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História A acompanhante - Sakura e Sasuke (Sasusaku) - Votos de um futuro sem mágoas


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???

Gente... vocês não tem ideia de como meu coraãozinho está apertado por saber que já estou a me despedir de vocês, mas não se preocupem!!! Ainda tem mais um capítulo, que no caso será o epílogo da história. E se preparem porque vai ter muita surpresa! E para não deixar vocês com um gostinho amargo de despedida na boca, já estou preparando uma one shot Sasusaku, então podem comemorar.
Obrigada a todos que me acompanharam até aqui, obrigada por sempre estarem me apoiando e me incentivando, vocês não podem nem imaginar como sou feliz por ter leitoras tão fieis quanto vocês, até porque eu sei que a maioria aqui lê todas as minhas histórias. Não poderia ser mais feliz só por saber disso. O favorito e os comentários de vocês alimentam minha alma!


Obrigaaaadaaa!!! rsrsrs

Capítulo 27 - Votos de um futuro sem mágoas


(...)

 

Tudo aquilo estava tenso demais, era como se o mundo inteiro estivesse conspirando contra mim. Eu sei, isso parasse paranoia de uma pessoa depressiva, mas era tudo realmente bem mais complicado do que parecia. Eu estava tentando parecer o mais normal possível, mas estava sendo difícil, sendo que eu não me sentia normal.

 

Aquele lugar estava lotado, e a movimentação das pessoas estava me deixando irritada, fora o fato de que todos estavam em pé, enquanto eu não parava de encarar para as cadeiras vazias a poucos metros de nós. Minhas pernas estavam doendo, meus olhos ardendo e meu corpo todo ainda reclamava por causa da batida — fora a ressaca.

 

Eu não estava mais aguentando aquele silêncio constrangedor, muito menos aqueles óculos escuros que minha amiga usava, tampando praticamente toda a sua face, estava parecendo uma drogada, tentando disfarçar seus olhos vermelhos por conta do consumo de ervas não autorizadas. Soltei um alto suspiro, mas nenhum deles sequer se mexeu, já estava começando a pensar em besteiras para tentar chamar a atenção deles. Fingir que tive um desmaio até se passou pela minha mente, mas não seria nada legal dar de encontro ao chão, sendo que já tinha dores suficientes em mim, fora o fato de que não aguentaria mais nenhuma confusão como aquela, da noite passada...

 

Para minha sorte, resolvi usar sapatilhas, caso contrário já estaria com bolhas em meus pés. Eu disse para Ino que ainda estava cedo demais para virmos para o aeroporto, mas ela insistiu, e se eu não tivesse me apressado nem mesmo teria conseguido ter tido tempo para escovar meus dentes antes de sair de casa.

 

Meu celular começou a tocar mais uma vez, e algumas pessoas que estavam na área de embarque me olharam, e eu apenas desliguei o aparelho de vez. Minha mãe estava preocupada, entendia, mas ela já tinha me ligado quatro vezes desde o momento em que mandei uma mensagem dizendo que havia saído de casa, as vezes pensava que ela achava que São Paulo ficava a apenas dez minutos de carro até Maranhão.

 

— Sakura? — Ino chamou, e seu tom de voz irônico já me deixou preocupada. — Ele tinha mesmo que vir? — ela questionou, abaixando os óculos escuros minimamente para olhar o homem ao meu lado, que sequer pareceu se importar com o comentário dela.

 

— Não, Ino, ele não tinha que fazer nada. Nem estaria aqui se fosse por mim.

 

— Droga, Sakura, estou realmente tentando, mas se for agir dessa forma o tempo inteiro, vou desistir.

 

— O problema, Sasuke, é que eu não sei como agir — falei nervosa, olhando em seus olhos.

 

Ele era o homem mais complicado que já havia conhecido em toda minha vida, até quando tentava ser gentil soava extremamente rude, e o pior era que parecia nem se dar conta desse seu comportamento. Como se toda aquela coisa estranha já não fosse suficiente, ainda tinha que aguentar Sai, olhando para mim de minuto a minuto, com um sorriso esquisito estampado em seu rosto. Aquilo estava parecendo quase demoníaco.

 

Sasuke ia abrir a boca para me responder, enquanto Ino estava com seus olhos de águia em cima de nós dois, talvez até mais curiosa do que eu para saber o que ele falaria, mas a chamada para nosso embarque enfim aconteceu, e fomos para nossa fila, que para minha sorte estava pequena. Ino e Sai estavam na minha frente, enquanto Sasuke ficou atrás de mim, parecendo um guarda costas, com o terno bem engomado que usava.

 

Eu estava com um vestido casual de alças, marcado na cintura e soltinho em baixo, Ino estava usando uma roupa um pouco mais sofisticada, parecia uma executiva com a saia que estava usando, e seu novo namorado não ficou para trás, usando um terno, porém, ao contrário do Uchiha, ele não estava de gravata.

 

Antes de sairmos, eu disse que dava tempo para eles se trocarem, mas Ino disse que queria chegar deslumbrante, o Sai disse não se importar, e o Sasuke sequer fez questão de me responder. Só esperava que eles não surtassem ao perceber que o calor que fazia lá era bem diferente do calor de São Paulo. Ino já sabia disso, mas estava sendo teimosa.

 

Ainda existia uma outra complicação; Ino não queria ficar na casa da mãe dela, apesar de ter aceitado ir comigo nessa viagem e conversar com sua mãe para verem se conseguiam se entender, ela disse que preferia não arriscar tão alto e correr o risco de não conseguirem chegar a um consenso, sendo assim disse que ela poderia ficar comigo, no meu antigo quarto, só não imaginava que ela ia trazer o namorado junto para dormir naquele lugar mínimo, e para piorar ainda mais o Sasuke disse que, sim, que iria atrás de mim e que não adiantaria tentar tirar isso da cabeça dele.

 

Eu tentei falar para ele que na casa dos meus pais só tinha dois quartos, o deles e o meu, mas ele ainda assim disse que ficaria comigo, mesmo que tivesse que dormir espremido comigo em um sofá. Talvez se ele soubesse como o sofá da sala da minha mãe era duro pudesse ter desistido, mas eu não tive nem tempo de falar isso, já que Ino entrou no meio da bagunça, o desafiando. Foi um fiasco total.

 

Falei para minha mãe que iriam quatro pessoas para a casa dela, mas ela não brigou comigo nem nada do tipo, na verdade acho que nem entendeu direito, principalmente por ter dito: "Tudo bem, querida, vai caber todo mundo no seu quarto!" Ela devia estar tão louca quanto eu quando disse isso. Só esperava que essa situação não estragasse a comemoração dos meus pais.

 

Tivemos que trocar nossos assentos, Ino e eu estávamos na mesma poltrona, mas ela queria sentar com o namorado, então trocou de lugar com Sasuke, e este trocou de lugar com um senhor. Então ficamos ele, eu e mais uma mulher no meio do avião, enquanto Ino e Sai ficaram sentados mais para trás, ao lado de uma outra mulher.

 

O avião não estava muito cheio, ainda tinham alguns lugares vazios, mas era compreensível, já que não era nenhum feriado ou coisa do tipo. Dali do meu assento eu conseguia ouvir a voz de Ino, que não parava de falar por um segundo sequer, enquanto eu já estava mais do que nervosa por conta do silencio entre Sasuke e eu, até ele dar o ar de sua graça:

 

— Está ansiosa?

 

— Um pouco — respondi em baixo tom —, acho que minha mãe está bem mais que eu!

 

— Humm!

 

E pronto! Esse foi o fim de nossa conversa, então o avião decolou, e tive que prender a respiração para não rir com a gasturinha que sempre sentia em minha barriga quando voava. Sasuke pareceu não notar por um momento, mas quando nos estabilizamos no ar, percebi que ele me olhava de lado, e senti sua mão apertando a minha, num carinho reconfortante.

 

Eu não sabia o que estávamos fazendo, não sabia o que era esse nosso relacionamento complicado, muito menos o que se passava pela mente dele, já que sequer me entendia, só sabia que queria tentar relaxar antes que tudo explodisse mais uma vez. Não era mais um pensamento negativo, era só uma questão de lógica, tudo na vida tem altos e baixos, na minha vida isso era um pouco mais presente.

 

Estava morrendo de sono, já que quase não tinha dormido essa noite por causa daquela situação complicada em que nos metemos e que sequer sei como realmente começou. Minha cabeça estava latejando um pouco por causa das cervejas que tomei e minha boca estava com o gosto amargo da ressaca, mas eu estava me sentindo bem, apesar de tudo isso.

 

   Recostei minha cabeça, sutilmente, no braço dele, e Sasuke soltou minha mão, passando seu braço por detrás de meu pescoço, deixando que eu deitasse em seu peito. As pessoas estavam mais caladas agora, e tudo estava começando a se encaixar para mim, de uma forma muito estranha, mas estava.

 

Dormi bem tarde e acordei bem cedo, já que pegamos o primeiro voo do dia, e o calmo respirar de Sasuke estava começando a embalar meu sono, seu corpo começando a me aquecer um pouco do frio do ar condicionado, e sua mão acariciando meus cabelos era um convite para que eu me rendesse. Eu não consegui aguentar e dormi.

 

Pouco mais de duas horas depois já estávamos prestes a aterrissar, quando acordei sentindo seus beijos em minha testa. Ainda estava tão relutante com relação a tudo aquilo que ele me oferecia... mas ainda assim se afastar dele seria algo realmente difícil para mim. Ele me enganou, foi imprudente e egoísta. Eu confiei nele, só que devia me lembrar que ele também confiou em mim.

 

Sou uma acompanhante de luxo, ele tinha uma DST tratável, mas eu poderia ter uma doença não curável, uma HIV, por exemplo, mas ainda assim ele confiou. É, eu sei que é estranho, eu sei que ele foi errado, mas eu também fui. Eu deixei ele ir até onde foi, e o mesmo risco que eu corri, ele também correu.

 

A mágoa é um sentimento corrosivo, que destrói tudo por onde passa, eu não queria isso para mim, não queria mais ter que sofrer por escolhas erráticas, ou por medo de não conseguir superar. Quero tentar viver de forma agradável, mesmo que isso implicasse em perdoar o imperdoável, em ter que me desdobrar para lançar fora o meu orgulho para conseguir seguir em frente.

 

Ele estava ali, estava do meu lado depois de tudo o que aconteceu. Ele escolheu estar. Sasuke poderia simplesmente ter se recusado a tentar uma explicação, poderia ter se sentido aliviado com as vezes em que disse que não queria ouvi-lo, mas não. Ele insistiu, fez de tudo para que eu entendesse que ele me queria realmente, e que estava arrependido do que fez. Isso deveria ser o suficiente, uma pena que as coisas não fossem tão simples assim. Só que apesar de toda dor que ainda sentia em meu coração, não podia simplesmente negar para mim mesma que não o queria, o difícil mesmo estava sendo aceitar isso.

 

— Vamos? — ele chamou, assim que as portas do avião se abriram, e eu acenei positivamente, porém sem encara-lo nos olhos.

 

Eu havia comprado a passagem para ir de ônibus para a casa da minha mãe, já que do aeroporto até lá são cerca de uma hora, mas Sasuke insistiu em alugar um carro, então pegamos nossas malas e fomos direto para a locadora, parando apenas para que Ino e eu comprássemos uns chips para comermos no caminho.

 

Sai e Sasuke, estranhamente, pareciam irmãos, se colocassem os dois juntos de Itachi, poderia se dizer que pertenciam à mesma família, Sai só era um pouco... magro perto deles, além de mais pálido e mais baixo. Ino andava ao meu lado, e eles logo a frente, e eu só pensava em tentar quebrar o silencio ainda.

 

O carro era bonito, dava até dó de comer meu chips ali dentro e arriscar sujar tudo, mas eu estava com vontade de por algo salgado na boca, e nada me impediria. Sai fez questão de pagar a gasolina, deixando Sasuke visivelmente irritado, bem mais do que de costume. E assim que começamos a seguir caminho, liguei para minha mãe. Ela nos deu milhões de instruções, mas eu realmente não estava entendendo nada, então estendi o celular para Sasuke, que me olhou feio, mas fingi que não vi.

 

— Oi! — ele disse depois de parar o carro, com aquela voz grave dele, de quem acordou com um balde de água gelada no rosto.

 

 — O que ela disse? — Ino perguntou, se agarrando à poltrona do carona, onde eu estava sentada.

 

— Um monte de coisas. Para tomarmos cuidado, que não era para virmos rápido, disse também que a estrada de antes agora é contramão. Então não sabia o caminho que ela estava dizendo. — Dei de ombros e olhei para Sasuke, que continuava ouvindo atentamente as instruções que eram gritadas por dona Mebuki do outro lado da linha.

 

—Entendi! Não. Da Sakura — ele disse, e me olhou. — Imagina! — E passou o celular para mim de novo, voltando a dirigir.

 

— Oi, mãe, já disse, não se preocupa, estamos com o GPS!

 

— Eu não confio nessas coisas, Sakura, você sabe! — ela disse com a mesma paranoia de sempre.

 

— Sei, sei! Daqui a uma hora estamos aí, não se preocupa!

 

— Estou indo para o salão, queria que você tivesse vindo ontem, mas comprou a passagem em cima da hora, parece que não sabe se programar!

 

— Tá, mãe! Até daqui a pouco!

 

— Manda um beijo para Ino!

 

— Mãe! Daqui a pouco a gente chega, aí você dá quantos beijos quiser nela! — Desliguei o celular e respirei fundo, enquanto Ino gargalhava. — Chega, porca! — Sasuke me passou uma olhada de soslaio, porém continuou a dirigir.

 

— Tia Mebuki não muda nunca! — ela disse.

 

— O que minha mãe falou? — questionei ao Sasuke.

 

— Nada demais — ele disse, parando em um sinal, mas se pensava que eu ficaria aguentando suas palavras curtas, seguidas de olhares atravessados, estava muito enganado.

 

Tirei meu cinto e me esgueirei para o banco de trás, vendo o olhar raivoso dele pelo retrovisor. Eu entendia que esse fosse seu jeito, sempre soube que ele era carrancudo, mas eu não me submeteria a ele nunca. Talvez se ele tivesse me conhecido antes de eu ter me tornado uma acompanhante, agora eu estaria como um filhotinho de cachorro assustado, quietinha ao seu lado, mas depois que entendi que ser uma mulher de verdade não é só ter princípios, mas também atitude, entendi que jamais deveria me deixar ser conduzida.

 

Ino se desgrudou um pouco do namorado, e dividimos meu fone de ouvido, já que Sasuke disse que não queria barulho na cabeça dele. Na metade do caminho Sai já estava dormindo, e eu estava praticamente arrependida por ter permitido que o Uchiha tivesse vindo atrás de mim. Ele era gostoso, sexy, sedutor, mas um porre. Isso porque eu sempre fui muito mais tolerante do que parece. Não entendia como fui gostar de um cara assim.

 

Ao chegarmos no meu bairro, eu logo me ajeitei no estofado, olhando para fora da janela. Estava tudo exatamente como antes, a vendinha de seu Emanuel ainda estava com a porta remendada, os moleques brincavam de bola no meio da rua e ainda reclamaram por terem tido que parar a brincadeira para o carro passar, as velhas fofoqueiras da vizinhança faziam seu plantão rotineiro de vigia na porta de casa, ao invés de estarem preparando o almoço para seus maridos, que a uma hora dessas deveriam estar no boteco da esquina tomando uma cerveja para esfriar a cabeça... Sei que tudo isso, todo esse lugar era completamente diferente da cidade grande, mas ainda assim era o meu lar e eu senti muita falta dele.

 

— Vira essa esquerda, terceira casa — falei, sem parar de olhar pela janela, me sentindo estranha em estar ali de novo.

 

— Sakura, estão vendendo a casa de Asuma, aquele professor da escolinha de futebol — Ino disse, se inclinando sobre mim para olhar.

 

— Meu pai falou que ele morreu, já faz dois meses, não te disse? — perguntei, olhando ela por cima do ombro.

 

— Não!

 

— Parada cardíaca, se não me engano.

 

— A mulher dele estava grávida, né?

 

— Sim! — disse com meus olhos brilhando ao ver o carro parando em frente à minha casa. — O nome da neném dele é Mirai.

 

Abri a porta, me sentindo uma boba com o tamanho do sorriso que estava em meu rosto. A casa dos meus pais continuava pintada com aquele tom de verde musgo que eu sempre odiei, a grade do portão continuava com um amassadinho em baixo, por causa do dia que meu pai passou mal, e o sr. Choza estava afobado demais e bateu com a traseira do carro no portão, que estava semiaberto.

 

— Saaakuraaa... Inooo! — Olhamos para trás, vendo Choji, filho de Choza, acenando para nós, vindo em nossa direção. Sasuke permaneceu parado, encostado no capô do carro, enquanto minha amiga e eu íamos cumprimentar o rapaz.

 

— Quanto tempo! — Ino gritou, pulando em minha frente e o abraçando. Os dois eram muito próximos quando crianças, já que seus pais eram amigos de bocha.

 

— Ei Choji! — falei o cumprimentando, logo após Ino o soltar.

 

— Nossa... vocês estão diferentes!

 

— Não fala bobagem, gor...fofinho! — Ino falou, com sua mania de bullying.

 

— Sakura? — Me virei no mesmo instante em que ouvi a voz do meu pai, ele estava abrindo o portão de casa, com seus cabelos desengrenados.

 

— Pai? — praticamente gritei, horrorizada, enquanto me aproximava dele, vendo Sai e Sasuke olhando atentamente para o velho. — O que o senhor fez com esse cabelo? — questionei o abraçando, mas sem parar de olhar para ele, enquanto Ino vinha atrás de mim, soltando uma de suas gargalhadas espetaculosas.

 

— Uma experiência que não deu muito certo! — ele disse me soltando e passando as mãos no cabelo rosa escuro, quase no mesmo tom que o meu. Estava parecendo um palhaço.

 

— Tio Kizashi, estava tentando imitar a Sakura? — ela perguntou, praticamente me empurrando para abraçar ele.

 

— Pois é! — ele falou desconcertado. — Usei um daqueles spray de colorir, mas Mebuki brigou comigo, então quando fui tirar descobri que tinha comprado a tinta errada, era tinta permanente!

 

— Nossa! Mas por que fez isso? — questionei, pegando uma mecha de seu cabelo, que estava tão duro que ficou do mesmo jeito que eu larguei.

 

— Foi uma brincadeira, sua mãe estava implicando com seu cabelo, então resolvi fazer isso para irritar ela um pouquinho.

 

— É, tio! Mas agora vai ter que comemorar seu aniversário de casamento com o cabelo rosa! — Ino disse num tom brincalhão, e não pude aguentar em rir também, até que meu pai caísse no real e visse dois guarda costas atrás da gente.

 

— Você é o namorado da Sakura? — ele disse engrossando sua voz, como se os meninos não tivessem ouvido seu tom brincalhão, e se aproximou de Sai com a cara feia.

 

— Não, pai, não tenho...

 

— Eu que sou! — Sasuke falou, contornando o carro e estendendo a mão para meu velho, me fazendo ficar com a cara no chão, até porque eu tinha dito para minha mãe que ele era apenas um amigo. Meu pai me olhou de uma forma nada agradável, e eu cheguei a tremer, soltando uma risadinha sem graça.

 

— Sakura, ele não fica indo na sua casa, não é filha? — ele perguntou ameaçadoramente.

 

 — Não, pai, imagina! — Comecei a rir ainda mais sem graça, me aproximando deles, que mantinham contato visual um com o outro de maneira assustadora.

 

Ela vai na minha casa — ele disse.

 

— Sasukeee! — Ino gritou o repreendendo.

 

— Sakuraaa! — meu pai bradou, soltando a mão dele rapidamente, olhando raivoso para mim. Eu poderia ser enterrada naquele mesmo momento, já estava morta mesmo!

 

— Não tem motivos para se preocupar — Sasuke falou, passando seu braço pelos meus ombros, enquanto eu já começava a lacrimejar os olhos com medo do meu pai.

 

— Não tenho...


   — Vou me casar com ela! — Sasuke falou me interrompendo, e calando a fúria do velho, mas não a minha. Ele deu um beijo na minha testa, e eu um pisão no pé dele, mas ele aguentou a dor fingindo que nada estava acontecendo, rindo como um besta.

 

— Eu vou ligar para sua mãe, e você... — ele disse, nervoso, apontando para Sasuke, respirando fundo e virando as costas para começar a entrar em casa.

 

— Idiota! — Ino falou, mas ela não poderia dizer muita coisa, já que Sai só fazia rir estranhamente da situação.

 

— Te odeio! — disse para ele, tentando me soltar de seu braço e ir para dentro de casa como os outros, mas ele não deixou, me mantendo presa a ele. — Me deixa entrar? — pedi nervosa.

 

— Por que está desse jeito? Imagina se ele descobre com o que você trabalha — ele disse calma e cinicamente.

 

— Você não se atreveria...

 

— Não! Mas acho que você já está grandinha demais para ter seu pai tentando "proteger sua honra" — ele disse fazendo aspas com os dedos.

 

— Mas não devia ter falado assim, e eu não vou me casar com você, também não sou sua namorada! — disse, praticamente arrancando o braço dele dos meus ombros e tentando entrar, só que ele não deixou mais uma vez, me puxando para ele de novo.

 

— Eu sou seu namorado. Coloca isso na sua cabeça.

 

— Idiota!

 

— Marrenta! — ele falou, me roubando um beijo rápido e começando a me empurrar para dentro de casa.

 

O lugar estava uma imensa bagunça, tinham enfeites, copos e pratos descartáveis para todos os lados. Meu pai estava na cozinha, falando com minha mãe no telefone, já não parecia mais zangado, o que era um dom divino que minha mãe tinha. Quando meu pai desligou o telefone, passou por nós com uma cara nada boa para o Uchiha, começando a colocar todas aquelas coisas dentro de caixas de papelão que estavam empilhadas na sala, perto de onde havíamos parado.

 

Sasuke começou a tirar seu paletó, afrouxou sua gravata e depois a tirou, estendendo ambos para mim. Eu os peguei, e logo Sai também tirou seu paletó, o entregando para Ino. A princípio meu pai pareceu ignorar o fato de que os dois estavam começando a ajuda-lo, mas eu já sabia que ele agiria assim.

 

Respirei fundo, vendo-os juntando todas aquelas coisas, e puxei Ino para a cozinha, estava louca para beber água. A casa dos meus pais era bem simples, mas nenhum dos dois rapazes pareceram se importar com isso — coisa que confesso ter me preocupado um pouco.

 

— Tem certeza que é seguro aqueles dois ficarem juntos? — Ino perguntou em meio a um sussurro, enquanto eu abria a geladeira.

 

— Meu pai vai saber lhe dar com Sasuke, você tem sorte por não ter que enfrentar isso. Seu pai é supertranquilo.

 

— Mas em compensação a minha mãe...!

 

— Vamos pegar as coisas no carro? — perguntei, indo colocar o copo na pia, e ela fez o mesmo em seguida.

 

— Deixa eu guardar isso primeiro! — falou, mostrando o paletó em sua mão.

 

Fomos para meu quarto, e eu quase morri de rir ao ver três colchões posicionados no chão. Minha mãe foi minuciosa, o quarto era pequeno, mas ela deu um jeito de colocar dois colchões com lençóis estampados com carrinhos um do lado do outro — o jeito dela de dizer que garotos dormem longe de garotas — enquanto o outro colchão estava bem perto da minha cama, com um lençol rosa cheio de bonecas. Dobramos as coisas deles e peguei a chave do carro com Sasuke, que estava colocando as coisas na caminhonete velha do meu pai, e fomos pegar as malas minha e de Ino, e as bolsas dos meninos. As coisas deles estavam tão leves que pareciam não ter trazido nada.

 

Colocamos tudo espremido no canto do meu quarto e liguei para minha mãe, perguntando em que salão ela estava. Para o total azar de Ino, minha mãe e a mãe dela estavam no mesmo salão. A sorte era que Hinata estava lá também, nos esperando. Antes de sairmos do quarto, Sasuke apareceu na porta, com as mangas de sua blusa levantadas até os cotovelos.

 

— Vamos levar as coisas no salão de festas com seu pai.

 

— Nós vamos no salão de beleza — disse, passando por ele.

 

— Quer que eu leve vocês? — ele perguntou, me assombrando com sua cordialidade repentina.

 

— É aqui perto, não precisa! — Ino disse, passando seu braço por entre o meu, ele acenou positivamente e saiu na nossa frente.

 

O salão ficava bem perto de casa mesmo, era na rua de trás da casa dos meus pais, na rua da casa onde os pais de Ino moravam. Ela estava nervosa, e eu estava nervosa por ela, que agarrava meu braço com mais força a cada passo que dávamos. Antes de subirmos a calçada do salão, ela puxou meu braço, parou, respirou fundo e depois tornamos a andar. Ela me deixou assustada com isso. Ao entrarmos no salão pequeno, onde as três mulheres que nos esperavam faziam os cabelos, todas elas se levantaram da cadeira. Eu queria sair correndo e abraçar minha mãe e minha amiga, mas fiquei petrificada olhando para tia Noriko, que encarava Ino, séria demais. Todo mundo percebeu porque ficamos paradas, inclusive as duas cabelereiras e a manicure.

 

— Ino? — ela sussurrou, parecendo estar em choque. Eu belisquei minha amiga, mas ela ainda assim não me soltou, nada fez.

 

— Parem com essa palhaçada agora mesmo, vocês duas! — minha mãe rosnou, pegando na mão de tia Noriko e carregando ela até onde estávamos, em meio a puxões. — Vocês deviam ter vergonha nessa cara de vocês! Noriko, ela é sua filha. Não importa se ela planta milho ou se dá comida a macacos, o sangue que corre nas veias dela não muda por conta disso! — A mulher continuou parada, mas eu senti minha amiga afrouxando seu braço do meu, até dar um passo para frente, e tia Noriko a agarrou com tanta força que achei que minha amiga partiria no meio. Foi emocionante, até minha mãe fazer o mesmo comigo, quase me esmagando.

 

— Calma mãe!

 

— Menina, mas você está magrinha demais! — minha mãe disse, enquanto eu ouvia Ino se desculpando com sua mãe baixinho, ao meu lado.

 

— Ela está linda, dona Mebuki! — Hinata disse, vindo me abraçar.

 

Logo aquele salão se igualou a uma festa, estávamos conversando tanto, sobre tantas coisas, que aquilo já estava me deixando louca. Aproveitei para pedir que a manicure fizesse minhas unhas, já que eu não tive como pensar nisso durante esta semana. Minha mãe queria me levar para o hospital, quando viu as palmas da minha mão queimadas, e Ino ainda ficou conversando com sua mãe por um longo tempo, até que elas se juntassem a nós, e a garota resolvesse que lavaria seus cabelos.

 

Depois o foco da conversa foi o bebê de Hinata, que infelizmente ainda estava novinho demais para sabermos o sexo. Ela estava tão empolgada... estava ainda mais linda do que da última vez que a tínhamos visto, seus olhos cintilavam quando ela falava sobre as roupinhas, sobre o quarto que já estavam programando pintar, esperando apenas saber o sexo do nenê. Até as cabelereiras e a manicure estavam no meio do assunto, até porque elas nos viram crescer. Cidade pequena é assim, todo mundo conhece todo mundo, não existe segredo!

 

— Estou louca para conhecer seu namorado. E nós temos muito o que conversar, mocinha! — minha mãe disse, e eu já olhei para as meninas preocupada, pois já sabia que ela ia me perguntar sobre meu apartamento.

 

— Tia, o que foi aquilo que tio Kizashi fez no cabelo dele? — Ino perguntou, batendo uma palma, tentando chamar a atenção da minha mãe.

 

— Vocês viram? — Hinata questionou, rindo.

 

— Ah, meninas, nem me lembrem daquela papagaiada. Ele tinha que fazer essa porcaria justo no dia que vamos comemorar nossas bodas, parece brincadeira! Já estou em meio a prantos só de imaginar nosso álbum! — minha mãe disse fazendo seu drama de sempre. Todas nós rimos muito, não só com essa, mas com todas as confusões que conseguimos nos lembrar naquele momento, que meu pai já havia feito.

 

Ino e a mãe dela estavam se entrosando, as coisas realmente pareciam estar caminhando para o rumo certo. Não poderia estar mais feliz do que hoje, tinha resolvido minha vida, quero dizer; ainda não sabia ao certo o que fazer com Sasuke, mas isso era o de menos agora.

 

 Assim que minha amiga terminou de lavar e secar seu cabelo, ela foi com sua mãe para casa, ver seu pai. Hinata ficou de passar na casa da boleira, para ver se tudo já estava pronto para ser levado até o salão de festas, então saiu logo depois de Ino e a mãe dela.

 

No fim das contas eu só fiz minhas unhas mesmo, então assim que minha mãe terminou fomos embora, eu ainda precisava dizer para o Sai ir na casa dos sogros. No meio do caminho, estava me sentindo uma política, minha mãe me fazia cumprimentar todos que víamos, com sorrisos, acenos, beijinhos e conversa fiada. Quando vi meu pai e os meninos colocando umas coisas estranhas dentro da caminhonete, me senti até aliviada, era uma rua do salão até em casa, mas demoramos uma eternidade para chegar.

 

— Qual desses é o seu namorado? — minha mãe sussurrou no meu ouvido. Até pensei em dizer que não tinha namorado, mas me lembrar de Sasuke correndo risco ao se apresentar daquele jeito para meu pai foi o suficiente para eu mudar de ideia.

 

— O mais alto! — disse para ela.

 

— Ele foi tão sério no telefone!

 

— Ele é um enjoado, isso sim! — disse, mas ela fingiu não ouvir, abrindo os braços e praticamente capturando Sasuke como se ele fosse fugir dela.

 

— Oi, querido! Que bom te conhecer! — ela disse apertando Sasuke em um abraço, minha mãe não deu chances nem mesmo de ele retribuir, já que estava apertando os braços dele. Meu pai e Sai estavam morrendo de rir logo atrás, e eu estava ficando preocupada por ver a cara descontente de Sasuke.

 

— Mãeee, vai matar ele sufocado desse jeito, por favor!

 

— Nossa, como você é lindo! — ela falou, apertando o rosto dele entre suas mãos. Era vergonha demais para uma filha só.

 

— Obrigado! Está animada para mais tarde? — ele disse, se afastando de minha mãe como podia, vindo em minha direção e segurando minha cintura, praticamente se escondendo dela.

 

— Muito! Demais!

 

— Mãe, aquele é o Sai, namorado da Ino!

 

— Vocês dois são primos? — minha mãe perguntou, e eu já estava cansada de tanta conversa.

 

— Não! Nos conhecemos ontem a noite, na verdade! — Sai disse, estendendo a mão para cumprimentar minha mãe.

 

— Ontem? — minha mão questionou, espantada, e eu só fiz uma cara feia para que ela cumprimentasse o garoto logo.

 

— Prazer, dona Mebuki! — ele disse educado, perguntando sobre Ino em seguida.

 

Explicamos para ele onde ela estava, e como chegar na casa dos pais de Ino, mas minha mãe não deixou que ele saísse antes de falar sobre as regras da casa, que na verdade se limitava a uma só: dormir com a porta do quarto aberta. Então meu pai fez questão de contar: “Não sei se eles deviam ficar todos juntos, o Sasuke disse que a Sakura dorme na casa dele”. O barraco foi armado ali na rua mesmo, e Sai aproveitou o momento para ir embora para a casa da mãe de Ino.

 

Eu tentava explicar para eles que dormir com o namorado era algo normal, e o pior é que por mais que eu cutucasse o Sasuke, a única coisa que ele fazia era dizer: "É!" Já estava ficando louca, envergonhada, e eles não paravam de falar, até sobre camisinha e anticoncepcional minha mãe falou, por sorte não havia ninguém na rua no momento. Não que eu tenha visto, ainda assim era provável que o bairro inteiro ficasse sabendo o que aconteceu horas depois. Lugares pequenos!

 

— Eu quero mesmo saber como você comprou um apartamento com salário de atendente de lanchonete — meu pai falou, nervoso, e foi aí que toda aquela confusão acabou se tornando em um silêncio, enquanto eu sentia minhas pernas tremendo.

 

— Eu dei o apartamento para ela — Sasuke disse, e todos, inclusive eu, olhamos para ele espantados. Realmente não acreditava que ele estava tentando me tirar de uma confusão.

 

— Como assim você deu? Saaaakuraaa, eu não te dei nenhuma educação? Como você aceitou isso? — minha mãe falou brava, e então Sasuke começou a rir de maneira assustadora. Estava ficando com medo só de pensar onde tudo aquilo pararia.

 

— Ela não teve escolha, dona Mebuke. Não se preocupe!

 

Chamei a todos para que pudéssemos entrar para casa, quando vi um vizinho curioso olhando a gente pelo portão. Sasuke voltou com aquela conversa mole de casamento, tentando convencer meus pais de que ele ter me "dado" um apartamento era algo normal.

 

Minha mãe pediu comida de um restaurante que tinha no centro pelo telefone e fez um café para nós, enquanto Sasuke falava sobre seu trabalho. Eu ainda estava bastante tensa com tudo aquilo, eles estavam fazendo perguntas para ele — todos os tipos de perguntas. E o cara de pau teve a coragem de dizer que era virgem quando me conheceu, eu estava à beira de um ataque de nervos, nunca tinha ouvido tanta besteira em toda minha vida. O pior é que ele falava sério, da maneira mais convincente do mundo, e minha mãe parecia acreditar, só não digo o mesmo do meu pai.

 

Quando eu já estava desfalecida na cadeira da cozinha, sentindo meu corpo sendo esmagado pela força que Sasuke usava para me manter perto dele, segurando minha cintura, alguém começou a buzinar do lado de fora. Eu disse que ia atender; era o único jeito de fugir de toda aquela ladainha mentirosa. Para meu agrado, era nossa comida que havia chegado.

 

Era tudo muito simples, arroz, feijão, batata frita (daquelas que já chegam murchas), churrasco, farofa e suco de acerola. Achei que Sasuke não ia gostar — a julgar pelas coisas que ele era acostumado a comer — só que ele não se fez de rogado e até pegou a aza de frango com a mão! Acho que esse foi o único momento que pareceu que meu pai havia se afeiçoado a ele.

 

Depois disso os dois bonitões foram assistir televisão, minha mãe e eu fomos dar uma olhada no vestido que ela havia comprado — que na verdade foi um presente meu, mandei o dinheiro ela escolheu. Era lindo, um tom pastel quase branco com a cintura marcada por pérolas, o sapato era da mesma cor, também com pérolas nas pontas. O vestido era longo, tomara que caia, minha mãe tem um corpo esbelto e muito bem estruturado, ficaria lindo nela. Estava emocionada com aquilo.

 

Depois de algumas horas Hinata ligou, dizendo que o bolo e os doces estavam prontos, então Sasuke e meu pai saíram para pegar tudo e levar para o salão. Depois Ino e Sai chegaram, e resolvemos ir para o salão de festas também, ver como a mulher que minha mãe tinha contratado organizava tudo. Ao chegar lá, Hinata e Naruto estavam no lugar.

 

Todos começamos a conversar, vendo o movimento das três moças que trabalhavam colocando mesas, cadeiras, tapete vermelho, arranjo de flores, tudo em seu devido lugar. Naruto estava diferente do que eu me lembrava, parecia mais maduro inclusive. Acho que acabei perdendo a birra que tinha dele, o garoto sempre foi muito legal com todo mundo, isso não queria dizer que ele se apaixona por todo mundo.

 

Depois os rapazes se juntaram em um canto, minha mãe ficou no telefone com uma amiga antiga, que foi sua madrinha de casamento, Hinata, Ino e eu ficamos conversando, até o momento em que vi meu pai bravo com alguma coisa que os meninos haviam feito, então resolvi ir até lá interferir antes que tudo aquilo virasse uma briga maior.

 

— O que foi, pai? — perguntei, vendo meu pai com o rosto vermelho.

 

— Não é nada! — ele disse nervoso.

 

— Estamos nos oferecendo para cobrir as despesas da festa, mas seu pai não quer aceitar — Sai disse.

 

— Bom, gente... — comecei, sem saber ao certo o que dizer.

 

— Sakura, nos conhecemos desde pequenos, eu aprontava todas na casa dos seus pais, diz para ele que é só um presente! — Naruto falou.

 

— Nada disso, você deve estar apertado, com sua mulher grávida! — meu pai disse, abanando as mãos em negação.

 

— Eu não estou tão apertado — ele rebateu.

 

— Devia aceitar — Sai insistiu. Então Sasuke desencostou da parede, enfiou a mão no bolso e começou a tirar dinheiro de lá de dentro.

 

— Se não aceitar, vou deixar o dinheiro em cima da mesa. — Sai fez o mesmo, depois Naruto. Confesso que até eu me senti envergonhada naquele momento, mas eles não estavam deixando escapatória. Cheguei a enfiar a mão no bolso para ver se dava para contribuir também, mas só tinha umas moedinhas!

 

— O que está acontecendo? — Ino perguntou, se juntando a nós com Hinata.

 

— Os meninos estão cobrindo as despesas da festa.

 

— Nossa, que legal! O Naruto já tinha comentado que queria ajudar de alguma forma! — Hinata falou.

 

— Mas é um pouco constrangedor, Hina! — disse!

 

— Que isso? Estão distribuindo dinheiro? — minha mãe disse, empolgada, se aproximando da mesa em que meu pai e os garotos ainda discutiam.

 

Estava tudo começando a desmoronar, até minha mãe juntar todo dinheiro que estava em cima da mesa e agradecer os garotos com um de seus abraços matadores. Já estava começando a ficar tarde, os meninos estavam mesmo precisando de um banho, e nós precisávamos começar a ajudar minha mãe a se arrumar.

 

Minha mãe, Ino e eu fomos para a casa da Hinata, levamos tudo o que precisávamos para nos arrumar, já que a casa da minha amiga ficava bem mais perto do salão de festas. Meu pai e os rapazes foram para a casa dos meus pais, se arrumarem lá, para nos pegarem depois. Estava torcendo para que eles não bagunçassem nada, caso contrário minha mãe surtaria depois.

 

De início minha mãe pretendia fazer a maquiagem no salão, mas antes de pegar o avião eu disse para ela que Ino iria comigo, e que ela era muito melhor com maquiagens do que muita profissional. Então tomamos nossos banhos e Ino começou sua obra de arte em todas nós, deixando minha mãe por último, dizendo que era para não correr o risco de estragar.

 

Coloquei um vestido preto de festa, que ia até o joelho, com uma linda saia aberta, marcado na cintura. Ino vestiu um vestido vermelho aberto nas costas e Hinata um vestido azul com decote. Estávamos radiantes, e eu já havia esquecido de todos os meus problemas. Aquilo tudo estava sendo terapêutico para mim.

 

É claro que ainda me sentia um pouco magoada com Sasuke, mas ver ele tentando fazer o possível para me agradar — mesmo com seu jeito mal-humorado — estava me amolecendo um pouco mais. Já estávamos atrasadas quando Sai chegou para buscar a gente na caminhonete do meu pai. Tivemos que nos apertar lá dentro, e quando já íamos saindo, Sasuke chegou no carro que alugou para pegar minha mãe.

 

Quando chegamos no salão, quase não o reconhecemos. Estava lindo com aquela iluminação mais clássica, e as flores copo-de-leite espalhadas pelo lugar deixava tudo mais elegante e sofisticado. Minha mãe sempre teve bom gosto na hora de organizar festas, mas não imaginava que ficaria tudo tão incrível. Nos sentamos nas mesas que estavam bem na frente, juntando duas mesas. Naruto estava conversando com meu pai, que estava no altar, ele estava muito engraçado com aquele cabelo rosa, e tenho que confessar que minha mãe até que reagiu bem a isso até agora. Talvez por não ter visto nenhuma foto deles juntos com aquele look ainda! Depois de uns minutos, Naruto largou meu pai e se sentou com a gente.

 

Então minha mãe chegou, e aquele aglomerado de pessoas que conversavam sem parar se calou. Ela estava agarrada no braço de Sasuke como se estivesse com medo de cair, e ele parecia indiferente, com a mão livre no bolso. Até que a música começou a tocar e todos se levantaram de suas cadeiras. Minha mãe falou alguma coisa no ouvido de Sasuke, então os dois começaram a caminhar pelo tapete vermelho.

 

— O Sasuke vai entregar sua mãe? — Ino perguntou espantada.

 

— Achei que ela ia sozinha! — Hinata comentou.


   — Droga! Minha mãe não devia ter feito isso! — falei chateada.

 

Mas apesar de tudo, eles estavam lindos caminhando juntos até o altar, estava emocionante, e de minuto a minuto alguém me olhava. O problema é que por mais que Sasuke e eu estivéssemos tentando encarar tudo aquilo numa boa, nem sabíamos ao certo o que estávamos fazendo, se realmente estávamos namorando, muito menos se daríamos certo ou continuaríamos juntos. E agora eu tinha que me preocupar por saber que se nos separássemos de uma vez, todas as vezes que eu fosse olhar para o álbum de bodas de pérola dos meus pais, teria que ver fotos dele, levando minha mãe para renovar votos com meu pai.

 

Apesar de tudo, e sobre todas as coisas, aquele canalha era muito lindo. Aquela marra e seu jeito arrogante eram o que eu mais odiava nele, só que também era o que o deixava mais charmoso. Ele abraçou minha mãe antes de apertar a mão do meu pai, e o legal naquilo tudo é que pareceu ser um abraço genuíno, então ele veio em minha direção, ainda sério como estava, se colocando ao meu lado.

 

Quando meus pais começaram a trocar seus votos, foi um chororô. Até Ino estava derretida em lágrimas, Hinata tudo bem, todo mundo já sabia que ela era sensível a essas coisas, mas a Ino impressionou. Quando eles se beijaram, senti meu coração se acelerar ao ter minha mão apertada pela de Sasuke, então me recostei em seu peito em um meio abraço.

 

A quem eu estava querendo enganar? Eu queria estar com ele.

 

Todos aplaudiram fortemente, foi muito romântico, fiquei com vontade de beijar também, foi quase que inevitável, mas o Uchiha não pareceu ter entendido, então ficou por isso mesmo. Algumas pessoas começaram a se levantar de seus lugares para cumprimentar eles, enquanto o buffet era servido.

 

Os meninos se levantaram depois de um tempo e foram para o bar, e nós meninas ficamos conversando e comendo alguns petiscos. De tempo em tempo alguém conhecido ia em nossa mesa, conversar um pouco com a gente, perguntar como era São Paulo, como estava na faculdade, até que Ino nos confidenciou estar se sentindo motivada, e que iria fazer um vestibular para fazer enfermagem. Demos um abraço grupal, estava realmente feliz por saber que ela estava colocando juízo naquela cabecinha.

 

Erámos novas, ainda tínhamos muito para desvendar sobre o mundo pela frente, estávamos unidas como sempre, talvez até mais do que antes. Hinata com um lindo bebezinho a caminho, e eu... bom, eu estava deixando que a vida me levasse pelo caminho que achasse mais apropriado para mim, torcendo para que o homem que me observava de longe superasse minhas expectativas e medos, torcendo para ter um futuro agradável.  

 

Nós dançamos, brincamos, comemos muito doce e muita besteira, até que as pessoas começaram a ir embora, meus pais já estavam cansados, meus pés doendo por causa do salto, e ainda assim queria continuar aproveitando tudo aquilo. Eu sentia que minha vida estava começando ali, era um sentimento estranho para se ter beirando os vinte e três anos de vida, mas era algo realmente verdadeiro e acolhedor.

 

Recolhemos algumas garrafas de cerveja, vodka, energético e suco para Hinata. Nos despedimos dos meus pais, dos pais de Ino e do pai de Hina, então fomos nós seis para a pracinha pequena que tinha no bairro. As ruas já estavam desertas, era madrugada e as pessoas estavam dormindo. Nos sentamos em um banquinho, Sasuke, Naruto e Sai ficaram sentados na beirada do encosto, logo acima de nossas cabeças, com cada uma de nós no meio de suas pernas. Estávamos falando sobre tantas bobagens, coisas idiotas que aconteceram durante nossa infância, que já estava parecendo tudo sem sentido. Sausuke estava com uma de suas mãos em meu ombro, apenas ouvindo toda aquela conversa boba, enquanto bebia sua vodka pura.

 

O que é a felicidade na verdade? Eu não saberia explicar nem se passasse o resto de minha vida tentando, só sabia que aquele momento estava sendo incrível, que eu me sentia leve e verdadeiramente amada, não digo isso só por Sasuke, mas pelos meus amigos. Eles sempre foram minha força, minha ajuda para quando eu estava caída, e sim, Sasuke também estava começando a fazer parte de tudo aquilo que aquecia meu coração, e isso era tão bom quanto chocolate em dias amargos, ou um filminho bom e pipoca em dias chuvosos.

 

Inclinei minha cabeça para trás, e ele estava com um sorriso mínimo nos lábios, aquele sorriso torto, sádico e sedutor que ele sempre manteve. Estava levando seu copo até a boca quando percebeu que eu o encarava, olhou para mim, abaixou seu corpo e me beijou. Mas não foi um beijo de língua como aqueles que costumávamos dar, foi só um selar de lábios demorado... demorado o suficiente para que eu sentisse que ele realmente estava ali por mim, mesmo com seu jeitão bruto e disperso.

 

— Ah... Hinata! Eu também quero beijar! — Naruto gritou, e todos começaram a rir.

 

Todas nós, garotas, inclinamos nossas cabeças para trás e demos nossas mãos, mostrando o quão forte o elo entre nós três era. Eu senti meu rosto queimar de vergonha quando os lábios de Sasuke se juntaram aos meus novamente. Vergonha porque ele não se recusou a fazer aquilo, porque ele estava rindo e parecia tão feliz quanto eu naquele momento, vergonha porque sabia que se um fotógrafo passasse naquele momento, talvez conseguisse tirar a foto de sua vida, onde três casais apaixonados se beijavam em meio a risos e carinhos amigáveis.


Notas Finais


Não se preocupem, logo vocês vão poder saber direitinho o que foi que rolou "na noite" rsrsrs


Eu realmente preciso indicar umas histórias para vocês, adoro compartilhar quando encontro novas fanfics que valem a pena ler, vocês já sabem disso. Inclusive tenho muitas na lista de espera, só aguardando um tempinho extra para ser lida também, então se você tem uma história, me envie! Quem sabe uma hora não é a sua sendo "homenageada" aqui nas minhas notas!!! *-*
Então confiram essas histórias, que tenho certeza que não irão se arrepender, estão cheias de ação, aventura e romance... Estou apaixonada por elas!!! 😍😍

As lendas do Dragão: https://spiritfanfics.com/historia/as-lendas-do-dragao-8067537

O último descendente de Naruto: https://spiritfanfics.com/historia/o-ultimo-descendente-de-naruto-5597834

A Lenda de Link: A Triforce do Crepúsculo: https://spiritfanfics.com/historia/a-lenda-de-link-a-triforce-do-crepusculo-5234239


Vão achar meus comentários em todas essas histórias, comprovem o quão boas são!
Bjnn gatinhas e gatinhos! 😘


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