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História 60 Days to burn - Quem quer dormir na cidade que nunca acorda?


Escrita por: Vert_

Notas do Autor


Então né, eu fiquei um tempo sem escrever qualquer coisa, por que eu não tinha ânimo algum pra fazer isso (Mentira, eu tava no lolzinho).

Capítulo 1 - Quem quer dormir na cidade que nunca acorda?




Bom, por onde começar? Eu apenas estar escrevendo isso já joga na sua cara algo que você provavelmente não goste... Uma spoiler, a spoiler de que não queimei e que sim estou vivo, mas não me gabo por isso ou acho que a melhor coisa do mundo foi sair com vida, e por que penso isso? Ainda não está na hora de contar, já foram spoilers de mais para o primeiro capítulo.
Em 2030, uma doença que foi posteriormente chamada de “Fenrir”, matou incontáveis pessoas em Green city, foi quando o muro teve que ser erguido pela primeira vez depois da segunda guerra.
Em 2052, uma variação da mesma doença de 22 anos atrás se espalhou na cidade, o vírus foi chamado de “Ragnarok”. Diferente do que fenrir fazia, essa nova doença matava em um mês as pessoas infectadas por ela, e causava vários danos cerebrais, podendo levar o paciente mesmo depois de sua cura, a ter esquizofrenia.
Eu tinha 19 anos quando ouvi pela primeira vez um boato de que precisariam erguer os muros por conta do vírus. Eu estava indo encontrar com uns amigos na floresta para acampar, nossos pais não sabiam disso, ninguém sabia disso, nós fazíamos este mesmo programa todo ano no primeiro dia de outubro.
Eu tinha acabado de comprar alguns mantimentos em um super mercado próximo a uma estrada que me levaria onde meus amigos aguardavam, eu precisava levar comida e roupas, até por que, ficaríamos na floresta durante 10 dias sem ter nenhum contato com ninguém. Sem internet, sem telefone, apenas nós 4 e a floresta. Sei que parece inicio de pornô gay, mas não é nada disso, não que eu veja pornô gay mas... Você entendeu.
 – Ezra! Ouvi boatos de que se os casos de Ragnarok ficarem mais graves, será preciso levantarem os muros e evacuar a cidade até que tomem uma providência, então espero que você não seja estúpido o suficiente pra fazer esses rituais satânicos com os outros 3 patetas. – Dizia a atendente do balcão que também é uma amiga que conheço desde a terceira série. Seu nome é Amber, tive uma quedinha por ela na oitava série, mas no mesmo ano ela disse que me amava como amigo e ficou com meu melhor amigo, parece um trava línguas, mas nem é, na verdade eles que travaram as línguas entre si.
 – Você podia parar de dar corda pra boato de gente imbecil e deixar de encher o meu saco, principalmente se for 06:40 da manhã. OPA! SÃO EXATAMENTE 6:40 DA MANHÃ! – Respondi, enquanto saía andando com pressa.
Amber sempre quis participar do acampamento pra saber o que acontecia por lá, mas nunca deixei que ela viesse junto, então ela formava teorias da conspiração. Ela acreditava que acontecia algum tipo de orgia pra satanás com garotas peladas e cobertas de sangue, ou algo do tipo.
No caminho, eu chacoalhava uma caixa de “Nostalgia”, uma droga desenvolvida recentemente que te faz dormir por 5 dias seguidos, eu e meus amigos nos juntávamos na floresta apenas para acampar durante os 10 dias, mas depois que descobrimos o nostalgia, começamos a passar os primeiros 5 dias dormindo.
Finalmente cheguei ao local onde acamparíamos. – Qual é Ezra, a gente já ia começar sem você. – Disse Danny.
 Danny é o cara que ficou com a Amber no oitavo ano, mesmo que seja um babaca, somos amigos.
John e Elliot estavam montando as barracas e assim que cheguei, eles interromperam o que estavam fazendo para me cumprimentar. – Bom te ver irmão. – Disse John que me abraçou forte em seguida. – Bom te ver também. – Respondi no mesmo tom. – Atrasado como sempre! Bom te ver irmão. – Disse Elliot que me abraçou do mesmo jeito que John. – É que as putas não me largaram ontem de noite, aliás, tive uma conversa beeem profunda com a sua prima ontem, qual o nome dela mesmo? Priscilla? – Respondi. – Vá a merda. – Retrucou.
Sempre fomos bem unidos, desde a infância, esse lugar no meio da floresta costumava ser nossa base secreta que ninguém sabia a localização, é uma área alta da floresta que tem um barranco a alguns metros de distância de onde estávamos acampando, e lá embaixo tem um rio que cruza a floresta. Lembro que quando éramos crianças, Elliot caiu do barranco e quase foi parar no rio, por sorte ele conseguiu se segurar em algumas raízes e com muito esforço subiu de volta. Aquilo foi bem tenso.
Já eram mais ou menos 17:30 pois o sol estava prestes a se por, e todos os preparativos já estavam prontos. Elliot já tinha pegado uma pedra grande, colocado os comprimidos de nostalgia encima dela, e machucado com outra pedra menor. Cada um tinha um tinha um copo com uísque, Elliot colocou o pó feito dos comprimidos em seu copo e colocou aquela mistura dentro no copo do Jhon, que por último colocou no meu, depois disso dividimos igualmente e de uma só vez bebemos tudo. – Boa noite putinhas! – Gritou Elliot na beira do barranco, como se gritasse para todos na cidade.
Cada um entrou em sua barraca e dormiu. Essa era uma grande piada com todos na cidade, até por que Green town é conhecida como “A cidade que nunca acorda”, então estávamos dormindo na cidade que nunca acorda. Não sei quem teve a ideia, acho que foi o Danny, ele é sempre babaca.
Abri os olhos, conseguia ver a luz da lua entre as folhas das arvores sobre mim, estive dormindo por 5 dias, eu só queria beber um pouco de água e comer até enjoar. Tento levantar a primeira vez, mas sinto como se não conseguisse mexer meus braços nem minhas pernas, pensei que talvez estivessem dormentes ou algo assim. De repente sinto algo quente molhando a minha barriga... Torci para que não fosse urina, mas olhei para o lado e era realmente o que eu não queria que fosse. Um cara que eu nunca vi na vida estava urinando em mim, ouvi várias risadas ao meu redor, quando tentei olhar para o meu próprio corpo eu estava completamente enrolado por cordas, quando olhei para a direita, estavam John e Elliot, na mesma situação, amarrados e desesperados, se debatendo como insetos presos na teia de uma aranha. Um cara grande com cabelos longos vinha em minha direção. Ele me pegou pelos cabelos levantando minha cabeça. – Essa é minha cidade agora! E tudo que há nela é meu! Essa floresta é minha! Vocês são meus! Vocês são meus brinquedos! VOCÊS SÃO MINHAS PUTINHAS AGORA! – Gritava histericamente no meu ouvido. Seu hálito fedia a álcool e maconha, e eu não queria estar ali pra ver no que aquilo ia dar.
Depois de dar esses gritos, ele puxou da cintura uma arma, coçou a própria cabeça com ela. – Me desculpe, começamos errado. Meu nome é Earl, sou o novo dono da cidade, e você como se chama? – Perguntou enquanto largava a arma no chão. – Permaneci calado por uns 30 segundos até ele pegar a arma de volta e gritar. – EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ! – Naquele momento eu realmente achei que ele me mataria ali mesmo. – Tudo bem, não quero mais saber seu nome, por que agora nós vamos jogar.
 As regras são simples, eu vou mandar meus rapazes soltarem você e seus amigos, então vocês correrão na direção do barranco enquanto eu meto chumbo na merda toda, não que você possa vencer o jogo, não importa o que você faça, vai acabar com uma bala no traseiro e a cabeça pendurada em uma dessas arvores. Entendeu? Acho que entendeu... Rapazes! Soltem os garotos! – E assim como ele mandou eles fizeram, soltaram nós 4 e nos colocaram um ao lado do outro. – CORRAM! – Gritou Earl.
Não tive nenhum outro impulso a não ser o de correr, os outros fizeram o mesmo. Eu ouvia disparos como se estivessem sendo feitos dentro da minha cabeça, e eu simplesmente não conseguia parar de correr, não olhei para trás, não olhei para os lados, eu via apenas o final do caminho, até ser atingido por uma bala na perna esquerda, o impacto foi forte e queimava por dentro, então eu apenas corria mais devagar, mas não via ninguém passando na minha frente, foi aí que eu lembrei de meus amigos e do que podia acontecer com eles. Esses caras eram como irmãos pra mim, e quando eu olhei para trás eu pude ver Danny, Elliot e John caídos no chão, com o rosto na terra e as costas ensanguentadas e com buracos que jorravam mais sangue, manchando suas roupas. Earl começou a andar em minha direção quando viu que eu parei, ele recarregava sua arma enquanto andava e quando parou, apontou sua arma para  minha cara. Antes que Earl puxasse o gatilho eu ouvi a voz de Danny gritando “Corra Ezra”. Essa frase ecoou na minha cabeça por dois minutos enquanto eu via um dos homens de Earl atirando várias vezes na cabeça de Danny esmagando e misturando com folhas e terra. Fechei os olhos por alguns segundos e quando abri não conseguia mais ver sua cabeça, era apenas uma massa feita com a cabeça de Danny, eu ainda podia ver seu cabelo ali. Eu só conseguia sentir uma forte angústia naquele momento por que sabia que não voltaria atrás e sabia também que seria o próximo.
Antes que pudesse pensar em algo, me veio um forte impulso que só me dizia para pular do barranco... E foi o que eu fiz, de primeira senti um forte impacto nas costas, depois fechei os olhos e apenas senti que estava rolando aquilo parecia uma eternidade, e Earl atirava em minha direção, eu apenas ouvia os barulhos do meu corpo rolando e os barulhos dos tiros como se estivessem sendo abafados por uma almofada, eu lembro desses sons como se estivesse ouvindo-os agora. Depois de um tempo nesta situação, eu finalmente senti meu corpo batendo na água, afundando e sendo levado pela corrente fraca do rio. Eu não sentia nenhuma vontade de emergir e apaguei de vez.
Acho que fiquei desacordado por algumas horas até que senti alguém me puxando com dificuldade para fora da água, eu não queria abrir os olhos, tinha apenas duas teorias. A primeira é que um dos homens do Earl teria me achado e ia me levar de volta pra ele. A segunda é que Deus teria descido do seu trono acima das nuvens pra ajudar alguém pela primeira vez na história da humanidade. As duas teorias estavam erradas...
 – Amber?
 



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