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História 7 Palmos Para a Liberdade - 6 Las Vegas


Escrita por: Ninfa97

Capítulo 7 - 6 Las Vegas


Chegamos à Vegas no começo da tarde. Fomos para o hotel com tema de cabaré. Minha visão já estava turva e bem falha, era bem difícil enxergar coisas simples como os letreiros brilhantes e eu me sentia bem preocupada, também tinha fadiga e estava difícil disfarçar a palidez. Escrevi uma cara para Henrique e Antônio para saberem o que fazer caso eu morresse ali e entreguei assim que nos instalamos. Pedi que não a abrissem até a hora certa e disse que estava tudo bem.
Quando anoiteceu nos vestimos com trajes de gala e partimos para o cassino.
Decidi ficar nos caça níqueis, onde poderia ficar sentada e sem me comunicar. Uma garçonete passou trazendo champanhe e eu aceitei.

- Você não pode beber... Por causa dos remédios, acabou de tomar um coquetel. - Brigou Henrique.

- Se eu vou morrer que seja com estilo. - E tomei tudo num gole só. Apesar de Henrique não gostar ele não me impediu. Logo estava bêbada. Resolvi levantar e fui para o salão de dança puxando os meninos. Me acabei na pista e acabei beijando Henrique. Antônio nos empurrou e saiu bufando do salão. Henrique começou a beber também, o que me surpreendeu, logos estávamos na mesma. Depois disso não lembro de mais nada.

Acordei com um sol forte rompendo da janela aberta. Levantei e percebi que Henrique estava largado junto a mim na cama. Fui até o banheiro e lavei o rosto, minha cabeça doía demais. Algo machucou meu rosto quando esfregava o olho e quando olhei era uma aliança com uma joia em forma de dado branco. Voltei para o quarto cambaleando e procurei na mão de Henrique algo igual, e para meu espanto tinha outra aliança só que com dado preto. Antes que eu pudesse entrar em pânico a campainha tocou. Abri a porta e um funcionário do hotel trazia a comida e um livro grosso.

- Bom dia senhora. Trouxe o almoço de lua de mel e seu álbum de foto. Espero que tenha tido uma ótima noite. - E estendeu a mão.

Mecanicamente dei sua gorjeta e peguei o álbum. Assim que ele saiu o folheei. E tudo se esclareceu. Eu e Henrique nos casamos. Tinham fotos de eu entrando em uma capela com um buquê vermelho sangue e com a cara de um defunto. Foto de o Henrique colocando a aliança em mim e me carregando capela afora.
Larguei o álbum em cima da cama e me sentei com a cabeça entre as pernas. Henrique acordou e meio grogue foi até o banheiro sem me perceber ali. Quando voltou me olhou e veio correndo até mim.

- Eu estou viva. Só assustada!

- O que aconteceu? O Antônio está bem? Aliás cadê ele?

- Eu não sei..., mas não é com ele... você olhou sua mão?

Ele olhou as duas mãos bem confuso e quase caiu de costas quando viu a aliança.

- Com quem eu me casei?

Mostrei minha mão para ele e esperei sua reação.

- Sério? Nossa?  .... Serio?

Assenti.

- O álbum está em cima da cama.

Ele se levantou e olhou o álbum, mas antes de abrir me olhou assustado.

- Tem certeza que está bem? Por que tem sangue na cama.

- Sangue? - Me levante e olhei mais de perto. Realmente tinha uma mancha de sangue na cama, mas não era perto de onde minha cabeça estava. - Aí caramba.... Nós.... Eu e você... fizemos... caramba!

Meu estomago embrulhou e senti que ia desmaiar. Henrique me sentou na poltrona e começou a olhar em volta. Qualquer lugar menos para mim.

- Você não queria... que fosse comigo?

- Que... Não é isso.... É que eu planejei me lembrar desses momentos.... Eu me casei e tive minha primeira vez sem nem me lembrar... E com meu melhor amigo.

- Desculpa.... Tinha que ter sido com alguém que amasse. Não comigo.

Eu não sabia o que dizer. Claro que não estava triste ou arrependida, só queria me lembrar. E eu não queria que o Henrique pensasse errado.... Eu o amo dês que o conheci e não imaginei esse momento com mais ninguém.

- Mas eu te amo... - Foi quase um sussurro.

- O que?

- Eu não queria que fosse com outra pessoa. Queria que fosse com você. Só não queria que fosse assim. Queria me lembrar.

O olhei nos olhos e tentei demonstrar o máximo de tudo que sinto por ele. Mas foi quando tudo começou, Antônio invadiu o quarto e começou a gritar com Henrique que ele tinha roubado algo dele e que nunca o perdoaria, eu gritava que parassem com a briga, mas era em vão percebi que se não fizesse algo eles iriam brigar sério. Com dificuldade me levantei e entrei na frente bem na hora que Antônio levantou a mão. Levei um soco bem no meio da cara. Sinto uma dor horrível como se minha cabeça fosse explodir. Era a hora.

- Para... Aiiii.... É o Henrique, sempre foi ele eu quero que nunca mais briguem... Aiiiiii.... Aceite.... É meu pedido de morte.

- Não fala isso, me desculpa...

Ele parou de falar e colocou a mão no meu rosto, quando tirou de lá e me mostrou estava suja de sangue. Cai de joelhos e senti meu corpo pesar e não pertencer mais a mim, mas eu não estava com medo e sabia que era minha hora. A hora da morte, essa é minha verdadeira liberdade, ela está muito além que 7 palmos. Eu estava verdadeiramente livre e não tinha que armar mais nada. Bastava ir. E eu fui.


Notas Finais


Infelizmente não fui á Las Vegas, mas pesquisei. Se houver algo errado digam!


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