sinto leve. Me encho de esperanças.
Christian alcança meu sapato no chão. e os aproxima dos meus pés. Eu estendo o pé esquerdo, e ele calça o sapato correspondente, prendendo a tira no tornozelo. Christian repete o processo com o pé esquerdo, e se levanta em seguida.
-"vamos. Ela está no quarto três" informa. Balanço a cabeça em concordância. Estou ansiosa para ver minha mãe, porque esta será minha única certeza de que ela está bem.
Caminhamos de mãos dadas para um corredor, de acesso aos quartos, imagino. O corredor parece ser mais frio que a sala de espera. Aproximo meu corpo ao Christian, em uma tentativa de me aquecer. Tudo o que estou vestindo é um vestido, e não tenho sequer um casaco.
-"está com frio?" Pergunta. Ele conhece bem as minhas reações, todas elas.
-"sim" respondo. Christian para em seu caminho, e retira seu paletó. Antes eu poderia dizer que o frio é interno, pela dor da incerteza. Agora, estou cheia de expectativas, e meu coração está quente por precipitação.
Ele me entrega o paletó, e permanece apenas em sua camisa de linho branco. Sua roupa...seu aroma. Eu não poderia me sentir mais confortável com outro cheiro. É divino!
Christian fita os números nas portas próximas a nós, e encontra a sala três.
-"Aqui" ele aponta para a porta. Eu abro a porta, e logo avisto uma cama, com uma pessoa sobre ela. Minha mãe. Os lençóis claros, assim como todo quarto, cobrem seu corpo até a altura dos seios. Caminho até a cama com passos cautelosos. O único som é emitido pelo aparelho que mede sua pulsação, a máscara de oxigênio, e meus saltos tocando o chão.
Minha mãe está diferente. Seu rosto pálido e tortuoso, fidedigno ao AVC. Há uma faixa envolvendo sua cabeça, rodeando a testa até a nuca. Ela passou por uma cirurgia, aparentemente. Eu não esperava que ela estivesse tão mal, não se parece com a mulher que Carla costuma ser.
Meus olhos enchem-se de água. Por que isto agora? Estava tudo ocorrendo bem. Medo implícito corre minhas veias, com a realidade sendo vista.
-"Christian" sussurro. Não contenho as lágrimas, e deixo todo meu corpo desabar em tristeza. Coloco as costas da mão direita sobre a boca, para limitar os soluços.
-"eu sei, baby" Christian me abraça por trás, apertado. Ele me impede de desmoronar de joelhos no chão, como eu fiz pela manhã.
Estou tão...incapaz.
-"é normal que ela esteja diferente" ele sussurra. Normal? Bem, este não é o consolo ideal!
-"temporariamente, Carla está assim. Dê um tempo para sua recuperação" pede. Ainda é recente, e este é um momento de espera e esperança. Certo, ela precisa de tempo.
Seco as lágrimas que deixei escorrer pelas minhas bochechas. Eu observo ela dormir, ausente de todos os problemas do mundo que a envolvem. Agora eu entendo porque Christian me observa dormindo, porque é gratificante ver quem amamos descansar plenamente.
-"posso tocar nela?" Pergunto.
-"não" Seu tom é como um conselho paterno. Tocar seria arriscado, talvez.
Christian está tenso atrás de mim, desconfortável mesmo. Eu sei o quanto ele e hospitais são avessos, porém, ele está aqui para e por mim. Estou mais forte por ter sua companhia.
-"Agora nós sabemos que sua mãe está bem. Você precisa comer, Ana, e descansar também" Christian murmura. Comer não seria ruim, eu estou faminta! Não poderíamos comer no hospital, e ficar por mais tempo? Eu não quero, mesmo, sair de perto dela. É como se a minha saída fosse deixar ela mais doente, eu me sinto como seu amuleto.
-"eu estou bem" digo.
-"não, Anastasia, você não está" Christian me fuzila com um olhar irritado. Não quero estressar seu humor, ainda mais pelo dia difícil que vivemos, ambos.
-"é a minha mãe" sussurro. Ele fecha os olhos por um minuto, e respira fundo repetidos vezes. Christian não entende que eu preciso ficar, droga?
-"nós iremos voltar o quanto antes. Agora, por favor, vamos para um hotel, descansar" pede. Entramos em acordo, então. Eu preciso descansar, e estaria sendo egoístas se dissesse que ele não precisa também. Podemos voltar mais tarde, claro.
-"está bem" concordo.

●●●

Nós fomos para um hotel próximo ao hospital, no mesmo SUV que eu estive mais cedo. Não sei ao certo porque Christian tem um carro aqui, ou talvez não tenha. Pode ser temporário.
No carro, nós esperamos por Martty, que está fazendo nossas reservas em um hotel chamado 'Green Palace'.
-"você prefere ficar com Bob?" ele pergunta. Seria plausível que ficássemos juntos neste momento, contudo, eu me sinto bem em estar só com Christian. Bob estará bem sozinho, além do mais, não somos muito próximos.
-"eu quero ficar com você" respondo sinceramente. Me inclino, e deixo um beijo molhado em seus lábios. É o melhor que eu consigo fazer para agradecê-lo.
Martty surge das portas giratórias que acessam o hotel. Ele caminha até o carro, que está estacionado em frente, carregando consigo as chaves do quarto, suponho.
Eu percebo o quão fodida é a situação, pois Christian, um homem de análise, e quase nenhum improviso, está improvisando agora. Digo, o hotel, ele normalmente teria tudo providenciado.
Martty abre a porta de Christian, e ele salta para fora do carro. Eles têm uma conversa breve, imagino que seja sobre a questão da segurança. Eu abro a porta, antes que Martty possa o fazer, e saio do carro. Ando até Christian, com minha bolsa em mãos, e mantenho alguns centímetros de distância. Ignoro sua conversa particular, não é da minha conta.
-"suíte principal, Sr. Grey" murmura Martty. Quem poderia esperar menos do cinquenta?
-"ótimo. Acabamos por hoje "
-"sim senhor" Martty acena com a cabeça. Christian caminha até mim, e entrelaça nossos dedos. Enquanto andamos para dentro do hotel, Martty nos observa antes de dirigir o SUV até o estacionamento.
-"onde está Taylor?" pergunto. Por um instante, Christian solta minha mão para passar pelas portas giratórias. Quando passamos, ele volta a se conectar comigo.
-"ainda em Las Vegas. Ele estará aqui amanhã, talvez" responde. Nossos passos até o elevador são passivos, ao mesmo tempo que atraímos vários olhares da espécie feminina. Nós é presunção, pois apenas Christian agrada este estereótipo.
Encaro nossas mãos únicas, como símbolo da conexão que não temos a quase dois dias. Não é como se não sentisse falta, porém, ambos entendemos que não é o momento.
Ao chegar no último andar, onde está situado o melhor quarto de todo hotel, Christian destranca a porta com as chaves que recebeu de Martty. Estamos em silêncio desde a minha pergunta sobre Taylor, e não estou certa sobre os benefícios disso.
Entramos na suíte principal do hotel, que, logicamente, é um local muito luxuoso. De cara, vejo uma lareira rodeada por dois sofás de couro escuro. Adentro o local observando tudo ao meu redor. O que eu posso dizer? Combina muito com Christian.
Um carpete vermelho cobre todo o chão, criando o clima romântico que deveria.
-"Ana, você não gosta do quarto?" ele questiona suavemente, vendo o quão distante estou.
-"é lindo. Apenas...Não mereço você" digo. Realmente, eu não mereço o marido megalomaníaco que tenho.
-"Ana, sou eu quem não merece você. Acredite" ele sorri.
-"vamos tomar banho?" pede. Eu aceno em concordância. Christian solta minha mão, e ruma à uma porta de madeira clara, para o banheiro. Ao lado direito, está o banheiro, e, ao lado esquerdo, está uma longa cortina de seda, presa de um extremo à outro da parede.
Abro as cortinas no meio, em sua separação, e encontro a cama de dossel. A cama está forrada com lençóis vermelhos, em clima quente para casais.
Ouço quando Christian abre a torneira da banheira. O som de águas correntes me faz viajar para uma dimensão tranquilizadora, onde eu tenho paz de espírito. Jogo minha bolsa sobre a cama, da mesma maneira que desejo lançar meu corpo.
Deus, minha alma está mal! Não trata-se apenas de algo físico. Eu preciso de férias mentais para suportar o deslizamento de problemas!
Ando até o banheiro, onde Christian está. Empurro a porta que está entreaberta, e logo a brisa quente da neblina formada dentro do banheiro, dantes fechado, me atinge. Encontro meu marido derramando um óleo espumante dentro da água, que produz diversas bolhas. O aroma é requintado, jasmim, muito possivelmente. Fecho a porta atrás de mim, para me manter quente na neblina de jasmim dentro do cômodo.
Christian não está completamente vestido. Ele já retirou sua camisa e sapatos. Sua visão seria muito excitante, em qualquer outro momento.
-"você parece muito cansada, Sra. Grey" observa. Eu sorrio para seu comentário. Cansada? Eu estou mais defunto que cansada, algo perto do eufemismo de derrotada!
Christian alcança sua própria calça, abrindo a braguilha em seguida. Ele faz um jogo de sedução com suas roupas, aliás, sua única peça. Fito seu corpo enquanto ele se livra de sua calça, e boxer na cor preta.
-"bela visão" pisco de um olho para ele. Christian se aproxima de mim, e puxa as lapelas do paletó. Automaticamente, meu corpo vai de encontro ao seu, que está nu!
Wow!
-"sem roupas" sussurra. Grey, seu jogo sedutor está muito ávido! Ele retira o paletó de mim, e o coloca sobre o mármore da pia. Suas mãos viajam até a barra do vestido, e ele o puxa para cima. Por baixo, estou usando apenas uma de suas cuecas. Quando estou livre do vestido, Christian encara sua peça íntima com diversão.
-"fico feliz em saber que você deixou de usar suas roupas e veste as minhas" brinca. Sua voz não expressa diversão, e. sim lascívia, sensualidade, libertinagem.
-"eu também fico feliz" sussurro. Christian se inclina, e desce sua boxer, que eu visto, pelas minhas pernas. Por um instante, enquanto ele está inclinado, seus lábios tocam a pele acima dos seios. Sinto o sul do meu ventre se contrair com o toque.
-"está bem?" Christian pergunta descaradamente. Minha mente está muito fodida para pensar em sexo. Por mais que eu queira, ou tente, não conseguiria encontrar prazer genuíno. Um banho seria ótimo, e apenas isto.
-"sim" murmuro. Ele ajoelha-se para tirar meus sapatos, e eu estendo os pés respectivamente para isso.
Christian ergue-se em seus próprios pés, e me conduz para a banheira. A água está quente ao ponto de ebulição, soltando um vapor visível. Ele se senta na banheira, e separa as pernas para que eu me encaixe entre elas.
-"isso é muito bom" comento. Me aconchego entre suas pernas, apoiando a cabeça em seu ombro. Aqui eu encontro o centro do meu universo! As confusões mais devastadoras fazem algum sentido quando estou com Christian. Tenho capacidade para enfrentar mais um dia, para acreditar na melhora de Carla, para lutar contra minha tristeza interior.
I look and stare so deep in your eyes
I touch on you more and more every time
When you leave I'm begging you not to go
'Cause I don't understand
Just how your love can do what no one else can
(Eu olho tão profundamente em seus olhos
Eu toco você cada vez mais e mais
Quando você sai eu te imploro para não ir
Porque eu não entendo
Como o seu amor consegue fazer o que ninguém mais consegue).

DIA SEGUINTE…

A sensibilidade da vida pode nos surpreender. Para a morte, basta estar vivo, e isto assusta o inferno pessoal em mim.  Não estou preparada para lidar com a dor da morte, e, francamente, quem está? Tão sensível...preciosa...curta. A vida tem muitos sinônimos e adjetivos, porém, quem a tem de verdade? Não nos pertence, de fato.
-"vai ficar tudo bem" sussurro o mantra. Pelo que dizem, esperança é a última que morre. Fito a lâmpada fosforescente do teto branco, no quarto de hospital. Minha mãe está na cama ao lado, e, eu estou sentada em uma poltrona desconfortável que não estava aqui ontem.
-"tudo bem...tudo bem" volto a repetir as palavras como uma prece. Deus queira que minha oração sirva para algo. Fecho os olhos para realmente fazer uma reza, e pedir, ou melhor, implorar, pela minha mãe. Não é sempre assim? Somos próximos da divindade nos piores momentos.
-"Ana" Christian chama. Encaro a porta entreaberta, e ele está lá, em seu rosto passivo e livre de emoções, ou fugitivo delas.
-"oi" respondo. Agarro as lapelas do casaco, para me sentir um pouco mais quente do que estou. O hospital é muito frio, e, particularmente, eu detesto esta temperatura no presente momento.
-"eu precisei atender. Desculpa" ele estende seu BlackBerry, indicando que estava em uma chamada.
-"tudo bem" sussurro. Christian saiu do quarto por um breve momento, à cinco minutos atrás, talvez menos. Eu não soube o que ele foi fazer, até agora.
-"ela teve uma melhora significativa está noite" ele murmura andando até mim metodicamente.
-"eu sei" digo. Dentro de mim, eu penso que melhora significativa não é o suficiente enquanto ela estiver desacordada. Christian me alcança, e beija o topo da minha cabeça. Somente sua aproximação faz com que eu sinta o seu perfume, como bálsamo para minha mente confusa.
-"Christian, como eu irei retribuir? Você tem sido...perfeito" murmuro. Ele sorri o seu sorriso mais encantador antes de responder. Caralho, que homem!
-"você não faria o mesmo por mim?"
-"sim, com toda certeza" respondo. É tudo sobre companheirismo, e, nos amamos na mesma intensidade. Ele está para mim como eu estou para ele.
Olhando para Carla, eu tenho péssimas sensações. Seu semblante modificado, mata cada pedaço de mim. Tento ocupar a mente com algo bom, que realmente me leve a algum nível mental. Eu me lembro da manhã de hoje, quando Christian abriu a porta do banheiro enquanto eu estava tirando a roupa para tomar banho. Eu cobri a minha nudez, com certa vergonha, admito. Bem, as coisas que Christian disse depois, não foram cavalheiras. Algo como 'eu já fodi tudo que há no seu corpo'.
Cinquenta está ao lado da cama, especulando, assim como eu. Não dormimos bem, e acordamos cedo para estar aqui. Mesmo assim, ele permanece. Christian está vestindo uma calça de lavagem escura, t-shirt branca e uma jaqueta jeans. Hoje, ele é o meu 'badboy' perfeito. Eu visto apenas jeans claro, e camisa de seda rosa pálido, juntamente com o mesmo sapato que usava ontem. Martty comprou roupas básicas, que servirão muito bem para os próximos dias.
-"Sr. Grey" Sou arrancada dos meus devaneios, quando uma voz docemente feminina chama. É uma mulher, enfermeira, que está na porta. Senhor Grey, não? Talvez ele não seja o único no quarto, caralho!
-"Srta. Blossom" Christian cumprimenta. Ela adentra o quarto, vendo que tem permissão. A moça é um poço de pecados em vários níveis, a começar pelos seus olhos verdes vibrando por atenção. Ela é toda olhares para o meu marido.
-"eu sou a enfermeira particular da sua mãe" Blossom dirige sua atenção a mim, por um breve momento.
-"particular?" pergunto olhando para o Christian.
-"A Srta. Blossom foi contratada para cuidar da sua mãe, baby. Ela tem formação qualificada" Christian diz. Suas qualidades vão além do diploma, pois ela é bastante...farta de beleza.
-"me chame de Cora, por favor" ela pede.
-"formação qualificada... Bela razão para ela estar aqui" murmuro. Morena, olhos verdes, cabelo esvoaçante. O que há para não ser contratada? Ah, claro, além do seu excelente currículo. Estou sendo possessiva, e não me orgulho disso. Tenho questões maiores que ciúmes!
A porta é aberta novamente, e, desta vez, é um dos médicos disponíveis. Fomos informados sobre a indisponibilidade de alguns médicos, então, possivelmente, não seria a doutora Delory a nos atender. Desde que estou aqui, o que faz duas horas, passaram-se dois médicos, e nenhum permaneceu.
-"Anastasia?" o médico, vulgo desconhecido, diz. Ele parece me reconhecer de algum lugar, e não estou falando de tablóides e jornais.
-"sim, sou eu" respondo. Ele pode estar apenas recitando o nome que leu na ficha de prontuário.
-"com licença, Sr. e Sra. Grey" Cora, a enfermeira muito prestativa e qualificada, pede.
O doutor se aproxima de nós, na medida que Blossom abandona o quarto, em seu jaleco branco cobrindo todo o corpo, exceto os olhos azuis. Familiar, eu diria.
-"perdão, você não deve se lembrar" ele murmura. Não devo me lembrar? Eu não faço ideia de quem ele seja. Não há um crachá indicando seu nome, nem mesmo as iniciais no jaleco.
-"eu sou Bradley" apresenta-se. Puta merda! Eu deveria me lembrar do meu ex namoro de escola?
-"Bradley...claro" digo. Desvio um olhar sorrateiro para Christian. Ele está sério, não impassível, e sim puto.  Eu me levanto da poltrona para cumprimentar ao Bradley. Em todo raio de mundo, quais seriam as possibilidades de eu encontrar ele?
-"estou feliz em lhe encontrar. Eu mal pude acreditar quando li seu nome" ele aponta para uma caderneta em sua mão esquerda, onde, suponho, ele leu meu nome. Dou de ombros. O mundo realmente é pequeno, não?
-"este deve ser o sortudo Sr. Christian Grey" Bradley sorri com entusiasmo ao estender a mão para Christian. Não que eu seja vingativa, e longe de mim fazer uma cena, porém, minha situação com a Srta. Blossom não foi diferente.
-"estou honrado" diz ao trocar um aperto de mãos com cinquenta.
-"idem" Christian é monossilábico ao responder. Ele está indecifrável, e fodendo toda a merda com a atmosfera. Por que não lidar com indiferença? Eu sou casada, porra! O que importa o namoro de anos atrás?
-"eu preciso fazer algum trabalho agora. Nos esbarramos por aí" Bradley diz. Seu sorriso de contentamento nunca abandona os lábios. Christian me puxa pela cintura para perto de si, marcando seu território como um maldito Neanderthal. É um claro sinal de possessão, mais marcante que letras em neon na minha testa, dizendo 'pertenço ao Grey'.
-"nós nos vemos depois, Bradley" Christian murmura. Ele está assumindo o controle da situação, deixando claro todos seus pontos.
-"claro. Tchau" ele abandona o quarto, já sem seu sorriso.
-"insegurança não é o seu forte" sussurro, assim que Bradley fecha a porta atrás de si.
-"insegurança?" Christian pergunta, estupefato com meu comentário.
-"Eu sei exatamente o que me pertence. Insegurança não é sinônimo de posse"
-"bastardo" murmuro. Nenhum de nós tem dúvidas sobre o quanto eu o pertenço, então, se, por um instante, ele não se sente assim, é insegurança.
Ouço um som, como um barulho, vindo dos tubos de respiração ligados a minha mãe. Sua respiração está difícil, por isso, os aparelhos estão com dificuldade para manter a frequência. Isso não pode estar certo!
Assim como a máscara de oxigênio, o monitor cardíaco começa a exibir uma nova sessão de batimentos.
-"Christian" chamo. Não! Não! Não! Nada está certo! Porra, o que está acontecendo?
-"eu vou chamar o médico" Christian corre para fora do quarto, em busca de ajuda. Permaneço inerte, vendo o coração da minha mãe acelerar freneticamente, e sua respiração irregular. O que está havendo, droga?
-"não, não, nao. Por favor, não" sussurro. Me aproximar ou manter distância? O que eu posso fazer? Me vejo perplexa, completamente incapaz de mover um músculo. Me disseram que ela estava bem, o que aconteceu? O corpo dela não aguento, ela está desistindo?
Merda!
Algumas pessoas entram na sala. Não consigo identificar nenhum deles, todos parecem borrões brancos na minha visão turva. Os médicos, e enfermeiros, correm até a cama da minha mãe, todos desfocadas aos meus olhos.
Eu preciso me afastar...mas, não consigo. Minhas pernas não obedecem os comandos!
-"não...não, não pode ser" digo para mim mesma. Que espécie de pesadelo é este? Eu visitei o inferno várias vezes nas últimas horas!
Alguém agarra minha cintura, puxando-me em direção a saída do quarto. Alguém...mãos grandes e conhecidas...Christian! Tudo está em câmera lenta diante dos meus olhos. Os médicos, atrás de nós, trabalhando para salvar Carla, Christian me levando quase que arrastada para longe.
-"por favor, não" sussurro.


Notas Finais


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Beijos na bunda♡


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