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História 9 Coisas Para se Fazer em um Aniversário - Não esqueça o último tópico


Escrita por: CupcakeAlado

Notas do Autor


AAAAAAAAAH MENOS UMA FIC PARA ME PRENDER. ~status: Se sentindo livre.

Pois é... Olha só quem voltou depois de semanas auhsauuahsausuhsuas
Primeiramente quero pedir para chamarem as policias da fronteira, pq to passando dos limites. Sério, quando vi esses 10k no numero de palavras, minha cara foi pro chão e comecei a pensar "ALGUÉM LÊ FIC COM 10K?" Mas bem, coloquei nas mãos de GDeus e to postando depois de um mês que esse plot surgiu :v
(E quase que deu tudo errado porque o titulo original ia ser "9 Coisas para Cazer em um Aniversario Onde não se Conhece Ninguém", mas essa linda rede social adora foder comigo e por alguns caracteres o titulo não cabia, então eu entrei em desespero pq minha capa bem 2005 já tava pronta e tive que editar ela agora enquanto pensava na sinopse e em outra coisa para mudar o nome. AAAAAAH MINHA VIDA REALMENTE É HORRIVEL, NAO QUEIRAM ELA) E por isso daquela nota na capa, então estranhem, okay cupcakes?

Sobre essa história totalmente aleatória, ela foi um pouco baseada em fatos reais e acabei decidindo escrever em um festa que minha irmã me obrigou a ir por nao querer ir sozinha, MAS ONDE EU NÃO CONHECIA NINGUEM E MINHA UNICA PARTICIPAÇÃO FOI NO VIDEO MOTIVACIONAL QUE EU FIZ~ Então eu fui só pra comer msm, fiquei com cara de brisa a festa toda e crying com minhas amigas no wpp. GDeus seja com a Xiahbolic por ouvir meus dramas kkkkkkkkkkkkj

Mas enfim, espero que alguém esteja lendo isso e que leia essa tragica história do menino Byun s2~
Vejo vocês nas notas finais :3

Capítulo 1 - Não esqueça o último tópico


1) Se perguntar porque aceitou mesmo ir.

 

Eu odiava festas de aniversário.

Se me perguntassem se preferia ir em tal ou em uma balada com pessoas suadas se esfregando, eu diria sem pensar duas vezes que preferia minha cama. Para começo de conversa eu já não gostava de pessoas – há quem diga que não existe alguém mais sociável que eu, mas a questão é que só sou assim todo hiperativo com meus amigos porque são meus amigos e não uma pessoa a qual fui obrigado me socializar, como é quando estamos no jardim de infância e os professores te forçam a abraçar o coleguinha do lado.

E como se não bastasse isso e mais o fato de ter amigos baladeiros, ainda tinha que aturar todas suas gracinhas contra minha pessoa. Bem, não era como se eu odiasse tanto assim lugares noturnos, mas depois de ter tido meu primeiro PT quando misturei mais energéticos do que o ministério da saúde recomendaria, comecei a evitar esses tipos de lugares e aprendi a lidar com o fato de meu nível de pegação ter reduzido a quase quarenta por cento. E meus caros, isso é decadente para alguém que não passava uma noite na seca, entendam...

Então pensem comigo, se eu já não frequentava baladas, quais as chances de eu querer ir a uma festa de aniversário surpresa para uma criança que completaria vinte e quatro anos? Coloque aqui também o fato de que não conheço a tal pessoa e o único motivo de estar sentado nessa mesa sozinho enquanto minha mãe roda o salão inteiro, é porque ela os conhece e ameaçou reduzir a minha mesada caso não saísse do conforto de meu quarto. Pode isso? Certo, eu poderia ter negado e falado que não era justo, mas ficar sem aquele dinheiro significava um Byun pobre sem álbum de lançamento do mês e digamos que “justiça” não está no dicionário da minha mãe, ou seja, tudo estava voltado contra minha pobre pessoa.

E para tornar tudo ainda mais entediante, ao menos serviam bebidas alcoólicas, pois segundo minha mãe só liberariam isso após a meia-noite e o problema era que o sol estava se pondo ainda, a lua não passava de uma silhueta no céu e eu já não suportava ficar ouvindo a risada alta da minha mãe ecoar pelo salão com poucos convidados ainda. Assim respirei fundo, bebendo meu terceiro copo de água natural e desejando que os garçons tivessem bom senso de distribuir logo os aperitivos, pois pelo menos queria sair dali de barriga cheia por isso estar custando as atualizações das minhas séries. E em meus planos pretendia comer tanto que a família Park iria se arrepender de me convidar pelo resto de suas vidas, quando vissem que todo o menu inicial não seria o suficiente para o morto de fome interior que eu era.

Me espreguicei, sentindo minha bunda doer de tanto ficar sentado naquela mesma posição e passei os olhos pelo local a procura da minha responsável – vendo toda a decoração em preto e branco do local, os arranjos simplistas nas mesas com forrado xadrez, o bolo de dois andares sendo protegido por um atendente do buffet e logo ao lado uma pintura a mão do aniversariante. E eu precisava admitir que aquilo era um trabalho bem feito ou ao menos melhor do que obras com um ponto vermelho no meio da tela, ainda mais porque, não sei quanto na vida real, mas naquele quadro Chanyeol parecia ainda mais bonito do que era descrito pelas bocas de meninas ao meu lado, que provavelmente deviam ser da sua faculdade.

Foi então que finalmente encontrei a Byun baixinha conversando animadamente com os anfitriões daquele evento, o que quase me fez rir porque ambos eram mais altos que ela e o que considerei ser o pai, em especial, me assustava por ser tão alto, apesar de sorrir feito bobo e destruir qualquer imagem autoritária que sua postura dava. Enquanto a loira ao seu lado parecia ser realmente muito íntima de minha mãe, agindo como se fossem melhores amigas.

Enquanto eu? Bem, eu ficava com meus copos de água e as conversinhas cínicas que ouvia em volta, me trazendo a dúvida  do que era pior entre ouvir o barman conversando com o DJ e as garotas fogosas ao meu lado com “Channye” para cá e “Yeollie” para lá. Mas afinal, acho que a risada da minha mãe venceria facilmente esses outros dois quesitos.
 

 

2) Cogitar a ideia de pular na piscina e morrer afogado.
 

Aquele lugar tinha uma piscina nos fundos!

Depois de meus pés adormecerem, decidi andar um pouco para me distrair e esquecer das pretensões que ouvi daquelas garotas que se sentiam o próprio brigadeiro da mesa de aniversário – só faltavam falar que se dariam de presente. Olha, quero deixar bem claro que não odeio garotas só porque sempre foram minha concorrência nas festas que ia, na verdade eu não tenho nada contra esse sexo e sou totalmente neutro quanto a isso, mas convenhamos que é insuportável quando essas só abrem a boca para falar de macho alfa. Faça favor, onde estavam a meninas que falavam de algo que não fosse homens, casamento e roupas? Eu sabia que elas existiam e convivia com muitas ao meu redor, mas bastava vir uma com aquele papinho meloso que meu nível de tolerância ia abaixo de zero.

Respirei fundo o ar puro daquela área aberta, olhando meu reflexo na água estranhamente limpa e vendo finalmente a noite dar as caras para meu alívio, pois isso significava que faltava menos tempo para ir embora, mesmo que se dependesse da minha mãe só voltaríamos no próximo alvorecer – maldita mania da família Byun, que nasciam com um espírito festeiro natural. Nesses momentos eu até mesmo invejava a vida boa que meu irmão tinha ganhado depois de se casar, se livrando das garras de mãe coruja que era a nossa, tendo um relacionamento fixo para o resto da vida e esfregando na minha cara sua aliança banhada a ouro. Isso mesmo, essa é minha família. Totalmente modesta, humilde e nada desumana comigo.

Foi assim que comecei a pensar na ideia de pular naquele monte de água e morrer afogado, pois nem para saber nadar eu prestava. Meu pai até havia tentado me incluir em um curso de natação para ter um motivo para voltar às praias uma vez que os outros da família fossem contra tal ideia, mas a questão é que fui mais bem sucedido em uma semana no teatro da escola, do que com o que meu pai queria durante um ano – claro que depois disso me tornei seu pedacinho de decepção e ainda acho que o motivo de ele sempre pegar o último pedaço das pizzas minhas sem perguntar se vou querer, é porque fui incapaz de fazer sua única vontade quando ainda tinha dez anos. Mas o senhor Byun, pai de família, era muito orgulho e só aceitou minhas inocentes desculpas infantis porque tenho quase certeza que minha mãe estava atrás de mim lhe ameaçando visualmente.

Descendentes de japoneses é isso mesmo, tudo com sangue ruim – um irmão que se vangloriava pelo casamento gay bem sucedido, um pai rancoroso, uma mãe que não sabia controlar a risada e eu. Sim, eu.

Byun Baekhyun: subs masc. Que passa vergonha e nasceu para ser a ovelha negra. Histórico em dois falhos relacionamentos que duraram no período de um ano cada antes de levar belos pés na bunda de ambas as pessoas que acreditou amar.

Claro, errado está quem acha que desde sempre fui esse pervertido a partir de quando que a puberdade aflorou na minha pele junto com as espinhas. Ainda novo acabei seguindo influências do meu irmão e foi meio que involuntário a atração que comecei a sentir por garotos, mas, ingênuo, acreditei em ambas as ciladas que me meti quando ainda tinha dezoito anos e no fim acabei saindo de coração partido, com Lana del Rey nos fones e uma garrafa de vodka pura. Foi quando desisti dessa história de amor verdadeiro e príncipes encantados – sem perceber, largando também a virgindade e qualquer resquício de dignidade, que deve ter se perdido em algum lugar no primeiro gole de whisky.

E pensando assim queria ter uma bebida ali naquele momento para afogar minhas mágoas, pois temia que acabaria me afogando nas minhas próprias lágrimas se continuasse pensando nas altas chances que tinha de morrer sozinho.
 

 

 

3) Pedir socorro aos amigos por 3g.

“Luhan-shiii” – foi minha primeira mensagem enviada quando voltei para o salão e me acomodei no mesmo lugar de antes – “Meu 3g tá horrível, mas não me fala que gastei ele para você não ficar online!”

“Chora” – ele não é descendente de japonês, só venenoso mesmo.

“Não fala isso que eu faço mesmo :(” – um toque dramático ali e aqui, perfeito! Já podia chorar mesmo – “Cara, tô em uma festa de aniversário e eu não conheço ninguém. A água tá sendo minha única companheira nessa jornada”.

“Poxa, que merda, hein” – e o senhor óbvio ataca novamente! – “Então por que você foi?”

“Minha mãe forçou e você conhece a senhora Byun...” – lhe encarei por um momento, semicerrando os olhos – “Ela ia tirar minha mesada se não acompanhasse ela e eu me sinto praticamente nu sem meu dinheiro”.

“E por que ela te forçou?” – Ah, Luhan... Ele ainda tinha muito que aprender sobre a família Byun.

“Ela disse que eu precisava conhecer novas pessoas, sair de casa e mais um monte de baboseira” – respirei fundo, esperando que alguma hora minha mensagem fosse enviada.

“E você, sendo a pessoa sociável que é, está sentado sozinho, não é?” – é irrelevante citar que minha hiperatividade estava a mil e eu já não suportava ficar só.

“Me ajuda, Luhannie” – só faltava eu enviar um áudio chorando para ele entender a fossa em que eu estava depois de duas horas naquele lugar.

Dá um fugida. Conhecendo sua mãe, ela nem vai sentir sua falta” – aquilo era para me motivar ou o quê?

“Eu sei que sou insignificante para ela, mas estamos no meio do nada e eu se eu sair é capaz de ser roubado ou no mínimo me perder” – com minha onda de sorte já não duvidava de nada.

“Faz aí alguma coisa para se distrair. Sei lá, vai escrever um poema blogueiro, ver a vida dos outros no facebook, comer... São muitas opções” – o último tópico era realmente convidativo, mas quem disse que os petiscos haviam chegado?

“Eu quero morrer, Luhannie” – declarei enfim, seguindo seu segundo conselho e abrindo o facebook.

Troquei seis por meia dúzia.

A vida das pessoas ali parecia tão interessante quando aulas de matemática em uma segunda-feira. Só havia fofocas para todo lado e atualizações que nada acrescentariam em minha vida: Sehun colocando foto nova com alguma garota da escola que tinha um penhasco por si e Luhan perguntando quem era a vadia; Kyungsoo postando fotos da viagem sabê-se lá de onde com Jongin; meu professor de humanas postando frases motivacionais e recebendo mais likes do que era normal; minha mãe postando fotos vergonhosas de minha infância; brigas e mais brigas virtuais entre garotas por causa de um homem que provavelmente estaria comendo pipoca enquanto- Espera! De onde minha mãe tinha tirado aquela foto constrangedora de minha pessoa caindo do balanço no playground?! Meu Deus, eu estava chorando e ela tirando foto de mim? Que tipo de monstro a humanidade criou?!

Mas o problema ainda estava começando, pois aquela postagem tinha muitos likes e muitos comentários! Até Luhan, aquela falsiane, estava lá rindo de mim em meio declarações de parentes e algumas pessoas da escola. Minha única sorte era que eu sabia a senha da minha mãe uma vez que fui eu a criar sua conta, mas as coisas tornaram a piorar quando vi que a o publicação já tinha um dia.

Choraminguei baixo, bloqueando a tela do aparelho e passando a mão pelo rosto. Se eu matasse minha mãe seria considerado como homicídio passivo ou ativo?

 

4) Lidar com perguntas constrangedoras.

 

— Aigoo, que fofinho! — certo, onde eu apertava para entrar em ebulição e explodir de vergonha?

— Ele é idêntico ao pai. — disse a outra mulher ao lado da minha mãe e se ela se referia ao fato de ambos sermos baixinhos e sedentários... É, ela estava certa.

— Mãe, sério, para com isso... — resmunguei enquanto a via prestes a piorar minha situação, como se já não bastasse a vergonha que me expôs no facebook. Sério, de onde ela tirava tantas fotos minhas com quinze anos, que para ser mais específico, eram totalmente ridículas e eu parecia uma batata: Baixinho e levemente acima do peso.

— Que isso, Baek? Deixa sua mãe fazer memórias boas... — sempre tinha uma venenosa que se fazia de santinha e sorria feito criança, mas que internamente eu sabia estar rindo de mim.

— Baekhyun para você... Eu não te dei essa intimidade. — rebati prontamente, pois não era um salto alto que ia me intimidar.

— Olha os modos, menino. — ganhei uma leve cotovelada da minha mãe e podia jurar que vi aquela menina ácida, que segundo as apresentações, era uma vizinha de Chanyeol, sorrir de canto.

Sério, eu devia ter dançado pole dance na cruz para merecer aquelas coisas – uma mãe me constrangendo em rede nacional, umazinha que se achava a cereja do bolo naquele vestido curto (por sinal eu odeio cereja, captche?), mulheres casadas me achando uma coisinha fofa e esquecendo totalmente o par de coxas nada inocentes que eu tinha. Mas o pior é que eu nem mesmo sabia quando acabei naquela situação, só sabia que em certo ponto da festa a senhora Byun se sentou comigo e começou a vasculhar na internet, até que chegou o ponto em que ouvi um “Nossa, preciso mostrar isso para a senhora Kim” e eu nem me dei o trabalho de saber do que ela falava, mas bastou poucos minutos para um conglomerado de mulheres se fazer ali enquanto haviam muitos “Aigoo's” e “Que fofo!” em uma só frase.

E naquela família apenas uma pessoa era digna desse título.

Kyungsoo nunca fora muito para o lado purpurina da força e eu não tinha mais nenhum irmão, o que me levava à conclusão de que: Minha mãe estava mostrando outras fotos minhas para aquele povo. E eu quis gritar quando aquela mesma garota venenosa e de cabelos pretos surgiu falando inocentemente: “É seu filho, senhora Byun?”, constatando minhas dúvidas.

Se eu tive vontade de jogar aquele celular do outro lado do salão? Imagina... Só quis amassar ele com minhas próprias mãos, mais nada.

Mas claro que tudo ainda estava muito calmo para se tratar de mais uma gafe na minha vida que logo seria esquecida. Meus caros, estamos falando de Byun Baekhyun, preciso retomar aquela definição anterior do significado do meu nome? Bem, nem é preciso isso para imaginar o quão fodida minha vida é. Basta encher a boca para falar da minha família, que as desavenças vem automaticamente, como um imã.

— Você tem quanto anos, Baek? — okay, uma pergunta simples vindo de uma pessoa simples.

— Vinte... — respondi meio incerto e baixo o suficiente para deixar claro que não queria ser adicionado no assunto.

— Você namora? — Ah, vai pra puta que pariu!

— Namorar!? Ele é mais encalhado do que- — será que vai valer apanhar mais tarde se eu jogar o refrigerante na cara da minha mãe?

— Não! Eu não namoro. — a cortei, corrigindo seco e grosso sua frase.

— Olhe só, Taesung... — a mulher se referia a filha que trocava farpas comigo sem motivo específico — Você também está solteira e precisa arranjar um bom partido como Baekhyun, o que acha?

— É o quê?! — eu quis rir alto da sua expressão de choque, mas me contive a morder meu lábio inferior e segurar o riso, assim como o fato de eu não curtir a fruta — Mãe, não...

— Vocês acreditam que ela gosta do aniversariante? — ela continuou com a fala uma vez que tivesse a atenção de todas e eu quis gargalhar alto da cara dela naquele momento — É uma pena que ele não olhe muito para minha filha...

— É mesmo? Por que, senhora Choi? — às vezes o jogo vira, não é mesmo?

— Não sei, mas ele já fez muito minha garota chorar. — passou a mão pelos cabelos da filha e ela ficou ainda mais vermelha de vergonha — Você disse que ele sempre inventa uma desculpa quando você vai conversar com ele, não é?

— Mãe, para de falar o que senhora não sabe... — abaixou os olhos.

— Que isso, Taesung? Deixa sua mãe fazer memórias boas... — repeti sua fala anterior e recebi seu olhar metralhante.

— Mas você já namorou antes, Baek? — de onde surgiu aquela outra voz? Eu ia matar a pessoa mais tarde.

— Uhum... — me contive a isso enquanto via a garota humilhada sussurrar algo para a mãe antes de sair da roda.

— Faz sentido, você é uma pessoa muito bonita. — ontw, isso não vai tirar sua sentença de morte — Mas afinal, você é virgem, meu filho?

— Oi? — quando foi a última vez que tive tantos olhares sobre mim?

 

 

5) Rir das desgraças alheias.

 

Faltava pouco para eu voar no pescoço de quem selecionou aquelas músicas de fundo, pois não era possível que Chanyeol gostasse daquele nível de música – na verdade aquele era o tipo de música que só seus avós gostam de ouvir no rádio. Mas que fique claro que eu não estou desmerecendo as origens do K-pop, mas aquele era um nível de raiz que tinha de mexer muito no fundo do baú para achar, pois não estou falando dos pais da música coreana, como BigBang ou SuperJunior, estou falando dos avós mesmo e aquilo já estava me desesperando. Afinal caramba, cadê o bom senso de ver que maioria do salão era de jovens de dezoito para mais?! Ninguém ali gostava daquilo e sei que ninguém das mesas ao lado pegou os fones de ouvido por pura educação – a qual eu não tinha e ficou claro quando os coloquei discretamente.

Na minha vida eu já tinha escutado muita música ruim, mas olha... A humanidade se supera cada vez mais. Então tentei me controlar para não sair dançando no meio da pista Solo Day, pois naquele momento era incrível como aquela música me definia e ainda mais minha situação atual.

“Solitário, solitário dia, solitário, solitário dia” – sábias palavras Jinyoung oppa.

Mas se o close errado existe, é para ele ser dado. E como já disse, as pessoas se superam cada vez mais quando se trata de passar vergonha. Agora junte pessoas que se acham a última bolacha do pacote e um karaokê – já dá para imaginar de quem ou do que estou falando?

Não sabia se deveria agradecer ou não pelo DJ ter colocado aquele brinquedinho para os convidados se distraírem antes do grande evento, mas me convenci de que deveria ser grato por aquilo quando vi o empurra-empurra dali para decidir quem cantaria primeiro. Agora entendam o cúmulo da situação por eu ter tirado meus fones só para ouvir o showzinho gratuito de micão.
E minha animação só aumentou mais ainda quando ouvi a distância o ressoar glorioso de If You Do – e eu pensando que elas iam pegar leve... Pelo menos a garota deveria saber a letra, certo? Ledo engano. Ela não sabia nada e sua extensão vocal era péssima, na verdade ela nem conseguia manter a voz e isso gerava a famosa poluição sonora que me fez rir mais alto do que pretendia – se era para pagar com a mesma moeda seu ódio, para mim estava tudo bem. E essa minha gargalhada não passou despercebida pelo grupo feminino e famílias sentadas ao redor, já que boa parte dos convidados haviam chegado, todos confusos e as universitárias com facas nas mãos.

Elas me desafiaram. Dá para acreditar nisso? Elas me desafiaram a cantar e bater seus trinta pontos na frente de famílias que nem conhecia. Fui modesto, falei que não queria humilhar, mas quem disse que elas queriam saber? Normalmente eu deveria ficar com ódio ou até acanhado, mas no momento eu queria esfregar a cara delas no chão em um pedido discreto para que me deixassem em paz. Então eu fiz isso.

Boombayah parecia um bom começo e assim foi até o final, quando saí vitorioso com meus noventa pontos, sorrindo por não ter desafinado nenhuma nota e recebendo palmas após sair do palco improvisado enquanto as garotas bufavam atrás de mim falando que era apenas sorte. E eu apenas queria ter o resto da minha noite em paz com os aperitivos que já eram distribuídos.

 
 

6) Roubar brigadeiros.

Eu podia ter comido uma mini-pizza sozinho, duas cestas de batata frita e bebido quase dois litros de refrigerante, mas nada superaria a corrente de roubar os doces da mesa antes de cortarem o bolo. Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra e vá se tratar, porque olha... Essa é a melhor sensação de fora da lei que você sentirá na vida – nem matar uma pessoa te dará tanto prazer quanto isso. Não que eu já tenha matado para saber, mas né... E além do mais você não pode comer a pessoa que matar a menos que seja canibal, mas isso já é outra história…

Então cá estava eu, em um relacionamento sério de observar aqueles doces a distância, pois tinha tantos, não era possível que um ou dois fariam falta. Contudo o real problema era a quantidade de pessoas em volta e o maldito buffet não parava de andar de um lado para o outro servindo coisas para os convidados, que a essa hora já falavam mais alto que a própria música.

Não que eu fosse um morto de fome, mas se tem duas coisas que não se negam nessa vida, isso é: um copo de água e comida de grátis. Bem, os comentários da minha mãe sobre eu comer mais que a boca – não faz sentido algum, eu sei – nesse momento são totalmente irrelevantes, pois ela não tem direito algum de julgar o filho que deu a luz e criou a base de Nutella para parar de chorar. Sim, minha família não é equilibrada, não precisam me lembrar disso – isso tem um fundo de tristeza e acarretou grandes traumas para mim quando vi que estava acima do peso ideal. Kyungsoo até falava que eu estava com síndrome-de-garota-magra por ter ficado tão fissurado com meu peso depois de certa idade, mas poxa... Eu realmente precisava de uma dieta na época, tinha estrias horríveis e pensava que nunca seria alguém na vida continuasse naquele rumo – não que eu tenha virado algo depois de “emagrecer”.

Por que das aspas? Acho que no fim eu não perdi peso algum, ele só se moveu para minhas partes baixas e me faz parecer um completo dado. Foi uma fase traumática minha e não tinha ninguém para me ajudar, na verdade Kyungsoo só piorava tudo quando decidia levar seu namorado em casa e cozinhava, pois suas comidas eram algo impossível de resistir e apesar de eu odiá-lo como irmão, o amava como cozinheiro. Então tirando o pequeno fato de termos saído do mesmo útero, eu podia lidar com o resto.

Mas a questão era: Brigadeiros. Havia alguma chance de eu poder pegá-los sem ter que sair de onde estava? Na real eu não queria sair da batente da porta depois que descobri que ali se localizava o ar condicionado – me sentia aqueles cachorrinhos que andam de carro e colocam a cara no sol para sentir a brisa. Ali estava tão confortável comparado ao calor de tanta gente acumulada em um só espaço...

Respirei fundo, afinal uma hora precisaria colocar meu plano em prática e ao menos precisava me aproximar da mesa principal – forrada por um pano branco, arranjos de rosas nas extremidades e com muitos e muitos doces fazendo desenhos em mosaico. Meu Deus, aquilo era mais lindo que as obras de Picasso. Mas apenas observar não resolveria meus problemas, então fingi que apenas estava procurando minha mãe e assim conseguiria uma brecha para me aproximar. Infantil? Nem um pouco. Só que caramba... Era só um brigadeiro, o que custava distribuir um por mesa ao invés de deixar aquela tentação exposta de mão beijada?

Respirei fundo, eu não abandonaria o campo sem antes levar um daqueles doces tão maravilhosamente apetitosos visualmente. Assim me aproximei sorrateiro, parecendo uma criança que quer pegar biscoitos do pote e olhando mais para os lados do que um fugitivo. Em outras circunstâncias minha mãe já teria vindo me puxar pela orelha, mas no momento ela parecia muito entretida no próprio assunto com os convidados, que se assustavam sempre que ela ria – Deus, o que eu fiz para merecer isso?

Engoli em seco, tão próximo da mesa. Só precisava de um movimento e...

— Aaah! — aquela voz familiar reverberou nos meus ouvidos e ao que olhei para o lado, me deparei com uma Taesung de salto quebrado e de joelhos nos chão.

Algumas pessoas olharam a cena  surpresas e o guarda do bolo saiu de sua posição correndo para acolher a morena. E eu? Bem, eu quis me jogar no chão e rolar de tanto rir, mas optei por ocupar minha boca com brigadeiros, muitos brigadeiros – eu devo ter pegado uns sete enquanto todos se distraiam com a garota, que pelo menos para algo serviu naquela noite.

 
 

7) Observar a surpresa para o aniversariante, mas permanecer sentado com cara de paisagem.

A hora tão esperada estava chegando e todos pareciam mais agitados – correndo de um lado para o outro arrumando algum provável erro na hora de reproduzir o vídeo motivacional, conferindo se as câmeras estavam com espaço para capturar seu momento de surpresa, os músicos organizando as playlist com músicas melhores e o buffet cessando aos poucos a distribuição de aperitivos. Àquela altura o salão já estava quase lotado com tantos convidados, indo desde família até o que parecia colegas de faculdade. E puta merda... Ele parecia famosinho pra um caralho, daqueles que sempre estão na média e ainda assim tem uma vida social ativa, amigos até fora da escola e pessoas afim de si que iam desde garotas até garotos.

Dava até um ciuminho por ele conseguir ser alguém na vida e eu estar assim: Jogado em uma mesa enquanto brincava com a borda de um copo. Mas isso logo passava e em seu lugar surgia a vontade de sair correndo dali por não suportar mais tanta conversa ao meu redor, com a música fraca ambiente, que por sinal só tinha melhorado agora, quando nem dava para ouvir com tantas vozes se sobressaindo. Nem ao menos estava com vontade de comer mais e me encontrava praticamente deitado na cadeira. E até poderia recorrer a Luhan novamente, pedindo socorro para que fosse me buscar e me tirar daquele sufoco, mas provavelmente ele deveria estar brincando de brincadeiras de adulto com seu namorado, Sehun. E eu tinha o mínimo de bom senso para entender que, se estivesse no seu lugar e tivesse meu coito interrompido por alguma alma sofredora, também iria interromper seus batimentos cardíacos.

Ah, mas Baekhyun, por que você não liga para outro amigo? Aí eu te respondo: Que amigo?

Caso não tenham percebido, eu não sou um Chanyeol da vida e nem a pessoa mais sociável do mundo. Minhas amizades se resumem nas virtuais, Luhan e Minseok – que nesse exato momento deve estar bebendo champagne em Paris, onde foi passar a lua de mel e não vou gastar meus créditos para ligar fora do país.

Respirei fundo, totalmente derrotado e quase dormia cada vez que piscava, sentindo minhas pupilas pesadas e a visão turva quando abria os olhos. Contudo, como se nem paz Deus quisesse me dar, me assustei quando alguém falou em um microfone que o aniversariante estava chegando e que deveríamos entrar nas devidas posições. E foi quase cômico quando todos se levantaram afoitos para ir até a entrada – os amigos mais próximos com confetes em mãos prontos para jogar nele quando entrasse ali, a mãe esperando na entrada enquanto o pai buscava o Park Júnior e Taesung... Bem, ela apenas tentava se manter em pé com um só salto. Mas Baekhyun, e você?

Bem, eu fiquei sentado olhando tudo a distância, totalmente sozinho no fundo daquela sala. Dali pude ver quando o aniversariante chegou e me assustei justamente por isso, pois a criatura era alta e só perdia para seu pai; também vi sua expressão de surpresa quando praticamente encheram sua boca de confetes e isso só foi engraçado porque ele quase caiu. E afinal ele acabou cobrindo o rosto em uma suposta insinuação de que iria chorar, o que foi fofo, mas nem me comoveu – ele já tinha muitas garotas para consolá-lo.

Então a partir daí eu já não prestei mais atenção em nada e comecei a olhar em volta, até que meus olhos cruzaram com a mesa dos brigadeiros.

Quantos daria para eu pegar com todos focados no aniversariante?

 
 

8) Ser forçado a tirar foto com o aniversariante.
 

Depois de toda crise de choro que o aniversariante deu enquanto era consolado pelos pais e amigos, finalmente o via vagando pelo salão de um lado para o outro, totalmente disposto e indo de mesa em mesa passar pelo menos dez minutos conversando com todos – eu era uma exceção, claro, pois me encontrava na sombra do poço, mais conhecido também como o canto perto da saída, que convenhamos, ninguém iria se aproximar antes da meia-noite. Contudo, não era como se eu me importasse com isso e o simples fato de ter conseguido comer brigadeiros já me satisfazia, então poderia ir embora feliz naquela noite super emocionante onde fiz vários nadas. E só para constar, apesar de estar desesperado por atenção, estava feliz justamente por ninguém desconhecido ter vindo me dar boa-noite ou tentar puxar assunto – nem mesmo aqueles das mesas a frente que viravam Emily Rose para me ver, o diferentão que ninguém conhecia, arriscaram vir falar comigo.

Por isso decidi voltar a mexer no celular para ver se o tempo passava mais rápido, mas tudo continuava a mesma coisa – com a diferença de eu havia excluído a minha foto do facebook sem que a Byun mãe visse e em compensação vendo as incontáveis atualizações de Minseok fora do país. Ele e Jongdae estavam tão fofos na foto que dava vontade de vomitar. Só faltava começarem a usar boina, comprar uma bicicleta com cestinha e colocarem baguete lá enquanto passeavam pelo Campo de Marte – tudo para esfregar na minha cara que estavam casados e felizes juntos compartilhando momentos. Mas que seja, quem aqui precisa disso para ser feliz? Eu tenho minhas séries, brigadeiros e B1A4. E isso tudo já bastava, mas só para provar minha auto suficiência, fiz questão de abrir o instagram para tirar uma selca.

Bastou algumas poucas trezentas fotos para eu conseguir encontrar o ângulo perfeito, editar e postar, colocando na legenda um “Eu não preciso de uma aliança para ser feliz, tá? @BaoziUmin" – sim, eu fiz questão de marcá-lo apenas na esperança de que ele nunca mais viesse com aquele papo para cima de mim. Certo, no momento ele não fizera nada e poderia soar que eu era o barraqueiro, mas quando ele conheceu seu marido, uniu forças com Luhan para me diminuir, falando que eu só dormia com meio mundo porque tinha medo de me comprometer – então eu sabia com toda certeza que, quando tirou aquela foto na Torre Eiffel, pensou em mim primeiramente e riu.

Para o inferno com aquilo!

Não demorou nem dois minutos para que as notificações dessem as caras.

@LuHan: “Alguém incorporou Regina George ou é impressão minha? A louca”

@DoSoo: “Qual a ligação da foto com a legenda?”

@BaoziUmin: Tá louco, viado? O que eu fiz?”

@BaoziUmin: “A culpa não é minha se você vai morrer encalhado”

@KimKai: “É o quê?”

@Chen: “O que o Minseok tem a ver com isso?”

@Baekhyunnie: “De onde vocês estão saindo? Eu só marquei o Minseok!!”

@Chen: “Mexeu com o Min, mexeu comigo”

@OohSehun: “Eita porra”

 

Bem, com a treta implantada com sucesso, eu ia revidar os argumentos de qualquer um que batesse de frente, mas quando terminei de ler as mais mil mensagens que iam surgindo, senti algo tocar meu ombro e me fazer pular na cadeira.

— Vem, já está na hora da foto. — minha mãe me encarou e eu encarei ela.

— Não vou tirar foto.

— O que custa? Vai, levanta logo daí. — deu batidinhas em meu ombro e eu só permaneci parado — Para de ser chato, Baekhyun. Obedece sua mãe.

— Mas eu nem conheço o aniversariante! — fiz minha melhor cara de dó e ela apenas me encarou descrente.

— Anda logo, a senhora Park pediu para você ir, isso é falta de educação da sua parte. — bufou e eu permaneci impassível — Se você não levantar essa sua bunda dessa cadeira agora, fica sem mesada dois meses.

— Aaah, mãe, isso não é justo! — choraminguei exasperado. Não era legal da parte dela colocar meu dinheiro no meio de tudo.
— Vou contar até cinco e se você não levantar... — falou em tom sugestivo antes de começar a contagem.

Foi assim que acabei ali, perto da mesa de bolo – os braços cruzados em clara irritação, um bico nos lábios que não sairia tão cedo e as bochechas infladas como a criança que eu era lá no fundo. Esperava que Chanyeol terminasse de se despedir dos seus colegas que também foram antes de mim tirar foto e já estava ficando impaciente com aquela demora toda só para dar tchau. E quando estava quase desistindo e saindo de mansinho de onde fiquei longos dois minutos, tive a surpresa de sua voz cortando meus pensamentos.

— Então você é o filho da senhora Byun? — sua voz grave me assustou tanto quanto a primeira vez que vi sua altura.

— Isso aí. — respirei fundo, encarando emburrado seu sorriso gentil — O que foi?

— Não está gostando da festa? — falou de maneira quase infantil e eu apenas revirei os olhos.

— Apenas vamos tirar logo a foto, hm? — forcei um sorriso e respirei fundo.

Então me voltei na direção do fotógrafo, nem me dando ao trabalho de mostrar meus dentes no sorriso enquanto esperava outra pessoa tomar lado esquerdo de Chanyeol. Mas o que me assustou mais foi o fato de subitamente ter sentido uma mão rodear meu quadril ao invés do ombro ou coisa parecida. Franzi o cenho com aquele atrevimento e encarei o Park com a descoberta de que era sua mãozinha mesmo a achar que tinha toda aquela intimidade comigo – se ele descesse mais um pouco ela, achariam que tínhamos algum envolvimento e se fosse ainda mais além, chegaria na minha bunda. Por isso apenas semicerrei os olhos quando ele direcionou sua atenção para mim e espalmei minha mão sobre a sua, a levantando até minha cintura sem desviar os olhos.

Não dizemos uma palavra sequer e quando a foto foi tirada, me desvencilhei do seu toque sem nem pensar duas vezes. Não era um rostinho bonito ou uma calça justa que me conquistaria não, para ter Byun Baekhyun era preciso bem mais do que apenas pretensões.

 
 

9) Pegar o aniversariante.
 

Estava todo mundo muito louco.

Isso mesmo, mal havia dado meia-noite e a festa de verdade acabara de começar. Depois da distribuição do bolo para famílias normais, o DJ colocou músicas sugestivas que arrastou os adolescentes para o meio do salão – todos com os hormônios a flor da pele. E era nesse tipo de momento que normalmente eu ficaria histérico e começaria a dançar como se não houvesse amanhã, mas meu histórico de traumas me tornou uma pessoa civilizada. Não que meu PT e bebidas alcoólicas tivesse algo a ver com dança, mas eu ficaria com sede e se me oferecessem algo, até sangue eu beberia. E naquele momento o que eu mais via rodar de mãos em mãos eram bebidas alcoólicas.

Por isso respirei fundo e peguei o último pedaço do bolo de morango em meu prato. Na real eu queria mesmo era brigadeiro, mas descobrira só agora que eles faziam parte das lembrancinhas finais – na hora eu ri alto quando quando minha mãe me contou, pois apenas lamentava pelas pessoas que ficariam sem levar porque outro alguém já comera antes. Todavia, também duvidava que isso seria capaz de melhorar meu humor àquela altura, agora que apenas queria fazer qualquer coisa que não envolvesse aquele local, pois já havia olhado tanto as paredes escuras que estava ficando enjoado e o cheiro de álcool impregnado nas redondezas já estava me sufocando.
Olhei mais uma vez para todos dançando e ri quando vi Taesung descalça no meio dos garotos – nem parecia que tinha um complexo com o aniversariante ou que estava sem sapato naquele momento. Mas pelo menos eles estavam se divertindo... Talvez eu pudesse arriscar só uns goles de alguma coisa leve, mas não para cair bêbado e sim melhorar meu humor. Até porque o que de pior poderia acontecer com minha mãe por perto?

Com isso esbocei meu primeiro sorriso sincero da noite e me levantei animado, indo então até o outro lado do salão, onde se encontrava o bar com bebidas grátis. E foi uma decisão um tanto quanto difícil decidir qual daquelas tantas variedades pegar, mesmo já tendo provado cada uma mais de duas vezes, agora se aflorava uma nova vontade de pegar todas e beber até dar PT – na minha concepção valeria a pena. Contudo, me controlei. Aquele não era o lugar certo e nem a hora propícia para ter coma alcoólico, então por isso apenas pedi uma de groselha com algumas dosagens suficientes de álcool para satisfazer meu ânimo.

E essa é a parte do meu drama em que, se fosse um livro, todos achariam que eu não ia me controlar a partir do primeiro gole e no fim acabaria fazendo alguma merda pior do que a de nascer. Mas meus caros, minha vida é bem pior que isso e eu mal consegui encostar o copo na minha boca enquanto voltava para mesa, pois um mortal filho de uma trabalhadora fez colisão de frente comigo e consequentemente me fez virar de uma só vez todo o líquido rosa contra minha blusa social branca – que naquele momento estava com as mangas erguidas até a metade.

— Meu ovo! — gritei para que meio salão ouvisse e abri os braços para ver o estrago, então direcionando meus olhos para o infeliz que destruiu o resto da minha noite.

— Nossa, me desculpe… — Chanyeol nem ao menos parecia abalado com aquilo realmente. E por que estaria? Não era ele quem sujou sua única blusa social e que apanharia de uma Byun raivosa — Eu realmente não te vi... — não sei se foi coisa da minha cabeça, mas juro que o vi sorrir de canto com a piada da minha altura.

— Seu... Droga, para o inferno com suas piadas e desculpas! — empurrei o copo contra o seu peito, então puxando minha blusa um pouco do corpo, pois aquela bebida estava realmente gelada.

— Quer que eu te ajude com isso...? — sugeriu e eu apenas lhe encarei por baixo da franja que caía em meu rosto —  Minha mãe disse que tem um quarto nos fundos, caso quisesse me trocar quando fosse embora... Acho que você precisa disso mais que eu. — continuei lhe encarando sem falar nada — Vem comigo.

Apenas respirei fundo para controlar os nervos e decidi acompanhá-lo, agradecendo a Deus por ninguém naquela pista ter ficado me encarando com aquele estrago na minha blusa. Passamos pela área da piscina sem falar nada – nem havia o que ser dito na verdade e apenas fiquei encarando-o de canto enquanto cogitava a ideia de jogá-lo na piscina, mas optei por olhar sua blusa escura que marcava o corpo bem definido tinha. E isso era algo que não tinha como não observar. Na verdade, se ele tinha o corpo bem trabalhado era porque queria ser observado, não havia outra justificativa. Então logo avistei o predito local e segui-o até lá dentro, já desabotoando os primeiros botões da blusa e querendo me livrar daquele grude que se tornou.

O lugar era basicamente um quarto – talvez porque ocorressem outros eventos ali e as pessoas precisavam se trocar. As paredes tinham tons em creme, havia alguns sofás espalhados nas extremidades e até um espelho no closet, que foi a direção tomada pelo ruivo enquanto eu ficava boiando no meio do quarto. E quando ele retornou, estava com uma blusa neutra de mangas – que não parecia em nada como a que eu usava, mas ainda assim era melhor do que ficar daquela forma.

Ele jogou o objeto para mim ainda sem falar nada e caminhou até um dos sofás, se jogando sentado e apoiando o rosto em uma das mãos no braço do sofá.

— Sabe, a tia falou muito de você. — comentou quando voltei minha atenção para a blusa que vestia.

— A tia...? — lhe encarei meio incerto.

— Ah, desculpa, falo da sua mãe... Quer dizer, ela é bem próxima da minha família e acabei me acostumando a chamá-la assim. — a forma como me encara chegava a ser estranha.

— Não sei se devo me sentir bem com isso ou não... — me referi ao fato de ela sair espalhando a minha vida por aí.

— É uma pena que você nunca tenha ido me visitar... — sabe aquele sentimento de estar sendo devorado com os olhos? Então...

— Eu não sou tão próximo de vocês quanto minha mãe. — terminei de desabotoar a blusa, sem qualquer intenção de provocar.

— É, eu percebi isso quando o número de presentes não bateu com o de convidados. — sorriu de canto e eu apenas o encarei descrente.

— Você se prende bastante a números, não é? — sugeri com um tom meio cínico.

— Talvez... Tipo, agora eu estou bem preso a imaginar que número você veste, porque olha... — seus olhos se prenderam descaradamente nas minhas pernas e eu abri a boca em um perfeito “O”.

— Você é bem atrevido, não? — cruzei os braços, totalmente impassível às suas investidas súbitas.

— Ah, qual é? — pareceu ofendido e voltou a me encarar — Quando sua mãe dizia de você eu não esperava que fosse essa coisa toda.
— Essa coisa toda...? — semicerrei os olhos, realmente confuso.

— Olha, eu te via pelas fotos que postava desde que sua mãe espalhou a sua palavra para minha família toda. — comentou, se levantando lentamente — Mas sendo essa a primeira vez que nos vemos pessoalmente, eu realmente estou surpreso.

— Você é algum tipo de pervertido? — afastei no passo que ele se aproximava, mas sem perder a pose.

— Ah, vamos lá, eu só queria aproveitar meu aniversário e ter um presente seu… — me vi enfim limitado por uma parede e praguejei mentalmente por isso.

— Okay, senhor dos números, eu posso te dar algo outra hora. — falei em tom sarcástico.

— Eu quero agora. — colocou uma das mãos ao lado da minha cabeça.

— Saiba que se você tentar alguma coisa contra minha vontade, você sairá daqui sem seu Park Júnior. — ameacei, sorrindo de canto.

— Vai, sem essa, eu sei que você não é nenhum santo. — me encarou fixamente — Você sai com mais garotos do que troca de roupa, sua mãe mesmo diz isso.

— Eu não saio, eu saía. — destaquei a última palavra — Aprenda a conjugar os verbos. Não fico com ninguém a quase um ano, okay?

— Então qual o problema? — ele simplesmente parecia não querer entender que eu não queria nada naquele momento.

— Olha, eu não sou uma vadia ou coisa parecida, okay? Eu também tenho sentimentos — falei tão forçado que nem eu acreditei em mim mesmo.

— Meu amiguinho aqui em baixo também tem grandes sentimentos por você… — sorriu malicioso e eu me senti estranhamente nervoso com aquele clima.

— Olha... Eu desisto. — declarei e me virei, indo até a porta do jeito que estava e a abrindo, no intuito de sair dali.

— Não, espera! — ele apareceu atrás de mim, a bateu a porta antes que fosse aberta — Por favor, deixa de se fazer de difícil.

— Me dê três motivos para aceitar qualquer coisa vinda de você. — arqueei as sobrancelhas e me virei.

— Você me deve um presente, é gostoso e eu gosto de coisas gostosas. — declarou e eu apenas o olhei descrente, me voltando para a porta — Não, escuta!

— Chanyeol, me deixa sair — respirei fundo.

— Olha, eu me contento com uns amassos... — apertou na mesma tecla e me virei para ele.

— Espera, e você esperava que fizéssemos o que aqui? — franzi o cenho. — Pensou que fôssemos transar?!

— Vai aceitar ficar comigo ou não? — ignorou minha pergunta anterior e eu apenas respirei fundo, lhe analisando da cabeça aos pés. Estava na seca a quase um ano, que mal havia em deixar rolar? Pelo menos ele era bonito e parecia saber o que fazer...

— Okay, mas limite-se a isso. — umedeci os lábios e limpei a garganta — Não ouse colocar suas mãos além daqui. — apontei para minha cintura.

— Você fala demais. — reclamou e quando abri minha boca para rebater, fui interrompido pelo contato da sua boca na minha.

O beijo se iniciou de forma quase brusca e logo me vi sendo empurrado contra a parede – como se ele realmente tivesse esperado muito tempo por aquilo e acabei sorrindo em meio ao selar, mas logo o desfiz quando ele passou a língua no meu lábio inferior, pedindo permissão para me evadir. Algo que cedi prontamente uma vez que tivesse comprovado o quão minucioso ele era para com aquele ato, além do que seus lábios eram realmente viciantes de se provar e senti seu sabor assim que o verdadeiro beijo começou. Apesar de parecer que havia bebido poucas e boas, o sabor doce ali impregnado ainda era entorpecente.

Então suas mãos deslizaram por minha cintura e nem sequer me incomodei com esse fato, pois a forma intensa como estava sendo tomado me fazia esquecer as coisas em volta – principalmente com ele sugando minha língua e mordendo meu lábio inferior antes de se separar para tomar fôlego, que por sinal ele fazia em segundos antes de voltar a meus lábios, com ainda mais vontade e chegando ao ponto de me fazer gemer baixo apenas com aquilo. Realmente... Eu iria me arrepender muito se não tivesse aceitado aquilo, porque olha... Na sociedade atual estava foda achar alguém com tanto prazer a oferecer.

Perdendo meu foco inicial acabei levando minha mão até sua nuca, emaranhado meus dedos em seus fios vermelhos apenas para prolongar mais a forma que nossas línguas disputavam espaço na boca alheia. Contudo, fui surpreendido ao ser ainda mais prensado  na parede fria, para logo em seguida sentir algo provocar minhas partes baixas e nem precisei abaixar os olhos para saber que o Park se encontrava com uma de suas pernas entre as minhas — motivo pelo qual prendi meus dedos nos seus fios rubros ainda mais, quebrando o contato para encará-lo fixamente.

— Você está quebrando a regra. — falei meio ofegante, o peito subindo e descendo acelerado.

— Você disse que eu não podia usar minhas mãos, mas não falou nada das minhas pernas. — sorriu de canto, me fazendo semicerrar os olhos.

— Okay, você me convenceu. — revirei os olhos e dei de ombros, vendo-o sorrir ainda mais abertamente. Mas o que eu ia fazer depois daquilo? Já me encontrava com uma puta ereção e foda é igual água, não se nega pra ninguém.

Por conta disso não demorou muito mais para ele voltar com tudo, mas abusando da liberdade de sua mão e a levando descaradamente até minha bunda, onde apertou sem mais delongas, fazendo um atrito ainda maior se formar entre nossos corpos. Mas fiz questão de nos afastar minimamente para conseguir tocar a barra de sua blusa, a puxando para cima, mas sequer tendo tempo de ver algo do seu corpo exposto ao que me vi colado outra vez na parede e tendo minha blusa suja tirada. Senti seus olhos se prenderem a minha tez clara e por pura provocação inclinei meu pescoço, sorrindo ladino e mordendo o lábio inferior – anos de experiência valiam para alguma coisa afinal.

Inicialmente apenas senti o toque quente de sua língua deslizando pela curvatura do meu pescoço e fazendo minha pele arrepiar quando sua respiração batia ali, mas não demorou para que, com um som mais estalado e um fio de dor, eu soubesse que aquela área ficaria com um belo roxo, assim como nos locais seguidos que o ruivo passou a distribuir mordidas nada castas – ou eu era muito gostoso mesmo ou ele tinha tendências sadistas, porque vou te contar... Quer dizer, não que eu não estivesse gostando daquilo, na verdade eu estava adorando.

E como se para retribuir seu prazer proporcionado a mim, deslizei a ponta de meus dedos por seu abdômen e vi sua pele arrepiar, me fazendo sorrir em meio arfadas uma vez que ainda estivesse sendo abusado no pescoço. Todavia não parei por aí e continuei até minhas falanges tocarem o cós de sua calça, que desabotoei de uma vez para logo mergulhar minha mão para além da box vermelha que usava. E praticamente gemi junto a ele quando esse o fez tão próximo de meu ouvido – a voz grave dele era perturbadoramente excitante e isso só me deu mais vontade de envolver o membro alheio, aproveitando que ele claramente já estava necessitado e sem esforço algum eu sentia sua pulsação contra meus dedos, que apenas se intensificou quando iniciei uma leve carícia pela extensão, me focando em sua glande úmida. E droga, eu já estava ficando muito duro imaginando os tipos de loucura que ele poderia fazer com aquilo entre as pernas – pensamento que me fez arfar audivelmente. Algo que não lhe passou despercebido.

— Você é bem apressado, não é? — senti sua respiração bater na minha orelha e em seguida uma leve mordida foi depositada no lóbulo, o que fez eu me contorcer pela fragilidade que já me encontrava — Vem cá, vem. — sussurrou e me puxou pela mão até um dos sofás, esperando que eu caísse nele para retomar as coisas e enquanto isso se focando em terminar de tirar a própria calça.

Logo me vi deitado com um Chanyeol entre minhas pernas, roçando descaradamente nossas ereções e me fazendo morder o lábio inferior – agora muito provavelmente vermelho, assim como minhas maçãs do rosto – para não gemer muito alto no percurso que fazia pelo meu corpo com seus lábios, principalmente quando focou em um dos meus mamilos, colocando entre seus dentes e me fazendo gemer manhoso, totalmente necessitado daquele toque, e isso o levou a estimular o outro com a mão, me causando quase um curto circuito – fazia quase um ano que eu não tinha aquela experiência, então convenhamos que era praticamente um virgem de novo... Um virgem com experiência.

Mas não me contive quando a sútil mordida foi trocada por lambidas consecutivas nada favoráveis por conta da sua língua fodidamente quente. Aquilo era tão malditamente bom que inconscientemente acabei por impulsionar o quadril para cima, querendo mais contato e fricção entre nossos membros ainda cobertos. Contudo ele apenas se afastou gradativamente e me ajudou a tirar de uma vez aquelas roupas tão inconvenientes.

Praticamente grunhi ao ter meu membro teso liberto, chegando a fechar os olhos para aproveitar aquele êxtase, nem me importando com o fato do Park me observar tão despudoradamente. Só que me vi pego de surpresa quando ele subitamente envolveu meu pênis com seus dedos longos, passando a masturbá-lo lentamente enquanto se abaixava, levando-o até perto de sua boca e me fazendo gemer alto com o contato de sua língua com minha fenda – de onde tirou todo qualquer resquício do meu pré-gozo. O que foi suficiente para me fazer praticamente marcar os braços do sofá atrás de mim com minhas unhas.

Sério, eu ia me arrepender muito amargamente se o tivesse dispensado naquela noite.
Segurei em seu cabelo quando passou a distribuir selares da base até o topo, de uma forma tão vagarosa que eu já não estava mais me aguentando, pois só queria ser fodido de uma vez, mas ele insistia em me provocar sempre que lambia a minha glande entumecida e possivelmente com tons elevados de vermelho. E claro que aquilo estava sendo uma coisa enlouquecedora, mas se ele continuasse naquele ritmo, temia que o salão inteiro ouvisse meus gemidos a distância, pois não era a pessoa menos escandalosa quando colocado sob tensão sexual – algo que não me orgulhava. Mas enfim ele tirou sua boca dali, sendo o belo de um filho da puta, pois tinha ciência do efeito que já tinha sobre mim.

— Só vou te deixar gozar, quando estiver dentro de você, bebê. — colocou o dedo na frente de minha boca em um pedido para que ficasse quieto quando quase protestei em indignação.

E sorriu de canto me observando, mordendo o lábio inferior de maneira sacana apenas para ficar ainda mais atraente do que era sem sua blusa – deixando possível ver perfeitamente seu abdômen nu, de onde algumas gotas de suor se formaram devido a pouca circulação de se naquela sala fechada e me deixavam ainda mais agitado, mas confuso quando seu dedo em frente minha boca deslizou para dentro dela, junto a um segundo, que não me vi em posição de negar se era um fetiche seu.

— Você disse quase um ano, certo? — apoiou uma mão ao lado da minha cabeça e a outra desceu até uma parte tão frágil quanto meus mamilos, minha entrada. O que até teria sido algo bom se não fosse por sua provocação absurda que envolvia rodeá-la com seu dígito, mas sem de fato penetrar.

Acabei lhe encarando de modo metralhante e ele apenas riu nasalado, penetrando lentamente seu dedo e me fazendo morder o lábio inferior com um resmungo baixo.

Não era doloroso, apenas incômodo, pois mesmo que eu já estivesse acostumado, o lado ruim de ser homem era que: Toda transa sempre pareceria ser a primeira. Mas como quem não liga para isso, tão logo um segundo dedo foi introduzido e eu precisei arranhar seus braços, sentindo minha entrada pulsar de maneira sôfrega e a respiração falhar quando os movimentos começaram – péssima hora para ser desvirginado pelos dotes de Chanyeol. Nem preciso dizer o porquê, certo?

Seus dígitos eram bem mais ágeis do que imaginaria e iam fundo em mim a cada estocada lenta, fazendo meu corpo enfim aceitar aquela invasão e eu conseguir gemer de modo preciso em meio reboladas inconscientes. Afinal seus dedos eram longos – algo que nos assemelhávamos, mas vindo de si era ainda mais prazeroso.

— Pode… Pular essa etapa? — pedi em meio a respiração pesada, só querendo ter meu orgasmo de uma vez.

— Vira para mim, sim? — com um riso anasalado retirou os dedos de mim e me surpreendi ao vê-lo lambendo os mesmos de uma maneira ridiculamente sexy — Preciso repetir?

Apenas neguei freneticamente com a cabeça antes me locomover com certa fraqueza, enfim me colocando de quatro no sofá e posicionando os cotovelos no apoio de braços do mesmo. Então olhei por cima dos ombros para monitorar o outro, percebendo que apenas encarava minha parte de trás totalmente exposta para si, nem parecendo o garoto inocente que era enquanto sorria para os parentes – na real, só havia caído a ficha agora de que eu estava transando com o aniversariante na sua festa, me fazendo questionar a que ponto eu tinha chegado. Alguém por favor parem os Byun porque essa genética está terrível!

E estando distraído com meus próprios pensamentos, não detive um gemido sôfrego ao ter a glande inchada do mais velho me invadindo, respectivamente sendo seu membro a alargar minhas paredes internas de forma lenta. Choraminguei, abaixando a cabeça e passei a mão pelos meus cabelos, os fixando na nuca enquanto me perguntava porque Chanyeol tinha que ser tão grande – eu não estou falando de altura, okay crianças?

Sério, eu estava me sentindo como na primeira vez, com uma dor estranha no baixo ventre e mal conseguia me mover sem estranhar algo dentro de mim. Aquilo era realmente incômodo e eu apenas queria poder expressar minha dor em gritos para todos daquela festa ouvirem. Contudo, o ruivo foi realmente paciente e não agiu como o macho alfa que estava sendo até então – também era só o que me faltava ele sentir prazer na minha dor. Se fosse assim ele sairia castrado dali e olha que não estou brincando.

Então sua boca foi até meu ombro em um beijo calmo e eu apenas suspirei quando sua trilha desceu em rastros molhados pelo meu tronco, fazendo o calor se intensificar em meu corpo e a dor desistir do seu papel, dando espaço a ponta de prazer que me fazia lembrar de como estava duro, ansioso para poder gozar – motivo pelo qual acabei mexendo minha cintura de forma inconsciente, motivando o outro a prosseguir o ato.

— Por que tão apertado...? — ouvi-o gemer antes de segurar minha bunda firmemente para iniciar as investidas. E sentir seus dedos afundando na minha pele me deixou ainda mais extasiado.

Mal consegui controlar os sons que me escapou quando aquilo se deu início, voltando a prender meus dedos no tecido do sofá enquanto o ruivo ia com estocadas lentas e que pareciam tortura – eu queria algo mais intenso, ele não estava vendo como eu estava gemendo só com aquilo? E como se atendesse meus pedidos, poucos momentos depois senti-o me puxar de encontro a seu membro para melhor se acomodar, já investindo mais rápido e forte, tirando de mim espasmos involuntários e gemidos cada vez mais altos dependendo do quão fundo ia.

Sentia-me em um pedacinho único do céu cada vez que nossos corpos tornavam a se colar com estalos por conta do contato brusco das peles, ouvindo sua voz rouca ressoar tão próxima de mim e de maneira ainda mais grave dado a excitação do momento. Já nem me importava com o fato de estarmos no meio de uma festa, pois era realmente difícil controlar minha voz e o timbre quase alterado com qual saía uma vez que Chanyeol ia tão bom naquilo que fazia. Nem preciso reafirmar que me arrependeria eternamente se dispensasse aquela foda, certo?

Meu coração estava acelerado e até manter a respiração parecia difícil, mas só piorou quando ele separou mais minha nádegas uma da outra e criou um passe livre para meu ponto G – esse que ao ser acertado, fez-me arquear as costas e quase gritar se não tivesse sugado meu lábio inferior a tempo. Ninguém precisava saber do que estávamos fazendo, mas era difícil ocultar isso com um Park te estocando naquele mesmo ponto com ainda mais veemência e seguidas vezes. Sério, ele era tão filho da puta que ainda pude ouvir uma risada sacana da sua parte em uma das estocadas que me fez finalmente abrir a boca para gemer seu nome.

Levei minha mão até o membro negligenciado, na necessidade absurda de chegar ao meu fim, mas bastou tocá-lo para sentir meu corpo ainda mais mole e mudar meus grunhidos para algo arrastado. Mas logo Chanyeol se intrometeu novamente e decidiu também me tocar, me deixando em estado de torpor com toda sua eficiência, pois seus movimentos eram rápidos e precisos, então apenas me restou morder a lateral do meu indicador, sabendo o quão escandaloso seria ao ter meu ápice – esse que veio no mesmo instante que senti ser preenchido por algo além de um membro.

O Park também tinha atingido seu máximo ainda dentro de mim e com um último espasmos da parte dos dois, tivemos nosso clímax.

Eu praticamente caí acabado quando saiu de dentro de mim, mas fui levantando com pouco esforço para que o outro se deitasse e me acomodasse sobre si – que fofo, pelo menos ainda tinha bom senso... Mas nada foi dito e eu nem fiz o esforço que era o de abrir os olhos, estava exausto e queria pelo menos relaxar alguns instantes antes de ter que voltar para o evento.

— Que loucura. — Chanyeol cortou o silêncio e senti seus dedos afastarem o cabelo grudado em minha testa.

— Só tem isso a declarar? — abri minimamente os olhos.

— Se eu fosse falar algo além disso, acho que diria coisas nada castas. — sorriu de canto e eu apenas revirei os olhos — O que foi? Queria que eu falasse o que? Te chamasse de amorzinho?

— Nossa, não, Deus me livre. — neguei rapidamente com a cabeça — Prefiro morrer sozinho do que ser chamado assim.

Ele por sua vez apenas riu anasalado, deixando o silêncio pairar no meio da troca de olhares, que durou até ele tornar a abrir a boca para falar algo, mas sendo interrompido quando batidas surgiram na porta. Ambos arregalamos os olhos e sabe quando o cu tranca e não passa nem uma agulha? Então... Era eu quando me virei naquela direção, temendo já que alguém tivesse nos ouvido.

— Yeollie, você está aí? — por Deus no céu e Taesung na do Chanyeol, o que aquela mortal fazia ali? — Sua mãe está atrás de você...

Nenhum de nós ousou falar algo, mas quando olhei para o ruivo, percebi que ele segurava a vontade rir e eu quis estrangulá-lo por me passar essa vontade. O xinguei mentalmente e cobri a boca, contando até dez.

— A luz está acesa, tem alguém aí? — bateu mais forte e eu queria bater nela por não sair dali — Aigoo, não tem ninguém mesmo?
Mas depois de ela bufar, seus passos foram se afastando gradativamente e acabamos rindo juntos, mesmo que eu não fizesse a mínima ideia do porque e só achando engraçada a forma como o mais alto parecia uma criança fazendo aquilo.

— Acho que é hora da gente dar as caras... — declarou quando conseguiu se controlar da crise de risos.

— Pode ir, diferente de você ninguém vai dar minha falta. — respirei fundo e bocejei.

— Nada disso, é perigoso ficar aqui sozinho. — disse e eu apenas inflei as bochechas em desaprovação — Vem, levanta. — riu de mim e depositou um tapa na minha bunda, me fazendo encará-lo indignado — Desculpa, foi por impulso... Mas se você não se vestir minha mão vai ganhar vida própria.

— Chato. — reclamei antes de atender as suas vontades, me levantando e procurando por minhas roupas.

 

Obs.: Saia em grande estilo.

 

Realmente, não é nada suspeito o fato do aniversariante voltar para a festa uma hora depois de ir para os fundos com um dos convidados. E também não há nada de estranho com o fato de ele e o tal convidado se encontrarem com os cabelos bagunçados, bocas vermelhas e roupa amassada – pensar que a gente só se pegou é mais fácil do que cogitar a ideia de que acabamos de sair de uma foda. Ri com esse pensamento e observei o salão ainda ocupado pelos adolescentes enquanto a maioria das famílias iam embora.

— Sabe, gostei do seu presente... — falou e colocou as mãos no bolso como quem não quer nada — Na verdade foi o melhor até agora.

— Foi algo bem de última hora, sabe? — permaneci olhando a movimentação — Mas você fez tanta questão...

— É realmente uma pena que tenha acabado tão rápido... — me olhou de canto e eu apenas arqueei as sobrancelhas.

— Em que mundo uma hora é rápido pra você? — ri baixo e quando ele estava prestes a responder, se viu interrompido.
Vi minha mãe me gritando perto da saída e bati na própria testa por tamanha vergonha alheia. Ela não podia ir me chamar formalmente ao invés de avisar o salão inteiro que eu ia embora? Respirei fundo e ajeitei a blusa para esconder as marcas com indícios roxos, vendo Chanyeol fazer o mesmo com sua jaqueta de manga longa, pois eu igualmente o tinha marcado com minha unhas curtas.

— Acho que não vamos nos ver tão cedo... — seguiu meus olhos até a figura da minha mãe na saída.

— É... — dei algumas passadas para frente, mas parei um momento antes de ele abrir a boca para se despedir — Mas quer saber? Meu aniversário é daqui dois meses... Você vai ter um bom tempo para pensar em um presente caso, quem sabe, queira me parabenizar... — sorri de canto ao ver um brilho em seus olhos e pisquei antes de dar de costas e me deparar com Taesung no meio da pista.

Ela também me viu, mas seus olhos foram para Chanyeol logo atrás e se tornaram de pura raiva por algum motivo – o que me fez rir quando ela começou a andar em direção ao ruivo com os sapatos em mãos. E eu? Bem, eu tinha uma Byun igualmente  raivosa por ver a mancha na blusa em minhas mãos.

É, agora eu literalmente estava fodido.


Notas Finais


Bom, meus caros, eu realmente cogitei a idéia de um possivel extra depois desse final um tanto quanto sugestivo, mas isso depende do que vocês, meus cupcakes que deram um voto de confiança nesses meus 10K (MDDS EU NUNCA FIZ UMA ONE TÃO GRANDEEE) Então caso vocês quiserem algo a mais futuramente, não esqueçam de dizer, bele?

Eu realmente gostei muito de fazer essa história e tava rindo das minhas próprias piadas, algumas até baseada em fatos reais como falsianes caindo no chão (eu já fui uma das pessoas a cair na hora do parabens, não me julguem, foi muito constrangedor aff). Mas como tudo que é lemon, dura pouco....

Então sem mais delongas nos vemos por aí ;)
~bye-bye~

[Editado 15/09/17]


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