História 7nferno - O Filho da Guerra.

Em minutos, Miguel e Uriel estavam em uma antiga viela chinesa, haviam crianças que brincavam próximas daqui, alguns papeis no chão, também havia um senhor que vendia pasteis de flango, cachorros corriam atrás de um rapaz que andava de bicicleta, era um dia muito normal.

Havia um casebre no fim da viela, parecia abandonado, mas não tinham duvidas, ele estava ali. Miguel e Uriel se aproximam e batem a porta... Ninguém atende... Eles resolvem bater de novo, batem, mas nem sinal de vida... Pela terceira vez eles batem, mas não são atendidos, então eles resolvem entrar no casebre.

Por incrível que pareça, lá dentro era muito organizado e tudo muito limpo, mesmo pequeno, era aconchegante e tinha um cheiro muito bom. Eles olharam em todos os lados, procuraram, mas não encontraram ninguém lá dentro.

Miguel então vê uma porta semi aberta, quando se aproxima junto de Uriel, eles notam que a porta levava aos fundos da casa, ondem podia-se ouvir uns barulhos, então decidem sair pela porta dos fundos silenciosamente.

Ao saírem, notam um jovem alto e de corpo forte, com a barba por fazer, mas com o bigode e cavanhaque destacados, ele tinha uma musculatura aparente e destacada, apesar de ser magro. Ele usava uma calça negra, descalço e sem camisa. Seu cabelo curto e negro, brilhava assim como o resto de seu corpo, devido ao suor. Ele fazia flexões e estava de costas para os arcanjos.

Quando eles se aproximaram, mesmo silenciosamente, ele sentiu suas presenças, mas não se pronunciou e nem se incomodou, apenas continuou seu treinamento.

-Olá... – Disse Miguel, tentando chamar a atenção do jovem.

-Quem são vocês? O que querem aqui? – Questiona o jovem de forma seca e áspera, sem deixar de fazer suas flexões.

-Nós estamos procurando uma pessoa, um jovem aproximadamente da sua idade. – Responde Uriel.

-Não sou eu, agora saiam. – Disse o jovem sem ao menos olhar para os Arcanjos, ele estava concentrado em seu treinamento.

-Hahaha, rude e insolente... Sim, tenho certeza que é você! – Diz Miguel finalmente saindo de sua pose séria e deixando escapar um sorriso.

O jovem para seus exercícios se levanta e olha para Miguel de forma curiosa.

-O que você quer, meu chapa? – Pergunta o jovem, claramente irritado.

-Eu já disse, procuramos um jovem, com nome de Davi. – Diz Miguel de forma clara.

-O querem com esse tal de Davi? – Questiona o jovem de forma irônica.

-Existem pessoas com certas habilidades, ele é uma dessas pessoas e precisamos dele. – Responde Uriel olhando nos olhos do jovem.

-É?... Não sou eu. – Diz o jovem negando com a cabeça e voltando a fazer os exercícios de seu treinamento. – Agora saiam...

-Nós temos respostas sobre seu pai... – Diz Miguel de forma calma e séria, sabendo que isso despertaria o interesse do jovem.

O jovem se levanta rapidamente, se aproximando do Arcanjo e encara Miguel de forma séria. Ele queria saber como aquele cara sabia sobre seu pai.

-Quem são vocês? – Questiona o jovem de forma séria.

-Eu sou Matias e ele é Julio Gonzalez, somos irmãos... Então você é mesmo o jovem Davi... – Diz Miguel olhando para o jovem.

-É, sou eu! O que sabe sobre meu pai? Como sabe da minha vida? – Questiona Davi ainda de forma séria.

-Eu prometo te dar todas as respostas em breve, mas preciso que venha comigo. – Diz Miguel olhando para Davi.

-... Que seja. – Davi dá as costas, pega uma camisa cinza de mangas curtas que estava pendurada em uma cadeira ali perto e a veste. Nela continham pequenos kanjis “孫悟空” em uma das mangas que representam o Wukong, que significa Rei Macaco.

Davi entra em casa, caminha até seu quarto, onde tem uma pequena mochila, ele a pega e vai em direção a cômoda, que tinha ao lado da cama, lá tinha um amuleto e também um relógio de bolso. Antes de guardar o relógio, ele o abre... O pequeno espaço dividia duas fotos, uma de um homem e outra de uma mulher com um garotinho no colo. Davi olha as fotos por alguns segundos, mas sem esboçar reações, nada mais do que um olhar triste e vazio, ele fecha o relógio e guarda no bolso de sua calça. Ele também pega o amuleto que estava em cima da cômoda, guardando em sua mochila.

Por fim Davi pega algumas roupas de seu armário e guarda em sua mochila, voltando para os fundos de sua casa, onde estavam os Arcanjos.

-Tudo pronto? – Pergunta Miguel.

-... Vamos logo. – Dizia Davi de forma áspera.

Logo após, Miguel e Uriel apenas se aproximaram de Davi, e repetiram o gesto que tiveram com Pedro e todos os outros, fazendo que Davi “apagasse” por um tempo determinado.

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Aos poucos Davi despertava, ele estava em uma cama macia, um quarto grande, as paredes eram feitas de pedra e tinham belos acabamentos, ele estava confuso...

Alguns minutos depois, Miguel entra no quarto para acorda-lo, mas é surpreendido quando nota que o mesmo já estava sentado, em sua cama.

-Já está acordado? Que surpresa. Os outros estão lá embaixo te esperando, aquela porta ao lado do guarda roupas leva ao banheiro, pode tomar um banho antes de descer. – Dizia Miguel ao se aproximar.

-... Obrigado. – Agradece Davi.

-Não há de que... Agora, vá tomar um bom banho, temos muitos afazeres. – Diz Miguel deixando o quarto.

Davi então guarda seu relógio de bolso e seu amuleto em uma das gavetas do criado, que ficava ao lado da cama, tira sua roupa e vai para o banheiro.

Alguns minutos depois, Davi se troca e desce as escadas, que levavam ao salão principal do palácio.

Assim que apareceu, viu os 2 arcanjos e 11 jovens, todos estavam reunidos, espalhados pela sala, alguns conversavam, mas logo todos voltaram a atenção ao jovem de feição fria e rude.

-Ooh, que homem mal... – Colocando as mãos no rosto e fazendo uma feição de pavor, Grigorio ironiza, em um sussurro, mas que arranca risos de alguns dos jovens que estavam mais próximos a ele.

Davi não se pronuncia, apenas acena com a cabeça enquanto adentra na sala, ele caminha até para em frente a um sofá, onde ele se sentaria. Logo após se sentar, ele nota que uma linda garota loira o observava, Davi prende seus olhos negros e frios aos vividos olhos verdes da garota, ela era levemente bronzeada, a garota quando percebeu ser descoberta, desvia os olhares desconcertados, visivelmente envergonhados.

-Eu pensei que você fosse Chinês... – Comenta Grigorio se referindo a aparência ocidental de Davi. Ele surpreende Davi, pois o mesmo estava muito, com os braços cruzados e ombros encolhidos, parecia estar analisando Davi.

-Eu sou brasileiro, vivi por lá até os meus oito anos, quando fui levado para viver na China. – Explica Davi de forma curta e rígida.

-Cara... Você é bem chato... –Diz Grigorio de forma pesada, estreitando os olhos, com a postura ereta, os braços cruzados e mão no queixo, como se estivesse pensando.

-Eu estou aqui para agradar ninguém. – Diz Davi de forma seca, sem olhar para Grigorio, o que arranca risos de alguns, e deixa outros intrigados, com a forma rude de Davi agir.

-Woow.. Eu podia dormir sem essa... Aliás, é melhor eu dormir mesmo. Puta vida, esse palácio é um Absurdo. – Diz Grigorio se retirando sem graça.

-Que cara metido... – Dizia Pedro em voz alta.

Todos ficaram em silencio e um clima ruim tomou o ambiente, até que Miguel se pronuncia.

-Okay crianças, todos para fora, precisamos treinar! Júlio, chame Grigorio para se juntar a nós. – Miguel quebrava o gelo.

-Claro meu querido irmão. – Assim Júlio fez oque seu irmão havia pedido e todos foram para fora.

Continua...