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História 5.6 Écarlate - Miroirs


Escrita por: seexsaw

Notas do Autor


E chegamos ao fim!

Não tenho muito o que falar aqui,vejo vocês nas notas finais.

Para escrever esse capítulo duas músicas foram cruciais: Mirrors do Justin Timberlake e My Answer do Exo. Deixarei o link de ambas as traduções e músicas nas notas finais.

Ps: termo também nas notas finais como sempre.

Boa leitura!

Não me matem,vai ser compensador. Só digo isso.

Capítulo 6 - Miroirs


[Mirroirs: Espelhos]

Byun Baekhyun

 

Era madrugada quando acordei assustado ao ouvir um barulho estridente vindo do banheiro. Sentei-me rapidamente na cama passando a mão por meus cabelos desgrenhados. Um alto barulho de algo se quebrando alertou-me e levantei rapidamente da cama indo até o banheiro pra ver o que estava acontecendo com Sehun. Já tinha uma vaga ideia do que podia ser já que era dia de apresentação e o maior demonstrou-se extremamente nervoso no dia anterior.

Abri a porta e percebi o espelho do armário totalmente estilhaçado e manchado de sangue. Sehun estava caído de joelhos ao chão com uma de suas mãos segurando a outra que tomava uma cor forte escarlate do sangue que emanava dela. Corri em sua direção ouvindo o choro copioso e desesperado de meu namorado. O sentimento que estava transbordando dele parecia sufocar todo o ambiente. Agachei-me com cuidado ao seu lado para não pisar ou deixa-lo se machucar com os outros cacos ao chão.

Fiz menção de tocá-lo e o maior se esquivou sentando desconfortável ao chão recostando-se na parede. Tentou limpar as lágrimas e acabou sujando o rosto com o sangue que respingava de uma das mãos. Sabia que quando Sehun tinha uma crise era preciso agir com muita cautela com o mesmo. Qualquer coisa era um gatilho.

—Sehun... —chamei calmamente o encarando tentando novamente tocá-lo com cautela. —Shh, você precisa se acalmar. Estou aqui, tudo bem?

—Eu sinto tanta falta dela, Baekhyun. —o maior comentou se encolhendo todo ao abraçar os próprios joelhos. —Eu sonhei com ela e... Ela ficaria tão orgulhosa de mim se estivesse aqui.

O seu choro que cessava gradativamente retornou em altos soluços novamente. Consegui tocar em seu braço cautelosamente e me colocar de frente pro mesmo. Peguei sua mão saudável que caía ao lado de seu corpo e levei até a que sangrava ajudando Sehun a pressionar o ferimento para estancar o sangramento.

Sabia muito bem de quem ele estava falando.

A mãe de Sehun havia sido o único pilar familiar que ele teve até sua adolescência. Ás vezes, com o sorriso melancólico no rosto o maior me dizia que ela sempre o encorajou a fazer o que quisesse, a seguir o sonho que quisesse e quando ela se foi devido uma infecção pulmonar repentina quando ele tinha apenas 15 anos... Foi como se Sehun tivesse perdido parte dele. Algo nele tinha se quebrado e era exatamente a parte que sua mãe havia levado com ela.

—Amor, olha pra mim. —levei ambas as minhas mãos até o seu rosto e o forcei a me encarar. Seus olhos estavam exacerbadamente avermelhados e inchados. —Ela está orgulhosa. Aonde quer que ela esteja. Não foi você que me disse que sua mãe foi a primeira pessoa a encorajar que você dançasse e levasse isso como algo pra fazer na vida?

Ele assentiu machucado. As lágrimas ainda rolavam insistentemente sobre o seu rosto mesclando-se com o pouco sangue que manchava sua pele. Acariciei suas bochechas sentindo meu coração apertar por vê-lo tão frágil daquela maneira. Fazia um bom tempo que Sehun não havia tido ataques de ansiedade.

—E se eu não conseguir fazer uma boa apresentação? —questionou mais pra si do que pra mim. —Eu não vou conseguir. Eu vou desapontá-la Baekhyun, eu sinto isso. Eu sinto! —gritou a última frase puxando o ar com força devido ao seu súbito surto.

Sua mão que pressionava o ferimento foi direto ao peito no momento em que ele começou a arfar e seus olhos se fecharam fortemente em indícios claros de dor. Seus cabelos acinzentados pingavam suor demasiadamente o que me fez perceber que ele estava tendo aquela crise a mais tempo do que eu imaginava.

Ele havia tentado passar por aquilo sozinho para que eu não o visse daquela maneira de novo. Para que eu não presenciasse mais uma de suas crises. Levei minhas mãos até os seus cabelos o tirando de sua testa e sentindo sua pele fria ao meu toque. Sehun começou a se debater puxando o ar com demasiada dificuldade.

—E-eu... Não consigo.... —tentava falar em arfadas violentas. Seus lábios estavam quebradiços e extremamente secos. —Eu não consigo r-respirar.

—Sehun. —chamei pelo maior que fazia de tudo para que sua respiração voltasse ao normal,mas o seu desespero o fazia não conseguir captar o ar e consequentemente se acalmar. —Sehun!

Dei leves batidinhas em seu rosto a fim de trazê-lo pra realidade.

—Estou... Com tanto... Medo. —comentou pausadamente.

—Meu amor, você precisa se acalmar. —disse tentando faze-lo olhar-me nos olhos.

Seus dedos se fechavam contra o tecido da camisa encharcada que pendia em seu corpo em pleno sinal de desespero. Seu peito subia e descia de maneira arrítmica como se o maior tentasse respirar arduamente, mas não encontrasse nenhum ar pra isso. Ele se debruçou de forma agoniante para quem o via daquela maneira.

O alto som que vinha de sua garganta como se realmente não pudesse detectar todo o oxigênio disponível que seus pulmões precisavam era nauseante. Apavorei-me ainda mais quando percebi Sehun começar a perder os sentidos e ficar extremamente pálido.

—Bae... —tentou falar, mas no desespero do momento o puxei para mais perto fazendo com que nossos lábios se chocassem. Sua respiração descontrolada foi interrompida pelo selar de lábios e permaneci ali com eles inertes colados aos seus semelhantes por mais alguns segundos para que o maior se acalmasse.

Lentamente me afastei abrindo os olhos e encarando os seus que se encontravam arregalados pelo estado de ansiedade palpável. O maior agora controlava lentamente sua respiração puxando e soltando o ar com mais prudência e menos desespero. Nossos narizes ainda estavam encostados e calmamente os rocei juntos numa lenta carícia. Minhas unhas estavam levemente cravadas na pele de seu queixo tamanha foi a brutalidade que o trouxe pra mim.

Afastei-me por completo.

—Consegue respirar agora? —perguntei preocupado.

O maior assentiu e suspirei aliviado. Peguei sua mão saudável e levei até o meu coração que apesar de tudo batia tranquilamente e olhei profundamente em seus olhos marejados. De maneira tranquila tratei de inspirar e expirar para que Sehun repetisse o ato.

—Sente meu coração? —perguntei. —Siga o ritmo dele, meu amor. Vai ficar tudo bem, sim?

O de cabelos acinzentados estava respirando pesadamente e suspirando tentando ao máximo se acalmar. Percebi que Sehun havia conseguido sair daquele estado intenso de ansiedade e o ajudei a se levantar alegando que precisávamos cuidar daquela ferida em sua mão. O guiei até a pia abrindo a torneira e deixando que a água limpasse todo o sangue. Peguei o kit de primeiros socorros no armário preparando-me para retirar os cacos de vidro que haviam se fixado na lesão.

Ficamos em um estado de completo silêncio. Sabia que Sehun se sentia extremamente envergonhado logo após de uma de suas crises, ele não gostava nem um pouco que alguém as presenciasse já que foi exatamente assim que perdeu um amigo antigo.

Após enfaixar a mão dele com precisão, peguei um dos lenços umedecidos no kit e fiquei de frente pro maior que encarava o chão com ímpeto, calado e inerte. Levei minhas mãos até o seu rosto e o fiz me encarar para limpar o sangue que sujava o seu rosto com o lenço.

Assim que terminei deixei o kit em cima da pia e joguei os lenços ao lixo. Aproximei-me de Sehun e sem hesitação o abracei esperando que o ato de afeto fosse devidamente retribuído como sempre, o que não aconteceu.

—Você não precisa ter pena de mim. —murmurou ele tentando se desvencilhar.

Afastei-me do maior e o encarei incrédulo.

—Eu amo você, Sehun. —deixei claro. —Nunca sentiria pena de você até porque não há razão pra isso.

—Claro. —riu irônico retirando meus braços que circundavam sua cintura.

Tudo o que fiz foi suspirar.

—Vamos dormir agora, sim? —sugeri tentando mudar o assunto. —Temos um dia e tanto pela frente.

O maior aquiesceu e foi até o quarto sem dizer nada. Com cautela peguei os cacos de vidro que se encontravam maiores e os joguei no lixo antes de tomar o mesmo rumo que Sehun. O encontrei deitado de bruços na cama com o rosto no travesseiro. Sentei-me no lado direito da cama e fiquei ali o observando com preocupação iminente. Aconcheguei-me mais perto dele e comecei a acariciar os seus cabelos num carinho terno.

Meu coração se apertou ainda mais quando vi seu corpo sobressaltar-se na cama devido aos soluços abafados que saíam de sua boca. Antes mesmo que eu dissesse alguma coisa Sehun se levantou e aconchegou a cabeça em meu colo e continuei o carinho que havia sido interrompido.

Desenhos abstratos eram feitos por mim na tez exposta de Sehun enquanto não parava com as carícias em seus cabelos. Retirava o cabelo de sua testa calmamente deixando com que o maior chorasse até quando achasse melhor.

Sabia que Sehun se cobrava muito em basicamente tudo. Era uma característica autodestrutiva de sua personalidade,pois quando algo dava errado ou ele não conseguia alcançar suas expectativas—muitas vezes surreais—ele colapsava.

O medo de falhar consumia-o.

Muitas vezes o fiz enxergar o quão aquilo lhe fazia mal, como na vez em que Sehun fraturou o joelho e continuou a rotina de ensaios sem avisar a ninguém sobre o ocorrido até desmaiar de dor em uma de suas apresentações.

Tudo era muito extremo pra ele e eu fazia de tudo para amenizar o emaranhado de sentimentos que tomava conta dele de uma só vez. Eu o ouvia e tentava aconselha-lo com minhas palavras nem sempre tão certas para que acreditasse mais em si e no seu potencial.

O maior medo de Sehun era desapontar os outros e eu deixava claro todos os dias que seus esforços valiam a pena pra mim. Que deviam valer a pena,principalmente,para ele.

Perdido em devaneios não notei que o choro de Sehun havia cessado por completo. O maior agora ressonava baixinho. Sorri com isso e continuei minhas carícias. Sabia que demoraria a pegar no sono e o melhor que podia fazer era o observar dormir. Debruce-me desajeitadamente fazendo menção de sussurrar algo para o maior.

—Você é bobo, Oh Sehun. —murmurei retirando uma mecha de cabelo que cobria seus olhos. —Quantas vezes tenho que te dizer que você é o suficiente?

Suspirei.

—Quantas vezes tenho que dizer que te amo? —completei e recostei-me na cabeceira da cama perdendo-me novamente em devaneios até cair no sono.

[...]

Horas mais tarde acordei com o toque incessante do meu celular. Espreguicei-me e tateei o criado-mudo até encontrar o maldito aparelho para que pudesse desligar o despertador. O visor indicava que já era o começo da tarde e por isso me levantei um pouco perplexo sabendo dos milhares de afazeres que tinha que cumprir.

Saí da cama não encontrando Sehun nela e fui me arrastando até a sala. O procurei em todos os cômodos enquanto fervia a água pro meu café preto matinal e acabei por encontrar uma mensagem não lida em minhas mensagens do celular.

[07:12 AM] Oh Sehun: Saí bem cedo. Vou passar o dia repassando as coisas com o Jongin,te vejo na faculdade a noite.

Bufei.

Era sempre assim.

Depois que Sehun tinha uma de suas recaídas ele sempre arranjava uma desculpa pra me evitar no dia seguinte para depois agir como se nada tivesse acontecido. Sei que é bem difícil pra ele se abrir e se mostrar vulnerável aos outros ainda mais depois de alguns fatos desagradáveis em sua vida, mas quando se passam anos ao lado de uma pessoa você espera que algo tenha mudado.

Meu dia foi regado a chás de limão com mel e carpaccio de maçãs. Estava fazendo de tudo para manter minhas cordas vocais bem lubrificadas e hidratadas. Não estava muito nervoso com minha apresentação porque sabia que havia dado tudo de mim e ensaiado arduamente pra isso. Se havia algo em mim que eu realmente gostava, era o meu otimismo.

Estava com todas as minhas coisas prontas pra apresentação e como combinei de me encontrar com Kyungsoo para ajuda-lo com problemas em sua performance, fui mais cedo pra faculdade. Confesso que também estava com saudades de Sehun, por esse mesmo motivo ia fazer uma visita surpresa para quebrar o gelo.

No momento em que adentrei o campus fui correndo até a área de dançarinos. Tinha uma vaga ideia de onde Jongin e Sehun podiam estar. Havia pensado seriamente na sala de dança que Jongin havia reservado só que depois daquilo tenho quase certeza que o moreno não pôs mais os pés lá.

Sorri lembrando-me do escândalo que o Kim havia feito no telefone comigo por causa da pequena surpresinha. Ele realmente havia ficado irritado.

Como previa o campus estava um inferno. Alunos correndo pra todos os lados,alguns comentando sobre uns erros de execuções justo no dia de apresentação e outros muito tranquilos conversando sobre que nota esperaria. Havia rumores de uma apresentação especial de algum aluno, mas não me importei com as fofocas.

Após não encontrar Sehun nos lugares que me vieram a cabeça, tive que apelar para informação. Encontrei um dos colegas de Sehun e o mesmo havia me dito que meu namorado estava com Jongin numa sala perto ao pátio. Estranhei, pois teoricamente todas as salas daquela área estavam interditadas.

Foi quando cheguei.

Observava a porta que se encontrava entreaberta para ver se conseguia enxergar alguma coisa. Estava realmente curioso com a performance tão secreta de Sehun e Jongin. Dar uma espiada não faria mal,certo?

Errado.

Jongin e Sehun estavam conversando arduamente sobre um assunto que não consegui entender muito bem. O de cabelos cinzas estava recostado ao espelho enquanto estendia a mão machucada para Jongin que refazia o seu curativo.

—Eu acho que você está exagerando. —comentou Jongin. —Como sempre.

—É só... —Sehun suspirou. —Você não entende.

—O que eu não entendo, Sehun? —indagou o moreno. —Você vem falando dessa decisão comigo há semanas, o que tem de errado agora?

—Eu não quero um sexto ano com ele! —Sehun praticamente esbravejou observando Jongin terminar o que estava fazendo em sua mão e levando as mãos até o próprio pescoço retirando a corrente que o havia presenteado.

Engoli á seco.

—Eu... Já não sei mais. —completou olhando para a corrente agora pendida em suas mãos.

Imediatamente meus olhos foram até o meu pulso esquerdo onde eu usava o segundo par da corrente que eu havia comprado. Uma sensação de aperto e dor consumiu-me ali naquele mesmo minuto, o que me fez ficar obsoleto as lágrimas que se acumularam em meus olhos.

Então era isso? Sehun não queria mais nada comigo.

Afastei-me da porta um pouco atordoado. A dor que se instalou em meu peito parecia me sufocar gradativamente. Todas aquelas palavras, aquelas ações pareceram me atingir como um soco no estômago e agora eu me sentia nauseado.

Machucado.

Apesar de tudo,não queria atrapalhar Sehun em seu dia por esse mesmo motivo tentei me recompor e ir falar com ele como se não tivesse ouvido nada. Sabia que seria difícil encará-lo depois de tudo o que ouvi, mas eu não queria que pensasse em mim hoje ou no que me fez sentir. Hoje era sobre ele. Sobre sua performance e a última coisa que ele precisava era de mais sentimentos mesclados, emaranhados e bagunçados em sua cabeça.

E além do mais, eu não estava sentindo nada.

Eu me sentia entorpecido.

Pela dor.

Respirei fundo para que não chorasse ali mesmo e fiz menção de bater a porta. No mesmo momento ouvi sons de passos apressados ecoando no corredor. Olhei para o lado e vi Jongdae e Minseok extremamente ofegantes chamando-me a toda altura. Não hesitei em ir até eles.

—O que vocês estão fazendo aqui? —perguntei confuso e eles pararam assim que me alcançaram. Seus cabelos desgrenhados e peles suadas.

—Ainda bem que te achamos. —comentou Jongdae.

—Sim, estávamos te procurando por toda a faculdade. —completou Minseok.

Seus cabelos desgrenhados, vestes desalinhadas e lábios extremamente avermelhados somada ao suor iminente indicava outra coisa. Tentei abrir um sorriso malicioso que não parecesse falso,mas acabei falhando consideravelmente.

—Vocês estavam se pegando, isso sim! —provoquei.

—Aish, isso não vem ao caso! —disse Jongdae puxando-me pelo pulso. —Precisamos de você para...

—Para... —Minseok tentou falar,mas parecia que nada vinha em sua mente.

—Para...? —incentivei.

—Para nos tirar algumas dúvidas sobre... Coisas. —terminou Jongdae.

—É uma pena, porque eu tenho algo muito importante pra falar com Sehun no momento então se me dão licença. —puxei meu braço do aperto de Jongdae e me dirigi até a sala novamente.

Minseok correu até ficar em minha frente.

—É o Kyungsoo, ele... Precisa de você lá no canto, você sabe como ele está nervoso e...

—Min, eu sei... Conversei com ele poucos minutos atrás, ele ao menos chegou aqui. —franzi o cenho. Estava começando a ficar realmente irritado com a atitude estranha e inoportuna dos dois. Era um turbilhão de emoções tão grande que eu não sabia se conseguiria manter as aparências por muito tempo. Eu estava... Cansado? —Eu só vou ver se tudo está indo bem com Sehun e...

—É isso! —falou Minseok ao observar Jongdae que já estava ao seu lado. Pegou-me pelos ombros forçando-me a o encarar. —Sehun... Ele não quer ver ninguém antes de sua performance.

—Minseok... —repreendeu Jongdae.

—Isso não faz sentido, agora mesmo ele está dentro dessa sala com o Jongin. —tentei argumentar.

—Olha, você não está entendendo. —insistiu. —O Sehun... Ele não quer ver você.

Foi o estopim.

Em um milésimo de segundo senti uma única lágrima solitária cair de meus olhos antes que eu pudesse me recompor prontamente.

—Eu... —era a primeira vez que Byun Baekhyun não sabia o que dizer. —Tudo bem, eu já entendi.

Dei um sorriso falso e me desvencilhei abruptamente das mãos do Minseok arrumando minha mochila nas costas e virando-me em direção contrária aos dois idiotas que chamavam por meu nome incessantemente.

Irônico.

Porque o verdadeiro idiota mesmo dessa história havia sido eu.

[...]

Depois que consegui despistar Jongdae e Minseok,fui diretamente a sala de música onde Kyungsoo estava ensaiando. Alguns alunos tentaram me parar no meio do caminho,mas consegui despistá-los dizendo que estava ocupado. Eu parecia estar prestes a explodir. Precisava de algo que me acalmasse e pudesse me fazer liberar todo esse sentimento doloroso em meu peito.

Precisava tocar.

Adentrei a sala rispidamente e deixei minha mochila apoiada no bando em frente ao piano enquanto pegava minhas partituras. As posicionei corretamente no piano e me sentei. Havia uma música na qual estava trabalhando e me parecia uma ótima hora para aperfeiçoá-la. Sentei-me ao banco e endireitei minha postura passeando as pontas dos meus dedos nas teclas do piano.

Eu estava incerto.

E mesmo com esse sentimento fiz com que as notas ressoassem de maneira insegura no ambiente. Vagarosamente, nota por nota a melodia calma e extremamente significante se formava e quando percebi já estava cantando em plenos pulmões.

Nan ganghae boyeodo usgo isseodo
Honjail ttaega manha
Neul geokjeong hana eopseo boyeodo
Hal mari manha
Cheom bon sungan neomuna kkeullyeoseo
Igeosjeogeot jaeji moshago malhaesseo

 

Naquele momento eu não me importava com minha voz embargada e possíveis falhas devido á emoção que transbordava de mim. Eu só queria que aquela dor que pesava em meu peito tivesse um fim. Queria encontrar o meu conforto no que eu mais amava fazer e deixar que todo o sentimento transbordasse nas notas conseguisse alcançar.

Doía.

Feria.

Sufocava.

 

The answer is you
My answer is you
Nae modeun geol da boyeo jwo bwasseo
You are my everything
Neomu hwaksinhaeseo


Foi quase impossível controlar as lágrimas incessantes que caíam sem intenção de cessar. Com meus olhos marejados era difícil seguir as notas certas, mas eu não me abalei por isso. Só prossegui cantando porque era o que me acalmava. Meus sentimentos estavam expostos ali para quem entrasse. Era isso o que a música representava afinal; nossos sentimentos.

 

Jom deo josimhal geol nal deo akkil geol
Nae mam dachiji anhge
Sum meomchwo beoril geot gateun
Ireon gibun na cheoeumingeol
Meorissogen ontong ne saenggakman
Neoui pyojeong useumsoriga deullyeo

 

Senti minha garganta fechar-se no final de uma das frases com o soluço esganiçado que dela saiu. As notas que tocava no momento estavam todas erradas ao ponto de eu não conseguir mais prosseguir. Meus pensamentos rondavam no quanto eu tinha certeza. Eu estava tão certo de que éramos perfeitos um para o outro mesmo quando éramos igualmente danificados, mas tudo se esvaiu tão rápido. Tudo se esvaiu em tão poucas palavras. Tão poucas ações.

Senti as lágrimas caindo sobre minhas mãos e fechei a cobertura do piano bruscamente e debrucei-me contra o mesmo puxando meus cabelos em sinal físico da dor que sentia. Meus soluços agora eram o único som que preenchia toda a sala e aquela dor parecia ficar ainda mais palpável. Tudo parecia demais. Aquelas sensações, o sufocamento, os sentimentos...

Aquela sensação nauseante tomava conta de todo o meu corpo o que me fazia tremular em meio as lágrimas. Naquele momento não tinha o menor medo de que me encontrassem naquele estado. Que Kyungsoo me encontrasse daquela maneira. Só precisava... Parar de fingir que tudo o que ouvi não me doeu.

Se Oh Sehun era minha resposta, o que ele era pra mim agora?

O que eu fui pra ele?

Cobri meu rosto com ambas as mãos e chorei copiosamente. O barulho da porta se abrindo fez se audível, mas eu não me importava. Eu não me importava mais. Logo senti alguém sentar ao meu lado e aconchegarem-me em seu corpo.

—Meu Deus, Baekhyun... —era Kyungsoo. —O que aconteceu?

Tudo o que fiz foi me virar de para ele e abraça-lo fortemente deixando que aquele ato de afeto consolasse-me de alguma maneira. As mãos de Kyungsoo foram até os meus cabelos, os quais ele acariciou apertando-me contra si em um abraço mais firme. Ele parecia conseguir sentir o meu sofrimento.

—Está tudo acabado, Kyung. —disse com a voz embargada.

—O que está acabado, Baekhyun? —tentou se desvencilhar para que pudesse me encarar,mas o impedir de encerrar o abraço. Eu precisava daquele contato de um grande amigo.

—Está tudo acabado entre mim e Sehun! —consegui dizer antes que os soluços saíssem de minha garganta. —Não há mais um “nós”. Não há mais eu e ele. Acabou, Kyung!

Kyungsoo me afastou de si bruscamente com os olhos arregalados e uma expressão incrédula. Tudo aquilo serviu como gatilho para que toda aquela sensação de peso multiplicasse. Ninguém acreditaria, afinal.

—Você... Isso não é verdade, certo? —questionou cautelosamente. —Não, Baekhyun... Você e Sehun eram...

—Exatamente. —limpei as lágrimas que insistiam em cair. —Éramos. Tenho certeza que Sehun terminará tudo comigo ao fim do dia, sei que ele não queria me machucar ou me abalar antes das apresentações porque sabia que eu ficaria nesse estado.

—Como assim, terminará? —Kyungsoo parecia ainda mais confuso. —Não já tinha acabado?

—Eu ouvi coisas, Do. —o encarei. —Eu ouvi Sehun dizer á Jongin com todas as palavras que não queria mais prosseguir o que temos.

—Ele sabe que você ouviu? —indagou.

Meneei a cabeça.

—É por isso que... —suspirei. —É por isso que vim tocar um pouco, eu precisava que esses sentimentos... Não sei... Precisava exterioriza-los de alguma maneira antes das apresentações porque não quero que ele me veja assim. Não quero atrapalhá-lo num dia tão importante, você sabe como as emoções dele são um turbilhão.

—Eu nem sei o que dizer, Baekhyun. —Kyungsoo disse sincero. —Sinto muito por...

—Não. —recusei suas palavras. Estava razoavelmente mais calmo agora. —Não sinta.  O que eu e Sehun tivemos foi... Lindo. Sim, foi lindo e eu sempre serei grato por todos os anos que passamos juntos. Você não precisa se lamentar quando nem eu estou fazendo isso.

—Você é incrível, Byun Baekhyun. —ele falou. —Já te disse isso?

—Todos dizem. —sorri minimamente quando Do revirou os olhos. —Ás vezes, as coisas simplesmente não dão certo.

—E como você vai lidar com tudo, quando... Você sabe. Quando o Sehun for terminar tudo? —questionou preocupado.

—Irá doer. —respondi simplesmente. —Um pouco mais do que doeu hoje, mas eu vou viver.

—Com certeza vai. —assegurou Kyungsoo e eu recostei a cabeça em seu ombro. Limpei meu rosto rapidamente retirando qualquer resquício de lágrimas. Meus olhos encontravam-se inchados agora.

—Então... —tentei iniciar outro assunto. —Tell me what is love, uh? Tenho certeza que você será destaque hoje.

—Eu não sei se devo realmente investir nessa música, Baekhyun. —disse temeroso. —É uma composição minha que acabou de ser feita. Eu devia aperfeiçoa-la antes, não acha?

—Você pode fazer isso. —sorri. —No palco mesmo. Você aperfeiçoa uma música ao senti-la, Kyungsoo. Só sinta a música e nada mais vai importar, tudo bem?

—Sentir a música. —assentiu repetidamente com aqueles seus olhos grandes focados no piano. —Okay, farei isso.

—Que você ama música, todos sabem... —instiguei. —Há algo mais que você goste na mesma intensidade? Ou... Não sei, alguém?

—Aish. —balançou a cabeça negativamente ao abrir a própria mochila para pegar de lá sua partitura.

—Olha o que temos aqui! —provoquei. —Do Kyungsoo envergonhado, eu vivi pra ver isso.

—Vamos ensaiar? —tentou mudar de assunto.

—Você ainda não me disse. —insisti.

—Não disse o quê?

—Como o Jongin é na cama. —sorri de lado ao ver os olhos grandes dele arregalarem-se.

—Ya! Eu tenho mãos e se você vir com mais uma dessas não hesitarei em metê-las no meio da sua cara!

—Okay, okay. —levantei ambos os braços em rendição. —Não está mais aqui quem falou. Vamos ensaiar?

Kyungsoo assentiu ao me olhar preocupado quando me viu tremular e tudo o que pude fazer foi suspirar calmamente e abrir um sorriso mínimo tentando convencer a ele e mim mesmo que tudo ficaria bem

Teria que ficar.

[...]

As apresentações foram dividas de maneira em que primeiramente todos os dançarinos performariam e logo após os cantores. Não sabia exatamente o por que, mas em todos esses anos estudando nessa universidade, nunca houve apresentações mistas. Em minha opinião, isso era uma limitação desnecessária até porque a música liga ambas as atividades.

Estava esperando pela apresentação de Sehun sentada na primeira fileira como disse que ficaria. Apesar de tudo, a última coisa que queria era desapontar o maior em uma noite tão importante pra ele. Eu sabia o quão difícil iria ser pra ele com todas as suas inseguranças iminentes e á flor da pele devido ao estresse e não queria estragar algo que Sehun se empenhou tanto pra conseguir.

Havia um lugar vazio ao meu lado que logo foi ocupado por Minseok. Foi como se toda aquela sensação dolorosa voltasse de maneira árdua e incomoda dentro de mim,mas tentei fazer o meu melhor para não transparecer nada.

—Baekhyun, eu preciso conver.... —Minseok tentou dizer, mas o interrompi.

—Você não deveria estar ensaiando com Jongdae? —disse friamente.

—Olha, você precisa...

—Eu não preciso de nada, Kim Minseok. —contestei. —Não tenho nada pra falar com você.

—Mas... —tentou.

—Nada. —frisei e ele suspirou ajeitando-se na cadeira.

A apresentação de Sehun seria a última da noite e por um motivo desconhecido estava demorando demais para ser preparada. Várias possibilidades passaram por minha mente inconscientemente. Sehun havia tido outra crise? Sabia que ele estaria assustado e com medo de que algo desse errado e isso era o que mais me angustiava.

Estava prestes a me levantar e ignorar as palavras duras que Minseok havia me dito horas antes para ir atrás de Sehun para ver se estava tudo bem,mas fui interrompido por Minseok que segurou-me pelo pulso e pela luz do holofote que havia sido acesa direcionada ao centro do palco.

A apresentação de Sehun estava prestes a começar.

O aperto de Minseok em meu pulso afrouxou-se e o olhei brevemente confuso. Ele estava muito estranho nos últimos dias, mas hoje havia passado de todos os limites. Decidi ignorar quando o instrumental de uma introdução famosa fez-se presente no ambiente.

Lentamente as cortinas que me impediam de ver o que compunha a performance se abriram dando visão a silhueta de Sehun. O instrumental era uma balada lenta e desconhecida por mim, mas combinava muito com a identidade musical do maior.

Havia espelhos em pontos estratégicos por todo o palco e a imagem de Sehun refletia em todos eles. Seus movimentos eram precisos e coerentes com o que a música pedia. Você podia ver nitidamente a paixão que ele sentia pela dança em cada movimento,em cada passo e era isso que eu amava em Sehun.

Para surpresa de todos o maior entrou ao palco andando tranquilamente até estar diante dos holofotes e ao contrário das roupas escuras que trajava na imagem que refletia nos espelhos, ele usava uma camisa branca e jeans de lavagem clara. Tudo o que passava diante dos espelhos era uma gravação.

Sehun ficou parado ali diante da plateia esperando que a introdução chegasse ao seu fim. Conseguia perceber que ele estava nervoso devido a sua respiração acelerada e tudo o que eu queria era estar ao lado dele, mesmo sabendo que era algo que o maior precisava realizar sozinho para, enfim, vencer seus medos.

Subitamente Sehun levantou um de seus braços e estalou os dedos. O holofote apagando-se e o instrumental sendo interrompido. Sua imagem que se refletia no espelho sendo tomada por um intenso breu. Todos na plateia começaram a gritar e logo uma canção tomou conta de todo o auditório.

Foi impossível controlar a emoção que senti quando realmente percebi que era uma das canções que eu mais amava a tocar ali.

Era Mirrors.

O holofote iluminou o canto esquerdo do palco e a inquietação da plateia foi ainda maior quando viram Jongdae prestes a iniciar o canto dos primeiros versos da música. Foi inevitável sorrir quando percebi Minseok batendo palmas para o namorado de maneira exagerada.

O palco se iluminou por completo gradativamente e pude perceber os espelhos agora totalmente alinhados. Sehun estava sentado recostado em um deles com um dos braços repousando em sua perna flexionada. Sua cabeça mexia-se de um lado para o outro de maneira que dava entender que ele estava sentindo a música.

Ao dançar Sehun fez questão de manter contato visual comigo. Parecia que o maior não conseguia ver ninguém mais naquele auditório, parecia que éramos só nos dois ali. Tentava assimilar tudo aquilo depois do que ouvi e tudo o que conseguia era ficar ainda mais confuso.

Por que Sehun estava fazendo isso tudo?

Ele havia escolhido uma das canções que eu mais amava para sua performance. Se ele não estava mais disposto a continuar o nosso relacionamento, por que ele estava fazendo aquilo tudo? Seria o seu jeito de dizer adeus? Estaria Sehun grato por tudo o que tivemos do mesmo jeito que eu estava?

Os movimentos de Sehun eram precisos e totalmente entregues ao que a música significava. Era quase como se o maior a estivesse interpretando de maneira que resumisse o que ele estava sentindo.

Foi exatamente no momento em que Sehun virou-se de costas para o público e colocou-se de frente para o espelho, simulou quebra-lo e caiu sobre seus joelhos realizando movimentos sinuosos com sua mão saudável que o sentimento de realização tomou conta de mim.

Levei as mãos até minha boca tentando conter os soluços de emoção que ameaçaram de sair da minha boca.

Sehun estava interpretando. Interpretando os momentos que passamos juntos durante esses cinco anos com a forma de expressão que ele sempre recorria quando não encontrava as palavras certas para dizer em voz alta: a dança. O maior havia feito uma das coisas mais lindas que posso imaginar. Sehun havia eternizado nossa história e a transformado em arte. Na arte que ele mais amava. 

O maior levantou-se em um momento crucial da canção e estendeu as mãos em direção a Jongdae que já estava indo em sua direção o entregando o microfone. Ambos sorriam de maneira afoita, Jongdae com um sorriso sincero e encorajador e Sehun com um sorriso bobo.

Então Sehun cantou.

Cause I don't wanna lose you now
I'm lookin' right at the other half of me
The vacancy that sat in my heart
Is a space that now you hold

 

Na medida em que ele cantava, fazia umas caretas ao perceber o quanto desafinava. Tudo o que eu conseguia fazer era balançar a cabeça negativamente e ri em meio as lágrimas que insistiam em cair. Todos cantavam junto a Sehun como o incentivasse a continuar e o maior continuou e então estendeu a mão olhando diretamente pra mim.

—Vamos, Baekhyun. —falou. —Você não vai me deixar cantando sozinho, vai?

—Não faz isso, por favor! —disse Minseok ao meu lado e eu não pude deixar de rir. —Vai, Baekhyun!

O maior veio até a mim com a luz do holofote em si e agora em mim. Todos gritavam me encorajando a cantar junto a Sehun e quando ele chegou perto o suficiente de mim me oferecendo o microfone e sua mão, não pude recusar. Ele puxou-me pela mão apressado para que subíssemos ao palco. A melodia continuava a tocar pelo ambiente enquanto Sehun levava-me para o centro do palco. Encarou-me como se me incentivasse e me deixei pela música que eu tanto amava.

Baby, you're the inspiration for this precious song

And I just wanna see your face light up since you put me on

So now I say goodbye to the old me, it's already gone

And I can't wait wait wait wait wait to get you home

Just to let you know, you are

 

—You are, you are the love of my life. —Sehun murmurava junto com a plateia enquanto envolvia-me pela cintura nos envolvendo em uma tímida dança. Sua mão veio até meu rosto limpando os resquícios de lágrimas que caíam.

Não sabia ao certo como eu estava conseguindo cantar com tanta paixão. As notas saíam perfeitas de minha garganta e nem mesmo a emoção atrapalhava-me, só me ajudava a passar a verdade do que a música dizia. O sentimento estava ali.

Amor estava ali.

Sehun sorria de maneira sincera ao me observar. Havia ternura em seu olhar, havia tanto sentimento naquele sorriso, naquele momento. Só a hipótese de perder tudo aquilo me consumia por completo. Sufocava-me.

Por causa daquele mesma sensação fui obrigado a parar de cantar abruptamente ao entregar-me as lágrimas que me sufocavam. Sehun percebendo isso me trouxe para si e me abraçou fortemente tirando o microfone de minha mão.

Os gritos agora eram substituídos por silêncio quando percebi Sehun pedir para que a música fosse interrompida. Desvencilhei-me de seu abraço e o encarei confuso ao perceber que o maior parecia extremamente nervoso agora. Sehun encarava o microfone pendido em suas mãos com receio, mas logo se pronunciou.

—Você mais do que ninguém sabe que eu não sou muito bom com palavras. —começou. —Eu sempre tentei expressar o amor que sentia por você de inúmeras formas que não fosse preciso o uso delas. Tentava expressar com minhas ações, meus gestos, com meus toques e hoje resolvi fazê-lo com uma das coisas que mais amo: a dança. A escolha da música veio totalmente espontânea pra mim... Porque, céus ,você não sabe o quanto eu amava ouvi-lo cantá-la no banho ou até mesmo quando se encontrava distraído acariciando os meus cabelos. Acho que fui justo comigo mesmo, fui justo com meus sentimentos ao harmonizar tudo o que amo nessa apresentação porque eu pensei em você, Byun Bekhyun. Porque você é tudo o que se passa na minha cabeça. 

Sehun mantinha contato visual comigo e eu conseguia sentir toda a sinceridade em suas palavras e em seus olhos marejados semelhantes aos meus no momento.

—Hoje mesmo eu tive uma conversa com um amigo e eu estava tão... Assustado. Os cinco anos que vivemos juntos foram, sem dúvida, um dos melhores da minha vida porque você me mudou, Byun Baekhyun. —afirmou convicto. —Você fez com que eu acreditasse em mim mesmo, esteve ao meu lado em meus piores momentos e mesmo após a exposição dos meus verdadeiros problemas não desistiu de mim. Não desistiu de mim pelo simples motivo de eu ser quem eu sou. Eu estava assustado devido à intensidade do sentimento de certeza que tomava conta de mim.

As mãos de Sehun foram até a corrente que estava pendida em seu pescoço e coberta pela camisa. Rapidamente a retirou depositando-a em sua mão fechando o punho logo após. Estendeu o seu punho fechado em minha frente e abriu a mão fazendo com que a corrente ficasse pendida em suas mãos.

Haviam duas alianças na corrente.

O silêncio que estava instalado no recinto logo foi substituído por intensos gritos de aprovação e surpresa. Eu não sabia nem como reagir enquanto não ouvisse as palavras saindo da boca de Oh Sehun para que eu percebesse que aquilo realmente estava acontecendo.

—Você não fez isso. —adverti com a voz embargada.

—Não? —ele levantou uma sobrancelha sorrindo abertamente. Parecia que havíamos trocado os papéis. —Eu não quero ter um sexto ano de namoro com você, Baekhyun quando posso te ter pra vida inteira.

Aproximou-se de mim e me pegou pela cintura colando nossas testas. Desajeitadamente deixou com que o microfone conseguisse captar o que falaria logo após.

—Você quer casar comigo, Byun Baekhyun?

“Você é especial, original

Porque não parece assim tão simples

E eu não posso evitar olhar, porque

Vejo a verdade em algum lugar nos seus olhos

Nunca poderei mudar sem você

Você me reflete, amo isso em você

E, se eu pudesse, eu

Olharia para nós o tempo todo.”

—Mirrors, Justin Timberlake.


Notas Finais


Mirroirs: Espelhos,porque Byun Baekhyun reflete Oh Sehun

Mirrors: https://m.vagalume.com.br/justin-timberlake/mirrors-traducao.html

http://www.youtube.com/watch?v=uuZE_IRwLNI&feature=youtube_gdata_player

My answer: http://exoplanetbr.com/media/letras/my-answer-k/

http://www.youtube.com/watch?v=p5jfwPNscYc&feature=youtube_gdata_player

Olha,eu não sei nem o que dizer aqui...

Esse projeto veio na minha cabeça a um mês atrás como a coisa mais despretensiosa do mundo,só tinha muitos plotinhos marotos do otp e vi que não compensaria fazer oneshot porque pra mim ia ser da faixa de número de palavras do primeiro capítulo e olha a que pinto cheguei dismfidjfjsms

Eu fui escrevendo e acabei me apegando a essência dos personagens mesmo ali no lemonzinho maroto. Então a ideia pra esse último capítulo me veio na cabeça junto com um amontoado de informação.
Não acho que foi a melhor coisa que escrevi,mas usei todo o carinho que adquiri por esses personagens de uma fic tão curtinha </3 Só espero que apesar disso,de não ser um dos melhores capítulos,eu tenha agradado.

Obrigada mesmo por cada favorito e comentário nessa short que eu não sabia ao menos se ia se sair bem.
Sério,vocês são demais!
Amo muito vocês fidjdjsjs e estou muito emocional porque é a primeira fic que finalizo (e voces não sabem o quanto isso é uma vitória pra mim,porque sempre desisto dos projetos na metade).

Como dito na nota inicial do primeiro capítulo,a fic teve seus 6 capítulos e terá um pequeno bônus. Mas não tenho previsão de quando irei postá-lo e vocês podem dar ideia pro que querem nele também,okay?

Ah,muita gente ficou em dúvida do título da história... Quem conseguiu pegar a referência no capítulo?

Até as próximas fics,quem sabe.

Beijão.


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