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História A acompanhante - Sakura e Sasuke (Sasusaku) - À flor da pele.


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo?
Eu sei que vocês estavam com o coração na mão esperando por esse capítulo e para alegria de todos chegou!!!!
Leiam minuciosamente que tem muita coisa por vir a partir desse "começo".
Espero que gostem!

Capítulo 19 - À flor da pele.


Ele apertou minha cintura com a mão direita, enquanto com a mão esquerda continuava a segurar meu braço, me forçando a dar passos juntamente com ele na direção do restaurante. Minha respiração começou a ficar cada vez mais pesada, inebriando minha visão por conta do ataque de ansiedade que estava começando a tomar conta de mim por completo. A maior insanidade de todas era o fato de eu sequer me opor.
 

 

Minha mente começou a me levar a lugares do meu passado de forma descontrolada, como se estivesse me alertando como foi que cheguei até aqui e se realmente havia valido a decisão que tomei aos prantos em um banheiro imundo de um bar; a decisão de me tornar uma acompanhante. Naquele momento mudei minha vida por completo, abrindo mão de ter uma vida amorosa normal, como todas as outras garotas da minha idade tinham, só não sabia que isso me traria tantos problemas.

 

Me lembrava muito bem de quando o conheci, e de como me deixei levar por seus lindos olhos, cabelos e corpo escultural, sendo depois puxada para um vácuo imerso em escuridão ao perceber que na verdade ele não se passava de um arrogante primitivo. E sua primeira, e péssima impressão, ficou gravada em mim, me fazendo sentir nojo do menor de seus gestos. Como se fosse um rato de esgoto a invadir minha casa.

 

Como se não bastasse, eu sabia muito bem que isso não era uma injustiça minha ou algo inventado em minha mente, pois já havia me encontrado com ele em outra ocasião também, em frente a uma loja, e da mesma maneira em que na primeira vez que nos vimos ele se mostrou um completo idiota. Mesmo depois de ter dito a mim mesma por várias e várias vezes que não me encontraria com ele novamente... ali estava eu, sendo arrastada como um boneco sem vida por esse homem presunçoso.

 

 Meu coração acelerou ainda mais quando demos o primeiro passo para dentro do restaurante, fiquei desesperada ao cogitar a ideia de que Orochimaru também poderia estar ali, considerando o fato de que os dois eram amigos e sempre estavam juntos. Mas para meu conforto, ou não, éramos apenas nós dois. O que me deixou ainda mais inerte.

 

Ele soltou meu braço, apenas para puxar a cadeira para que eu pudesse me sentar. A mesa estava coberta com um tecido fino de seda branca e em cima dela havia um lindo castiçal de duas pontas, com duas velas acesas, já que o ambiente era a meia luz. Havia também ali uma jarra com água e dois copos com o mesmo líquido, um de cada lado, assim como dois pratos, talheres e guardanapos de pano, me dando a impressão de que o pedido já havia sido feito. Me sentei com sua ajuda, olhando com meus olhos trêmulos para o quadro que estava pendurado na parede à minha frente, agradecendo pelo ambiente silencioso e quase vazio daquele lugar.

 

Por um breve momento olhei para seu rosto, enquanto ele seguia para sua cadeira, do outro lado da mesa, mesmo sabendo que eu estava passando mal ele mantinha um sorriso cínico no rosto, como se fosse maior do que tudo nesse mundo e eu não passasse de um animal nojento para ele, assim como ele era para mim.

 

Conversamos por tanto tempo, rimos, brigamos, fiquei sonhando acordada com o momento em que conheceria Susanoo, o homem que conseguiu capturar minha atenção, que foi o causador de vários de meus orgasmos, de inseguranças e também de esperanças... que nunca poderia imaginar que ele, além disso, também era uma das pessoas mais desprezíveis que já havia conhecido em toda minha vida.

 

Ele se aconchegou na cadeira, arrastando-a para frente, e nesse momento a pressão que havia invadido meus ouvidos se dissiparam, como se eu tivesse acabado de despertar de um transe momentâneo, começando a ouvir com clareza os ruídos ao meu redor, uma música calma que tocava ao fundo do salão, talheres batendo em pratos e pessoas cochichando. Deslizei minha bolsa para o chão, fechando minhas mãos em punho e engolindo em seco toda aquela situação, sem saber exatamente o que fazer. Estava desesperada.

 

 — Sa-Sasuke... — pronunciei vagarosamente, com dificuldade por conta do nervosismo. Ele olhou para o lado, não parecendo buscar por coisa alguma a não ser um jeito de debochar ainda mais de mim com seu sorriso lateral.

 

 — Achei que não se lembrasse do meu nome!

 

 — Impossível — falei entredentes, me sentindo cada vez mais oprimida pela figura à minha frente.

 

— O que foi? — Ele se inclinou por cima da mesa levemente, sussurrando como se fosse me contar um segredo. — Vai me dizer estava tão louca assim para me ver de novo?

 

 — Idiota!

 

 — Irritante — ele falou nervoso, jogando o guardanapo de tecido em cima da mesa e se ajeitando em sua cadeira parecendo um cão raivoso.

 

 — Por que me chamou até aqui? Por que ficou me fazendo de palhaça, falando comigo pela internet como se não me conhecesse por todo esse tempo? 

 

 — Eu nunca disse que não te conhecia — ele disse.

 

 Debochado!

 

— Por que você tem que ser assim? — Nesse momento era como se toda a segurança que adquiri durante esse ano inteiro estivesse começando a sumir, mas eu tentava me agarrar a ela a todo custo, porque essa confiança era tudo o que eu tinha, e nesse momento precisava dela mais do que nunca.

 

— Eu só... — Ele mordeu os lábios de maneira sedutora, olhando para meu corpo de forma desejosa. — Eu só quero te conhecer melhor. — Abri um tremulo sorriso, tentando mostrar para ele que eu também poderia ser irônica, mas não sabia se tinha dado muito certo, pois não pareceu surtir efeito nenhum com ele.

 

 — Engraçado, Orochimaru uma vez me disse que você não tinha interesse nenhum em ficar comigo.

 

— As coisas mudam, Sakura! — Seu tom de voz se alterou quando ele falou meu nome, senti meu corpo tremular mais uma vez.

 

— Cadê a Karin? Achei que você não gostasse de garotas inexperientes — falei um pouco mais ríspida, fazendo menção ao que ele havia me dito quando nos vimos pela primeira vez. Sua face ficou diferente agora, como se ele tivesse acabado de experimentar algo amargo. Juntou suas sobrancelhas, bebendo um pouco de água, que estava num dos copos em cima da mesa, e tornou a me encarar.

 

 — Não quero que toque nesse nome nunca mais. — Ele estava olhando dentro dos meus olhos da forma mais profunda, de um jeito que ninguém nunca havia me olhado ainda, desviei meu rosto, olhando para a parede que ficava ao meu lado esquerdo, pois de certa forma sua intensidade me fez sentir que se continuasse a encara-lo ele descobriria todos os meus segredos mais íntimos. — Você não é tão inexperiente assim mais, já me provou isso pela câmera. — Sua voz tornou a tomar o timbre arrogante e cheio de si que tomava conta dele, como se fosse sua marca registrada, e voltei a olhá-lo, procurando por algo para falar.

 

— Acho que isso foi um erro. — Comecei a me levantar e ele fez o mesmo em um pulo, ficando agora com a face totalmente aturdida.

 

— Espera — ele pediu. — Fica — falou ainda mais baixo, como se sentisse medo de dizer aquela palavra.

 

Alguma coisa em mim me dizia que ele realmente estava sendo sincero naquele momento, mesmo tendo uma vontade enorme de mandar ele ir pra porra, me sentei. Fechando meus olhos e respirando fundo para tentar me acalmar. Quando tornei a abrir meus olhos, ele ainda estava de pé, me olhando com a face triste, e eu estava completamente confusa agora.

 

— Boa noite! — Um garçom muito bem vestido disse, roubando minha atenção. Ele segurava em sua mão direita um balde com uma garrafa de champanhe, enquanto Sasuke se sentava, ele colocava o balde em cima da mesa, nos servindo delicadamente em seguida.

 

Eu estava extremamente tensa, vasculhando em minha mente alguma coisa para dizer a ele, alguma coisa arrogante mais precisamente, mas nada vinha à minha cabeça, só conseguia ficar encarando aqueles olhos que pareciam querer me dominar. E apesar de tudo ele permanecia calado, ainda me mostrando sua expressão mais triste.

 

 — Obrigada! — balbuciei ao ver o garçom se retirando, e voltei a analisar o jeito em que o homem à minha frente levava gentilmente a taça de champanhe à sua boca. — Ainda não me falou por que mentiu para mim — disse com a voz serena, já sentindo o meu corpo mais relaxado após esse importuno acontecido, porém meu coração ainda estava apertado no peito.

 

— Eu sabia que se você me visse não ia querer se encontrar comigo... — Ele fez uma pequena pausa, olhando para a mesa e retomando sua fala, porém com o timbre de voz mais confiante agora. — Então usei um nome qualquer para que você não desconfiasse de nada. — A única coisa que conseguia enxergar em sua explicação era um grande vazio, pois eu tinha muitas questões em minha mente ainda, principalmente uma que ele já me disse que não era para falar sobre; Karin.

 

— Mas por que eu? Tem tantas garotas bonitas no site, inclusive se você quiser posso te passar o número de uma agora — falei um pouco afobada, já enfiando a mão dentro da minha bolsa para pegar meu celular e passar o número de Ino para ele, mas antes mesmo que meu aparelho ligasse, Sasuke segurou em meu braço com um pouco de força, e quando olhei para ele, o rapaz simplesmente afrouxou um pouco seu aperto, porém ainda me contendo.

 

 — Não quero outra garota. Senão tinha chamado outra — ele disse simplista, como se aquilo fosse algo obvio e respondesse claramente minha pergunta, o que era uma mentira.

 

— Então por que eu? — perguntei de novo, mais pausadamente, retirando meu braço de cima da mesa para que ele o soltasse e tornando a enfiar meu aparelho celular dentro da bolsa, a colocando outra vez no chão.

 

— Se você vai ficar fazendo um monte de perguntas idiotas acho melhor encerrarmos a noite por aqui. Já disse que eu quero você, droga! — Ele bufou, passando sua mão direita pelos cabelos ao perceber as palavras que havia pronunciado, e um meio sorriso se formou em meu rosto, mostrando para ele o quão satisfeita eu estava ao ouvir ele declarar aquilo abertamente.

 

— Tudo bem! — falei com o sorriso ainda mais aparente, e quando ele ia abrir a boca para se pronunciar o mesmo garçom se posicionou à nossa lateral, com uma bandeja habilidosamente equilibrada em sua mão. Pousou primeiro o meu prato, um risoto de camarão, e depois o dele, que era o mesmo. Fez uma pequena e educada reverencia, nos desejando uma boa apetite, e agradecemos juntos a ele, e nossos olhos pareceram soltar faíscas quando nos encaramos novamente.

 

— Espero que goste!

 

— Muito audacioso, não acha? — Ele soltou uma curta risada, balançando sua taça na mão um pouco.

 

— Eu quero que você goste de tudo o que eu gosto — ele falou com a taça tocando seu lábio inferior, com um olhar extravagante e luxurioso para mim. Apesar de tudo era impossível não me sentir atraída por ele, ainda mais depois de tanto tempo fazendo sexo online com o mesmo, esperando o momento de me entregar pessoalmente e depois de ter imaginado fazer inúmeras coisas em um quarto escuro com cheiro de nosso sexo. — Está pensando em quê? — ele perguntou me tirando de meu devaneio, que havia tomado tanto minha mente que chegava a estar mordendo meu lábio inferior.

 

— Ah... Não é nada! — falei sem graça, pegando cuidadosamente os talheres e os posicionando em minhas mãos. — Eu só não sei se vou conseguir gostar de tudo o que você gosta! — conclui, levando a primeira garfada em minha boca, e ele fez uma careta para mim enquanto também comia sua primeira porção.

 

— E por que não?

 

— Eu sei que... — Olhei para meu prato, ficando um pouco sem graça por ter que tocar nesse assunto, mas continuei: — Eu sei que você gosta de umas coisas diferentes, e o meu limite é muito baixo para dor. — Ainda temerosa levantei meus olhos para encara-lo, e apesar de estar sério ele não parecia chateado.

 

— É... Orochimaru me falou. — Ele colocou mais uma garfada em sua boca, e senti os pelos do meu corpo se eriçarem ao saber que eles haviam falado sobre mim.

 

Continuei quieta, enfiando o quanto podia daquela comida em minha boca só para evitar de perguntar sobre o homem no qual ele havia tocado no nome. Pois apesar de como terminamos nosso "relacionamento", ainda tinha que admitir que ele foi, com certeza, um dos meus melhores clientes. Do tipo que sempre me fazia sentir prazer, mesmo quando me batia durante o sexo. E esse pensamento me inundou, me levando de volta a um quarto de hotel, experimentando a sensação de ter a mão pesada de Orochimaru castigando minha bunda com força, arrancando de mim cada gota de gozo que poderia produzir. Mordi meus lábios com essa recordação, me sentindo maliciosa por conta disso.

 

— Não se preocupa, também não estou de bons amores com ele — Sasuke falou por fim, ao notar o quão nervosa fiquei com isso. E excitada, confesso.

 

— Achei que vocês fossem amigos.

 

— Não exatamente.

 

— Não exatamente? — perguntei, tentando fazer que ele se aprofundasse um pouco mais no assunto.

 

 — Na verdade eu só precisava dele para conseguir alavancar meu negócio. Nada mais — ele disse um pouco mais severo.

 

— Então você estava usando ele? — perguntei, me lembrando de como Orochimaru sempre afirmava em dizer que Sasuke era uma peça em seu tabuleiro de xadrez, que fazia tudo como ele mandava.

 

 — Sim!

 

Ficamos a trocar mais alguns pequenos assuntos durante o jantar, e por mais que eu tentasse, não conseguia me sentir cem por cento confortável ao lado dele. Eu tentava de todas as formas chegar em algum assunto que lhe interessasse, e fizesse com que nossa conversa fluísse, mas ele parecia não dar a mínima para isso, respondendo tudo de maneira calma e desinteressada, e eu já não sabendo mais o que fazer então me calei, esperando que nossa sobremesa, também pedida por ele, chegasse. 

 

Meu coração estava aflito e amargurado, não entendia como podia sentir tanta raiva e desejo por uma mesma pessoa, era como se minha sanidade estivesse desaparecendo. Ficava só me lembrando de nós dois conversando pela internet, de como ele parecia ser diferente, pois apesar de sempre ter sido arrogante também era tranquilo em alguns momentos de descontração que tivemos, já me fez rir, eu já o fiz rir.

 

A sobremesa veio, era um Tiramisù, e devo confessar que apesar de ter pensado ser muito clichê a escolha dele de me levar a um restaurante italiano, acabei por me surpreender, pois a comida era sem dúvidas alguma a mais deliciosa que já havia experimentado. Enquanto levava o segundo pedaço do doce, feito com um queijo maravilhoso, em minha boca, virei meu corpo levemente ao notar que alguém se aproximava de nossa mesa, contando com o fato de que não havia mais ninguém naquela área, ao fundo do restaurante.

 

— Que bom te ver por aqui! — Um homem muito bem vestido com roupas brancas, botões enormes na parte lateral da blusa e cabelo muito bem cortado falou, estendendo a mão para cumprimentar Sasuke, que se levantou com um sorriso encantador nos lábios para falar com o homem.

 

— Não poderia perder a oportunidade de experimentar, mais uma vez, o risoto divino que você faz — ele disse contente e cordial, segurando firmemente a mão do chefe de cozinha.

 

— Vejo que dessa vez não veio sozinho — o homem disse me olhando, enquanto eu agradecia mentalmente por ter escolhido uma roupa bem comportada, assim ao menos não me sentiria tão deslocada.

 

— Essa é a Sakura — ele falou naturalmente, e quando fiz menção em me levantar o senhor levou sua mão rapidamente a meu ombro insistindo que eu permanecesse em meu lugar.

 

 — Então... É sua namorada? — ele questionou, e Sasuke me olhou com um sorriso malicioso nos lábios, me fazendo ficar corada.

 

— Pois é! — ele disse, como sempre não respondendo apropriadamente as perguntas que lhe eram feitas.

 

— O que achou da comida? — o chefe me perguntou.

 

— Estava pensando segundos atrás no como fiquei surpresa, seu tempero é extraordinário — pronunciei minhas palavras com um largo sorriso em meu rosto, tentando transmitir simpatia para ele, enquanto via o ego de Sasuke se inflar ao ouvir o homem dizer:

 

— Você tem muita sorte, ela é muito bonita. E educada também! — O rapaz soltou uma pequena gargalhada, colocando sua mão sobre a minha, que estava em cima da mesa, falando sedutoramente:

 

— Com certeza tenho muita sorte. — Ele apertou minha mão de uma forma ambiciosa, porém discreta, me fazendo ficar completamente desconcertada. Movi um pouco minhas pernas estranhando por estar me sentindo excitada com tão pouco.

 

— Vi que você se sentou bem próximo ao quadro — o chefe disse, apontando para o quadro que olhei logo quando me sentei em minha cadeira.

 

— Fico muito lisonjeado que o tenha colocado aqui — Sasuke disse, encarando a pintura borrada com tinta vermelha, e algumas outras cores frias que contrastavam com ela. Eu não entendia muito de arte, e também não sabia bem como esse mundo funcionava, mas não teria coragem de pagar mais do que cinquenta reais naquele quadro.

 

— Eu quero conversar com você depois sobre aquele outro quadro que te falei na exposição, queria muito adquiri-lo. — Enquanto o homem falava, Sasuke acariciava minha mão descaradamente, e por mais que aquilo fosse apenas um afago eu sentia que na verdade era muito mais que isso...

 

— Com certeza. Você tem o meu número. — Sasuke soltou minha mão, fazendo com que eu sentisse um ar frio passando por ela.

 

— Bom, eu vou deixar vocês jantarem, espero não ter atrapalhado muito. —Sasuke abriu um sorriso, e eu fiquei esperando que ele disse algo como: Não tudo bem, você não atrapalhou, ou até mesmo: Imagina! Mas ele não falou nada, deixando o homem e eu desconcertados à sua frente. — Espero te ver na próxima exposição, já que na última não tive o prazer de te encontrar. — O senhor charmoso e elegante tomou minha mão em um beijo, enquanto eu via o rosto de Sasuke se obscurecendo totalmente, mostrando o quanto ele não gostou daquele gesto. — Até mais.

 

— Até! — Sasuke respondeu, forçando um sorriso para ele e se pondo de volta em seu lugar.

 

 — Esse cara é um mala! — ele disse baixo, e mal-humorado. — Esteve nessa última exposição... você sabe, eu te liguei. — Me senti um pouco orgulhosa por saber que aquela festa em que ele estava era apenas uma questão de trabalho, e que provavelmente eu valia mais do que isso para ele, já que abandonou todos para me ligar.

 

 — Ele pareceu ser legal para mim. — Ele revirou seus olhos, e eu dei de ombros para ele, levando mais um pedaço do doce até meus lábios, mas quando fechei a boca senti um incomodo no céu da mesma, percebendo só agora, por conta do gosto de café do Tiramisú, que havia me cortado no céu da boca, provavelmente por causa do camarão.

 

— O que foi? — ele questionou ao ver minha careta.

 

— Nada. Só machuquei a boca um pouco.

 

— Idiota — ele falou irritado, e eu arregalei meus olhos achando sua atitude importuna, contando com o fato de que ele estava até que indo bem até agora.

 

— Você que é um idiota — esbravejei, me prendendo ao fato de que não permitiria que ele me maltratasse de maneira alguma. Sasuke bufou, olhando para o salão do restaurante com uma expressão de raiva em seu rosto.

 

Eu realmente queria ir embora ali depois dessa cena, sabia que as chances que tinha para acabar numa situação complicada era grande, conhecia os indícios disso graças a Orochimaru. Coloquei meu talher em cima do prato, já enjoada de tudo aquilo, de tentar fazer com que ele se sentisse bem em minha presença, enquanto ele não se esforçava nem ao menos um pouco para me agradar. E fiquei esperando que ele dissesse alguma coisa, ou me levasse logo para um motel, acabando de uma só vez com essa noite torturante.

 

Ele enfiou a mão em seu bolso, tirando de lá um celular e o ligando. Depois de alguns segundos vi ele escrevendo alguma coisa, mas como estávamos de frente um para o outro não fazia a mínima ideia de com quem ele estaria falando. Estava me sentindo péssima.

 

— Eu vou lá atrás, fumar um cigarro. Se quiser pode ficar aqui — ele disse, indiferente, se levantando de sua cadeira como se fosse uma criança birrenta, e após soltar um longo suspiro, peguei minha bolsa e fui atrás dele.

 

Quando cheguei na parte de trás do restaurante fiquei encantada pela beleza do lugar, que parecia ser uma área exclusiva para fumantes, já que não haviam mesas lá, apenas alguns bancos sofisticados ao lado de cinzeiros enormes, com um formato achatado que se estendiam do chão até a altura dos meus seios.

 

 Sasuke sacou de seu bolso um isqueiro prata, acendendo seu cigarro e olhando em meus olhos, como sempre fazia, causando arrepios involuntários em meu corpo. Me aproximei dele, ficando a menos de um passo à sua frente, e o rapaz fez um sinal com a mão, questionando se eu aceitava um trago. Ainda um pouco hesitante aceitei, pegando pelo filtro do cigarro e o colocando em minha boca, dando um pequeno trago no mesmo.

 

O cigarro tinha gosto de menta, e quando o afastei de minha boca senti a mão de Sasuke em minha cintura, pressionando seus dedos com um pouco de força em minha pele. Ele colou nossos corpos de maneira sexy, dando uma leve mordida em meu pescoço em seguida. Afastei um pouco meu corpo, já me sentindo extasiada com seu movimento, que apesar de tudo era calmo e extremamente excitante. Ele olhou em meus olhos, tomando o cigarro de minha mão sem desfazer nosso contato, enquanto eu já olhava para seus lábios levemente umedecidos, desejando ansiosa por um beijo dele.

 

 — Você é muito gostosa. — Ele mordeu os lábios, e eu abri um pequeno sorriso para ele. Era incrível como ele era volátil e conseguia passar de imbecil a incrível em questão de segundos.

 

— Você nem me experimentou ainda — falei de forma provocante em seu ouvido, sentindo ele apertar ainda mais nossos corpos, me fazendo sentir sua ereção já latente. Olhei por entre nossos corpos em direção ao seu pênis, e ao subir meu rosto via que ele estava acompanhando meu olhar orgulhoso de seu brinquedinho, que eu já sabia que não era tão "inho" assim.

 

— E você também está doida para provar ele, né! — falou ainda mais excitante, colocando o cigarro em minha boca e me fazendo arregalar os olhos de preocupação ao sentir ele enfiando sua mão por dentro de meu vestido e apalpando minha bunda com força. — Relaxa, só tem nós dois aqui — ele falou passando sua língua em meu pescoço em seguida, e feito uma manteiga me derreti por seu carinho, fechando meus olhos e sentindo uma pequena pulsação em minha boceta. Segurei o cigarro entre meus dedos, dando maior espaço para ele, enlaçando meus braços em seu pescoço.

 

 — Vamos para outro lugar — sussurrei já excitada demais para que continuássemos com joguinhos. — Ah... — Gemi baixinho, ao sentir ele passando seu dedo no meio da minha bunda, pegando do fim de minha vagina até o final de meu cóccix.

 

 — Apressada...! — Ele afastou nossos corpos, me mantendo presa a ele com sua mão esquerda em minha cintura, e com sua direita passou a mão na minha boceta, fazendo com que eu fechasse meus olhos e erguesse minha cabeça pelo prazer. — Você já está toda molhada — ele sussurrou ardentemente em meu ouvido, colocando seu dedo médio em cima de meu clitóris, ainda por cima de minha calcinha. Sua carícia era quente e precisa, e o movimento lento que ele fazia de forma circular já estava me levando ao delírio, enquanto eu pensava em como ele ficava gostoso se masturbando na frente da câmera para mim.

 

— Va-Vamos sair daqui — pedi olhando novamente para ele, já sentindo as forças se esvaindo do meu corpo com a vontade que estava sentindo de ter sua boca me chupando até que eu gozasse insaciavelmente.

 

— Outro dia talvez. — Ele tirou sua mão de mim, fazendo meu corpo se estremecer, e abaixou meu vestido, passando sua mão de forma erótica de cima para baixo em minha bunda, até chegar em minha coxa direita, a apertando enquanto dava uma outra mordida em meu ombro, um pouco mais forte agora.

 

— Como assim outro dia? — questionei em meio a um gemido, sentindo minha excitação ficando cada vez maior com seus gestos. Ele endireitou seu corpo, ainda colado em mim segurando minha cintura com uma das mãos, e com a outra levando a minha mão que segurava o cigarro até sua boca, aspirando um trago, com o olhar penetrando o meu.

 

— Eu disse que só íamos conversar — ele falou, soltando a fumaça para o lado.

 

— Não parece que você está só afim de conversa — disse agarrando suas costas e pressionando nossos corpos com mais força ainda, sentindo sua ereção quase rasgando sua calça social. Ele soltou um baixo e rouco gemido, fechando seus olhos e erguendo um pouco sua cabeça, enquanto eu me deliciava com a visão de um homem tão arrogante quanto ele se rendendo a meu carinho.

 

— Não. Não estou. Mas preciso... — Ele interrompeu sua fala, ficando sério e soltando sua mão esquerda de minha cintura, olhando para seu relógio em seguida. Ao ver que ele olhava para baixo, soltei seu corpo e ele pegou seu celular novamente, me fazendo ficar um pouco irritada por conta de sua falta para comigo. Já que é mais do que sabido a falta de educação que é mexer no celular enquanto está conversando pessoalmente com alguém.

 

— O carro já está te esperando.

 

— Que carro? — perguntei já mais exalta.

 

— O meu — ele falou calmamente, voltando a pôr seu telefone no bolso e me encarando.

 

 — Não preciso de carona — falei mais ríspida. Me lembrando do dia em que Orochimaru apareceu em meu apartamento.

 

— Como se eu me importasse com isso. — Ele abriu um sorriso irônico para mim, segurando em meu braço, me fazendo girar no chão, me guiando até a saída do jardim.

 

— Você não tem esse direito, Sasuke. — Ele permaneceu calado, enquanto passávamos pelo salão do restaurante, e ao perceber que todos olhavam para nós, e para a forma grotesca com que ele me puxava fiquei calada, abaixando minha cabeça por causa da vergonha e andando um pouco mais rápido para acompanhar ele. — Você é ridículo — falei por fim, ao estarmos do lado de fora do lugar.

 

— Não se preocupe, não vou ser eu a te levar. — Ele olhou para frente, e segui seus olhos até ver um carro preto e alto parado na frente do restaurante.

 

 — Já disse que não preciso disso para ir embora — falei, puxando meu braço com força para me largar dele, quase deixando minha bolsa cair no chão.

 

— Vai fazer o que então? Vai ligar para o táxi e ficar aqui esperando por... sei lá, cinquenta minutos? — ele falou mais nervoso, dando de ombros para mim. A raiva que eu estava sentindo era tão grande que meu gesto com relação a atitude dele foi simples; olhei para o lado e cuspi no chão, voltando a encarar sua cara séria e patética para mim.

 

 — Não me procure mais — falei, apontando o dedo do meio no rosto dele e indo em direção ao carro, batendo meu salto no chão com força, tentando assim mostrar um pouco mais do meu desprezo para ele. Mas ao fechar a porta de trás do carro e olhar para fora, vi que ele tinha um sorriso irônico em seus lábios, como se tivesse se divertido com minha birra.

 

— Qual o endereço por favor? — O motorista questionou, e a vontade que eu tinha era de dizer: puta que te pariu, mas é claro que não fiz isso, até porque ele não tinha nada a ver com meus problemas.

 

Me afundei no banco do carro, me sentindo uma idiota por pensar que essa noite seria ao menos agradável. — Susanoo! — pronunciei debochada, tentando imitar a voz dele quando ele me disse esse nome no chat. Agora, mais do que nunca, estava arrependida por não ter dado ouvidos a minha amiga, que disse o quanto eu estava me ligando a esse cara, sem ao menos saber quem ele era realmente.

 

Peguei meu celular da bolsa, já pensando em ligar para Ino e contar o que havia acontecido, mas desisti no momento em que ia apertar a tela, já imaginado o quanto ela ia dizer "eu te avisei"! Fechei meus olhos, esperando ansiosa pelo momento em que chegaria em casa para poder tomar um banho e tirar todo o cheiro amadeirado de seu perfume do meu corpo. Só queria poder esquecer ele de uma só vez, apagando esse e todos os outros encontros que tivemos por acaso de minha mente. 

 

Quando estávamos próximo à minha casa meu celular tocou, e olhei para a tela sem contentamento algum, ficando ainda mais enfurecida ao ver o remetente.                                                                      

                                                               Vamos nos ver no chat.

                                                                  20min.

                                                                                               

  Quase joguei meu celular para fora do carro ao ver aquilo. Estávamos juntos, por que ele não quis transar logo comigo? Por que preferiu ser um idiota completo a um sexo incrível!?

 

Respirei fundo por várias vezes, olhando para o telefone e pensando no que deveria responder para ele, e me limitei a falar que já havia dito para ele não me procurar mais. Desliguei meu celular, para evitar de ter que ler mais uma de suas mensagens, se é que ele me mandaria alguma, e abri a porta do carro assim que o motorista parou, soltando um ríspido "obrigada" para ele, pisando alto e raivosa, louca para deitar logo em minha cama e esquecer toda a loucura que essa noite foi.

 

E foi exatamente isso o que eu fiz, tomando um banho com uma bucha vegetal, daquelas bem ásperas mesmo, para tirar qualquer resquício dele de meu corpo, e depois de hidratar minha pele deitei em minha cama, ainda com meu sangue fervendo enquanto repassava a noite em minha cabeça, me lembrando de cada desaforo dito por ele, de cada ironia e arrogância, mas o pior de tudo era que apesar do que havia acontecido eu ainda estava me sentindo culpada. Pensando que talvez tivesse sido precipitada demais. E com esse pensamento fiquei relutante, rolando pela cama, tentando evitar meu impulso de pegar meu telefone para ver se ele havia me enviado mais alguma coisa. Como eu podia ser tão burra!?


Notas Finais


Genteee, esse encontro foi de dar medo né não?

Bom, quero aproveitar para dizer que tenho mais uma história no spirit a partir de agora. Ela é baseada no anime Shingeki no kyojin e tem por foco o casal Levi X Mikasa. Conto com a força de vocês! Bjnn.

Link: https://spiritfanfics.com/historia/minha-virgem-preferida-levi-e-mikasa-8515951

Gente, minha amiga, Letícia, tá com um canal de anime no Youtube no intuito de facilitar a vida de vocês, ela posta qualquer anime que vocês quiserem, é só comentar lá no canal dela. Vale a pena olhar.

Link: https://www.youtube.com/channel/UCTTlmODxidwne96o8mm7zSA


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