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História 7 Enigmas Para Jeon JungKook - Three Chapter; you're always a day-a-way!


Escrita por: Angelly_Chan

Notas do Autor


Ola, Anjinhos e Anjinhas :)
Bem, sei que vocês estão curiosos em relação ao que vai acontecer no casarão da família Jeon, então, sem mais delongas, fiquem com o capitulo.
Boa Leitura!

Capítulo 3 - Three Chapter; you're always a day-a-way!


Fanfic / Fanfiction 7 Enigmas Para Jeon JungKook - Three Chapter; you're always a day-a-way!

 

[ #3 Chapter; you’re always a day-a-way! ]

     Sexta-Feira, dez e dezessete da manhã, centro de Busan.

    Os irmãos Jeon se encontravam na cozinha sentados à mesa, e o pequeno Chinnie estava em seu carrinho de bebê preto com azul claro, uma perfeita combinação de cores masculinas, analisando. JungKook mantinha sua atenção totalmente no celular enquanto JungHyun estava usando o fogão, ou, em outras palavras, estava fazendo ovos mexidos.

— Hyung, por que você tá fritando ovos se somos ricos? Não dá pra fazer uma carne coreana e frango frito com raspas de feijão vermelho pra gente comer? Ou quem sabe uma lagosta e uma boa porção de salada de alface com cenoura, tomate e beterraba temperada, especialmente, com azeite e sal? Você sabe que esse é o meu prato preferido... — JungKook questionou.

— Pare de reclamar tanto! Você sabe que eu não sei fazer essas coisas e que os deliveries, ultimamente, só começam a funcionar mais tarde. E, além disso, você deveria me agradecer, por que eu ainda comprei uma garrafa de Yakju* hoje cedo. E por que você não usa esse seu celular pra procurar receita de papinha de bebê? Ou você acha que o meu sobrinho consegue comer uma coxa de frango nessa idade, por exemplo? — disse enquanto temperava o café da manhã.

— Yakju? Até que enfim você comprou algo que preste, JungJung.

— JungJung? O que é isso? Nome de brincadeira infantil? — ironizou.

— Não. É seu novo apelido — respondeu calmamente. — E por acaso você está pensando que eu sou um pai irresponsável que não cuida da alimentação do próprio filho? Eu estou pesquisando sobre isso durante quase 15 minutos, se você não sabe. — informou, ainda concentrado na tela do celular.

— Então por que ainda não preparou, hein?

— Porque eu ainda estou escolhendo qual papinha eu vou preparar, JungJung! — replicou, sarcástico, provocando o outro pelo apelido que deu a ele. — Err... Acho que vou preparar uma de cenoura, é bem simples e nutritiva. O que acha?

— Acho ótimo, agora alimenta a sua cria — Bateu levemente nas costas do outro. — Não quero ouvir choro hoje, não — disse, rindo.

— Você não é o único, acredite — confirmou. — Mas vamos combinar que eu faço a papinha e dou ela pro neném e você põe um pouco, ou, melhor, nada de pouco ovo no meu prato, tá entendendo? Preciso ganhar massa!

— É verdade, já que uma criança você já ganhou... — o Jeon mais velho comentou com intenção de irritar o outro, e seria mentira se eu dissesse que ele não conseguiu.

— Caramba, eu não pari essa criança, JungHyun! Você não prestou atenção na história, não? E mais quantas vezes vou ter que te repetir isso?

— Obviamente que você não pariu essa criança, afinal, não seria agradável saber de onde ela saiu. Ou seja, uma cegonha com camisa e boné cor-de-rosa veio até aqui voando com um foguete pendurado e suas costas e deixou esse bebê que veio de saturno aqui, só pra você cuidar — disse, irônico, enfatizando seu comentário forçosamente, para fazer parecer que o que tinha dito era óbvio.  

— Pare de ser tão sarcástico, hoje você tá quebrando o recorde — disse o mais novo enquanto preparava a papinha.

— Ok; já coloquei a sua comida aqui no seu prato e agora eu vou sair um pouco e conversar com a minha Jagi virtualmente. Qualquer coisa me liga ou me procura pelo bairro, que eu vou estar numa cafeteria que tem naquele quarteirão por onde passávamos quando pequenos para irmos a escola. Lembra de qual eu tô falando? — informou arrumando o cachecol. Ao contrário do outro dia, estava fazendo muito frio.

— Lembro sim, aquela perto da escola... Aproveite o seu passeio, JungJung!

— Aish, vou fingir que não ouvi isso... — Fechou a porta e saiu do casarão.

     JungKook riu divertido, mesmo sabendo que o outro já não poderia ouvir o que ele falava, e pegou seu celular para ver como terminava a receita.

     ”Retire da panela e amasse com um garfo, bem amassadinho. Depois acrescente um fio de azeite se achar necessário.”, leu a receita enquanto amassava a cenoura já cozida.

— Eu acho que não vou colocar azeite, já que é opcional e tudo mais... — colocou em um pratinho e deixou perto do bebê — Ops! Esqueci que você precisa de ajuda pra comer... Bebês não comem sozinhos, JungKook, seu idiota!

     Não conseguiu deixar de acertar um tapa em sua própria testa.

     Apanhou o pratinho em seguida, colocando-o em cima da mesa, e, com a colherzinha um pouco menor que a normal, ele pegou um pouquinho da papinha e levou a colher em direção a boca do pequeno:

— Olha o aviãozinho, vruum — Fez barulho de motor com um sorriso no rosto, mas esse sorriso desapareceu quando ChinMae continuou de boca fechada mesmo com a colher já encostada nela — Vamos, abra a boca!

     Ao ouvir seu choramingo, ChinMae formou um pequeno biquinho nos lábios e sorriu babão, literalmente. JungKook saiu correndo procurando por um lencinho levemente umedecido e, quando achou, foi rapidamente em direção do neném para limpar sua boca. Calma e carinhosamente.

— Prontinho, neném — disse por fim. — Tá, certo. Já que você não quer a papinha, eu vou guardar ela e pegar a sua mamadeira de leite; e aí você vai tomar tudinho pra ficar fortinho e crescer, certo? Certo.

     Amamentou Chinnie com a mamadeira e o colocou de volta no carrinho, voltando para a mesa para comer um belo prato de ovos mexidos e tomar um bom Yakju.

     Quase onze da manhã agora.

      JungKook estava em seu quarto lendo algumas histórias em quadrinhos da Marvel com seu óculos redondo sem grau. Na verdade, os óculos eram de Jimin, mas agora ele já não pode mais usar. Ele lia atentamente, com os olhos, enquanto fungava. JungKook tinha rinite alérgica, que é basicamente uma alergia nasal.

      Estava de bruços jogado na cama, usando uma blusa branca, uma de suas cores preferidas, e um casaco fino de cor-de-rosa claro aberto; o bebê estava ao lado dele, dormindo, JungKook então olhou para ele.

— A vida de um bebê é muito fácil. Comer e dormir, comer e dormir, chorar e dar trabalho, ser mimado... E depois tudo se repete — observou. — Eu não acredito que a nova edição do boneco do Homem-Aranha esgotou na primeira hora e eu não pude comprar. Tô triste!

    Fez carinha de decepcionado. Pegou a revistinha e mostrou uma foto do Homem-Aranha para o pequenino, que continuava dormindo:

— Tá vendo ele? Esse daqui é o Homem-Aranha: o super-herói preferido de todo mundo e vai ser o seu também — disse convencido, enquanto voltava a ler, e Chinnie somente virava de um lado pro outro na cama, mil vezes adorável!

 

 

 

     Sentado no banco estufado da cafeteria estava Jeon JungHyun, tomando um café expresso e conversando com sua namorada pelo chat do celular, sozinho.

— Estou com saudades de você... Me mande um áudio, amor — JungHyun gravou um áudio e enviou.

— Você contou de mim pro seu irmão? — a garota de vinte e três anos de voz doce perguntou no áudio.

— Sim, e sobre o nosso noivado também. Eu acho que ele teve uma boa reação.

— Está dizendo que ele deveria ter tido uma reação ruim sobre o nosso noivado? — quis saber a garota.

 

 

 

      JungKook tinha acabado de dar banho no pequeno Jeon e trocar sua fralda, também exagerou um pouco quando pôs o talco, mas talco em excesso não deve fazer algo ruim no corpo do outro, certo? Ou, talvez, não deve causar algo ruim o suficiente para ser considerado uma tragédia. Disso ele tinha certeza.

      Levou ChinMae em seu colo para a sala e o deixou no sofá, enquanto colocava um DVD infantil pra tocar.

— Meus pais tocavam esse DVD infantil de música quando eu era uma criança, e mesmo que você não entenda, aposto que vai gostar! Então, espero que goste! — disse, sentando no sofá, ouvindo as músicas que marcaram a sua infância e que também lhe trazem lembranças de seus pais.

      Ficou assistindo e até cantando baixinho algumas das músicas de que se lembrava. Emocionava-se hora ou outra, mas nada muito forte.

     Jeon JungKook era somente um garoto que teve um pouco de sorte na vida; seus pais eram donos de empresas e ele sempre teve bons recursos, estudou em boas escolas particulares e faculdades. Seu conhecimento era — e ainda é — um pouco mais avançado do que deveria ser e sempre foi tratado com muito carinho. Mas, então, mais tarde descobriu que garotas não o atraiam, por mais bonitas que fossem, e foi apoiado e acolhido por sua família e alguns velhos amigos quando percebeu que a fruta que lhe agradava era outra; encontrou o amor da sua vida, casou-se com ele e construíram um futuro juntos, um futuro que se perdeu no fundo do mar. Um futuro que seus pais não puderam estar aqui para poderem ver. E mesmo que a sorte tenha o deixado de lado nessa época, ele ainda tinha um casarão como herança, seu irmão e sua futura cunhada e agora tinha um filho que a vida lhe trouxera. Filho que, pra ele, era seu e de seu amado.

      Porque o amor simplesmente não morre. E nunca irá morrer.

     A música do DVD que tocava nesse momento era a número três, intitulada ‘Gwiyomi’, da cantora Hari. Ah!, como amava essa música! Chegou até a levantar para dançá-la.

     E era tão fofa a maneira como dançava, fazendo gestos infantis com as mãos e os dedinhos. Era tão jovem, com seus dezenove aninhos. Uma verdadeira criança.

— Gwiyomi, nan gwiyomi! — Terminou de cantar a música, contente. Estava se sentindo como uma criancinha de cinco aninhos; JungKook se sentia feliz.

     E foi aí que percebeu que devia fazer uma faxina naquela casa, mas os irmãos Jeon eram meio preguiçosos por terem sido mimados por seus pais: eles tinham dinheiro o suficiente para pagarem empregados, porém se recusavam a usá-lo dessa forma, já que seus pais sempre disseram que não importa quanto dinheiro você tem; se você souber usá-lo, ele vai durar quanto tempo você quiser. E para que pagar alguém para fazer algo que você mesmo pode fazer?

      JungKook deixou a preguiça de lado e começou a ir atrás de utensílios de limpeza para poder realizar a faxina. Pegou vassouras, aspiradores de pó, espanadores, flanelas, entre outras coisas úteis para essa tarefa e colocou a mão na massa.

      O pior momento dessa faxina, em sua opinião, foi quando teve de lavar as escadas. E todos estão cansados de saber que existem inúmeras escadas no casarão da família Jeon, mas, tirando esse detalhe, varrer a casa, passar pano no chão dela e depois ligar ventiladores em todos os cantos — ou cômodos — era algo realmente muito cansativo, ninguém poderia negar. Aquela casa era enorme!

      E, talvez, a coisa mais complicada nisso tudo fosse o fato de que JungKook estava usando uma espécie de mochilinha pendurada em seu peitoral com Chinnie dentro dela. Não era exatamente uma mochilinha; era, na verdade, uma mochila adaptada para carregar um bebê. Talvez nem tão populares e fáceis de achar, mas seu irmão realmente levou o fato de virar tio a sério; queria poder ajudar seu dongsaeng; queria ser um bom tio. A mochilinha para carregar bebê era da cor azul escuro com estampa de aviõezinhos brancos contornados de pontilhados feitos de linha azul clara. Era algo fofo e bem masculino ao mesmo tempo, JungHyun tinha realmente um bom gosto.

     Quando ChinMae ameaçava cair da mochilinha o desespero de JungKook se tornava tão grande que ele poderia ser nomeado como o novo Flash, de tão rápidos que se tornavam seus movimentos. Felizmente, o bebê não chegava a cair, só ameaçava, mas se já era um susto quando ele parecia que iria cair... É, acho que não é preciso dizer mais nada.

      JungKook era, sempre, o mais novo de sua casa, o mais novo de sua classe, o mais novo entre seus amiguinhos, era até mais novo que seu próprio marido, e isso dificultou a experiência dele com bebês. Sua sorte era que, pelo menos, sabia pegar uma criança no colo, mesmo que ainda tivesse receio de deixá-la cair, pois pensava que bebês eram tão frágeis quanto uma boneca de porcelana nas mãos de uma criança. Por mais que ChinMae não fosse consideravelmente um recém-nascido, tendo apenas alguns meses de vida, ele ainda não sabia engatinhar, pegar coisas e tudo mais, porém já era um pouco maiorzinho do que quando nasceu; obviamente, crianças como ele crescem rápido e ficam mais pesadas também. JungKook nem sabia se isso era bom ou ruim para ele, por mais que começasse a rir sempre que imaginava ChinMae lhe pedindo colo com quinze anos. Provavelmente isso não aconteceria, mas ele iria mimá-lo muito. E sem perceber, já havia se apegado ao menino em tão pouco tempo.

     Agora mesmo estava no banheiro principal da casa se olhando no imenso espelho; era daqueles espelhos nos quais é possível ver o corpo inteiro da pessoa, como aqueles que vêm em certos guarda-roupas com portas de correr. Observou atentamente sua imagem naquele espelho, estava analisando o máximo possível a sua atual aparência, correndo os dedos por cima de sua mandíbula. Normal.

— Estou com a mesma altura e, aparentemente, o mesmo peso. Não há manchas no meu corpo e também não sinto dores; pelo menos, não dores físicas — Suspirou. — Acho que com a chegada do bebê eu estou me cuidando bem melhor. Não estou tão pálido e minhas olheiras estão mais claras.

     Deu um sorriso de canto após sua análise solitária; fechou os olhos e deu uma voltinha na frente do espelho. Deixou que sua mente imaginasse.

 

      JungKook estava sentado no sofá sem ânimo algum, sozinho em casa, até que a porta abriu e revelou um Jimin com o cabelo e parte do rosto molhado. Carregando algumas sacolas em mãos, três pra ser exato. O mais novo levantou rapidamente do sofá e foi em direção ao rapaz, tirando as sacolas de sua mão e as colocando no chão, enquanto depositava um beijo em sua bochecha.

— Aigo, eu queria um beijo na boca, biscoito! — resmungou, fofo. — É porque eu peguei uma chuva e agora estou todo molhado agora? Tudo bem, eu admito! Devia ter te escutado e levado um guarda-chuva...

— Se você continuar não me ouvindo vai acabar pegando um resfriado, hyung — Alertou.

— Tudo bem, não faço mais — Aproximou-se um pouco mais do outro e fez um biquinho, que logo encontrou os lábios de JungKook. Foi somente um selinho, bem curto. — Eu comprei roupas pra você, por favor, vá ao seu quarto e as vista. Depois desça aqui e deixe-me ver como ficou, está bem?

     O outro assentiu.

     JungKook subiu as escadas em direção ao seu quarto e voltou minutos depois com roupas e sapatos novos que, particular e aparentemente, ele havia gostado. Ficou em pé em frente a Jimin e deu um sorriso mostrando seus dentinhos de coelho.

— Como estou? — perguntou, ansioso.

— Bonito. Está muito bonito, na verdade. Sempre foi, né? — respondeu, rindo. Parecia hipnotizado com a beleza alheia. Então tentou chamar a atenção do seu dongsaeng — JungKook! JungKook-ah! Dê uma voltinha pra mim, sim?

     O Jeon, ainda meio tímido, deu uma voltinha com os olhinhos fechados levemente com força. Estava um pouco assustado pensando em qual seria a reação do outro quando abrisse os olhos, mas, por fim, abriu.

— Oh, tão fofinho! Eu sou muito sortudo! — Batia palmas enquanto ria, divertido, da timidez de seu marido. O Park tinha uma típica mania de fechar os olhos, deixando-os como risquinhos sempre que ria. E Jeon cruzou os braços, envergonhado com os comentários.

 

      JungKook apenas balançou a cabeça negativamente tentando espantar aquelas lembranças tão lindas, mas dolorosas.

      Saiu do banheiro e foi até a sala, onde estava ChinMae, e pegou-o no colo. Começou a cantarolar, então, a musiquinha que tocava em sua caixinha de música, e talvez nem estivesse percebendo, mas dançava por aquele cômodo, com o bebê no colo, como se fosse uma bailarina.

      Ele dançava extremamente bem, mas não era nada experiente. Não era como a sua bailarina de mentirinha que vivia presa naquela caixinha de madeira dançando sempre que alguém puxasse a chave cravada em suas costas. Ah, aquilo deveria doer tanto... O Jeon fez uma careta de dor ao pensar naquilo.

     O garoto parou de dançar e começou a rir de repente, colocando uma mão em sua testa como se estivesse se repreendendo.

— Como sou tão infantil! — Brincou, retirando-se do local.

 

 

 

      A garçonete de roupas monocromáticas e fofas forçou um sorriso no rosto, indo na direção do homem enquanto carregava a típica bandeja metálica em mãos. Nada como um bom chocolate quente para esquentar seu coraçãozinho nesse tempo frio, não é? Ela viu que o outro estava distraído demais e, então, resolveu somente deixar a bandeja encima da mesa em que ele estava. Fez uma reverência, que o outro não viu, e voltou para trás do balcão; que era o seu lugar. A garota bufou e apoiou seus cotovelos na bancada enquanto enrolava uma fina mecha de seu cabelo.

— Os clientes nunca prestam atenção na gente... Estranho! — Disse ela, estendendo o “o” da última palavra e rindo em frustração.

— Não é isso, amor. É que meu maninho sempre foi muito apegado a mim e ultimamente ele esteve muito solitário por causa das perdas e da minha ausência. Eu estava com medo de que ele pensasse que eu estava o “abandonando” novamente! — explicou.

— E o que mais, oppa? — Fez uma expressão triste. — Você está me escondendo algo, eu sei.

— Não só a você, mas acho que talvez eu esteja te escondendo, Hwasa — respondeu, cabisbaixo.

— JungHyun, você não está me dizendo que... — Fez uma pausa, desacreditada. — Você não está, não é mesmo?

 

 

 

      O Jeon mais novo estava brincando com ChinMae daquela brincadeirinha famosa de tampar os olhos e depois destampar. O rosto do pequeno era tão gordinho, chegava até a dar gosto de ver. Ele estava rindo, com certeza estava sendo muito bem tratado. E tratado pelas mãos certas.

      JungKook sentiu braços levemente fortes rodearem seus longos ombros em um abraço e um beijo foi distribuído em uma parte de seu maxilar. O Jeon se virou e o outro sorriu.

— Estou atrapalhando, Jeon? — Perguntou, afundando o rosto no peitoral de JungKook e apertando-o mais forte contra seu corpo. Parecia pedir proteção, mas logo se soltou do abraço, sem dar tempo para que o mais novo dissesse alguma coisa, e pegou ChinMae no colo com cuidado; carregava naquele momento um olhar curioso e sorriu com aquele sorriso fofo que só Jimin tinha. — Quem é esse bebê adorável? Parece tanto com você...

— Chama-se Jeon ChinMae, deixaram-no em minha porta e agora estou cuidando dele como meu filho — Ouviu o outro suspirar.

— Sim... Como seu filho... Eu queria poder te dar um também — Jimin devolveu o pequeno para o colo do pai. Mostrando-se aparentemente irritado, perguntou: — Quem é a mãe dele, JungKook?

— Está com ciúmes, Jimin? — o mais alto perguntou divertido com um leve sorriso de canto, e se aproximou um pouco do Park.

— C-claro que não, idiota! — Deu um soco leve no ombro de JungKook.

— Eu não sei quem é a mãe, eu não a conheço — Aproximou-se mais. — Jimin-ssi, você estava com ciúmes?

— Eu só... V-você... — Seus narizes se encostaram e seus olhares se encontraram. — Está tão perto...

— Estou...

     Então os dois se beijaram intensamente.

      JungKook, naquele momento, não estava nem ligando para fato de Jimin estar morto e aquilo a sua frente ser somente ser somente uma alucinação. Seus lábios carnudos, rosados e redondos estavam com o mesmo sabor de pêssego de antes; um sabor vivo e doce que, se duvidar, poderia deixar o Jeon com diabetes. Não que ele se importasse em adoecer por causa do gosto dos lábios alheios. Jimin era como uma droga para JungKook; viciante da cabeça aos pés.

 

 

 

      A garçonete havia se agachado atrás do balcão para pegar uma coisa e quando levantou deu de cara com um JungHyun sorridente guardando o celular em um dos bolsos da calça, ele estendeu a mão para a garota a sua frente para poder pagar pelo chocolate quente.

— Então, quanto fica a conta? — perguntou.

— Nada, senhor. Hoje é por cortesia da casa — explicou.

— Então, tudo bem. Obrigado! — agradeceu.

— Tenha um bom dia e volte sempre que quiser! — A garota acenou com um sorriso no rosto para JungHyun. E depois que ele saiu, balançou a cabeça negativamente: — Garotos...

      O Jeon mais velho andava pelas ruas calmamente, estava meio agitado pela conversa que teve há alguns poucos minutos com Hwasa, sua noiva. Não sabia se deveria classificar aquela conversa como uma briga ou somente um mau entendido. Na verdade, nem sabia o que havia acabado de acontecer.

     De repente algumas ondas sonoras, que particularmente ele conhecia muito bem, invadiram seu ouvido; era a musiquinha do carrinho de churros. JungHyun olhou para todas as direções, mas não fazia ideia de onde vinha aquele som. JungHyun gostava muito de churros e ele sempre foi um cara que gostava de viajar; certa vez foi para o Brasil passar as férias de verão e foi lá que provou pela primeira vez o doce. O vendedor certamente deveria ser de lá, pensava ele.

      Seguiu uma direção qualquer e conseguiu achar e alcançar o carrinho de churros. Sem mais delongas, comprou quatro: um de doce de leite, um de chocolate, um de brigadeiro e um de beijinho. Dois destes seriam para seu irmão e já comprou dois porque sabia que ele gostaria também e pediria mais um, e, apesar de não conhecer muito bem esses sabores, sabia que deveriam ser bons já que o Brasil lhe trazia boas lembranças, tanto na cultura quanto na culinária.

 

 

 

      ChinMae estava deitado em seu berço, no quarto de JungKook, enquanto o mesmo estava sentado em uma cadeira no meio da sala com Jimin prendendo suas mãos para trás da cadeira. Era um jogo novo? Será que era divertido?

— Agora vou te falar a ultima regra: você também não vai poder me ver — Mostrou uma gravata preta e a colocou na frente dos olhos de JungKook; e em seguida prendendo em um nó fraco na parte da trás de sua nuca. — Está conseguindo ver alguma coisa, querido?

— Absolutamente nada, hyung — responde, neutro.

— Ótimo. Agora você não pode me tocar e nem me ver; só sentir — Passou os dedos gordinhos pela gola do casaco do Jeon e sentou em seu colo. — Por favor, continue parado. Isso, exatamente como você está agora.

      O rosto do Park estava tão próximo do outro que JungKook, mesmo vendado, podia sentir o seu perfume de girassóis. Podia sentir aqueles seus cabelos, na época, castanhos serem jogados pra trás e seus olhos se fecharem e formarem risquinhos. Ainda podia sentir seus cabelos recém-loiros, como da última vez que pode vê-lo, brilharem como o sol e se destacarem a noite como a mais brilhante de todas as estrelas. Seus lábios deslizavam desde o queixo de JungKook até os ossos pouco visíveis de seu pescoço e, como a gola do casaco alheio deixava uma parte da pele de seu colo exposta, Jimin aproveitou para roçar seu nariz ali e depositar um beijo.

— Mochi... M-my mochi, o que está... Ai! — O loiro havia dado uma mordidinha leve em seu colo.

— Huh? Eu te machuquei? — perguntou, preocupado, enquanto se afastava com um sentimento de culpa.

— Não, não — Balançou o peitoral, como se tentasse se libertar da fita que prendia suas mãos atrás da cadeira, a ponto de conseguir mais contanto com ele, mas já não conseguia o sentir perto, tampouco de longe. Viu-se implorando, choroso: — Jimin-hyung? J-Jimin? Por favor, não vá embora! Não me deixe... Fique um pouco mais, mochi!

— Ei, eu estou aqui, não chore! Não mais, sim? — Tentou limpar as lágrimas do Jeon, que escorriam por seu rosto debaixo da gravata, com os dedos e as beijou. Segurou seu rosto com ambas as mãos e sorriu; abriu os botões do casaco do outro e teve a abençoada visão de seu peitoral desnudo. — Desde quando não usa mais camisetas por baixo do moletom?

— Desde sempre, ué. Você sabe disso — disse, desconfiado.

— Ah... Mas é claro — Riu, envergonhado, enquanto coçava a própria nuca, repetindo para si mesmo: — Eu sabia disso...

 

 

 

      JungHyun estava extremamente perto de casa, ou, melhor, estava atravessando a esquina, quando flashbacks da troca de áudios com sua noiva invadiram sua mente em um embalo melancólico e confuso.

— Estou com saudades de você... Me mande um áudio, amor — JungHyun gravou um áudio e enviou.

— Você contou de mim pro seu irmão? — a garota de vinte e três anos de voz doce perguntou no áudio.

— Sim, e sobre o nosso noivado também. Eu acho que ele teve uma boa reação.

— Está dizendo que ele deveria ter tido uma reação ruim sobre o nosso noivado? — quis saber a garota.

— Não é isso, amor. É que meu maninho sempre foi muito apegado a mim e ultimamente ele esteve muito solitário por causa das perdas e da minha ausência. Eu estava com medo de que ele pensasse que eu estava o “abandonando” novamente! — explicou. — Estava com saudade sua, você está sempre a um dia de distância.

— Eu também — disse, triste.

— Sim, eu sei disso...

— E o que mais, oppa? — Fez uma expressão triste. — Você está me escondendo algo, eu sei.

— Não só a você, mas acho que talvez eu esteja te escondendo, Hwasa — respondeu, cabisbaixo.

— JungHyun, você não está me dizendo que... — Fez uma pausa, desacreditada. — Você não está, não é mesmo?

— Não, é só que… Eu não contei sobre a outra.

— Não gosto quando diz que sou a “outra”…

— Sabe que não me refiro diretamente a você, Hwasa.

— Sim, eu sei. E também sei que mesmo você dizendo que sou a única, ao mesmo tempo também sou a outra.

      JungHyun precisava contar toda a verdade sobre Hwasa para JungKook, então, quando chegou em frente ao casarão, correu bastante em direção a porta e entrou meio atrapalhado. Quando chegou à sala — primeiro cômodo que você encontra quando entra no casarão —, deu de cara com um certo Jeon sentado em uma cadeira, vendado com uma gravata preta e com as mãos presas atrás da cadeira. Ele gritava o nome de seu falecido marido como se perguntasse se ele estava ali. E seu casaco estava aberto mostrando o peitoral do mesmo. “Que estranho”, pensou. O Jeon mais velho se aproximou preocupado e pôs a mão na testa do outro.

— Jimin? — chamou, esperançoso.

— Não, JungKook. Sou só eu: JungHyun — disse.

— Por favor, me solta daqui, hyung! Eu respondo todas as suas perguntas! — implorou e foi solto daquela cadeira, além de ter se livrado daquela gravata em seus olhos também.

     Alguns minutos depois da explicação de JungKook...

— Impressionante, mano. Mas eu preciso te contar algo — JungHyun começou, mas sua atenção foi capturada por outra coisa: — É sobre a Hwasa, Err... JungKook... O que é isso na parte dobrada da gola do seu casaco?

     O mais novo fez uma cara confusa e pegou a tal coisa da dobradura de sua gola, estranhando muito o fato de aquilo estar ali; era um papelzinho dobrado.

 

“Quando vamos a um baile de máscaras nunca sabemos o que se esconde atrás delas. Pode ser alguém mau ou talvez alguém bom, mas não dá pra saber, afinal, ambas as metades da máscara são iguais.”

 

— Quem assinou?

— Ninguém assinou; não tem assinatura nenhuma nesse papel.

— Então isto é um dos enigmas destinados a você? — Analisou.

— Isso é um mistério destinado a alguém que não sou eu, com certeza — JungKook negou.

— Mas estava na sua roupa — Suspirou. — E eu não entendi nada desse enigma.

— Nem eu, mas, então, JungHyun... — Virou-se para o irmão enquanto deixava o bilhete ao lado dele do sofá. — O que tem a Hwasa?


Notas Finais


Yakju* >> tipo de vinho sul-coreano de arroz, um tipo conhecido de Yakju é o Dongdong; O Dongdong (동동주) possui esse nome, pois os grãos de arroz cozidos flutuam na superfície da bebida enquanto é fermentado. Motivo que o leva a ser também conhecido como Buryuju (álcool flutuante).

O que vocês acham que vai acontecer? Quem e essa 'outra' do JungHyun? Que mistério e esse entre ele e a Hwasa? O que vocês acharam desse flashback do JungKook? E parece que o 'JungJung' estragou o climinha entre o maninho dele e a 'aparição fantasmagórica' do Jimin.

Betado por @bolchevique ( https://spiritfanfics.com/perfil/bolchevique ) do @AlwaysEdits ( https://spiritfanfics.com/perfil/alwaysedits ), eu amei as dicas e a forma como você substituiu algumas palavras. Obrigada! :) <3

Bem, por enquanto, vou deixar que vocês tentem adivinhar.
Bye~


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