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História Casada com o inimigo - Apenas um café?


Escrita por: Cobrelia

Notas do Autor


OLÁ♡
Boa leitura...
Capítulo revisado√

Capítulo 20 - Apenas um café?


Fanfic / Fanfiction Casada com o inimigo - Apenas um café?

O olhar de Elena cruza sorrateiramente com o meu. Me pergunto que diabos ela faz com Bob! Ambos andam até nós, cada um tendo sua própria conclusão sobre a situação.
Meu corpo toma uma posição defensiva. Talvez seja reflexo do nosso último encontro. Christian observa Elena andar em seus vinte centímetros de salto agulha até nós, e ele não parece surpreso com sua aparição.
-"Christian, Anastasia" ela cumprimenta. Quanta intimidade, Sra. Robinson, quem sabe nós possamos trocar receitas mais tarde. Ela é muito refinada, ainda mais com sua bolsa Prada. O diabo realmente veste Prada, ou, pelo menos, usa.
-"Elena" Christian saúda. Não me empenho em lhe cumprimentar, afinal, minha antipatia por esta mulher não é desconhecida.
-"Negócios em Savannah?" Pergunto. É uma maneira sutil de lhe perguntar que merda ela veio fazer aqui.
-"na verdade, ela veio ver ao Christian. Eu lhe encontrei perdida no corredor" Bob responde por Elena. Para alguém "encontrada" no corredor, eles pareceram muito íntimos.
-"nunca havia visto Elena antes?" Questiono. Bob engole em seco, pensando em uma resposta plausível.
-"não, Anastasia" Elena murmura, tomando as rédeas da situação cinicamente. Eu detesto pensar nesta hipótese, porém, suponho que Elena estivesse seduzindo Bob, o que, de certa maneira, me atinge. Pode ser apenas um pensamento neurótico, enfim.
-"pensei que tivemos nos acertado em Las Vegas" Christian comenta. Seu olhar é rígido sobre ela, quase como uma repreensão. Agora, eu consigo entender o que ambos estão fazendo. Eles estão disputando pelo domínio, o que fazem muito bem!
-"não chegamos perto disto" Elena silva. Meu humor declina com a briga animalesca, e, ao mesmo tempo, camuflada.
-"podemos ter um minuto?" Ela pede. Seu tom diz muitas coisas, e nenhuma delas é inocente. Eu ficaria enojada com sua imaginação sobre os minutos que quer com meu marido!
-"eu vou ver minha mãe" digo. Não me importo em parecer rude, que se foda Elena! Christian está livre para conversar com ela, sobre seus negócios ou o inferno que tiverem para falar!
-"eu sinto muito pela sua mãe, Ana. Prometo não demorar com seu marido, sei que você precisa dele" Elena fala com naturalidade. Posso pensar em coisas muito desagradáveis para dizer à essa vadia, contudo, apenas mantenho o silêncio. Não irei disfarçar o ódio recíproco que sentimos.
-"perdoe a Ana, ela está abalada com o que aconteceu" diz Bob. Porra! Você conhece esta mulher a cinco minutos! Não se desculpe por mim, enquanto vê um lobo em pele de cordeiro. Cada um com sua fodida merda, e Elena não faz parte dos problemas de Bob!
-"eu devo estar mesmo....mas, Elena sabe" murmuro. Ando poucos passos até a porta do quarto número três, e a abro. De um problema a outro!
A Sra. qualificação profissional Blossom está fazendo a troca das bolsas de soro em minha mãe. Assim que me vê, ela sorri com empatia. Talvez, em algum lugar dentro dos seios fartos, ela saiba o que estou sentindo.
-"Olá, Sra. Grey" cumprimenta.
-"oi" respondo. Caminho para perto da cama, e analiso as mudanças no corpo de Carla em menos de vinte e quatro horas.
-"como ela está?" Pergunto. Cora pega uma caderneta de anotações sobre o mesmo carrinho que está a bolsa de soro vazia, e me entrega.
-"estas são as observações do médico" anuncia.
-"ela está melhor a cada minuto" diz. Há um brilho diferenciado no olhar de Cora, deixando explícito que ela gosta do trabalho que faz.
Abro a caderneta, e começo a ler as anotações desde ontem, após o ataque cardiorrespiratório.
"Fibrilação ventricular, controlada com desfibrilador. Ritmo cardíaco acelerado e irregular. Presença de atividade elétrica na musculatura cardíaca; todavia, os batimentos são ineficazes e não há a presença de circulação sanguínea"
Leio, também, o que o médico anotou hoje pela madrugada. Não tenho certeza se Delory, ou Bradley, o fez.
"Batimentos cardíacos controlados. Ausência de remédios para controle respiratório, além de oxigênio por via oral, e nasal. Pressão arterial regular, sem alterações. Recuperação cirúrgica avançada"
-"você não está feliz com a notícia?" Cora toma minha atenção ao perguntar. Eu não esbocei uma reação contente por saber que minha mãe melhorou, e ainda melhora rapidamente. Elena deveria ficar muito satisfeita por me afetar assim!
-"oh, apenas um pouco distraída, mas, muito feliz" enfatizo a palavra "muito". Fecho a caderneta, e lhe devolvo. O melhor seria esquecer os problemas que estão fora daquela porta. Minha mãe merece me ter de corpo e alma para cuidar dela.
-"eu preciso levar Carla para uma tomografia. Você pode esperar quinze minutos?"
-"por que não?"
Meu corpo está aqui, vendo Blossom preparar minha mãe para a tomografia. Contudo, meus pensamentos estão com Christian e Elena. O que ela veio fazer? Eu suponho que ele sabia da sua visita, e não quis em me dizer!
Não seja injusta, Ana. Christian tem sido tão bom para você, não se precipite. Vou lhe dar o benefício da dúvida, por ele, por nós, e pelo marido que ele está sendo.
Não posso permitir que Elena estrague meu dia. Ela é uma vadia, e não pode me foder, não se eu não quiser!
Cora termina de desconectar o monitor cardíaco, e leva minha mãe para fora do quarto. Eu me sento na poltrona pouco macia no canto esquerdo do quarto, e espero. Este local é vazio, e agora sem uma alma vivente, muito silencioso e solitário. Deus livre minha mãe de ficar sozinha aqui!
I miss the old you
I used to hold you
And that ain't cost nothing.
Real love don't cost a motherfuckin' penny
I miss the old me
I miss the way I used to be
(Sinto falta do antigo você
Eu costumava te abraçar
E isso não está custando nada.
Amor verdadeiro não custa um centavo
Sinto falta do antigo eu
Sinto falta de como eu costumava ser)
●●●

Vinte minutos passam-se no relógio, e então, finalmente, a porta do quarto é aberta. Para minha surpresa, não é Cora quem traz minha mãe, e sim Bradley.
-"oi" ele diz. Eu respondo com um lançar da ponta dos dedos. Permaneço sentada enquanto ele liga o monitor cardíaco em Carla novamente.
-"os resultados da tomografia ficarão prontos amanhã" comunica. Desde a conversa mais cedo, onde Christian foi grosseiro com ele, Bradley parece diferente.
-"é uma boa notícia" murmuro.
-"você tem alguns minutos com sua mãe enquanto eu faço a coleta de sangue"
-"está bem". Me levanto da poltrona para fitar minha mãe de perto. Admiro o rosto de Carla, mal olhando para o que o médico faz. Há detalhes que eu não percebi antes, como nossa semelhança. O nariz empinado, por exemplo, o formato fino do queixo. Eu anseio para vê-la acordar.
-"eu te amo, mamãe" sussurro. Não nego que meus pensamentos estão com Christian, que, neste momento, deve estar com a Sra. Diabo. Caso contrário, ele estaria aqui comigo.
-"espero que fique bem, porque tenho muito o que lhe dizer" murmuro. Sobre o casamento de Kate, o meu progresso profissional na SIP, adversidades da vida á dois...
-"ela ficará como antes, muito saudável. Estou orgulhoso da sua reação" Bradley diz, e eu sorrio gentilmente. Ele tem um saco plastico contendo a agulha com sangue, então, suponho que terminou.
-"eu irei sair agora. Qualquer coisa que precisar, pode falar com a Dra. Delory" informa. Bem, eu fui convidada para uma conversa mais cedo, e, ironicamente, Christian foi conversar com uma mulher. Quem sabe eu não pague com a mesma moeda!
-"na verdade, eu quero saber se..." começo.
-"se?" Ele incentiva. Foda-se! Christian está conversando com sua ex agora, inocentemente, espero. E eu farei o mesmo, pois fui convidada antes!
-"o convite para o café ainda é válido?" Pergunto. Um grande e surpreso sorriso se espalha pelo seu rosto.
-"claro" responde.
-"você a bilionária, mas, hoje, eu pago" brinca. Por Deus, eu não gosto de café! O que irei fazer com Bradley, se não provocar o cinquenta?
-"adeus, mãe" me inclino sobre a cama, e beijo sua testa abaixo do esparadrapo.
-"eu prometo voltar ainda hoje" digo. Sei que  ela não escuta metade do que eu digo, mas, mesmo assim, eu sinto a necessidade de dizer.
Andamos até a porta, e Bradley abre educadamente para que eu passe. Do lado de fora, Martty está encostado na parede do outro lado do corredor.
Merda! Eu me esqueci da segurança pessoal.
-"Sra. Grey" cumprimenta. Não posso pensar em uma desculpa, Martty irá me seguir como um cão, de qualquer maldita forma!
-"Martty, nós iremos até um café perto do hospital" informo. Cabe a ele me deixar amarrada e esperar o Sr. Grey terminar sua conversa, para lhe informar sobre minha saída.
-"eu preciso avisar ao Sr. Grey" Bingo para mim novamente!
-"Bem, eu vou. Se prefere ficar e avisar ao Sr. Grey, tanto faz" falo. Martty deve ter a pior das impressões sobre mim, desde a visita de Charlotte até aqui. Ele enruga a testa, e me encara ludibriado, pensando em uma resposta.
-"pois bem, Sra. Grey" murmura.
-"vamos, então?" Bradley apoia uma mão na base da minha coluna, e nos dirigimos para fora do corredor. Quão adúltera eu pareço agora? Saindo com uma espécie razoável de ex, descumprindo ordens de segurança, deixando meu marido puto...
Apenas um café, duas palavras, e então eu volto. Talvez eu volte antes do término da conversa entre Christian e Elena. Ele está conversando com sua ex, e eu estou indo fazer o mesmo. Qual a diferença, afinal?

●●●

-"me fale sobre as novidades" peço. Nos sentamos frente um para o outro em uma mesa perto da janela, que me dá visão para a movimentação da rua, na cafeteria 'Apple&Grape'. Bradley dá de ombros, enquanto pensa no que dizer. Ele é um homem alto, de porte normal, menos atlético que Christian, de olhos claros como eu.
-"eu trabalho no mesmo hospital a cinco anos, minha vida é monótona, não tenho o que dizer" responde sorrindo.
-"não namora?" As palavras saltam, sem filtro, da minha boca. O que isso tem comigo? Ele diria, se quisesse, porra!
-"eu me casei, tive um filho, e nos separamos" responde. Eis o porquê da sua abstenção do assunto.
-"eu lamento" digo. Eu queria apenas ter assunto enquanto nossos pedidos não chegam, mas, estraguei o humor do homem!
-"tudo bem, Ana. Depois disto, eu não me envolvi com outra pessoa" Bradley alcança minha mão sobre a mesa, e segura como um reconforto silencioso.
-"você vive com seu filho?" Questiono. Não quero que ele pense que está criando algum clima entre nós.
-"não, ele mora com a mãe em Nova Iorque"
-"qual o nome dele?" Continuo perguntando sucessivamente.
-"Brian" diz. Retiro a mão debaixo da sua, e coloco uma mecha atrás da orelha usando a mesma mão.
-"E você, tem filhos, Ana?"
-"não, ainda não" vejo um vislumbre de sorriso em seus lábios. O que isso significa? Algo bom para ele?
-"e...como você seduziu um bilionário?" Ele pergunta e nós começamos a sorrir. Seduzir um bilionário? Eu realmente fiz isso, colocando nestes termos?
-"não foi difícil, eu acho que nós nos amamos" digo. Apesar de estar o provocando, e um pouco irritada, é o homem da minha vida.
-"eu notei como ele te olha, é com admiração e amor" comenta. Eu fico feliz quando ouço alguém admirar nosso casamento, porque parece que o amor transborda entre nós.
-"nós construímos um casamento perfeito" sussurro. As falhas, acima dos acertos, me fazem valorizar o nosso amor, e, com toda certeza, tornar perfeito.
-"invejável" brinca.
-"Seria lindo, se eu não estivesse apaixonado por você" ele diz distraidamente. Eu me engasgo com saliva. Que porra é essa?
-"o que?" Por falta de alguns tons, eu não grito.
-"Ana, eu te reencontrei e tudo o que eu sentia..." ele balança as mãos para assimilar o que seria certo dizer.
-"voltou" Bradley encontra a palavra.
-"eu lamento pela notícia, mas eu sou casada, e amo meu marido" digo firme. Droga! Eu soube desde hoje que ele tinha segundas intenções!
-"me desculpe por estar apaixonado" Bradley imita minhas ações, e se levanta da cadeira assim que eu o faço.
Anastasia, você foi uma vadia ao alimentar os sentimentos do homem. O que ele iria pensar? Eu me ofereci para um café, quando estava livre do meu marido!
-"não, você não está" afirmo. Corro em direção a porta, sem lhe dar a chance de dizer algo mais.
-"Ana, por favor..." ouço Bradley pedir, antes que eu abra a porta e salte para fora da maldita cafeteria. Que merda eu tinha em mente? Provocar o Christian sempre causou um inferno entre nós!

Ao sair correndo cafeteria afora, esbarro em um corpo alto. Ele segura meus braços para eu não cair com toda intensidade no chão.
Puta merda! Christian...
-"oh" sussurro em surpresa. Eu fodi com muita coisa hoje, e estou prestes a ouvir um sermão.
-"que diabos você está fazendo aqui?" Pergunta. O que diabos estou fazendo aqui? Provocando meu marido, ouvindo meu ex dizer que sente algo por mim, lidando com um cinquenta puto, ou acalmando minha ira pessoal?
-"tomando café" respondo, como se fosse aceitável. Aliás, um café que eu não tomei, pois tive uma surpresa antes.
-"jura?" Ele bufa. Antes, a ideia de sair com Bradley não pareceu tão errada quanto agora.
-"não me repreenda como se estivesse certo." Digo. Ele franze a testa como se não soubesse do que eu estou falando. Santo Christian Grey!
-"Ana, conversar com a Elena foi diferente. Eu não queria te atingir, ao contrário de você, que comete infantilidades para testar meus limites" murmura com suavidade. Testar ele? Que porra ele pensa que eu sou? Uma adolescente? Fizemos a mesma merda, e ele está jogando a própria culpa em mim!
Vejo o SUV estacionado atrás dele, e Martty está segurando a porta traseira, esperando. Piso firme com meus saltos no chão até chegar ao carro.
-"Anastasia" Christian chama suavemente. Não irei me prestar a uma cena no meio da rua, caralho! Jogue seu sermão em mim longe desta cafeteria, longe de Bradley, e longe do hospital.
Entro no carro pela porta que Martty mantém aberta. Me arrasto para o outro lado, e encosto a cabeça no vidro frio. Estou com a droga de uma dor de cabeça.
Talvez eu volte ao hospital apenas para agradecer Elena Vadia Robinson por isso!
Christian adentra após alguns segundos, e Martty fecha a porta. Ele me considera, avaliando meu humor. Eu posso lhe adiantar, Grey, estou fodidamente mal!
-"Anastasia" Christian pronuncia friamente. Sou obrigada a olhar para ele, que tem um olhar gélido, cobrindo um vulcão de ira.
-"explique-se" comanda. Sua frieza assusta o inferno em mim, mesmo a mulher irritada e firme que eu era à dois minutos atrás!
-"foi apenas um segundo com uma pessoa que eu não via à anos" murmuro.
-"seu ex" Christian comenta.
-"irônico, não?" Ergo uma sobrancelha inquisitorial. Jogue suas explicações ridículas para longe de mim, por favor.
-"eu não fui tomar café com minha ex para ter uma conversa informal. Eu tive a decência de tratar de negócios, não de provocar!"
Eu detesto que Christian seja tão controlado! Não há uma brecha em sua armadura. Ele parece estar conversando calmamente, enquanto eu quero gritar.
-"longe de mim atrapalhar seus negócios de saia e salto agulha" ironizo.
-"por que você faz isso?" Christian questiona. Talvez por ciúmes! Porque eu não suporto sua ex dominadora, e você, mesmo assim, quis conversar com ela!
Permaneço em silêncio. Que se foda sua pergunta, ele que procure suas conclusões, assim como faz constantemente. Ele pôde encontrar um motivo para estar bravo, então, que encontre uma auto resposta.

-"Elena desistiu da nossa sociedade em Las Vegas. Ela quis me dar a notícia pessoalmente" explica. Ela quis me atormentar, ver meu marido e foder uma situação já fodida. Quão inocente ele é para pensar que Elena, sendo quem é, queria lhe trazer boas novas?
-"Na Geórgia, para dizer algo que poderia ser dito por ligação?" Questiono em desdém.
-"Eu não sei os motivos dela, e não me importo"
Ele viajou mais de mil milhas por ela, por um negócio que tem em comum, e diz que não se importa! Existe um letreiro brilhante dizendo que sou estúpida, porra?
-"não se importa? Para mim, você se importa muito" sussurro.
-"não se trata de você, se trata dela" completo em tom mais baixo do que gostaria. Não estaríamos tendo uma briga no banco de trás de um carro, se Elena estivesse com sua Prada em Seattle!
-"e sair com Bradley atinge a quem? A mim ou a Elena?" Christian ergue a sobrancelha. Ponto bem feito, Grey! Me deixou sem palavras, e como uma criança repreendida, para variar.
-"você pensa assim quando está com Elena?" Questiono. Christian entreabre os lábios para formular um argumento, porém, eu o interrompo.
-"me desculpe por sair, e conversar, com meu ex" digo. Ele percebe o sarcasmo por trás do meu pedido de desculpas. Christian se vira, olhando para frente, e suspira como se estivesse prendendo o fôlego por algum tempo. Agora, eu tenho um marido megalomaníaco bravo comigo, e ele tem uma esposa irada!

●●●

Chegando ao hotel, nós nos dividimos como estranhos no quarto. Christian se aprisiona em seu BlackBerry, conversando com Taylor enquanto olha pelo vitral no extremo do cômodo. Eu, por outro lado, sento na cama e retiro os sapatos que estiveram comigo desde a primeira hora do dia.
Pego meu blackberry sobre o criado, e chego as mensagens mais importantes. Eu não o levei para o hospital, por isso, há mensagens de Ray, Kate e Hanna.
Vejo primeiro a mensagem de Kate, porque fui uma amiga negligente e não lhe disse o que houve, assim como Ray.
*OLÁ, ANA. CHRISTIAN ME DISSE O QUE HOUVE COM SUA MÃE. EU LAMENTO MUITO. ME LIGUE*
Tudo bem, eu posso responder depois. Adoro a Kate, mas não estou com humor para ela agora. Eu preciso descansar, desde que minha mãe foi internada, eu não descanso bem. Vejo a mensagem de Ray, dizendo que irá passar a noite em casa, pois está chovendo.
Hanna deve estar me comunicando sobre alguma reunião, ou um trabalho bem sucedido. Não quero me afundar em trabalho, não quando todos os problemas já estão me afundando gratuitamente!
Alguém bate três vezes consecutivas na porta. Christian, que está próximo, não abre. Certo, eu posso abrir. Saio da cama, e, passando da cortina, não vejo Christian em outro lugar do quarto. Suponho que ele esteja fora, então.
Abro a porta para uma loira, serviçal do hotel, vestida em seu uniforme branco, que traz o nosso almoço.
-"entre, por favor" digo. Ela leva o carrinho, com duas grandes bandejas cobertas, uma jarra de suco avermelhado e copos, para dentro. A mulher retira as bandejas do carrinho, repetindo o processo com o suco e copos, e coloca-os organizadamente sobre a mesa.
-"com licença" pede. Entrego uma gorjeta generosa para ela, que sai do quarto balançando seu rabo de cavalo muito loiro. Removo a tampa de uma das bandejas, e encontro uma porção de frutos do mar: lagosta, ostras e camarão, com acompanhamento de molho bechamel e salada de folhas.  
Pego um camarão, mergulho no molho, e levo aos lábios. O sabor é divinamente bom. Fecho os olhos para apreciar o gosto que o camarão me proporciona.
-"você gosta?" Christian pergunta subitamente, me fazendo pular assustada. Coloco a mão direita sobre o peito, tentando acalmar meu coração disparado.
Porém, o homem que entra no meu campo de visão faz meu coração pulsar ainda mais rápido! Puta que pariu. Christian tem uma toalha envolta na cintura, parcialmente nu e molhado.
Sem pensamentos sórdidos! Ele está me provocando! E, puta merda, minha deusa interior agradece a provocação.
-"eu realmente gosto" respondo, após o que parece um século. É uma resposta dupla, que sana sua pergunta, e lhe faz um elogio. Seu olhar é escuro e misterioso, mal dizendo quais suas emoções. Um Christian 'vamos transar agora' ou um Christian bravo?
-"eu ainda estou fodendo de raiva" ele murmura. Então o Christian bravo. Vamos jogar o jogo que você escolheu.
-"quanta raiva?" Pergunto. Mordo o lábio inferior de maneira proposital. Ele caminha até mim em passos rápidos, e eu recuo para trás, até minhas panturrilhas encontrarem a lateral do sofá.
-"muita"
A proximidade dele, usando uma toalha para cobrir o corpo, me faz suspirar.
-"e que tal me perdoar?" Sugiro. Porra! Qual foi o meu crime? Por que ele iria me perdoar? Ótimo, Grey, está conseguindo o que quer! Fazer eu me colocar em posição culpada
-"hoje não" sussurra. Estou entre Christian e o sofá, e ele não se esforça para tocar, nem mesmo um centímetro de contato. Estendo a mão, e arranho seu braço usando a ponta das unhas. Christian segura minha mão, me impedindo de lhe tocar.
Fito seus olhos para obter uma resposta. Sem toque, sem palavras? O que? Ainda está muito bravo comigo? Christian não conhece palavras como perdão, ou superação!
Em um movimento rápido, ele lança meu corpo para o sofá. Começo a entender o que ele irá fazer...
Christian segura meu pé direito, e beija a ponta do dedão. Ele corre uma trilha de beijos pela pele, que arrepia e formiga sob seus lábios quentes. Observo os movimentos que Christian faz, um joelho dobrado sobre o encosto do sofá, revelando pele até o fim da coxa.
Ele deita minha perna no encosto, e se inclina. Christian mordisca acima do meu joelho, e segue lambendo até o ápice das coxas. Ele levanta o vestido até encontrar o tecido rendado da calcinha, e sorri com satisfação.
Christian suga a pele na parte interna da coxa, levando para dentro da boca, e chupando forte. Dói, ao mesmo tempo que excita. Ele está perto do meu ponto de prazer, o que me faz ansiar para ter sua boca em mim, forte ou suave, romântico ou cruel.
Estou molhada como as folhas de um orvalho na primavera após o inverno. Christian continua subindo seus lábios, passando do meu sexo para o abdômen. Seguro seus ombros para o manter no lugar.
Embaixo...
-"como quiser" Sussurra. Ele encaixa o rosto entre minhas pernas. Sua respiração bate contra meu sexo, como o sopro de vida para meu libido. Dobro as pernas em um ângulo de quarenta e cinco graus, e as separo. Faça sua mágica, Sr. Grey. Christian afasta a calcinha para o lado, abrindo a cortina para sua gratificação.
Ele corre a língua, saboreando a excitação derramada sobre minha intimidade. Enfio as unhas no estofado do sofá. Christian desliza um dedo em mim, e inicia um ritmo padronizado com o dedo e língua, culpados por brincar com minha imaginação. Sua língua escorre subindo e descendo, enquanto seu dedo entra e sai, esfregando as paredes internas do meu sexo. 

Sincronismo de movimentos, como corpos conectados em silêncio. Inclino a pélvis, para sua língua e dedos. Sintonia de almas, para além de sexo.
Coloco uma perna sobre seu ombro, e mantenho a outra dobrada. É uma deliciosa posição, ainda mais com a boca do cinquenta me fodendo.  Ele chupa meu clitóris suavemente, e eu me movo pouco, girando os quadris como ele rodopia o dedo. O rosto desborda suor, transborda prazer!
-"ah" gemo baixo, desejando gritar enquanto ele me penetra. Christian enfia um segundo dedo em mim, fazendo um arrepio transpassar a espinha. Os dedos me preenchendo com prazer puro, a língua tomando ritmos próprios...subindo, rodando, descendo, chupando. Este homem ainda será minha perdição!
-"Christian!" Grito. Pernas trêmulas, perda de fôlego, corpo envolto de orgasmo pronto para me rasgar.
Agarro seu cabelo macio. Não quero colocar fim a esta sensação. Ele afasta os lábios, continuando somente penetrando os dedos. Respiro fundo, suspiro rápido, sentindo desejo obsceno e me entregando. Intenso. Christian sopra o local onde sua língua estava, e volta a lamber. Ele chupa o clitóris, e esfrega os dedos em um ponto máximo dentro do meu corpo. Sinto tudo abaixo da cintura tremer e bambear.
-"ah...Cristo!" Grito. As bordas de um orgasmo explosivo balança minha estrutura. Seguro mais forte o cabelo de Christian nas mãos.
Porra! Amor é sinônimo de pureza, e nós o enchemos de pecado ao fazer sexo.
Como se eu fosse virar ao avesso, de dentro para fora, eu gozo gritando e clamando alto. Christian lambe meu sexo, tomando para sua boca todo líquido que sai de mim.
Ele deita sobre mim lentamente, beijando todo o caminho até minha boca. Arqueio as costas, empurrando o corpo em seus lábios. Christian mordisca meu pescoço, chupando em seguida.
-”Christian” gemo. Ele se encaixa entre minhas pernas, roçando seu membro ereto sob a toalha contra meu sexo. Christian sobe até meus lábios, e me beija castamente.
Alcanço a toalha que lhe cobre, e puxo de sua cintura. Agarro seu membro latejante para fora da cueca, quase implorando para estar dentro de mim.
-”oh, merda!” Christian diz seu epitáfio com os dentes cerrados. Ele coloca sua mão sobre a minha, e começa a se masturbar usando minha mão. Aperto os dedos ao seu redor, descendo e subindo sequencialmente.
Christian aproxima seu pau da minha entrada, e então eu retiro a mão dele. Ele me penetra, colocando cada centímetro com paciência e leveza.
Em sua primeira estocada, eu deslizo pelo sofá. Christian agarra minha perna, apertando os dedos na minha coxa, para tomar impulso.
Nossas bocas se encontram, minha língua clamando pela sua, nossos lábios enrolando. É bom sentir o sabor da boca dele, tem o hálito de conhaque.
Meu corpo é arrastado, enquanto Christian me penetra. A cada movimento ele aperta mais a minha coxa, puxando para si.
-”você é minha!” ele murmura. Sim, de corpo e alma, eu sou dele!
-"por favor, Christian, por favor" imploro para que seja mais rápido.
-"o que você quer?" Questiona.
-”mais rápido...mais fundo” respondo entre gemidos. Vejo um enorme sorriso de satisfação dele, que começa a me penetrar mais rápido...mais forte. 

Ele me leva ao céu cada vez que se afunda dentro do meu corpo. Sua reação é a mesma que a minha, ele fecha os olhos, desfrutando de cada momento que o seu membro se enterra em meu sexo.

Christian retira suas mãos de mim, e coloca sobre o sofá, uma de cada lado da minha cabeça, para apoiar o seu peso.. Eu aperto as coxas em seu quadril. Quero sentir cada célula do seu corpo...perto de mim.
-”Ana” Christian geme. Nós deslizamos juntos, indo e vindo com a agilidade de um sabonete molhado.
Com mais algumas penetrações, sinto meus músculos internos se apertarem. Jogo a cabeça para trás, arrastando o cabelo pelo estofado, enquanto gozo clamando pelo meu marido. Me perco na sensação de liberdade. Logo após, Christian se derrama dentro de mim. E goza gloriosamente.
-”eu te amo, Ana” murmura no ápice de sua paixão.

I'm seeing the pain, seeing the pleasure
Nobody but you, 'body but me, 'body but us.
Bodies together
I'd love to hold you close.
I'd love to wake up next to you
(Estou vendo a dor, vendo o prazer
Ninguém além de você, além de mim, além de nós.
Corpos juntos
Adoraria te abraçar perto de mim.
Adoraria acordar ao seu lado).

Christian afaga os dedos entre os fios do meu cabelo, e arrasta até a ponta. Ele acaricia repetidas vezes, perdido no momento. Eu me sinto bem, deitada no peitoral do cinquenta, ambos no amplo sofá, em uma cidade à quilômetros do lar. É lar porque ele está comigo, na verdade.
-"me diga que foi apenas um café" Christian sussurra. Se ele estiver falando sobre Bradley, não chegou a ser um café.
-"nós conversamos" murmuro. Sobre o trabalho e família, sobre filhos, sobre uma possível paixão.
-"não faça isso, Ana. Não mais..." pede. Eu criei uma briga desnecessária por causa de um café, e assumo a minha parte. Christian começou isso com 'posso ter um minuto com você?' vindo da Sra. Robinson, e não assume seu erro.
-"idem" digo. Quero que Christian entenda que estou chateada, e não há sexo que mude isso. Elena é um limite rígido, um grande vermelho!
-"baby, nós falamos sobre isso" ele puxa meu queixo entre os dedos para me encarar.
-"Nós falamos antes, e hoje Elena amanheceu na Geórgia"
Não! Não quero voltar ao assunto que deixou cinza o restante do meu dia. Foda-se! Elena será assunto passado amanhã.
-"na verdade, não importa. Ela rastejar por onde quiser" afirmo, fazendo uma ofensiva comparação à cobra.
-"sinto muito por Elena. Nossa última ligação foi cortada, ela não será mais um problema" Christian diz suavemente. É a primeira vez nesse inferno de assunto que ele compreende o que sinto.
-"Tudo bem" beijo seu peito despido, e me levanto. Eu quero comer todos os camarões que couberem em mim, tomar um banho relaxante e prolongado, e, enfim, dormir antes de ver minha mãe. Talvez haja uma transa no intervalo de algum dos tópicos...
-"eu vou tomar banho. Me espere para comer, Sr. Grey" deixo expresso o duplo sentido na frase. Ele poderá comer o que quiser quando eu voltar!
Enquanto a água morna pende sobre meu corpo, levando a espuma do meu cabelo, penso em toda a agitação de uma única manhã. Eu tive picos de felicidade, claro. Quando Grace ligou em nome da família para lamentar por minha mãe, por exemplo, logo pela manhã, antes de irmos para o hospital. Aplico mais shampoo na palma da mão, e lavo o cabelo uma segunda vez. Também penso em como é engraçado que os problemas que ocorrem na minha vida conjugue sempre termine em sexo.
Christian Grey...um grande pacote emocional.

Esfrego o couro cabeludo para extrair resquícios de shampoo. Não posso demorar se quiser comer algo quente no almoço. Permaneço imóvel embaixo da cascata de água, e, repentinamente, noto uma mancha roxa na parte interna da coxa.
Merda! O que Christian faz comigo enquanto a gente fode? Balanço a cabeça para aliviar a mente das milhares de respostas que minha pergunta tem.
Saio do banheiro envolta em uma toalha escura. Christian está abotoando os últimos botões de uma camisa azul piscina. Sorrio para a visão invejável que tenho, do homem mais desejado de Seattle, que é meu. O que eu posso dizer? Sou uma mulher de sorte. Eu poderia fazer ele se sentir um homem de sorte também.
Percorro até a cama, onde ele está próximo, trocando as pernas lentamente. Finjo indiferença para seu olhar me bebendo durante todo percurso.
-"eu sou um filho da puta" ouço Christian praguejar. Deixo a toalha cair aos meus pés, e continuo andando nua. Só tenho a ganhar! Chego ao Christian, e continuo meu jogo sedutor. Me encaixo entre ele e a cômoda abrigando minhas roupas. Abro a primeira gaveta, onde estão minhas calcinhas, e escolho uma peça preta. 

Christian está atrás de mim, roçando sua ereção quase armada contra meu traseiro. Fecho a gaveta como se estivesse sozinha no quarto, deixando vaga sua presença.
-"Anastasia, o que eu vou fazer com você?" Ele abafa um gemido ao descansar a mão na minha bunda.  
-"tenho certeza de que você sabe o que fazer" sussurro. Inclino o traseiro para vestir a calcinha. Deslizo os pés para dentro dos espaços, e subo o tecido lentamente pelas pernas.
"Sim...eu sei bem o que fazer com você" murmura. Christian afunda os lábios na minha garganta, e corre o nariz desde a orelha até o ombro.
-"eu preciso trabalhar. O que você faz comigo?" Questiona. 

Vamos trabalhar juntos, da maneira que satisfaz nossos desejos.
-"trabalhe no meu corpo" sugiro. Não é como se ele nunca tivesse feito isso antes!
O amor é música para quem escuta, e movimento para quem dança. Os corpos se atraem como ímãs, e sabem a direção para onde ir, junto, perto, alerta. O amor é melodia silenciosa, que conduz almas para o destino, e não corpos para os lençóis.


Notas Finais


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♡Beijos na bunda♡
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