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História 5.6 Écarlate - Voyeur


Escrita por: seexsaw

Notas do Autor


Eis-me aqui de novo,galero! Tudo bem com vocês?

Hoje estou um pouco menos apressada sifsidfusdifuh

Não sei muito o que falar aqui,mas tenho que admitir que fiquei um pouco insegura com esse capítulo por motivos desconhecidos. Espero realmente que vocês gostem.
Quero agradecer pelos 36 favoritos e todos os comentários maravilhosos que vocês estão deixando,acreditar que esse projeto pequeno está realmente agradando vocês está me deixando bem feliz!
Muito obrigada mesmo *heart eyes emoji*

Sem mais enrolação,boa leitura!

PS: significado do termo francês nas notas finais.

Capítulo 3 - Voyeur


[Voyeur: Aquele que vê]

 

Suor escorria de minha testa e nuca trilhando um caminho por todo o meu corpo. Minha respiração encontrava-se acelerada e meus cabelos encharcados grudavam em minha testa. Era dia extra de ensaios para a apresentação final do semestre e eu e Jongin havíamos reservado uma das salas para que pudéssemos ter privacidade com as nossas performances.

Apenas eu e o moreno sabíamos dos planos de performance um do outro e a minha principalmente, devia ser uma grande surpresa pra todos. Não queria correr o risco de outros alunos copiando ou adaptando minha assinatura.

Quando já estava sentindo minhas pernas repuxarem um pouco além do normal resolvi parar sob o conselho de Jongin. Encontrávamo-nos recostados contra o espelho e sentados ao chão enquanto bebíamos incessantes goles de água. Massageava as minhas coxas sentindo aquela dor prazerosa de um objetivo alcançado já que havia consertado de vez as incoerências na coreografia que havia deixado escapar. Queria que minha apresentação fosse perfeita. Ela tinha que ser.

Suspirei.

—Cara, você precisa saber a hora de parar. — o moreno comentou, aproveitando o estado de relaxamento do seu corpo para deitou ao chão. —Se continuar se cobrando dessa maneira vai acabar se machucando.

—Nem brinque com isso. —adverti. —A noite tem que ser perfeita.

—Vai ser, tudo o que você sabe fazer ultimamente é ensaiar como um condenado. —comentou. —Você sabe que Kyungsoo o viu aqui de madrugada semana passada?

—Como ele sabe disso? —questionei desconfiado.

—Ele também estava aqui pelas mesmas razões que você. —disse. —A apresentação dele valerá metade de todo o semestre.

Fiz uma breve careta.

—Você está bem próximo do Kyungsoo, huh? —provoquei o chutando de leve.

—Não comece, Oh Sehun. Eu e Kyungsoo não temos nada ainda, não é nada sério. —deixou claro.

—Ainda... —falei piscando e o moreno jogou sua garrafa d’água vazia em mim. —Aish!

—Você não cala a boca! —exclamou Jongin e o silêncio confortável tomou conta da sala. —Sehun. —me chamou enquanto se sentava com as mãos espalmadas ao chão.

—O que foi?

—O que você faria se alguém tentasse beijar seu namorado? —questionou como quem não quer nada.

—O quê? Que porra de pergunta é essa, Jongin? —questionei. —Você viu algum cara tentando algo com Baekhyun?!

O moreno abriu um sorriso estranho.

—Não. Não é nada disso, seu idiota. —respondeu. —Estou dizendo hipoteticamente.

—Então eu, hipoteticamente, quebraria o rosto do cara. —respondi simplista enquanto bocejava.

Jongin abriu a boca pra dizer algo, mas um toque incessante foi ouvido. Completamente exausto levantei-me e fui até minha mochila, que estava no outro lado da sala, limpando o meu rosto com a toalha pendida em meu pescoço. Peguei meu celular que vibrava incessantemente com uma foto minha e de Baekhyun aparecendo na tela. Não hesitei em atender.

—Alô?

—Amor? —a voz melodiosa de Baekhyun se fez audível no outro lado da linha. Ela parecia um pouco entrecortada. —Você já acabou aí?

—Praticamente. —respondi prontamente. —Por quê? Algo aconteceu? Sua voz parece estranha.

—Eu não estou bem, Sehun. —disse por vez em um fio de voz. —Preciso de você agora, por favor.

—O que está acontecendo, Baekhyun? —preocupação pesou em meu semblante e voz. —Está sentindo alguma coisa?

—Só venha com cuidado. —respondeu e finalizou a chamada.

—Baekhyun? Baekhyun! —chamei inutilmente e peguei minha mochila novamente guardando o meu celular e pegando as minhas chaves. Impaciência e preocupação exalavam de mim no momento.

—O que aconteceu, cara? —Jongin perguntou vindo até mim e colocando uma de suas mãos em meu ombro em sinal de apoio quando percebeu meu estado.

—Eu não sei ao certo. —respondi. —Baekhyun ligou dizendo que não estava bem e que precisava de mim em casa. Acho que ele está passando mal ou algo assim.

—Ah sim! —exclamou dando-me tapinhas nos ombros. Observei um sorrisinho surgindo em seu rosto, mas decidi ignorar suas provocações.—Boa sorte, Oh.

—De que porras você está falando?

—Quer carona? —mudou de assunto e eu meneei a cabeça.

—Estou com minha moto, pode ficar tranquilo. —disse após guardar tudo o que precisava e sair da sala em passos firmes e rápidos.

O que teria acontecido com Baekhyun para que ele me ligasse dessa maneira?

[...]

Entrei no apartamento que dividia com Byun batendo a porta com força e deixando a mochila em qualquer canto no chão. Retirei meus tênis rapidamente e os deixei na entrada. Procurei pelo ruivo na sala e cozinha não o encontrando e por isso resolvi subir as escadas para ver se o mesmo estava em um dos quartos. Estava na metade dos lances de escada quando ouvi um gemido sôfrego e estridente vindo do andar de cima. Subi o resto de lances rapidamente ainda preocupado com o menor.

—Baekhyun! —chamei alto enquanto subia. —Baekhyun, você está bem?

Já no andar de cima percebi que os gemidos—agora ainda mais altos e sôfregos—vinham de nosso quarto. Corri até o mesmo abrindo a porta bruscamente. Encontrava-me arfando e extremamente preocupado com o que podia presenciar. Meus olhos arregalaram-se antes mesmo de eu conseguir processar a cena em minha frente.

Bem no meu campo de visão estava um Byun completamente nu recostado na cabeceira da cama enquanto explorava áreas erógenas de seu corpo com suas próprias mãos. Suas pernas encontravam-se bem flexionadas e abertas, e o menor apalpava a própria coxa em busca de prazer. Na verdade, sua mão não parava quieta, ora ou outra puxando os seus fios avermelhados enquanto mordia o lábio inferior fortemente.

Gemia alto como se quisesse que todos que tivessem a mínima oportunidade ouvissem e acredite, a melhor parte ainda não era nenhuma das já citadas. Baekhyun estava estimulando-se com um vibrador arroxeado sendo comprimido por sua entrada em movimentos ininterruptos. O menor rebolava contra o objeto à cada momento em que seu ponto sensível era atingido—algo que era visível em sua expressão.

Quando o ruivo percebeu a minha presença, gemeu meu nome suavemente levando sua mão desocupada até o próprio falo iniciando uma masturbação lenta. Seus lábios estavam tão vermelhos que podiam ser comparados ao escarlate de seus cabelos. As bochechas coradas e suor iminente na tez branquinha.

—Você chegou tarde demais, Hunnie. —gemia. —Sei que você não gosta quando uso os nossos brinquedinhos sozinho, mas eu estava tão necessitado de você, amor!

Pronunciava cada sentença em meio reboladas que roubavam toda a minha atenção. Meu corpo havia ficado totalmente paralisado com a repentina troca de sensações. Estava extremamente preocupado com Baekhyun segundos atrás e a sensação foi subitamente trocada por surpresa e excitação.

—Você vai ficar mesmo parado aí? —perguntou o menor enquanto lubrificava os dedos com sua saliva e circundava os próprios mamilos já durinhos. —Já que você chegou, vamos tentar algo diferente.

—O que você quer que eu faça, Byun? —as palavras saíram completamente espontâneas de minha boca. A visão havia realmente me afetado de maneira submissa. Estava totalmente a mercê de Byun Baekhyun.

O ruivo sorriu do jeitinho que sempre fazia quando conseguia algo que já tinha em mente.

—Sente-se na poltrona, Sehun. —ordenou Baekhyun e levei meu olhar até o móvel que estava perfeitamente alinhado em frente à cama. O ruivo havia realmente planejado tudo antes.

Soltei a maçaneta da porta que segurava com uma força demasiada devido à excitação e em passos vacilantes fiz o que o menor pediu me sentando no móvel. Dali eu tinha uma visão ainda mais privilegiada. A entrada encharcada de Byun gotejava lubrificante fazendo com que escorresse pelos seus dedos e vibrador, este que percebi estar em sua última potência.

Mordi os lábios.

—Se toque para que eu veja, Hunnie. —pediu gemendo manhosamente enquanto continuava estocando a si mesmo com o objeto cilíndrico. —Fique totalmente duro pra mim, sim?

Ri nasalado.

Byun sempre conseguia o que queria vindo dos outros. Suas palavras sugestivas e semblante aparentemente angelical—mesmo quando aquele sorriso enfeitava o seu rosto—faziam parte do seu charme manipulador. Tudo que fiz foi acariciar-me com volúpia até porque não era feito de ferro e autocontrole não era o meu forte.

Os pés de Baekhyun ondulavam-se devido ao prazer que proporcionava a si mesmo. Os seus olhos analisaram o próprio estado—Byun Baekhyun era mesmo autossuficiente e totalmente satisfeito com o próprio corpo e naquele momento ele estava se amando pra mim—até que os nossos olhares se encontraram de maneira provocante. Era como se não conseguíssemos desviar o olhar. Éramos magnetizados um ao outro.

Retirei minha regata em uma moção quase que torturante aos olhos de Baekhyun que passeava o olhar por meu abdômen e joguei o tecido ao meu lado no chão. Abri o zíper de minha bermuda às cegas, pois meu corpo se recusava a interromper o contato visual. Levantei-me rapidamente para retirar as peças que me atrapalhavam e rapidamente sentei na poltrona novamente.

Com o olhar de Byun pesando sobre meu corpo comecei a me tocar propriamente estimulando meu falo semiereto. O ruivo usou isso como estímulo para masturbar-se com mais intensidade ao pender a cabeça pra trás. Continuei apreciando a visão e me estimulando até que estivesse completamente duro e nesse meio tempo Baekhyun quase teve seu ápice, este sendo retardado pelo mesmo.

O ruivo arfava de maneira incontrolável e seu corpo estava totalmente entregue às sensações que lhe estavam sendo proporcionadas. Observava o suor escorrer pela clavícula de Byun. Observava o quanto a pele dele se encontrava coradinha e convidativa para minha boca. Queria sentir sua essência e chupar aquela tez até que a mesma tomasse leves tons de roxo.

Queria marca-lo.

—Estou tão quente, Sehun. —gemeu. —Você me deixou dessa maneira e eu tive que aliviar de alguma forma. Estava... Estou desesperado por você.

Comprimi meu próprio falo impulsionando o quadril de encontro a minha mão enquanto mordia o lábio inferior fortemente.

—Se você me quer tanto assim, saiba que a recíproca é verdadeira. —confidenciei masturbando-me em um ritmo mais calmo e exibicionista. —Por que não larga esse brinquedinho e vem aqui sentar em mim? Rebolar em cima de mim com essa bundinha gostosa como só você sabe fazer, sim?

Baekhyun acelerou os movimentos do vibrador dentro de si com volúpia. Gemia inconsequente enquanto o fazia. Sorri malicioso.  Ele amava quando eu resolvia dizer palavras sujas no sexo. Era algo que o levava ao limite e eu adorava ver o seu descontrole. Sua mão subia e descia contra o próprio falo de maneira intensa. Um gemido estridente preencheu o quarto quando o menor cobriu a fenda em sua glande novamente para impedir o ápice.

—Eu estaria lhe dando um presente semelhante ao de ontem, Hunnie. —disse Byun sorrindo e eu engoli à seco. — Hoje não vamos nos tocar, Oh. Vamos chegar ao clímax apenas apreciando a presença um do outro.

Gemi frustrado.

—Você me conhece bem, amor... Como isso será um presente? Isso vai ser tortura. —disse manhoso dessa vez. —Você está tão perto e pronto pra mim... Não faça isso, Byun.

—Já estou fazendo. —falou retirando o vibrador de si e trilhando um caminho com objeto pelo abdômen até seus mamilos já sensíveis os estimulando com a vibração intensa. O objeto havia deixado um rastro lubrificado em sua tez.

Enquanto estimulava os próprios mamilos com o vibrador em uma das mãos, o ruivo começou a provocar sua entradinha encharcada que expelia lubrificante, com seus dedos—indicador e médio—, ele provocava a área exibindo um autocontrole imenso. Foi quando o Byun colocou os dedos para dentro de si me dando a visão de seu buraquinho guloso engolindo e comprimindo ambos os dedos juntos. O lubrificante gotejando para fora da entradinha rósea na medida em que ele retirava e adentrava os próprios dedos para dentro de si repetidamente.

—Deus, Baekhyun! —murmurei enquanto aumentava o ritmo de minha mão.

—Imagine que sou eu te tocando agora, amor. —disse o menor. —Imagine que sou eu que estou te proporcionando prazer do mesmo jeito que estou imaginando que é você aqui me fodendo gostoso.

  —Então você gosta disso? —arrisquei em perguntar. —Gosta de me imaginar entre suas pernas com elas entrelaçadas em minha cintura enquanto o fodo com vontade? Porque eu gosto de me imaginar assim. Imaginar o quão você me receberia bem enquanto gemeria incessantemente pedindo por mais. Mais forte. Mais rápido.

Impulsionei um quadril de maneira lasciva contra minha mão buscando por mais fricção. Imaginava Baekhyun ali com suas mãos delicadas e macias masturbando-me com um sorriso cafajeste nos lábios desenhados e avermelhados. Acariciei meus testículos suavemente enquanto estimulava minha glande inchada com o meu polegar. Meus movimentos estavam ficando cada vez mais rápidos inconscientemente. Byun me deixava insano.

Nossos olhares queimavam um ao outro. Baekhyun masturbava seu falo lentamente controlando a sua respiração em pequenos suspiros. Levou o vibrador que havia sido usado para estimular os próprios mamilos por um momento até sua entrada a circundando e deixando que o objeto fizesse o seu trabalho contra a mesma. Fez moção de penetrar-se com o objeto e o fez circundando a mão para que o vibrador tocasse seu ponto sensível.

—Isso, Sehun! —soltou um gritinho manhoso. —Continue me fodendo assim. Me fode assim!

Seus olhos agora estavam fechados fortemente e o menor parecia não está se aguentando já que seria a terceira vez que o ruivo negava o orgasmo a si mesmo. Observei o líquido pré-seminal abundante que saía de nossas glandes e percebi que não estava em um estado tão diferente de Baekhyun.

—Byun. —chamei e o menor abriu os olhos languidamente me observando. Os movimentos de minha mão estavam freneticamente deliciosos. —Você pode gozar, amor. Não estou tão longe disso também.

O menor assentiu totalmente vulnerável às sensações. Seu rostinho estava todo e completamente corado devido ao esforço e suor escorria por todo o seu corpo. Sua cabeleira escarlate estava úmida e impregnando-se de maneira sensual em sua testa. Byun Baekhyun era quente e eu não tinha o mínimo receio de me queimar.

Não demorou muito para que o menor atingisse o ápice de seu prazer. Seu sêmen havia atingido o seu abdômen e sujado uma de suas mãos. Retirou o vibrador de si relaxando o corpo na cama. Seu peitoral subia e descia em uma moção rápida indicando o quão ofegante o menor estava.

A visão de Baekhyun todo desinibido atingindo o ápice também havia me levado ao limite. Fechei meu punho contra meu falo rígido aumentando um pouco o aperto no mesmo e de modo lascivo impulsionei meu quadril contra minha mão com movimentos curtos e fortes e derramei-me em própria mão sujando também o meu abdômen. Recostei a cabeça na poltrona tentando normalizar as batidas do meu coração acelerado.

—Eu amo te ver gozando assim. —comentou um Byun Baekhyun extasiado com um olhar intenso.

O ruivo ficou de joelhos na cama e logo veio engatinhando até a beirada fazendo um sinal de ‘venha até a mim’ com as mãos. Totalmente esgotado devido a todo esforço que fiz no dia, levantei-me indo até ele em passos vacilantes. Baekhyun agora estava ajoelhado rente ao final da cama.

Pegou minhas mãos que repousavam ao lado de meu corpo com uma das suas e levou a que estava suja com meu próprio sêmen até sua boca, chupando a limpo com o olhar marcado nos meus. Fazia questão de deixar que barulhos molhados saíssem exageradamente altos de sua boca.

Como se já não fosse o suficiente, assim que minha mão estava limpa o menor debruçou-se até o meu abdômen lambendo o mesmo numa lentidão provocativa retirando todo o resquício de meu prazer dali. Em sua última lambida lânguida, Byun fez questão de trilhar um caminho do meu baixo ventre até os meus mamilos lubrificando-os e assim se afastou passando a língua sobre os lábios avermelhados.

Circundou os braços em meu pescoço o que me fez acariciar sua cintura com as pontas dos meus dedos. Debrucei-me para roçar os nossos narizes e assim o fiz com toda calma do mundo. O ruivo mordeu o lábio inferior e beijou-me lentamente. Era um beijo preguiçoso e repleto de nuances. Havia cansaço, ternura, excitação... Havia amor. Não me controlei e peguei Byun no colo o que fez o mesmo parar de me beijar e gargalhar batendo em meu peitoral.

—Me põe no chão, Sehun! —advertiu fazendo menção de me bater novamente.

—O que acha de um banho? —ignorei seu surto e o levei até o banheiro que compartilhávamos no quarto. Já lá dentro o coloquei no chão.

—Aish, idiota. —comentou já adentrando o box.

—Agora eu sou idiota, é? —provoquei e o menor abriu o chuveiro e fez questão de me molhar enquanto sorria da minha expressão indignada.

Todos os seus sorrisos eram lindos, mas o que enfeitava melhor o seu rosto era o espontâneo e genuíno que ele dava sem intenção. Esses mereciam ser registrados por todos. E eu só era um cara sortudo por ter a oportunidade de vê-lo durante esses cinco anos.

[...]

Baekhyun saiu do chuveiro primeiro que eu após se limpar alegando que queria relaxar um pouco na banheira. Eu estava lavando bem os meus cabelos quando ouvi uma melodia calma vir de fora do box. Era o ruivo cantando uma de suas músicas favoritas de modo tranquilo. Adorava como o menor era seguro de suas habilidades e soltava sua voz pra quem quisesse ou não ouvir. Sua voz aveludada de certa forma trazia paz ao ambiente.

Depois de limpo, desliguei o chuveiro e usei a toalha apenas para secar um pouco os cabelos. Fui até a banheira e Byun encolheu-se para que eu pudesse entrar também. Assim que me sentei, o menor recostou-se em meus ombros com os olhos fechados enquanto eu deixava selos inocentes em um de seus ombros. Fazia um carinho suave em sua cintura por debaixo d’agua e em seus braços não submersos fazendo-o se arrepiar.

—Sabia que eu amo te ouvir cantar? —sussurrei contra o seu ouvido. —Me traz uma certa paz que só você me proporciona.

Um sorriso tímido enfeitou seu rosto.

—Então é uma coincidência enorme. —disse roucamente devido ao estado de relaxamento. —Porque sinto o mesmo quando te vejo fazendo o que ama.

Deixei um beijo em sua bochecha sentindo a água começar a esfriar sobre nossos corpos. Curti aquele momento com tímidos toques e tímidas palavras. Byun realmente precisava daquele descanso já que nos últimos meses tem se empenhado cada vez mais para superar a si mesmo criando desafios pessoais.

E eu amava estar agarradinho com ele daquela maneira.

Quando percebi que o ruivo havia cochilado com minhas carícias em seu cabelo parei com os movimentos recostando a minha cabeça na sua. Suspirei sentindo a sonolência também tomar conta do meu corpo.

Despertei poucos minutos depois com o menor ainda sonolento em meu ombro. A água já se encontrava gelada e fiquei preocupado com que o menor pegasse um resfriado. Sabia que se isso acontecesse nas vésperas de sua apresentação, Baekhyun ficaria arrasado. Acariciei levemente a sua cintura cutucando-o para que ele acordasse recebendo um resmungo sonolento em resposta.

—Acorda, amor. —falei contra o seu ouvido. —A água já está gelada.

—Você me esquenta. —rebateu manhoso e aconchegou-se um pouco mais em mim. Não pude deixar de sorrir com a teimosia do ruivo.

—Baekhyun.

—Estou cansado! —exclamou arrastado.

—Segure-se firme aqui. —coloquei ambas suas mãos nas laterais da banheira. —Vou trazer uma toalha pra você.

Saí da banheira com cautela deixando o menor nela e fui em direção ao armário ao lado da pia para pegar duas toalhas. Enrolei uma em minha cintura e a outra deixei pendida em meu ombro. Fui até o quarto rapidamente para pegar uma cueca e me vesti com ela voltando até o banheiro.

Agachei-me em frente à Byun que cochilava tranquilo e peguei a toalha em meu pescoço e comecei a secar as gotículas de água em seu rosto. Baekhyun acordou com os olhos pequeninos de sono e eu indiquei para que ele se levantasse o que o menor fez com muita dificuldade. Só ele realmente sabia como ia a sua rotina na faculdade. Uma semana atrás, ele havia participado de praticamente todos os ensaios extras de sua sala.

O ruivo pegou a toalha em minhas mãos e se cobriu saindo da banheira em passos vacilantes. Andou automaticamente até o quarto e se jogou na cama de bruços enterrando a cabeça debaixo de um dos travesseiros.

—Byun, você vai pegar um resfriado se dormir desse jeito após ficar aquele tempo todo na água fria. —adverti recostado no batente da porta do banheiro.

—Aish, você parece minha mãe. —reclamou o menor. —Por que não me veste de uma vez?

Balancei a cabeça negativamente e fui até ao guarda-roupa pegando uma blusa e uma calça moletom.

—Levanta.

O menor retirou o travesseiro de seu rosto e bufou se sentando. Puxei Byun pelas pernas até que ele ficasse sentado rente ao final da cama e o vesti com a blusa confortável que havia pegado. Baekhyun ajudou-me e retirou a toalha já vestindo o moletom e se ajeitando na cama novamente.

Peguei o edredom que se encontrava em cima do criado mudo e joguei sobre o seu corpo logo me sentando na cama e velando o seu sono já que havia perdido o meu. Os cabelos avermelhados de Baekhyun já estavam secos. Lembrava-me quando sua tintura estava recente e o menor sujava os lençóis brancos os deixando em tons rosados. Ele ficava puto por isso, mas dizia que valia a pena já que ele se sentia bem com aquele cabelo.

Abracei meus joelhos lembrando-me de tudo o que passamos juntos. Esses cinco anos com Byun foram sim maravilhosos, mas tivemos nossos tempos de crise. O começo do nosso namoro foi um pouco conturbado já que seus pais não haviam concordado com ele por inúmeros motivos. Não era rico o suficiente, não era o que eles esperavam pro mais velho dos Byun, no caso, um homem. Mas nada disso nos impediu de sermos o que somos agora.

Como vinha de uma família tradicionalíssima seu pai não teve outra escolha a não ser passar as responsabilidades dos negócios para o filho mais novo. O que o senhor Byun não sabia era que isso trouxe liberdade pra Baekhyun, pois o que ele queria e amava fazer era cantar e nada mais o impediria.

Foi quando decidimos fazer audições para uma universidade no Japão. Pra ser sincero, fiz as audições mais por Baekhyun do que por mim. Digamos que eu tinha alguns problemas em realmente acreditar no meu potencial, mas ao longo dos anos fui deixando isso de lado. Byun estava sempre ali ao meu lado pra me fazer acreditar até que eu começasse por mim mesmo, o que eventualmente aconteceu mesmo com minhas recaídas.

Ás vezes me perguntava como seria minha vida agora, se Byun não tivesse entrado na sala errada num momento tão certo, quando estávamos nos últimos anos de colégio.

Baekhyun foi um dos primeiros a me ver dançar e realmente reparar nisso.

Foi com aquele sorriso enigmático e um breve pedido de desculpas—seguido de uma óbvia paquera onde o menor afirmou que eu dançava bem e poderia ensiná-lo em outra ocasião—que me encontrei indo até o auditório do colégio todos os dias só para o vê-lo cantando. Sim, porque eu só enxergava Byun Baekhyun naquele palco e mais ninguém.

Éramos realizados agora.

A corrente que o ruivo havia me dado numa ocasião totalmente espontânea ainda pendia em meu pescoço e a peguei em minhas mãos acariciando o metal de forma terna. Estava tudo claro agora. Na verdade sempre esteve, pois não fazia questão de esconder o quão Baekhyun era importante pra mim.

Suas teimosias e trejeitos eram importantes pra mim. Assim como sua voz e as notas perfeitas que o menor almejava e conseguia alcançar sempre dando o melhor de si.

Completávamos um ao outro porque um dia fomos igualmente quebrados. 


Notas Finais


Voyeur: a palavra voyeur significa "aquele que vê", e por isso descreve uma pessoa que gosta de observar os outros sem participar,sem manter contato físico em si. Descreve uma pessoa que obtém prazer ao observar atos sexuais ou práticas íntimas de pessoas conhecidas ou não.


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