Nosso voo para Índia foi mais tranquilo ainda, já estava ficando cansada com facilidade e dormia muito, tentava de toda forma não demonstrar, mas os meninos perceberam e ficaram mais chatos com isso, tinha que retocar a maquiagem toda hora para não parecer pálida e decidi fazer um bronzeamento artificial urgente quando pousasse.
Pegamos um tuc-tuc e seguimos para o hotel. Fiz uma reserva em um lugar mais aconchegante e reservado. Sei que estou ficando mais fraca e debilitada e não quero passar mal em uma casa de família. Quando chegamos ao hotel já é umas 17:30h (09h no brasil) e eu estava exausta. Tomei um banho e avisei aos meninos que dormiria até o dia seguinte. Tomei meus remédios e deitei.
Quando acordei no dia seguinte está renovada. Acho que sofri de jet leg. Já tinha um plano traçado e muitos lugares a ir em um mês. Queria no mínimo passar uma semana explorando cada um, mas não dá.
- Meninos hoje vamos fazer compras. Camaught Place, é praticamente um shopping, tem lojas, restaurantes, livrarias e etc.
- Isso me anima..., Mas Laura você está bem pálida... tem certeza que está bem? - Perguntou Antônio.
- Sim... deve ser que já estou entrando em decomposição...
- Ra rã, muito engraçado... chega desse papo de morte... vamos as compras. - Incentivou Henrique.
Vesti um vestido e coloquei um sari que comprei no aeroporto. Achei que seria mais interessante entrar no personagem. Saímos do hotel e fomos para rua "pareliament", entrei em várias lojas, comprei mais "sáris" alguns livros pequenos sobre a cultura da Índia e sobre pontos turísticos. Era inverno ali também, mas não fazia tanto frio, o ar era árido e seco. Na hora do almoço entramos em um restaurante que chamou nosso estômago e foi fácil achar mesa.
-Eu vi um Mc Donald no outro lado da rua, por que não comemos lá? - Perguntou Antônio chateado.
- Por que eu quero ter experiências novas e um Mc lanche como desde sempre.
- Ela está certa. Não viemos a Índia comer Fast food. Temos que experimentar coisas novas - Disse Henrique.
- Obrigada. Agora decidam o que vão comer... Garçom...
Veio um carinha da cor de canela em pó com seu caderninho já gasto.
- Vou querer um Tandoori com chapati.
- Eu um cordeiro assado - Disse Henrique.
- O mesmo para mim. - Completou Antônio.
Claro pedimos em inglês.
O cheiro chegou antes da comida. Estava maravilhosa. Achei que não iria gostar, mas poderia comer para sempre. Andamos mais um pouco pelo "shopping" e voltamos para o hotel. Já estava começando a anoitecer e eu não queria fazer mais nada. Mandaram um "Chai" para nosso quarto e só eu gostei.
No dia seguinte fui a procura de templos. Mas achei outra coisa muito interessante.
- Esse é o tumulo de Humaium, foi construído em 1560 e é uma homenagem póstuma ao segundo imperador mongol. - Ouvi uma guia dizer.
- E aí meninos, imagina se eu fosse enterrada com honra que nem esse imperador!
- Você não precisar ser uma imperatriz para ter honra. Já é uma hora sua existência. - Disse Henrique.
- Ah para, estou falando sério. Vocês fariam um templo para que eu descansa-se em paz?
- Claro que sim. - Responderam juntos.
Como eles são fiéis.
Depois fomos retiro de ioga chamado, O Loderi Gardens, A melhor coisa era meditar em um lugar tão religioso e calmo. Claro que os meninos não suportaram 30 minutos ali, mas eu continuei e pedi que me esperassem do lado de fora. Perdi o tempo sentada lá, foi uma sensação de alivio e libertação. Quando sai do templo já estava anoitecendo e os meninos estavam dormindo num banco na entrada.
- Ei, sei que aqui é tranquilo, mas não é para dormir.
- Ei onde? - Acordou Antônio assustado.
- Foi só um cochilo. - Defendeu-se Henrique.
Voltamos para o hotel novamente e li os livros de turismo degustando meu Chai. E pensando onde eu poderia deslumbrar algo incrível.... Pensei nos templos que conheci e no retiro de ioga. Foi quando tive certeza que a primeira coisa da lista * Conhecer um lugar incrível, foi concluída em menos de dois dias.
Nos outros dias dediquei a ioga e a meditação, eu me sentia leve e feliz, parecia que minha alma saia de mim e flutuava por toda Índia e voltava com boas vibrações.
No meio do mês, já não tinha mais motivos de estar ali. Sabia que tinha que concluir minha viajem o quanto antes e que essa última parte cobraria muito de mim. Mas eu vou morrer mesmo.
Agora, rumo a Las Vegas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.