História 7 minutes in Heaven - Capítulo Único.

Era véspera de Halloween quando finalmente Kun e Sicheng decidiram a fantasia que eles iriam usar na festa que os amigos estavam fazendo na casa de Taeil: Naruto, para o mais novo e Sasuke para o mais velho.

Marcaram de se encontrar no ponto de ônibus que ficava entre a casa de ambos, uma hora antes do horário marcado na casa de seu amigo.

Sicheng quase se engasgou quando viu Kun se aproximar de si. Sasuke era seu personagem preferido do anime e ver o amigo mais velho com aquela vestimenta que mostrava parte de seu peitoral, além da caracterização em um todo, lhe fazia sentir coisas estranhas, coisas que nunca havia sentido pelo outro antes.

Recebeu elogios do chinês, dizendo que ele havia ficado um Naruto muito estiloso, até porque seus fios loiros habituais caíram perfeitamente naquela ocasião.  

Foram em silêncio até a casa do outro. Geralmente Sicheng era o mais falante ali e Kun se perguntava se ele estava bem.

Quando chegaram na festa ficaram admirados com a decoração, sombria e até mesmo exagerada, onde os dois amigos riram ao ver um sangue falso muito mal feito com tinta vermelha. O que mais chamava a atenção deles era a comida e as bebidas alcóolicas.

— Finalmente vocês chegaram! – Taeil disse quando os encontrou. Ele estava vestido com uma roupa de mago. — Gostei da roupa de vocês – sorriu. — Vamos beber um pouco e depois vamos reunir algumas pessoas para jogar Sete Minutos no Paraíso e vocês estão convocados. Vou falar com o Doyoung, se divirtam.

— Isso definitivamente não vai prestar. – Kun comentou, receoso. — Eu vou tentar fugir.

— Do que você tem medo, hyung? – perguntou Sicheng de forma brincalhona. — É só uma brincadeira, não vai ter nada demais.

— Eu não confio nessas brincadeiras que os meninos fazem. Pode ter certeza que o Taeyong vai tentar colocar algo a mais.

Foram até a mesa onde estava a bebida de frutas batizada, experimentando a mesma. Eles não estavam acostumados a beber, até por serem menores de idade.

Kun tentava fazer Sicheng beber menos – ele sempre cuidava do amigo – mas não adiantou muito, ainda mais quando se juntou Jaehyun e Chittaphon com eles.

Sicheng definitivamente era fraco para bebida alcóolica.

Depois de um tempo aturando o mais novo rir à toa e tentar agarrar seu pescoço, John os chamou para uma sala a parte, onde iriam fazer a brincadeira.

Taeyong, Jaehyun, John, Chittaphon, Taeil, Doyoung, Hansol, Yuta e eles se juntaram ali. Kun achou estranho o fato de não ter nenhuma menina, talvez elas estivessem fugindo deles, assim como ele tentou fazer e Hansol não permitiu. Aparentemente todos eles estavam mais do que alterados e até mesmo ele se sentia um pouco mais solto que o normal.

— Ok, vamos brincar agora. – Taeil disse com um sorriso malicioso. Jaehyun terminava de escrever os nomes das pessoas na sala. — As regras são simples, sete minutos dentro daquele guarda-roupa ali, vocês não podem levar celular ou nada do tipo. Vocês podem fazer o que bem entender e não vão poder sair de lá antes da hora. A única regra que teremos, para deixar as coisas mais interessantes… É obrigatório ter um beijo. Se não ouvirmos nada, a dupla sorteada se beijarão na nossa frente, fica a escolha de vocês. Vamos começar.

Eles estavam sentados em círculo. Kun estranhou o fato de ninguém falar nada sobre aquilo do beijo e ele sentiu seu peito apertar. Ele nunca havia se relacionado com algum garoto, por mais que ele observava um menino ou outro.

— O primeiro nome sorteado foi… Jaehyun! -– Taeil disse e Jaehyun se levantou. — E o outro… Taeyong, muito interessante. – os dois garotos sorriram, cúmplices. Eram melhores amigos e todos desconfiavam que eles tinham uma amizade colorida.

Eles entraram no guarda-roupa e Taeil ativou o cronômetro.

Observaram o rosto um do outro. Alguns riam, ainda mais com alguns gemidos baixos que dava para ouvir ali, outros estavam indiferentes. Kun encarou Sicheng, que estava com a cabeça deitada no seu colo.

Kun se sentia apavorado.

Os sete minutos passaram e Hansol gritou que eles poderiam sair. Os dois saíram dali com os lábios avermelhados, roupas amassadas e Taeyong estava com os fios bagunçados.

— Uau Jaehyun, você é selvagem! – Chittaphon disse com a voz embargada e todos riram, menos o chinês mais velho.

— Ok, vamos ver quem são os próximos. Hmm… – pegou o primeiro papel. — John… – escolheu o próximo. — e Chittaphon.

O tailandês sorriu largamente enquanto o americano revirou os olhos, que foi levado pelo pulso pelo outro até o armário. Os rapazes começaram a tirar sarro daquela reação e o cronômetro foi ativado.

Os meninos estavam conversando coisas aleatórias e esquisitas, que jamais falariam em sã consciência.

Yuta disse que queria ir com Hansol e Taeyong disse que ambos deveriam assumir logo a relação deles.

Terminou os sete minutos e os dois saíram de lá. Havia uma marca avermelhada no pescoço de Chittaphon e Doyoung começou a cutucar o outro, querendo saber dos detalhes.

— Agora é a vez do Kun… – o coração do chinês apertou. — e Winwin. – ouviram alguns murmúrios e até um “finalmente” de Taeyong.

Sicheng parecia animado e se levantou rapidamente. Puxou o pulso de Kun e ambos entraram no lugar.

Era bastante apertado e escuro. Sentia-se nervoso, até porque os dois precisaram ficar com os corpos colados. Sicheng passou os braços pelo pescoço de Kun, se aproximando com um sorriso. Ele não sabia como reagir.

— Sabe Kun, eu vou ser sincero com você. – o outro começou, falando em chinês, com a voz mole. — Você está tão bonito com essa roupa… Sinto tanta vontade de te beijar. – aproximou seus lábios dos dele e Kun se manteve estático. — Eu não estou conseguindo me segurar mais.

Então Sicheng colou ambos os lábios. O mais velho a princípio se sentia nervoso, mas aos poucos foi se soltando e segurou a cintura dele, alisando a área. O beijo intensificou-se um pouco e Sicheng deslizou a mão pelo peitoral descoberto, fazendo que o outro sentisse um arrepio intenso na área.

— Ok… Sete minutos, vocês podem sair daí. – ouviram a voz de Taeil dizer um pouco alto e os risos dos outros rapazes eram incontroláveis.

Antes que pudesse sair dali, Sicheng segurou o pulso de Kun, o fazendo parar ali.

— Você não quer ser o Sasuke do meu Naruto, hyung? – o mais novo falou e aquela cantada barata fez Kun rir. Este apenas roubou um selo dos lábios dele e saiu dali, ouvindo as brincadeiras dos meninos pelo estado da roupa deles, ignorando o pedido do rapaz alterado pela bebida, pelo menos naquele momento.