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História A acompanhante - Sakura e Sasuke (Sasusaku) - Espírito Santo


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???

Já estava com saudades de vir aqui, escrever algo nas notas para vocês!
Amo de paixão cada comentário já lido até agora, a cada dia que se passa me sinto mais lisonjeada por ter leitores tão carinhosos. Muito obrigada pela atenção de vocês e um ótimo ano novo a todos!
Bjs

Capítulo 8 - Espírito Santo


 Foi um pouco difícil dormir depois do que aconteceu, pois a cena de Rock Lee não saia da minha mente. Entendia bem como era passar por dificuldades. Sabia como podia ser terrível quando sentimos vontade de ter algo e não podemos.

 

Minha mãe sempre foi uma mulher muito forte e ela sempre me ensinou a enfrentar as dificuldades de cabeça erguida. Quando ela e meu pai se casaram, eles não tinham nada além de suas roupas. Alugaram uma casa e foram comprando os móveis aos poucos e, assim que conseguiram comprar uma casa, minha mãe engravidou.

 

Os dois completavam trinta anos de casados daqui a menos de cinco meses, e estava feliz por saber que eles continuavam firmes. Nunca tinha pensado em ter um relacionamento sério com ninguém, mas essa vida de acompanhante acabava sendo muito mais solitária do que parece. Sim! Sempre saía com vários homens, mas isso fazia com que um vazio estranho se instaurasse em meu peito.

 

Ainda era virgem quando decidi encarar tudo isso e o normal nessa situação seria que eu me apegasse emocionalmente aos meus clientes, mas não era bem assim que estava acontecendo. Não sentia nenhuma paixão arrebatadora por nenhum deles, a única coisa que conseguia sentir era tesão. Comentei isso com a Ino e ela disse que eu já devia ficar feliz por ao menos sentir isso.

 

A questão era que me sentia estranha ao me lembrar que nunca tinha me apaixonado de verdade por ninguém e às vezes me perguntava se esse também pudesse ser o caso dos meus clientes. Apesar de nem todos eles serem tão novos, ainda eram bonitos, atraentes e cavalheiros, características difíceis de se encontrar, principalmente quando acompanhada por algo chamado dinheiro.

 

Talvez algumas pessoas tenham sido feitas para viverem sozinhas neste mundo, mas era triste pensar em mim como uma dessas pessoas. Porém, quando ampliava ainda mais minha visão, ficava mais apreensiva, já que agora o meu trabalho fazia com que eu me tornasse cada vez mais distante do meu coração.

 

Balancei minha cabeça negativamente, me achando tola por tanto sentimentalismo. Por mais que eu achasse bonita a união dos meus pais, ser esposa de alguém nunca foi meu desejo. O meu sonho estava sendo realizado aos poucos, com muito esforço meu. Sabia que tinha gostado de cada transa, cada instante de prazer, mas algumas outas coisas pesavam meu serviço de maneira rude.

 

Não estava tendo tempo para nada, indo dormir cada vez mais tarde para ficar estudando um pouco mais. Sem contar na vergonha imensa que senti ao ir levar minhas roupas na lavanderia... o olhar da balconista para mim ao ver tantas peças íntimas foi constrangedor demais. É claro que me mantive firme, mas por dentro senti meu mundinho balançar.

 

Estar no salão e ter de borrar minhas unhas recém-feitas era constrangedor, mas não podia deixar meus clientes esperando para terem suas mensagens respondidas, principalmente Orochimaru que era mais... exigente.  Depois, pelo fato de eu ainda estar dentro do salão, elas acabavam concertando as unhas que borravam, mas sempre acabava pagando a mais por isso para não parecer tão chata. Uma delas até disse que eu deveria deixar o celular de lado por uns instantes, e sem graça, apenas disse que meu trabalho não permitia isso.

 

O único momento em que não os respondia era durante minhas aulas, e por sorte eles não enviavam tantas mensagens, mas às vezes pareciam adivinhar quando eu estava ocupada, pois era aí que chegavam mais mensagens. Sem contar que tive de remarcar duas vezes o dia de assinar os papéis do meu mais novo imóvel, já que o trabalho e a faculdade não estavam me permitindo tempo para isso.

 

Fiquei extremamente feliz ao saber que agora a casa que ia morar era minha realmente. E apesar de estar ansiosa por saber que neste momento eles estavam montando meus móveis, não pude ficar para observar o andamento de tudo. Hoje à noite tinha de me encontrar com um cliente e precisei ir no salão me depilar. Quase não achei espaço na agenda da esteticista e resolvi marcar logo minhas próximas visitas a ela, levando em conta meu calendário menstrual.

 

A Ino estava na sala ao lado, e podia ouvir os gritinhos dela da sala que estava. Mesmo não gostando muito de cera quente, essa era a minha opção mais viável, assim não precisaria me preocupar com inconvenientes. Suspirei sofregamente ao sentir mais uma puxada de meus pelos e fechei meus olhos, me recordando agora do fato de que Hinata estava prestes a vir me visitar e precisava de uma desculpa para que ela não se espantasse com minha moradia, obviamente cara.

 

 — Vire de lado, por favor. Assim — disse a esteticista, colocando minha mão em cima da minha bunda e a abrindo um pouco. Algum tempo atrás acharia essa posição algo ultrajante, mas hoje era apenas uma coisa natural.

 

Senti o algodão passando na parte interna de minha nádega e respirei fundo, agradecida por saber que já estava acabando. Apesar de ser apenas a quarta vez que fazia isso, já não sentia tanta dor quanto da primeira. Dizem que se acostuma com a depilação, mas não sei bem se me sentia dessa forma. Sentir dor ao dar prazer é diferente de sentir dor numa situação corriqueira.

 

Apesar de ter me sentido várias vezes assustada com a maneira que Orochimaru fazia as coisas, ele nunca me machucou. Às vezes a dor era por conta do meu psicológico apenas, e sabia disso porque quando relaxava a única coisa que podia sentir era prazer. Pensar nisso me fez sentir um pouco de saudades dele.

 

Mesmo sendo um homem mais calado e rude com as palavras, ele sempre foi atencioso e preocupado com as coisas ao seu redor, inclusive comigo, ao menos era o que aparentava. Às vezes seus olhares pervertidos eram o suficiente para que eu sentisse vontade de abrir minhas pernas para ele. Uma pena que as coisas com o homem em questão não funcionassem tão facilmente, ele gostava de me deixar com bastante sede primeiro, para só depois saciá-la.

 

Dentre todos os homens que saía, o mais tranquilo era Itachi. Descobri recentemente que ele era advogado, e isso foi interessante, já que sabia que podia precisar de um a qualquer momento. Sei que estava sendo tranquilo meu trabalho até agora, mas precisava estar preparada para qualquer coisa, eu escolhi viver assim, agora havia de estar receptiva aos problemas que poderiam surgir. Precisava estar com ambos os pés no chão, rezando pelo melhor e me preparando para o pior. Eram tantos pequenos detalhes, que juntos acabavam se tornando uma bola de neve gigante. Ter de agradar sempre era complicado, e sabia que nem sempre conseguiria isso.

 

Fiquei esperando Ino na recepção após terminar minha depilação e aproveitei para comprar um creme de hidratação para meu cabelo. Estava precisando, há bastante tempo não me dedicava ao que mais gostava em mim; meus cabelos rosas. Soltei um pequeno sorriso ao me recordar de todos os olhares de meus clientes para esse detalhe em especial e o melhor era saber que eles gostavam.

 

— Ah... eu não sei, Sakura. Ele parece tão distante ultimamente. Não sei o que está acontecendo. — Ino me preocupou um pouco, após responder com essas palavras minha pergunta sobre como estava sendo morar na casa que o cliente disponibilizou para ela.

 

 — Mas vocês continuam se vendo apenas no domingo né?

 

 — Sim, mas antes trocávamos mensagens sempre pela manhã, e ultimamente ele não tem me respondido.

 

 Arqueei minhas sobrancelhas e estreitei meus olhos para ela, me lembrando de ter avisado que ela ir morar naquela casa não era uma boa ideia.

 

 — Ino, sua casa está alugada para outra pessoa e você sabe que não pode simplesmente pedir para o seu inquilino sair caso aconteça alguma coisa, não é?

 

— Eu sei. Mas qualquer coisa, eu fico em um hotel — ela falou mais pensativa, parecendo um pouco triste.

 

 Quase não sabia sobre as coisas que aconteciam com ela e evitava de perguntar. Sabia que algumas coisas que temos de fazer podem parecer constrangedoras aos olhos de outras pessoas e talvez ela apenas tivesse receio de me falar sobre coisas mais profundas, assim como tinha vergonha de dizer que estava me sentido carente ultimamente.

 

— Nada disso. — Apertei o pulso dela para que ela me olhasse. — Se esse cara não quiser ficar com você mais, você pode ficar na minha casa até seu inquilino sair da sua.


   — Está bem!

Quando vim morar em São Paulo, ela me ofereceu moradia e recusei no mesmo momento, me sentindo envergonhada, mas a Ino não era nenhum pouco orgulhosa com esses tipos de coisas. Ela, diferente de mim, sabia como aceitar ajuda.

 

Quando o táxi chegou, entramos animadas para ir no meu novo lar, torcendo para que todos os móveis já estivessem montados. Sempre quis ter uma casa só para mim, mas não imaginei que conseguiria isso tão rápido. É claro que ainda teria de trabalhar muito para pagar as prestações do parcelamento, mas isso era o de menos. Esse foi, sem dúvidas, o meu melhor investimento.

 

Parecia calma, mas por dentro meu coração estava a mil. Apesar dos pesares, esse emprego era a melhor coisa que tinha me acontecido. Graças a ele tinha conseguido manter minha faculdade, me vestido e comido bem. E por todos os meus clientes serem pessoas com atributos financeiros mais elevados, podia ficar um pouco mais tranquila com a questão da discrição.

 

Ino pegou minha sacola e começou a mexer, olhando o que eu tinha comprado. Ela sempre foi pra frente com relação a tudo, mas sempre invejei um pouco esse jeito dela. Meu celular vibrou e Ino olhou para mim com uma cara engraçada, e fiquei sem graça com aquilo.

 

 — O quê? — perguntei, enquanto pegava meu celular.

 

— Deve ser cliente!

 

Podemos nos ver amanhã?

 

A curta mensagem pertencia a um homem com quem nunca saí, estávamos nos comunicando por mensagens há alguns dias e já estava ficando curiosa em saber quando ele tomaria a iniciativa de me convidar para sair. Era um pouco ruim ter de dar atenção a alguém que ainda não me pagou, me sentia um pouco incomodada, já que poderia parecer que ele quisesse apenas fazer "hora comigo".

 

Claro.

 

Talvez minha resposta, também curta, tenha sido um pouco inconveniente, mas minha ansiedade ao pararmos de frente para o prédio onde moraria só aumentou. Enquanto Ino pagava o táxi eu procurava em minha bolsa a chave, estava tão nervosa que tinha esquecido de tê-la colocado no bolso da minha calça jeans.

 

Ótimo, vou reservar o voo para você então.

 

 Fiquei espantada ao ver aquela mensagem, "reservar o voo", não estava entendendo muito bem o que ele quis dizer com isso. O lugar mais longe que fui com algum cliente foi na praia, com Jiraya, e mesmo assim por ele sempre ter sido muito bom para mim. Enquanto entravamos no prédio, eu pensava um pouco sobre o assunto, me sentindo confusa sobre aceitar ou não.

 

 — O que foi, testuda?

 

 — Ai, Ino! Para de fazer bullying! — Olhei séria para ela, mas a garota estava morrendo de rir de mim. — Sua porca! — falei, pegando em seu nariz de tomada.

 

— Sua chata! — Ela me mostrou a língua, enquanto entravamos no elevador. Meu coração estava cada vez batendo mais rápido

 

 — Ino, você conhece esse cara? — Mostrei a foto do homem para ela no celular, e a garota arqueou uma das sobrancelhas.

 

— Conheço! Já conversamos, mas eu não tenho paciência para ficar mandando mensagens, e na época estava com muitos clientes, então acabamos não nos encontrando. — Saímos do elevador, e minhas mãos estavam suando de ansiedade. Encaixei a chave na porta, abrindo com cautela.

 

— Que lindo! — Ino gritou, entrando dentro do apartamento antes mesmo que eu.

 

Estava tudo muito bonito, os móveis ficaram do jeito que havia planejado e sonhado, o lugar claro e arejado. Havia ficado com bastante medo de que não conseguissem reproduzir o que eu queria, mas eles foram minuciosos. Andamos por toda a casa, e claro, minha amiga falava que não tinha gostado de uma coisa ou outra, mas sabia que ela fazia isso por termos gostos diferentes.

 

O apartamento dela, que agora está alugado, era uma gracinha também. Mas falava sempre que tudo que ela faz é coisa de gente preguiçoso, pois ela fez tudo para sua facilidade e conforto, enquanto eu fiz algumas coisas mais complexas, porém era assim que eu gostava. Às vezes um quebra cabeça pode ativar sua memória de maneiras surpreendentes. Por isso, havia nichos espalhados pelas paredes, com livros e jogos de tabuleiro, todos perfilando pela casa em perfeita sincronia, brancos.

 

Depois de alguns minutos, nos deitamos na cama, que ainda estava sem lençol. Ainda não tinha levado minhas roupas e utensílios domésticos para lá, pretendia fazer isso no dia seguinte, mas pelo jeito ia ter de ir trabalhar. Peguei meu celular, pensando no que responder para ele, antes que o homem estranhasse minha indiferença.

 

— Ele é de outro Estado, né? Ele vai vir para cá ou você que vai para lá?

 

 — Eu vou. Mas ainda não sei direito onde é "lá". — Dei uma olhadinha de canto para ela, e a garota deitou de bruços, apoiando a cabeça sobre as mãos para me olhar.

 

— Ele mora no Espírito Santo. Dizem que ele é uma pessoa muito bacana, me arrependi um pouco depois de não ter dado tanta atenção para ele.

 

 — Mas você chegou a vê-lo pessoalmente? — perguntei me ajeitando um pouco na cama para que ficássemos mais perto uma da outra.

 

— Não. Eu estava doida para saber o que ele esconde de baixo dessa máscara, mas não tive essa oportunidade.

 

 O homem era japonês, estava no Brasil há apenas um ano e ainda não havia se desfeito de seus hábitos. Se ele morasse aqui em São Paulo, até entenderia o fato de ele andar com uma máscara cirúrgica, mas a cidade que ele morava não é tão poluída quanto aqui. Ainda assim dava crédito a ele, sabia que a atitude do homem era mais higiênica e inteligente do que possa parecer. É até nojento pensar na quantidade de bactérias que existem neste mundo! Considerei o ato dele algo respeitoso, já que dessa forma, quando doente, gripado ou algo do tipo, ele evitaria de contaminar outras pessoas. Talvez no mundo de hoje todos devessem pensar dessa forma, inclusive eu que estava estudando medicina, porém as pessoas costumam pensar mais na estética do que nos outros à sua volta. Eu inclusive!

 

 — Mas é um pouco estranho ele ter enviado uma foto de máscara — conclui meu raciocínio em voz alta, olhando de novo para Ino.

 

   — Imagina se ele for feio!

 

 — Bom... É melhor que não seja — falei, apertando fortemente o botão de "enviar" no meu celular, mandando para ele uma mensagem com meus dados, para que ele pudesse comprar minha passagem.

 

— Sua louca! — Ela subiu em cima de mim, porém sem encostar nossos corpos. Seus cabelos loiros caíram para o lado, tampando parcialmente o raio de luz que iluminava o local. Seu sorriso enorme fez com que eu gargalhasse um pouco, ela era linda, gentil e provavelmente a pessoa mais forte que conhecia.

 

   — Pode deixar que te conto tudo depois. — Cutuquei as costelas dela com meu dedo indicador, a garota quase caiu por cima de mim com a cócega que sentiu. Se jogou pesadamente ao meu lado, fazendo a cama balançar um pouco e ficou séria novamente.

 

— Você acha que a Hinata vai falar comigo, quando chegar aqui?

 

Revirei os olhos, sabendo que essa conversa possuía um teor amargo.

 

 — Não sei, Ino, mas você não deveria se preocupar com essas coisas. Nossa! — Bati em minha testa com força.

 

— O que foi? — ela questionou, chegando o rosto mais para perto, com o olhar preocupado.

 

 — Eu falei para ele que vou vê-lo amanhã, mas esqueci que amanhã tinha de me mudar. — Ela fechou os olhos com um meio sorriso, quase que debochando da minha atitude. — Tenho de sair daquela casa até amanhã no máximo, foi o combinado com minha antiga inquilina. — Encolhi os dedos dos pés, arrastando com eles um pouco do tecido que forrava o colchão.

 

— Se você quiser, posso trazer suas coisas para cá. Não vou fazer nada amanhã mesmo. — Abri um enorme sorriso e a abracei, estava muito mais aliviada agora, pois não queria ter problemas com a senhora, dona da casa.

 

Depois de mais alguns minutos de conversa, nos levantamos e chamamos um táxi. Adorava passar tempo com ela, mesmo que pouco. Sempre nos entendemos muito bem e sequer conseguia me lembrar de termos brigado por algo, nossos pensamentos pareciam ser sincronizados. Não era muito diferente com Hinata, só que para Ino sempre pude falar sobre tudo.

 

O táxi passou primeiro na minha casa, me despedi e entrei rapidamente. Queria logo preparar minhas coisas para poder viajar, estava ansiosa para conhecer outro Estado do meu país. Arrumei uma pequena maleta, colocando apenas o essencial, já que voltaria para casa no mesmo dia. Meu telefone vibrou e me apressei para ver a mensagem, imaginando que Ino deveria ter esquecido algo.


                                       Sinto muito, mas não vai dar para nos vermos hoje.

 

Bufei, sentando em cima da cama em seguida. Itachi nunca se atrasava, e ler essa mensagem me deixou um pouco preocupada. Tinha medo de não estar agradando os meus clientes e acabar perdendo um por um por conta disso, seria terrível. Comecei a escrever uma resposta, mas não queria que ele me entendesse mal e achasse que estava chateada.


    Aconteceu alguma coisa?

 

Fui até a cozinha, ainda com o celular em mãos e comecei a beber água. Apesar de ter bastante clientes, tinha receio de que eles se cansassem de mim. Seria muito complicado perder o dinheiro pago por eles logo agora que tinha feito uma dívida grande, comprando meu apartamento. Comecei a andar de um lado para o outro, esperando a mensagem dele, e apenas um minuto havia se passado, porém parecia muito mais que isso.


                                      Tenho de revisar um caso, talvez nem consiga terminar hoje.

 

Não tinha nada demais em sua mensagem, mas ainda continuei cismada. Minha carência, junto com minha insegurança, estava me corroendo por dentro, se fosse há uma semana talvez não estivesse dessa forma. Voltei para o quarto, me jogando na cama, com o semblante desfalecido. Pensando que não deveria ficar tão melosa desse jeito, mas não dava, eu precisava saber com certeza que ele ainda estava interessado por mim.


           Estou sentindo sua falta.

 

Me encolhi toda, segurando minhas pernas com as mãos, ao terminar de enviar essa mensagem para ele. Fechei meus olhos, me sentindo como uma criança. Esse trabalho estava, definitivamente, me matando, mudando tudo em mim. De uma forma ruim. Era horrível ficar desse jeito e o pior é que não tinha coragem de compartilhar essa sensação com ninguém, nem mesmo com minha melhor amiga. Fiquei tão quietinha que já estava quase dormindo quando meu celular vibrou novamente.


          Eu também. Sabe que sou louco por você.

 

Abri um enorme sorriso ao ler aquela mensagem, apesar de ele ter demorado para responder, enfim pude tirar um peso desnecessário de minhas costas. Sabia que tudo isso podia parecer bobagem aos olhos de muitas pessoas, mas para mim, neste momento, era algo de muita importância. Estar ligada a pessoas que nunca me pertencerão verdadeiramente, era algo triste.

 

Me levantei da cama e fui tomar um banho, a verdade é que sequer precisava dar muitos passos para chegar até minha cozinha ou banheiro já que minha casa era extremamente pequena. Mas essa realidade estava prestes a mudar e poderia ter uma moradia descente. Tirei minha roupa, já pensando que teria de conseguir alguém para faxinar minha casa nova ao menos duas vezes por mês, já que não tinha tido tempo e provavelmente nem teria.

 

Quando comecei a me vestir, recebi um e-mail com as informações sobre meu voo, que sairia logo bem cedo. O bom é que seria apenas uma hora de viagem, o ruim é que queria poder descansar um pouco na sexta-feira, aproveitando meu dia de folga escolar. Tsunade organizara uma visita a alguns hospitais da cidade, e como não estava valendo nota não achei que pudesse ser ruim descartar minha ida de hoje e amanhã.

 

 Deitei em minha cama, me sentindo exausta. O dia foi longo e cheio de surpresas, e o de amanhã parecia que seria ainda mais interessante. Conhecer uma pessoa nova era sempre uma carga pesada nesse trabalho, precisava estar melhor e menos carente que hoje para executar minha função de acompanhante perfeitamente.

 

Acordei com o despertador do meu celular, agradecendo mentalmente por ter arrumado minhas coisas na noite passada. Sentia como se não tivesse dormido nada e ter de ir para o aeroporto ao menos uma hora antes, por conta do embarque e do trânsito, era ainda pior. Tomei meu banho e me arrumei bem rápido, porém tentando não me esquecer de detalhe algum.

 

Provavelmente ele que iria me buscar no aeroporto, precisava estar com uma boa aparência e cheirosa para ele. Chamei o táxi e enviei em seguida uma mensagem para Ino, avisando que eu já estava indo. Não podia contar com ninguém além dela para tomar conta de mim. Apesar de sair com homens de situação financeira estável, tinha de me preocupar com o fato de que o ser humano pode ser ruim também sem dinheiro ou com!

 

Ainda eram sete da manhã, mas o trânsito na capital paulista já era estarrecedor. As pessoas pareciam nunca dormir neste lugar, e o pior era ter de aturar toda barulheira a essa hora. Desci do táxi, abrindo meu banco online para checar se o pagamento já havia sido feito pelo meu cliente. Arqueei minha sobrancelha ao ver que o deposito já havia sido feito ontem à noite.

 

— Bem confiante — sussurrei para mim mesma, me referindo ao homem. Olhei para cima, procurando nas placas a direção correta do meu portão de embarque. Tinha estado nesse aeroporto apenas no dia em que cheguei de viagem da minha terra natal, mas agora já sabia me situar melhor. Aqui em São Paulo ou você é esperto ou é pego no meio do fogo.

 

Caminhei lentamente até o balcão de check-in, entregando meus documentos para a mulher, juntamente com meu celular aberto no local da confirmação da compra da passagem. Optei por entrar logo no saguão e esperar o horário do voo.

 

 Me sentei e comecei a ler e apagar algumas mensagens velhas, meu celular estava lotado de todo tipo de foto e porcarias que Ino e Hinata me mandavam. E apesar de já ter andado de avião antes, senti minhas mãos suarem com o medinho que me acometeu. Escutei o chamado de embarque e me levantei logo, mas mesmo tendo sido rápida já havia uma fila enorme para passar pelo portão.

 

 Enfrentei aquela fila por quase dez minutos e mais uma vez me vi à procura de um assento numa aeronave. Me sentei e uma senhora ficou ao meu lado esquerdo, enquanto meu outro lado permaneceu vazio. Quando o avião alçou voo, senti um calafrio e uma imensa vontade de rir, assim como na primeira vez que voei.

 

 Fiquei pensando em Ino e em como ela faria com minhas coisas, apostaria que ela apenas deixaria tudo na sala mesmo e iria embora, o que era bem a cara dela. Observei um pouco a movimentação dos comissários de bordo, que foram dois para a frente e dois para trás da aeronave, fecharam uma cortininha e ficaram lá dentro por alguns instantes, saindo em seguida empurrando um carrinho.

 

Uma mulher estava do lado direito e a outra do lado esquerdo, servindo uns biscoitinhos salgados, suco, café, refrigerante ou água, de acordo com o pedido de cada um, sempre com um sorriso no rosto. Eu estava no meio do avião e ao olhar para trás podia ver um homem e uma outra mulher fazendo o mesmo, comecei a apostar mentalmente qual carrinho chegaria primeiro em mim.

 

Acabou sendo o da frente mesmo, já que o de trás ficou travado em uma fileira, onde tinha uma senhorinha indecisa com seu pedido. Eu optei por tomar um suco e apesar de não estar com fome acabei não resistindo e comi o pequeno pacotinho de torradinhas. Pouco tempo depois de terminar de comer, o piloto anunciou a nossa chegada ao Espírito Santo.

 

Pulei para o banco do lado, olhando pela janelinha o Estado, que diferente de São Paulo, possuía muito verde e menos prédios em sua paisagem. Era incrível como o tempo passara rápido dentro do avião, é como se a nossa noção de espaço se tornasse diferente acima das nuvens. Me endireitei na cadeira, colocando meu cinto, como instruído pela aeromoça.

 

A descida foi bastante agradável, a pista de pouso era consideravelmente grande, em comparação ao de Congonhas. Em São Paulo, quando descemos do avião, alguns ônibus vêm em nossa direção a fim de nos levar para fora da pista de voo. Aqui em Vitória era um pouco diferente, ao descer todos começaram a caminhar, e eu apenas os segui.

 

Alguns metros depois, atravessamos uma faixa de pedestres e entramos por uma grande porta de vidro e já estávamos no local onde ficam as esteiras, mas não havia levado nada a não ser uma bagagem de mão, então apenas saí por outra porta grande. Havia várias pessoas esperado parentes do lado de fora, outras fazendo check-in, mas o fluxo de gente era extremamente menor do que o de São Paulo, o que foi um grande alívio para mim.

 

Me sentei em um banquinho azul do lado de fora e fiquei olhando os vários táxis brancos, que só se diferenciavam dos de São Paulo por conta das faixas amarelas por toda extensão lateral dos carros. Estava agoniada, louca para poder sair logo dali. Apesar da viagem ter sido curta, isso não significava que não fora exaustiva, queria relaxar um pouco.

 

Comecei a ver vídeos de maquiagem no celular, por mais que nunca tenha sido fã de batons e cílios postiços, agora precisava estar apresentável sempre, e os vídeos me ajudavam muito. Depois de ver dois tutoriais já não estava mais aguentando esperar, enviei uma mensagem para ele, perguntando se demoraria muito, mas não fui respondida.

 

Já estava chateada e começando a pensar que o homem poderia ter desistido e me deixado sozinha. Meus olhos começaram a encher de lágrimas, mas levantei meu rosto, piscando várias vezes para conter o choro. Me fazer de sensível não ia mudar a situação, tinha de me manter o mais focada possível.

 

Quando me endireitei na cadeira, vi um homem saindo de um carro preto, com uma das mãos no bolso da calça social, seus cabelos prateados ao vento o deixava elegante e seu caminhar seguro de si era extremamente sedutor. Me levantei, encarando a máscara que ele usava por um tempo, mas assim que ele se aproximou um pouco mais, tirando sua mão do bolso, olhei em seus olhos.

 

 — Oi, Sakura — ele falou, me puxando para um beijo no rosto. Seu aperto em minha cintura fora algo viril e glorioso e com esse pequeno gesto já sabia, dentro de mim, que não me arrependeria deste dia.

 

— Que bom te conhecer pessoalmente, Kakashi.

 

 Ele começou a me direcionar até o carro, e quando olhei em volta pude notar várias pessoas olhando para ele, provavelmente por conta de sua máscara, que para nós brasileiros era algo estanho. Ele abriu a porta para mim, e eu coloquei minha bolsa no chão da parte de trás do carro. Quando me levantei, olhei para trás e pude ver o constrangimento na face dele, provavelmente estava olhando para minha bunda.

 

Me sentei no banco do carona e ele fechou a porta, e pelo retrovisor pude vê-lo caminhando em direção ao banco do motorista. Coloquei meu cinto, e ao entrar ele fez o mesmo, me olhando em seguida. Ele parecia ser muito mais sério do que aparentava, porém seu semblante lhe fazia parecer um homem indiferente com as coisas.

 

— Como foi o voo? — questionou, enquanto dava partida no carro.

 

— Foi tranquilo. Achei bem rápido.

 

— Que bom!

 

Iniciei uma pequena conversa, tentando me tranquilizar um pouco e deixá-lo à vontade. Perguntei sobre o trabalho dele e se ele gostava de morar aqui. Ele respondeu ser dono de uma empresa de segurança à nível militar, o que me surpreendeu muito, e disse em seguida gostar do meu País e que tinha pretensão de retornar ao Japão apenas para resolver questões financeiras, já que também tinha uma filial de sua empresa lá. Passamos pela orla da praia de Camburi, que era, sem dúvidas, a mais linda que já havia visto.

 

Ao descermos do carro ele se ofereceu para carregar minha pequena bagagem, e lisonjeada estendi a mesma para ele. Sua mão direita tocou a minha sem querer, e aproveitando a situação a segurei. Ele não hesitou em nenhum momento, me deixando um pouco mais confortável, já que essa era a primeira vez que saía com ele.

 

Fomos até a recepção e assinei o papel de hospedagem do hotel, em seguida fomos em direção ao elevador. Nosso andar era o último, e apesar do calor que fazia naquele lugar, estava adorando tudo até agora. Entramos no quarto e ele abriu a porta do pequeno guarda roupa para mim, não queria desfazer minha malinha, mas por conta de sua gentileza me senti obrigada a isso.

 

— Está com fome? — Ele pousou a mão sobre meu ombro, enquanto eu guardava minha última peça de roupa e fechava o guarda-roupas.

 

— Um pouco.


 

 — Podemos tomar um café se você quiser, tem uma padaria ótima aqui perto. — Acenei positivamente, estranhando o que ele falou. Provavelmente já havia trazido várias outras mulheres até aqui e por isso conhecia o lugar.

 

Dessa vez foi ele a tomar iniciativa, segurando firme minha mão enquanto andávamos. Me senti um pouco idiota por não ter trocado de sapatos, mas talvez isso tenha sido bom, já que ele estava de terno. Nos sentamos do lado de fora de um simples café, que tinha vista de frente para o mar. Não me lembrei de passar protetor e o sol desse Estado parecia ser outro, muito maior do que o que conhecia, pois estava queimando minha pele com muita facilidade. Toquei meu ombro esquerdo com a ponta dos dedos, já sentindo um pouco de ardor, porém não queria reclamar.

 

 — Vamos trocar de lugar. — A voz dele estremeceu meu corpo, e quando, o homem já estava se levantando. Percebi que onde ele estava sentado não pegava sol, o que foi um alívio para mim.

 

 — Obrigada! — falei, me sentando agora no lugar em que ele estava antes.

 

A moça nos serviu um café puro para ele, um café com leite e um pão na chapa para mim. Fiquei decepcionada quando ele ergueu sua máscara apenas um pouco para bebericar sua bebida. Estava louca de curiosidade para saber o que ele tanto escondia, mas não poderia ser indelicada e perguntar.

 

 Ao terminarmos, ficamos conversando mais um pouco, ele era uma pessoa fácil de se conversar. Apesar de se ater a respostas curtas, sempre prestava bastante atenção no que eu dizia, nunca me deixando desconfortável. Ele pagou e levantamos, caminhando lentamente pela calçada em direção ao hotel. Quando entramos ele ainda parecia tranquilo, mas por algum motivo que ainda não sabia qual, me sentia nervosa, pensando que já teríamos de manter um contato mais íntimo.

 

 — Nós podíamos dar um passeio, o que acha? — ele sugeriu.

 

Achei a ideia fantástica, seria muito chato para mim visitar outro Estado sem conhecer ao menos um pouco dele.

 

— Vai ser ótimo! — falei já abrindo o guarda-roupa e pegando um short jeans, uma regata, chinelo e protetor solar. Ele coçou a testa, rindo da minha atitude e tirou o terno. Apesar de saber que logo teríamos que dormir juntos, entrei no banheiro para poder me trocar e ao sair de lá ele já havia feito o mesmo, vestindo uma bermuda e uma blusa regata, deixando seus braços e pernas musculosas de fora dessa vez.

 

Eu ainda passava protetor solar em mim quando saímos do quarto. Quando olhei para ele, vi que ele também precisaria, e sem perguntar nada juntei um pouco do creme em minhas mãos e lhe toquei o rosto. Ele pareceu um pouco assustado, mas logo relaxou a postura, deixando que eu terminasse o que já tinha começado.

 

 Ele me olhava intensamente nos olhos, e eu tentava parecer o mais natural possível, ele estava me pagando um valor considerável para que eu fizesse isso, afinal. Seis mil reais, sem contar passagem e outras coisas, era mais do que o suficiente para eu poder tratá-lo com toda atenção e carinho do mundo. Ao terminar, ele segurou meu braço, impedindo que eu me afastasse.

 

 Senti meu coração acelerar com seu toque e minha respiração já começava a ofegar. Ele foi se aproximando devagar, e eu estava louca para arrancar aquela máscara de sua face. Porém fechei os olhos com força ao sentir ele depositando um beijo em minha boca. Apesar de ter um tecido entre nós, a sensação foi boa, mas foi uma pena que durou pouco. O elevador se abriu e ele se afastou de mim, me puxando para entrar no mesmo.

 

Depois disso as coisas pareceram ficar um pouco estranhas entre nós, mas acho que foi apenas impressão minha. Ele me levou até o cais e entramos em uma escuna, que estava cheia de turistas. Ele se sentou no alto da cabine e me puxou para sentar no meio de suas pernas. Enquanto uma música chata tocava ao fundo do barco, ele me apresentava os pontos turísticos da cidade.

 

Fiquei um pouco apreensiva de início, já que acabei por me lembrar do incidente com Jiraya, mas logo acabei me esquecendo disso ao passarmos debaixo da Terceira Ponte. Ele parecia conhecer muito bem o meu país, talvez até melhor que eu. Disse que essa ponte é a maior em extensão do Brasil, e falou sobre sua construção um pouco.

 

Ele quase chorou de rir ao ver minha cara quando passamos por navios gigantescos que carregam petróleo. E depois eu fiquei ainda mais impressionada ao ver rolos enormes, do tamanho de casas, que comportavam quilômetros de mangueiras extremamente grossas para uso industrial.

 

Achei lindo demais o Convento da Penha, que fica situado no alto do Morro da Penha, cujo único acesso é por meio de uma escada, que do chão firme até o alto dão cento e cinquenta e quatro metros de altitude. Mal conseguia acreditar que ainda existem pessoas que sobem nesse lugar acreditando pagar algum tipo de promessa ao fazer isso.

 

Por fim, paramos em um museu. O condutor amarrou a escuna e descemos para ver um pouco mais de história. Ele tirou várias fotos minhas, com telefones velhos, lampiões de vários tipos e até um trem Maria fumaça que tinha lá. Poderíamos ter comido alguma coisa ali mesmo, mas ele me levou em um restaurante, descendo um pequeno morro.

 

Ele perguntou o que eu queria, mas resolvi deixar a seu critério. Quando um garçom chegou trazendo uma panela de barro com peixe dentro fiquei com água na boca, em seguida ele trouxe mais duas, uma com arroz e outra com pirão, e guardamos mais um pouco enquanto o garçom trazia nosso refrigerante.

 

— Moqueca capixaba — ele falou descontraído, ainda rindo pelo fato de eu ter entrado dentro do trem para tirar foto.

 

— Parece um delicia! Mas esse lugar é quente demais, nossa!

 

— Aqui é assim mesmo — ele começou a falar, enquanto o garçom enchia nossos copos —, mas não se preocupe, agora que você já viu bastante coisas, podemos voltar para o hotel aí você pode ficar no ar condicionado! — Ele chegou o rosto um pouco mais para perto, piscando em seguida. Sorri, engolindo rapidamente minha bebida, tentando afastar um pouco aquele calor infernal.

 

Nos deliciamos com aquela comida maravilhosa, conversamos mais um pouco e fomos embora em seguida. Acabei passando a metade do caminho de volta observando os prédios e velhas, porém lindas igrejas do caminho. Ele não falava nada, apenas ficava me olhando por vezes, enquanto sua mão apoiava minha cintura.

 

Quando chegamos no hotel o clima entre nós estava mais leve, já estávamos mais descontraídos, porém a sensação ainda pareceu um pouco tensa para mim. Ver aquela cama de casal de novo foi um pouco assustador, já estava imaginando como ele deveria ser delicioso. Esse pensamento era pervertido, mas era somente nisso que conseguia pensar, ele me dava muito tesão com seu jeito diferente de ser.

 

— Você deve estar cansada, é melhor ir relaxar um pouco. — Ele entrou dentro do banheiro enquanto falava, e ouvi um barulho de água caindo. Quando ele saiu fiquei ainda mais intrigada, pois a água continuava a cair.

 

 Ele abriu o frigobar, pegando uma cerveja de lá de dentro e enchendo um copo. Ergueu a lata para mim, mas recusei, pensando estar cheia demais para beber. Peguei minha roupa, caminhando até a cama, tirei meus chinelos e ele se pôs a entrar no banheiro novamente. Me estiquei um pouco e logo me endireitei ao ver ele de volta.

 

 — Já está pronto. — Quis rir nesse momento, pois o quarto estava todo fechado, com o ar condicionado ligado e ele ainda tomava sua cerveja com o rosto semicoberto. Mas ignorei, pegando de volta minhas roupas nas mãos e indo em direção ao banheiro para ver sobre o que ele estava falando.

 

O cômodo era lindo e espaçoso, a banheira estava cheia e com espumas nas bordas. Achei muito fofa a atitude dele, e apesar de já ter saído com vários homens ricos, nunca tinha entrado em uma banheira antes. Tirei minhas roupas empolgada com aquilo e me deitei de vagar, com os cabelos presos em um coque.  

 

 A água estava deliciosa, e eu já estava quase pegando no sono, então resolvi sair de lá logo antes que meus pés e mãos ficassem enrugados. Me enxuguei e passei um creme bem cheiroso que comprei há uns dias atrás, de flor de cerejeira. Vesti uma camisola rendada preta, soltando meus cabelos e dando uma olhada no espelho em seguida.

 

Quando saí do quarto ele ficou me olhando da cabeça aos pés, e sem falar nada apenas deitei. Pensei que fazendo isso ele viria até mim, mas apenas continuou me observando, com seu copo na mão. Me virei de lado e fiquei quietinha, pensando que talvez ele ainda quisesse conversar mais um pouco antes que fizéssemos qualquer outra coisa.

 

Me espreguicei um pouco, estalando as juntas dos pés. Levei um susto ao perceber onde estava e olhei para trás. Kakashi estava sentado em uma poltrona, com seu copo na mão ainda. Me virei para o outro lado, me sentindo constrangida por ter dormido uma hora dessas, mas ele não parecia nenhum pouco incomodado.

 

— Achei que dormiria mais. — Ele se levantou, pousando o copo em cima de uma mesa e começou a vir em minha direção.

 

— Dormi por muito tempo?

 

 — Não! Foi bem rápido, na verdade.

 

Meu coração acelerou quando ele tocou com a mão livre em sua máscara. Estava ansiosa pelo momento em que veria sua face por completo, e por mais que achasse o fato de ele a usar aquele tecido estranho, não conseguia imaginar ele sendo feio. Em minha mente, via um sorriso bonito, envolto de uma boca bem desenhada.


   — Nossa...


Notas Finais


É isso ai pessoas! Espero que tenham gostado!


Minha Kakasaku >>>> https://spiritfanfics.com/historia/quase-sem-querer-sakura-e-kakashi-kakasaku-6635848


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