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História A acompanhante - Sakura e Sasuke (Sasusaku) - Visitas


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo??


Gente, vocês não imaginam como eu estou feliz por ver que vocês estão participando dessa história, comentando, mostrando a opinião de vocês quanto a tudo o que tem acontecido até agora. Tanto com relação ao trabalho escolhido por Sakura, quanto pelo que Sasuke fez e pela ingenuidade que ela cometeu ao pensar que poderia simplesmente confiar.
Como eu já disse, nas notas do capítulo anterior, esses tipos de coisas realmente acontecem. Mulheres enfrentam essa vida, de forma muito mais trabalhosa até, do que retratado aqui na estória, assim como também existem pessoas que confiam em seus parceiros e acabam se dando mal.


Mas vamos torcer para que dê tudo certo para a Sakura, e eu fico feliz que essa fanfic esteja chegando a mais pessoas a cada dia que passa, não só como um entretenimento, mas também como um alerta.


Muito obrigada mesmo!

Capítulo 25 - Visitas


  — E você está curado? — questionei, sentindo um fio de esperança nascendo em mim.

 

— Eu não sei!

 

— Como assim você não sabe, Sasuke?.

 

— Eu fiz o tratamento. Por isso que ficamos conversando só pela internet nesses últimos três meses. Porra, tenta entender! — ele gritou.

 

— Não! Como posso entender?

 

— Eu fiz o tratamento — ele disse, mais calmo, mas com a respiração forte. — Só que meus exames só vão estar prontos junto com os seus. Fiz os exames ontem cedo Sakura, entende? — Nos olhamos.

 

 — Então por que diabos não quis usar camisinha? — gritei.

 

— Porque eu... Droga!...

 

Tudo ecoava em minha mente de maneira estranha, meu ouvido zunia, meu corpo estava dolorido e minha mão esquerda ardia muito. Levantei minha cabeça vagarosamente, a recostando no banco. Minha visão estava turva e tive que piscar várias vezes para que ela conseguisse começar a se adaptar. A nossa discussão se repetia a todo instante em minha mente, me deixando cada vez mais confusa.

 

Ouvi uma alta buzina e isso me deixou atordoada, abri e fechei a boca várias vezes, tentando afastar o barulho agudo de minha cabeça. A mão de Sasuke estava caída em meu colo, e eu a segurei e aferi seu pulso, sentindo minha palma arder ainda mais. Olhei para ele, vendo sua cabeça em cima do volante, com o rosto virado para meu lado. Sangue escorria de sua cabeça, e nesse momento me desesperei, começando a sentir falta de ar.

 

Tentei empurrar minha porta, mas ela não abria, estava contra a parede. Pessoas começavam a se aglomerar no local, e eu não entendia por que não via ninguém ligando para o socorro, ao invés disso, as pessoas tiravam fotos e filmavam nossa tragédia. Soltei a mão de Sasuke de volta em meu colo, começando a tentar tirar meu cinto de segurança em seguida, mas ele estava travado. Levantei minha cabeça, buscando por ar, tentando me manter calma, mas estava sendo muito difícil, estava tremendo muito e com muito medo.

 

— Moça? Moça? — um senhor começou a me chamar pela janela e eu o olhei, só percebendo agora as lágrimas que escorriam de meu rosto. — Moça, fica calma a ambulância já está vindo. Sabe dizer se seu namorado está bem? — ele perguntou.

 

— Ele não é... — Minha voz saiu baixa e trêmula, mas desistir de tentar explicar que ele não era meu namorado... — Ele está bem, mas precisa ser atendido logo. Machucou a cabeça e eu não tenho como saber a gravidade da lesão — disse, torando a segurar a mão quente dele.

 

— Fica calma, a ajuda já vem! — ele falou, me mostrando as palmas da mão em um pedido de espera, tirou seu celular do bolso e se afastou um pouco do carro, onde eu só podia ver seu corpo se misturando aos outros da pequena aglomeração de pessoas formada ali.

 

A espera estava sendo longa, desgastante e assustadora para mim. Estava ficando cada vez mais preocupada com Sasuke, que não acordava, e o senhor que falou comigo não voltou mais. Senti meu corpo tremer ao ouvir o barulho de sirenes. Tentei virar um pouco para olhar para trás, mas não conseguia, meu pescoço estava doendo muito, e o cheiro de gasolina já estava me deixando enjoada. Só restava esperar.

 

Um alvoroço se formou com a chegada do corpo de bombeiros, dois homens pediam para que todos se afastassem, enquanto um terceiro se aproximava para olhar para dentro do carro. Fechei meus olhos po um instante, me sentindo aliviada por saber que enfim poderíamos sair dali... então ouvi o barulho da porta. O bombeiro que se aproximou tentou abri-la, mas não conseguiu, então saiu em disparada para o carro de bombeiros, que bloqueava a passagem de outros carros.

 

Segundos depois ele voltou correndo, trazendo um pé de cabra. Ele começou a forçar a porta com a ferramenta, enquanto um segundo bombeiro tentava passar por entre a parede e o carro para me ver de perto, mas não obteve sucesso e deu a volta, se posicionando como podia na porta do carona, enquanto seu colega de trabalho trabalhava arduamente, tentando abrir a porta do motorista.

 

— A senhora está bem? Consegue se movimentar?

 

— Estou bem, mas ele nem tanto — disse, apontando Sasuke para ele com um leve aceno de cabeça.

 

Estava realmente preocupada, me sentindo culpada por ter tirado a atenção dele enquanto dirigia. Apesar da raiva que sentia por ele ter sido tão canalha e desonesto comigo, não podia ficar mentindo para mim mesma, fingindo que não sentia nada por ele. Conversamos por tanto tempo, falamos sobre tantos assuntos que eu era como se pudesse enxergar sua face verdadeira, aquela que ele teimava em esconder atrás de seu jeito ignorante e altruísta.

 

Mas era difícil para mim, é muito complicado conseguir abrir meu coração para algo tão confuso quanto o sentimento que tinha por ele. Como se já não fosse difícil o bastante, ele ainda traiu minha confiança e agora eu me sentia culpada por ter me permitido sentir, mesmo que o mínimo. Apertei mais a minha mão na dele, tentando imaginar o motivo de Sasuke ter feito algo assim, tentando adivinhar o que ele estava prestes a me dizer quando batemos o carro...

 

— Como a senhora se chama? — o bombeiro perguntou, logo após o outro ter conseguido abrir a porta em um empuxo repentino.

 

— Sa-Sakura — disse trêmula com meus olhos atentos às mãos do bombeiro que examinava Sasuke superficialmente.

 

— OK, Sakura! Vamos tirar seu amigo primeiro, para isso precisamos que a senhora fique o mais quieta possível, depois te pegamos. — Acenei positivamente para ele com a cabeça, torcendo para que isso não demorasse tanto.

 

Eles estavam sendo cuidadosos, mas ainda assim, quando vi eles começarem a puxar Sasuke para fora do veículo, fiquei totalmente apavorada. Apesar de tudo, não queria que nada de ruim acontecesse com ele. Eu ainda gostava dele, não podia fazer nada quanto a isso. Eles o colocaram na maca, e o bombeiro que conversou comigo entrou no carro, começando a fazer uma pequena avaliação em mim, e foi só aí que percebi que minha mão ardia tanto porque acabei a queimando no acendedor de cigarro.

 

Logo depois disso, ele insistiu em me ajudar a sair do carro, me pegando com cautela ao chegarmos na ponta do banco do motorista e me pondo para fora. Entendia o procedimento e sabia que não podia me movimentar por possíveis fraturas, mas sabia que estava bem e a minha preocupação estava sendo levada para a ambulância naquele exato momento.

 

Eles o colocaram no soro, e eu fiquei ao seu lado, sendo metralhada com perguntas para as quais sequer tinha respostas. A verdade é que eu nunca soube muito sobre Susanoo, menos ainda sobre Sasuke, isso me deixava ainda mais perdida, porque não conseguia entender como confiei e gostei tanto de alguém que nunca soube verdadeiramente quem era... Agora olhar para seu rosto desfalecido era doloroso demais para mim, mesmo diante da hipótese de ter sido prejudicada por uma ação imprudente dele.

 

Ao chegarmos no hospital, entramos pela ala lateral de emergência, cada um em uma maca, sendo conduzida por enfermeiros. Acabamos indo para um hospital público, eu não via problemas nisso já que não tinha convenio, mas acreditava que Sasuke, quando acordasse, não ficaria muito contente. No meio do corredor fomos separados, ele seguindo para a esquerda e eu para a direita, mas não questionei, sabia que nossa situação era diferente e que ele precisava ser atendido com urgência, principalmente por conta do machucado em sua cabeça.

 

Eu estava transtornada ao sair de casa, sabia que minha noite seria difícil, só não tinha ideia do quanto. Fizeram vários exames em mim, todos demoraram muito por conta da dificuldade de atendimento no hospital, e como eu havia imaginado, estava tudo bem comigo. Sentia apenas dores no peito por conta do cinto de segurança e o aperto de Sasuke em meu ombro, assim como um torcicolo, e minha mão queimada, que foi tratada devidamente.

 

Depois disso tudo achei que ficaria naquela mesma sala, mas começaram a empurrar a maca em que eu estava, dizendo que me levariam para a enfermaria. Ao chegar no local havia mais algumas pessoas, a maioria dormindo, com uma bolsa de remédio ou soro ligadas à veia. Mas segundos depois de parar ao lado de uma senhora, uma enfermeira com uma prancheta na mão veio em minha direção, dizendo ao enfermeiro que estava comigo que eu deveria ser removida para o quarto de número cento e vinte sete.

 

Fiquei sem entender bem a mudança repentina, e já estava me sentindo muito mal por estar sendo carregada naquele carrinho mais uma vez, indo em direção ao largo elevador, onde o enfermeiro apertou o botão de número três. Meu coração quase parou quando as portas se abriram e dei de cara com Orochimaru. Engoli em seco, vendo-o me olhar de maneira séria, sentindo meu coração acelerar ainda mais em meu peito ao ver Itachi vindo em nossa direção em seguida.

 

Só podia ser brincadeira.

 

— Sakura? — Itachi chamou. — Você está bem?

 

— Sim, eu...

 

— Você tem que assinar uma autorização para podermos te ver — Orochimaru disse secamente, e eu balancei a cabeça positivamente. Ele trocou um breve olhar com o enfermeiro, que logo se pôs a andar em seguida, quando chegamos na porta do quarto privativo eu quase surtei. Aquilo estava virando uma bola de neve.

 

— É, mocinha, vocês me deram um baita susto! — Madara falou, abrindo a porta para que o enfermeiro pudesse passar comigo e a maca, enquanto minha dor de cabeça só ia aumentando.

 

— Como está o Sasuke... quem me transferiu e... Desde quando trabalha aqui? — questionei confusa, enquanto o enfermeiro posicionava a maca ao lado da cama.

 

— Calma, são muitas perguntas! — ele disse, vindo em minha direção ao ver que eu tentava me levantar.

 

— Estou bem. É sério, posso trocar de cama sozinha!

 

— Tem certeza? — o enfermeiro perguntou ao ver Madara parando de vir em minha direção.

 

— É sério! — insisti, começando a ir para a outra cama, sentindo minhas costelas doerem tanto, que parecia que estava sendo rasgada de dentro para fora, mas segurei a dor, tentando me fazer de forte.

 

— Obrigada! — Madara falou, pegando a prancheta com meus dados da mão do enfermeiro, que saiu e fechou a porta em seguida. — Está com muitas dores? — ele questionou, sério.

 

— Um pouco.

 

Ele se sentou na beirada da cama.

 

— O que foi que aconteceu? — Encolhi meus ombros, me sentindo mal ao me lembrar de toda a situação em que Sasuke e eu estávamos envolvidos.

 

— Discutimos...

 

— Entendi...! Sou plantonista aqui, faço monitoramento de estagiários na minha área.

 

— Cadê ele?

 

 — Aqui do lado. Ainda não acordou. — Arregalei meus olhos, sentindo meu corpo gelar com essa notícia.

 

— Ele está bem, Sakura, mas...

 

— Mas o quê? — perguntei ansiosa.

 

— O Sasuke já passou por muitas coisas ruins nesses últimos dois anos, tenha paciência com ele. — Acenei positivamente, me perguntando o que ele queria dizer com isso. — Orochimaru e Itachi querem te ver, mas se quiser posso pedir para eles esperarem até amanhã.

 

— Não. Tudo bem! — disse, intrigada para saber o que eles queriam, e com medo ao mesmo tempo.

 

— Certo! — Ele bateu com as mãos em suas próprias pernas, começando a se levantar. — É provável que você seja liberada amanhã, se até lá o Sasuke não tiver acordado, te dou autorização para vê-lo. Precisa que eu chame alguma enfermeira para te ajudar a tomar banho? Quer que eu ligue para alguém?

 

— Não. Estou bem! — disse, me sentindo péssima só de pensar em ter que chamar Ino depois de tantos conselhos que ela tinha me dado.

 

— OK!

 

— Obrigada! — sussurrei, assistindo ele sair da sala.

 

Essa história toda estava me corroendo, era estranho e extremamente constrangedor. E como se não bastasse estar correndo risco de ter contraído uma DST, Sasuke estava internado, desacordado por conta de um acidente, no qual eu me considerava tão culpada quanto ele. Ainda teria que encarar Itachi e Orochimaru, o primeiro que agora sabia ser parente de Sasuke, o segundo que era a última pessoa que imaginava ver numa situação dessas.

 

Comecei a me levantar, sentindo as dores espalhadas pelo meu corpo, me recordando do momento em que Sasuke pressionou meu ombro, como se tentasse me proteger do impacto da batida... Ele poderia não ter ligado, poderia ter tentado se proteger de alguma forma, mas mesmo depois do que ele fez comigo se mostrou preocupado. Quero dizer, pode ser que aquilo tenha sido fruto de seu reflexo, mas algo em mim me dizia que foi intencional.

 

Minha roupa estava toda suja, mas eu não tinha outra opção, a não ser tomar um banho e vestir ela novamente, contando com o fato de que não me sentiria nenhum pouco confortável tendo que usar o avental fornecido pelo hospital, que além de parecer um saco de batatas, ainda era transparente. Peguei a toalha, que estava embalada em um saco plástico em cima do frigobar, e fui para o banheiro, torcendo para que esse pesadelo acabasse e eu acordasse em minha cama.

 

Comecei a tirar minha roupa, sentindo minha mão formigar, e ao terminar, coloquei a sacola enrolada na minha mão esquerda queimada, amarrando-a em meu pulso. Olhei meu corpo pelo espelho do banheiro, vendo a marca arroxeada deixada pelo cinto de segurança, assim como a vermelhidão deixada em meu ombro pelo forte aperto de Sasuke. "O Sasuke já passou por muitas coisas ruins nesses últimos dois anos, tenha paciência com ele." As palavras de Madara não saiam da minha mente, estava curiosa por saber sobre o que ele estava falando.

 

De certa forma acreditava que ele sentisse algo por mim, mesmo que fosse raiva ou qualquer coisa... mas devia sentir. Estava sendo pior lidar com meus pensamentos e sentimentos do que com minhas dores físicas. Meneei minha cabeça, tentando voltar à normalidade, e fui para o chuveiro, deixando a água escorrer pelo meu corpo, provocando ardência em todos os lugares, enquanto eu tentava reprimir a vontade de chorar que estava sentindo. 

 

Me enxuguei com cuidado, tentando ao máximo não provocar mais dores em mim, e mesmo tentando muito eu não conseguia parar de pensar nele. Ao sair do banheiro meu coração pareceu que pararia a qualquer momento. Itachi estava de pé, de costas para mim, olhando pela janela. Ao perceber que eu havia saído ele se virou lentamente, colocando suas mãos nos bolsos e me encarando, sério. Minhas pernas tremeram.

 

— Você está bem? — ele perguntou, e eu fiz que sim com a cabeça. Itachi respirou fundo, olhando para o chão e para mim outra vez. — Você sai com ele há muito tempo?

 

— Não! — sussurrei, tentando evitar os detalhes.

 

— Ele te contou que somos irmãos?

 

— Não!

 

— Normal, ele nunca falaria.

 

— Por quê? — questionei incerta, indo em direção a cama e vendo uma roupa em cima dela.

 

— Vim correndo, não tive tempo de pensar em nada melhor! — ele falou desconcertado, olhando para a roupa.

 

— Tudo bem, obrigada. — Comecei a vestir a roupa, sem tirar a toalha do meu corpo, sabendo que ele estava atento ao que eu fazia.

 

— O Sasuke e eu já não nos falamos há dois anos.

 

— Mas por quê? — perguntei, tirando a toalha e deixando apenas a blusa com o cheiro de Itachi em mim.

 

— Porque... — Ele tirou as mãos dos bolsos, agoniado, se sentando na poltrona bege que havia no quarto. — É um longa história.

 

— Não vou sair daqui por agora! — disse, me sentando na cama, com a toalha molhada tampando minhas pernas.

 

— Você sabe que ele administra uma galeria de artes, não é?

 

— Sim!

 

— A galeria pertencia a nossos pais. — Ele fez uma pequena pausa, encurvando levemente seu corpo e colocando os cotovelos sobre suas coxas, começando a brincar com seus próprios dedos. — Eu era o advogado, e Sasuke estava se formando em artes plásticas.

 

— Ele pinta?

 

— Pintava, não sei se continua — ele disse me olhando, parecendo se perder em pensamentos. — Bom... eu acabei fazendo uma grande besteira em um contrato. Não foi intencional, claro, mas isso prejudicou muito a empresa. A verdade é que o artista que contratamos agiu de má fé, e quando eu percebi o que estava acontecendo fiquei maluco, Sakura. Foi terrível para mim imaginar como meu pai ficaria decepcionado ao saber o que tinha acontecido.

 

— Todo mundo erra, Itachi — disse engolindo em seco, me lembrando de não ter pensado nessa frase em momento algum quanto ao erro de Sasuke.

 

— É, mas o meu erro custou a vida dos meus pais, e o ódio do meu único irmão.

 

— Como assim? — questionei perplexa.

 

— Nesse dia eu resolvi não falar nada para eles, e fui para uma boate. Eu não costumava beber na época, então acabei passando dos limites. Arranjei uma confusão e o dono da boate conhecia minha mãe, que era arquiteta, e ligou para ela. — Ele olhou para a parede atrás de mim, como se estivesse puxando as memórias de sua cabeça. — Ela e meu pai foram na boate para me procurar, mas no meio do caminho sofreram um acidente. — Ele me olhou nos olhos. — Os dois morreram na hora.

 

— Eu sinto muito — falei, sentindo meu coração apertado por sua declaração.

 

— Foi difícil, mas foi pior ser rechaçado pelo meu irmão depois.

 

— Mas vocês... fizeram as pazes?

 

— Não. Só vim porque meu tio me avisou, o número de contato de emergência dele do hospital é de Orochimaru — ele disse entredentes.

 

— Sinto muito mesmo — disse sem graça, vendo ele se levantar e vir em minha direção.

 

— Tudo bem. — Ele pegou a toalha de cima do meu colo e me olhou por um tempo. — Levei um grande susto quando soube do acidente. Fico feliz que estejam bem. — Ele virou as costas e entrou no banheiro, estendendo a toalha, me deu uma última e breve olhada e saiu de dentro do quarto, me deixando com o coração ainda mais estraçalhado do que já estava.

 

Me deitei na cama em posição fetal, abraçando minhas pernas, pensando em como tudo isso estava ficando cada vez mais intenso e estranho. Tudo bem que nada na minha vida era normal, nunca foi, mas acho que toda garota pensa desse jeito. Meu corpo inteiro se arrepiou quando ouvi duas batidas na porta, me virei de vagar, reprimindo as pontadas que sentia, vendo a figura que vinha em minha direção, tão imponente quanto sempre.

 

— Como está? — Orochimaru questionou, olhando para meu corpo como se procurasse por algo.

 

— Tão arrebentada como alguém que acabou de sofrer um acidente!

 

— O Sasukezinho não vai ficar nada feliz quando acordar.

 

— Você não sabe de nada.

 

— Você tem razão — ele rebateu no mesmo instante, e um silêncio constrangedor se instaurou no local.

 

— Por que está aqui? — questionei após não aguentar mais aquela quietude.

 

— Meu número está...

 

— Eu sei disso. Estou perguntando por que está aqui, no meu quarto.

 

— Ainda sente raiva de mim, Sakura? — Não respondi, permaneci olhando em seus olhos, tentando permanecer firme. — Olha... quando o Sasuke disse que estava interessado em te contratar eu fiquei...

 

— O Sasuke disse isso?

 

— Sim! Um dia antes do nosso último encontro.

 

— Por isso estava tão tenso aquele dia? Eu não consigo acreditar numa coisa dessas! — falei tentando demonstrar minha frustração em minha entonação, cruzando os braços e emburrando a cara.

 

 — Pois é! — ele disse parecendo envergonhado. — É melhor eu ir, ele falou ao ouvir batidas na porta, e eu já estava com medo de ser mais uma surpresa, alguém, talvez Ino, mas era apenas uma enfermeira carregando um soro em um carrinho. — Espero que fique bem.

 

— Obrigada!

 

A mulher começou a posicionar o soro, ajustando o conta gotas, antes de perfurar meu braço com a agulha. Esse, talvez, tenha sido um dos dias mais longos da minha vida, talvez até mais longo do que quando trabalhei como acompanhante pela primeira vez, ou qualquer outro dia. Voltei a deitar em posição fetal, tentando esvaziar minha mente e esperar que tudo se concertasse e fechei meus olhos, desejando como nunca conseguir dormir.

 

A noite acabou se passando tão longa quanto meu dia, e quando eu já estava desistindo de pagar no sono, enfim eu consegui dormir, mas foi por pouco, já que o clínico de plantão passou no meu quarto assim que o sol apareceu, para me dar alta, e quando perguntei de Sasuke ele disse que ainda estava na mesma situação de ontem. Nem soube como reagir a isso.

 

— Bom dia! — Itachi falou, abrindo a porta minimamente e colocando sua cabeça para dentro.

 

— Bom dia!

 

— Sakura, não sou muito bom com essas coisas, então não sei se vai dar certo — ele falou, colocando a sacola que estava em sua mão em cima da cama.

 

— Não precisava, Itachi! — disse, puxando a sacola para mais perto e olhando dentro dela.

 

— Ia trazer alguma coisa para Sasuke, mas Orochimaru já fez isso.

 

— Onde ele está? — perguntei.

 

— No quarto com meu irmão. Aqueles dois se amam e se odeiam — ele disse, parecendo incomodado em falar sobre isso. — Acho melhor eu ir.

 

— Não vai esperar ele acordar?

 

— Ele não vai querer me ver, e meu tio me assegurou que ele vai ficar bem, então...

 

— Tem certeza? — perguntei com o coração apertado pela carinha triste dele.

 

— Não. Mas vou assim mesmo.

 

Itachi veio em minha direção e me deu um beijo na testa, eu realmente não conseguia entender como ele e Sasuke eram tão diferentes. Pensei que ao me ver, Itachi se aborreceria comigo, ou algo do gênero, mas ele não fez nem menção do fato de que nós dois ficamos juntos enquanto eu também estava com seu irmão.

 

Tirei o vestido que ele trouxe de dentro da sacola, vendo ele abrindo a porta e dando passagem para Madara, que ia entrando. O vestido era meio estranho, quero dizer, tinha a estampa bonita, mas era um tecido mole e parecia não ter um bom caimento, mas eu não poderia reclamar na situação em que estava.

 

— Iaí, pronta pra outra?

 

— Espero nunca estar! — Ele deu uma curta gargalhada, olhando para o vestido em minhas mãos.

 

— Já deixei sua permissão para entrar no quarto de Sasuke, se você quiser, é claro.

 

— Eu vou... vou vê-lo.

 

 — Certo. Eu vou em casa descansar um pouco, tomar um banho e depois volto para ver como ele está. — Ele abriu um sorriso, se virando parcialmente para se pôr para fora do quarto. — Até mais!

 

— Até!

 

Tomei meu banho, me sequei e coloquei o vestido que Itachi me comprou. Ele poderia ser bonzinho, mas não entendia nada sobre roupas femininas, Itachi e Sasuke eram dois completos opostos um do outro. Incrível. Peguei minhas coisas, que na verdade eram apenas meu celular, a roupa que eu estava usando no momento do acidente e a blusa que Itachi me trouxe dele, coloquei tudo dentro da sacola que estava com o vestido.

 

Dei três batidas de leve na porta, a abrindo em seguida. Orochimaru se ajeitou na poltrona assustado, provavelmente por estar dormindo. Olhei para Sasuke, que estava com uma faixa enrolada entorno de sua cabeça, e entrei, fechando a porta atrás de mim.

 

— Já recebeu alta, garota?

 

— Como ele está? — questionei, ignorando sua pergunta irrelevante.

 

— Do mesmo jeito em que chegou — falou se levantando, parecendo tranquilo e relaxado, ao contrário de todos. — Se vai ficar aqui, vou aproveitar para tomar um café — ele disse passando por mim, indo em direção a porta.

 

Depois que ele saiu eu ainda fiquei parada por um tempo, olhando para Sasuke deitado. Ele estava tão angelical daquela forma, com sua respiração pesada, fazendo seu peito subir e descer, por um instante senti vontade de passar a mão em seus cabelos, lhe dando um carinho, mas apenas me sentei na poltrona em que Orochimaru estava, segurando minhas coisas com foça, as abraçando. 

 

Eu tinha muitas questões, mas ao mesmo tempo eu não tinha absolutamente nada para falar com ele. Chegava a doer em meu peito o quão preocupada eu estava, enquanto deveria estar morrendo de raiva ainda, e me sentia uma completa idiota por conta disso. Era como se eu estivesse cega, completamente manipulada por ele.

 

Senti meu coração disparar ao ver ele se movendo um pouco, soltando uma baixa reclamação. Abri um pequeno sorriso com aquilo, pensando que até apagado daquele jeito ele resmungava, mas logo meu sorriso sumiu, quando ele começou a abrir seus olhos lentamente. Me levantei, deixando minha sacola em cima da poltrona para ir atrás de um médico.

 

— Sakura? — ele disse alto e assustado, e eu parei, me virando para ele. — Droga! — Ele tocou a faixa em sua cabeça, olhando para mim de cima a baixo. — Você... Sakura, você está bem?

 

— Na medida do possível...

 

— Eu... Droga... Você conseguiu. Conseguiu mais um motivo para me odiar.

 

— Eu não te odeio, Sasuke, eu só... — Balancei minha cabeça, tampando meu rosto, respirando fundo e tirando minhas mãos, deixando-as cair na lateral do meu corpo, olhando para ele em busca de palavras. — Eu não entendo porque você fez aquilo, Eu confiava em você.

 

— Eu sei. Deixa eu me explicar?

 

— Eu não sei se ainda quero ouvir.

 

— Deixa, Sakura, por favor?


Notas Finais


É isso aí genteee!


Iaí... O que vocês acham, ele merece ou não uma chance para se explicar?


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