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História 94 Days - À noite expirou


Escrita por: Wowzer

Notas do Autor


— Esse capítulo só está aqui hoje porque eu entrei numa de "Nanowrimo", isso me deu um prazo pra terminar essa fanfic aqui que, ná moral, tá aqui faz tempo né?! Bem, eu sei que esse não é o melhor "capítulo final" que eu poderia dar mas é o que tem. Eu já editei ela várias vezes, eu vou editar muitas mais, me prometam que vão voltar aqui daqui 6 meses e ler tudo de novo? Ei, nesse capítulo tem um pouco de algumas coisas, um pouco de Pink Floyd, um pouco de My Chemical Romance. Eu fiquei triste escrevendo ele, nunca havia acontecido, mesmo que eu tenha tido a ideia pra fic ouvindo uma música que me faz chorar muito. Ah, só leiam.

RECOMENDAÇÃO: Já fica como uma recomendação de música pra vida, baixem a música Interlude, My Chemical Romance, e coloquem pra repetir no play de música de vocês e leiam ouvindo. Ela só tem 57 segundos, com apenas três frases, mas acaba comigo e eu acho que condiz com o clima que ao menos essa fanfic deveria passar.

BOA LEITURA, E ME DESCULPE POR QUALQUER ERRO!

Capítulo 5 - À noite expirou


À noite expirou
Quando à noite acaba.

 

Essa foi a primeira vez que, de fato, perdeu alguém. Ele esteve errado sobre aprender a conviver com tal dor. Não é algo com que se acostume. E ele não é alguém que sabe lidar com a morte.

Aquela cidade é barulhenta, depois de um tempo sozinho você pode observar e capitar mais detalhes de quase tudo, o caos urbano é notável para qualquer um, mas aquela senhora que rezou o terço depois de chegar em seu destino segura não. Choi estava em frente ao escritório de advocacia onde seria lido um testamento deixado por Amélie, e que só foi descoberto agora.

Dentro do edifício, especificamente no sétimo andar, estava ele sentado numa poltrona muitíssimo confortável, quando alguém se sentou à sua frente, na mesinha de centro. Não seria necessário olhar diretamente para ela, a cor de seu cabelo era única e denunciava a moça, Chlöe Howl. Algo que Seung-Hyun sempre apreciou na garota era a quão direta poderia ser.

— Eu sei que é horrível perguntar isso, mas como foi? Como ela reagiu ao diagnóstico?

— Eu não sei bem. Não me disseram nada por algum tempo — ri —, ela só me disse que não sentiu medo, que só perguntou quanto tempo ainda restava.

Quando olhou de fato para Chlöe, sabia que queria ouvir mais, e bem, ele nunca falou sobre isso.

— A taxa de sobrevivência para quem tem Glioblastoma Multiforme¹ é de nove, onze meses. Ela teve apenas três meses após o diagnóstico. Exatos noventa e quatro dias.

— Isso é tão pouco. O quão grave era?

— Grau quatro, maligno, com alto nível de agressividade. Em resumo, letal. E apenas quatro por certo dos pacientes tem chance do sobreviver.

Era doloroso dizer cada palavra, talvez por isso tenha evitado por tanto tempo. Respira entre as primeiras palavras, queria saber o que dizer, como dizer. 

— Não é como se não soubéssemos que existia uma grande probabilidade de tudo dar errado na cirurgia, e que se desse certo, ela ainda teria que lidar com inúmeras sessões de radioterapia e quimioterapia. Mas o que me machuca em tudo isso é que eu insisti.

Chlöe o olhou com dúvida, e ele sabia que tinha medo do que viria. Ele também teve.

— Insisti para que ela fizesse a cirurgia. Porque não vi um mundo sem ela. Ouvi Amélie dizer que queria terminar seus dias em casa. Mas eu fui egoísta, era tão errado para mim. Queria que ela tentasse, se havia uma chance ela deveria tentar.

— Eu sinto muito, ao menos você sabe que tentou fazer o melhor, por ela — coloca sua mão no ombro do rapaz, apenas uma forma de consolo.

Sabe o que não sai da minha mente desde que Amélie morreu?”. Perguntou, e ela respondeu não com um aceno de cabeça. “Que quem a matou fui eu. Quem insistiu até que ela cedesse fui eu. E tudo por medo de não te lá comigo. O que eu ganhei com isso? A falta.

— Não seja cruel desta forma. Não faça isso, por favor.

Viu pena nos olhos de Chlöe, ele nunca quis isso. Ela não escondeu as lágrimas, de qualquer forma o jeans já estava molhado.

Contar os dias para morrer não é viver”.

 

[...]

 

Depois de minutos Choi Seung-Hyun sai do escritório, sentia-se desnorteado, queria estar em seu quarto agora.

Amélie Fontaine não tinha muitos amigos, mas tinha bons amigos, ela deixou algo para cada um, Choi ganhou seu piano branco e um pequeno bilhete, que nele estava escrito:

 

“Ei, poderia parar de fumar? Viu o que isso causa?
Por favor ria comigo disso tudo, foi engraçado não? Foi sim!”

 

Na metáfora de Choi, ele tem sua cabeça contra o muro. Esperando alguém gritar. O tempo passou, e a música acabou. “Pensei que eu teria algo mais a dizer.”

Então você acha que consegue distinguir o paraíso do inferno. Céus azuis da dor. Você consegue distinguir um campo esverdeado de um trilho de aço gelado. Um sorriso de uma máscara. Não depois de...

Ele trocou seus heróis por fantasmas. O ar quente pela brisa gelada. Perdeu o tiro de partida por ela.

Analepse:

— Irmão, vamos sair essa noite? — perguntou Lee Seung-hyun.

— Eu já não vivo como antes. Desculpe-me se não consigo...

 Fui interrompido pelo mais novo.

— Não se preocupe irmão, não posso dizer que vai passar daqui algumas horas, meses ou anos, mas eu entendo que ainda doa, que sempre dói.

 Ficamos em silêncio por um tempo depois dessa conversa. Ele sempre foi um bom amigo.

Fim da analepse.

Naquela noite em questão, ele bebeu tanto que só podia ver vultos, entretanto no meio deles, conseguiu ver — nitidamente — sua imagem e de Amélie, juntos ao pé da janela, conversando. Era mais uma de tantas lembranças.

— Névoa... quando ficou tão frio? 

— Não é névoa. É farinha de trigo. — Amélie diz brincalhona.

— Farinha de trigo? Sério?

— É claro. O padeiro faz pão hoje, sente só o cheirinho — inspira. — Alguns já estão assados.

— Você é incrível.

— Eu não. O padeiro.

As paredes desmancharam como num filme que é tão antigo que só é reproduzido em um projetor, sendo queimado.

 

— Isso ainda dói.

 


Notas Finais


¹ Tumor maligno e raro que afeta o cérebro ou a coluna vertebral. Esse tipo de tumor cresce e se espalha rapidamente, muitas vezes criando pressão. Os sintomas incluem dor de cabeça, náuseas, sonolência, visão turva, alterações de personalidade e convulsões. Os tratamentos são radioterapia, quimioterapia e cirurgia.
As informações passados sobre o Glioblastoma ao longo capítulo são dados reais, que me fazem pensar no quão somos frágeis, cuidem-se pessoal, muito mesmo. Não deve ser/é fácil pra ninguém estar numa situação dessas.

— Eu ainda tenho dois capítulos já prontos para postar, e logicamente será hoje, na verdade eles nem podem ser chamados de capítulos, eu chamo eles de "interlúdio direto pro ocaso", são pra encher linguiça. Caso alguém não entenda algo sobre a fanfic, ou queira saber o que era pra ser esse "projeto" 94 Days, quem era pra ser essa tal de Amélie, eu posso fazer um jornal explicando, e deixar o link nas notas finais do próximo "capítulo". Eu encerro aqui os meus comentários, muito obrigada por terem lido e até a próxima!

— Em caso de dúvidas sobre palavras desconhecidas, pesquise no Google :)

P.S.: Críticas construtivas são bem vindas :33


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