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História A acompanhante - Don't Cry


Escrita por: hellishgirrl

Notas do Autor


gente esse é o capitulo mais longo da fic toda, juro! To postando hoje por que fiquei duas semanas sem postar nada.
Espero que gostem ♥♥

Capítulo 22 - Don't Cry


Fanfic / Fanfiction A acompanhante - Don't Cry

"Fale comigo suavemente, há algo em seus olhos, não abaixe sua cabeça e por favor não chore. Eu sei como você se sente por dentro pois eu já me senti assim, há algo mudando dentro de você e você não sabe. Não chore esta noite, eu ainda amo você, querida."

 

Na manhã seguinte acordei com muito custo, o sol que invadia o quarto me incomodava e uma dor alucinante latejava em minha cabeça. Ainda tentando abrir os olhos, olhei no relógio e percebi que estava atrasada, tombei a cabeça no travesseiro novamente mas fui obrigada a me levantar pelo meu subconsciente que gritava comigo.

Tomei um banho e coloquei um roupão, meu estomago se revirava de fome. Enquanto descia as escadas vi os vestígios da festa de ontem: garrafas, copos, danças, drogas, Jared. Coloquei a mão na cabeça lembrando de tudo. Aliás, onde ele estava? Onde estava Lola?

Fui até a cozinha, pelo menos ela já estava quase arrumada pois Nelly e outras empregadas já estavam limpando a casa.

-Nell? – chamei.

-Sim?

-Você viu Jared? – ela fez uma careta. – Sim, o Sr. Leto está no Jardim.

Peguei um pedacinho de pão e fui até o jardim encontra-lo, ele estava sentado em uma das cadeiras lendo alguma coisa. O Abracei por trás e beijei seu rosto, com gentileza, ele retirou meus braços de seu pescoço e se levantou.

-Aconteceu alguma coisa? – questionei. Seus olhos ficaram escuros e sua boca se contorceu como se fosse dizer alguma coisa, mas não disse. Simplesmente colocou a mão no bolso e retirou algumas capsulas de coca. Colocou-as bem no centro de sua mão e me questionou com o olhar, engoli em seco pensando no que dizer, eu nunca diria a verdade para ele pois minha intenção era deixar aquilo quando ele voltasse para casa, então eu descobri que estava viciada novamente. – não sei de quem são – falei cruzando os braços. Ele riu virado o rosto de lado, foi quando eu percebi uma marca em seu pescoço. Apertei os olhos tentando enxergar direito.

-Vai me dizer que não são suas? – ele falou.

Pensei rápido.

-Eu dei uma festa. Pode ser de qualquer pessoa – respondi, então ele olhou bem para o meu rosto e abaixou a mão. Suspirou e riu pelo nariz. Então ele entrou na casa e eu o segui ainda tentando olhar a marca em seu pescoço, então reparei suas costas arranhadas. Ele jogou as capsulas fora e pegou um copo de agua.

-O que e isso no seu pescoço? – perguntei encarando-o.

Ele colocou a palma da mão sobre a marca mas não me pareceu surpreso.

-Você não se lembra da nossa noite? – perguntou com um sorriso de lado mas eu permaneci séria, olhei fundo dentro dos seus olhos.

-Eu não fiz isso em você. – falei, ele ficou sério e mordeu o lábio inferior, ficou assim por algum tempo me olhando – quem fez isso em você?

-Você está louca – disse rindo – você fez, Margot.

-Fiquei com duas algemas prendendo minha mão e não cheguei perto do seu pescoço, quem fez isso, Jared? – falei, ele riu de novo sem graça. Um dos empregados que estava na cozinha reprimiu um riso, Jared não respondeu, permaneceu calado o que me deixou mais nervosa ainda. Queria que ele tentasse se defender, queria que ele inventasse uma desculpa idiota, queria que ele dissesse alguma coisa ao invés de ficar ali calado me olhando como se eu tivesse louca. – Não vai se defender? Não vai inventar uma de suas desculpas ridículas para mim?

-Está cedo, Margot, não começa com suas paranoias. – disse dando de ombros para mim.

-Paranoias? Você está com um monte de arranhão nas costas e um chupão no pescoço e eu tô com paranoias?

-Claro. Você estava bêbada demais para se lembrar de alguma coisa de ontem – riu sarcástico – e obvio que eu não posso virar as costas que você se comporta como uma garota mimada. – encheu o copo com mais agua e virou as costas para mim, senti o sangue ferver. Dei alguns passos e fiquei na sua frente, ele bufou, a luz que invadia a cozinha pela janela iluminou bem seu pescoço me dando uma chance perfeita de observar melhor a marca, bati com força em sua mão e o copo se espatifou contra a parede.

-Não dá as costas para mim caralho! – gritei – Foi a Amber, não foi?

-O que? Eu não acredito no que estou ouvindo – disse indignado – você é incapaz de acreditar no que eu digo! – gritou apontando para mim.

-Você já mentiu para mim uma vez o que impediria de mentir de novo? – gritei mais alto. Ele simplesmente bufou e me deu as costas novamente, subindo as escadas indo em direção ao nosso quarto. Ele entrou no quarto e bateu a porta com tanta força que o barulho ecoou pela casa, entrei no quarto quando ele já estava trocando de camiseta.

-Porque você foge ao invés de me dizer o que está acontecendo? – falei.

-Por que não está acontecendo nada – ele respondeu. – você adora um bom drama, é isso que está acontecendo.

-Para onde você vai? – perguntei.

-Não sou obrigado a ficar aqui enquanto você dá seus ataques – disse tentando sair mas fiquei entre ele e a porta.

-Vai se encontrar com ela? – perguntei provocando-o, ele cerrou os dentes e me olhou com mais raiva ainda – responde! – insisti.

-Eu não vou ficar ouvindo isso – tentou passar mas não permiti – sai da minha frente, Margot.

-Vai pro inferno, Jared – gritei novamente assustando-o – só me responde a porra da pergunta! É tão difícil assim? Você faz merda e não consegue assumir?

Meu rosto ficou vermelho por causa da raiva e as lagrimas que lutavam constantemente querendo escorrer por toda minha face, eu podia ver uma longa e grossa veia em seu pescoço pulsando indicando-me a ficar calada, mas eu queria gritar com ele. Jogar na cara dele que ele deveria estar ao meu lado e não viajando por aí.

-Era bem melhor estar com ela do que estar aqui ouvindo você gritar – ele disse depois de alguns minutos de silencio. Foi o suficiente para mim, mordi o lábio inferior com tanta raiva que até o machuquei. Com força acertei seu rosto com um tapa, ele me respondeu com outro um pouco mais forte, foi inevitável segurar as lagrimas elas desceram uma de cada vez.

Encostei a cabeça na porta atrás de mim, ele suspirou e colocou sua mão na parede ao meu lado, encostou nossas testas e ficamos com olhos fechados. O seu perfume logo me envolveu, uma dorzinha bem incomoda latejou e mim.

-Porque estamos fazendo isso? – ele perguntou ainda de olhos fechados.

-Vai! Eu não quero te ver hoje. – respondi ele tentou me tocar mas eu recuei abrindo os olhos. – vá ficar com sua amante, é o melhor que você faz.

Ele ficou me olhando com o olhar vazio. Saí do seu caminho.

-Vai logo – falei novamente.

-Estou indo buscar Lola que está com minha mãe – disse abrindo a porta – vê se si acalma.

 Ele saiu do quarto e mais uma vez eu fiquei chorando como uma idiota. Nervosa comigo mesma por ser tão infantil e ciumenta comecei a acreditar que ele não merecia passar por tudo aquilo. Talvez eu mesma tivesse feito aquilo em seu pescoço e estava sendo paranoica. De qualquer forma já tínhamos brigados, machucado um ao outro. Não tinha mais como voltar atrás.

Me arrumei e fui para a Agencia trabalhar, ocupar a mente com alguma coisa que não fosse ele. Havia realmente muita coisa para fazer, então a tarde passou tão rápido que só percebi quando Lizzy entrou no meu escritório.

-Mag, estou cansada – falou – não deveríamos ter bebido tanto ontem. Eu não deveria ter vindo trabalhar de ressaca.

-Fraca – falei, ela riu.

-Ninguém aqui vai para casa – disse Lila e Marina entrando – vamos nos divertir.

-Vocês não cansam de “se divertir”? – perguntei fazendo-as rirem.

-Claro que não. E é claro que a Margot está com disposição, deve ter cheirado até o pó da maquiagem – Lila disse deixando um silencio constrangedor no lugar, Lizzy e Marina me olharam com um olhar estranho.

-O que? – falou Lila quando a encarei – te conheço, Robbie, sei muito bem quando você está sobre o efeito de alguma coisa.

-Tá bom, culpada – falei levantando a mão. O olhar de desaprovação de Lizzy quando me comoveu, mas o que ela sabia sobre o que eu estava passando? Então resolvi ignorar. – para onde vocês querem ir?

-Ah vamos para uma balada aqui perto.

Eu concordei em ir não porque queria diversão, mas porque queria evitar meu marido em casa e apesar de estar morrendo de saudades da minha filha eu não queria ter que encarar Jared naquele mesmo dia. Então saímos da Agencia e fomos para a balada, quando chegamos na porta a fila estava cheia, havia muitas pessoas.

-Ah eu não vou ficar nessa fila, não. – reclamou Marina.

-Eu sei o que fazer – disse Lila andando, nós três nos entreolhamos e seguimos ela.

Vimos quando ela estendeu uma nota para o segurança então ele nos deixou entrar. Ouvimos algumas garotas gritarem o quanto aquilo era sacanagem com quem estava na fila ah duas horas, mas não nos importamos. Entramos e fomos direto para a pista de dança, dançamos até nossos pés começarem a doer e depois fomos beber alguma coisa no bar. Eu estava tentando chamar o Barman que não me dava atenção porque uma garota peituda estava inclinada sobre o balcão conversando com ele, chamei-o por duas vezes, já irritada a empurrei com força para o lado.

-Será que tem como me atender? – falei, ele ficou me olhando assustado.

-Você fez eu derramar bebida em mim – disse a garota ficando em pé, eu não tinha reparado como o empurrão foi forte.

-Essa é minha cara de quem não se importa. – falei sarcasticamente.

-Eu vou quebrar sua cara! – ela disse.

-Saí fora, garota. A gente não quer confusão – disse Lizzy aparecendo ao meu lado.

Então outras duas garotas apareceram do lado da menina, Lizzy riu.

-Olha aqui, se alguém aqui vai quebrar a cara da Margot, esse alguém sou – disse Lila se juntando a nós, perfeito. Era só o que me faltava para meu currículo de disfuncional.

Mal deu tempo de falar mais alguma coisa e vi Lizzy acertando a garota com uma garrafada, os vidros se espatilharam pelo chão. Outra garota foi para cima de Lizzy mas eu intervi empurrando-a, ela caiu e eu subi em cima dela, foi o bastante para as outras meninas começarem a brigar entre si, mas a briga não ficou só entre nós seis, a boate logo começou a ficar uma bagunça. As pessoas se juntavam ao nosso redor para assistir ao show mas o dono do local não gostou nada.

Puxei o cabelo da garota morena embaixo de mim, e bati a cabeça dela no chão com força, ela pegou uma garrafa jogada ao nosso lado com muita dificuldade e tentou acertar minha cabeça mas ergui o braço para me defender dando ela a grande chance de acerta-lo fazendo um belo corte que logo começou a jorrar sangue. Ignorando a dor e me concentrando nela, soquei seu rosto três vezes até sentir alguém puxando meu cabelo e me levantando, outra amiga dela.

-Não toque na minha amiga, sua vadia – disse me dando um belo tapa.

-E nem você na minha – Lila apareceu socando-lhe a barriga, depois vi Lizzy jogar com força a garota baixinha sobre o balcão.

-Chega! – disse um segurança agarrando meu braço – acabou o show.

-Elas começaram – se defendeu Lizzy debatendo-se no braço de um deles.

-As três fora daqui! – mandou o gerente, nós nos sentimos super injustiçadas e fomos arrastadas para fora da Balada.

Lá fora uma viatura esperava pela gente, olhei meu reflexo no carro e vi uma bela marca roxa no meu rosto, sangue, cabelo bagunçado, maquiagem borrada, vestido rasgado, assim como Lizzy e Lila. Marina apareceu assustada.

-Eu só fui ao banheiro e vocês são presas! – brigou.

-Elas vieram para cima da gente – defendeu-se Lila.

-Vamos, digam isso ao delegado – disse o policial nos arrastando para dentro da viatura.

-Eu vou ligar para o Jared te tirar de lá – foi a última coisa que ouvi de Marina antes de ser enfiada dentro do carro. Os policiais começaram a murmurar alguma coisa da qual eu não estava ouvindo.

-Sabe, nós podemos livrar vocês dessa – disse um deles olhando para trás, do outro lado da grade que nós separavam. Passou a mão em seu membro e deu um sorriso nojento, o outro policial riu.

-Prefiro pagar para sair dessa – disse Lila nada convincente.

-Tem certeza? Vai querer passar uma noite naquela jaula? – o policial que dirigia disse. – vamos, garotas, nada que vocês não tenham feito antes. Vocês nos chupa e a gente libera vocês, o que acham? Nada de divulgação, nada de cana, ficha limpa.

Lizzy e Lila se entreolharam. Depois as duas olharam para mim, sugestivas.

-Não vou fazer isso. – respondi.

-Qual é, Margot, tem certeza?

-Absoluta. Prefiro passar o resto da minha vida na cadeia.

Eles riram.

-Tudo bem, sua boca é bem chamativa loira mas já que se nega – coçou a barba, eles pararam o carro em um beco escuro e os quatro saíram, me deixando sozinha. Minutos depois um deles voltou e colocou a cabeça na janela.

-Tem certeza que não quer acompanhar suas amigas? – ele olhou para a aliança em meu dedo – chupar o mesmo cara não é enjoativo?

-Enjoativo seria colocar seu pau nojento na minha boca! – respondi – se chegar perto de você eu vou vomitar.

Ele fechou a cara e desapareceu, depois tudo o que eu ouvi era o gemido deles dois enquanto as meninas faziam seu trabalho imundo. Não demorou muito para que eles voltassem para dentro do carro totalmente satisfeitos.

-Elas vão pegar um taxi – disse colocando o cinto, - você vai direto para a nossa delegacia.

Encostei a cabeça na janela tentando ignorar as dores que sentia e esperei até chegarmos, foi um caminho um tanto longo e cansativo, ficar ouvindo a piada nojenta deles foi uma tortura.

Na delegacia fui obrigada a tirar uma foto de frente, e duas de perfil. Aproveitei para fazer graças. Depois fui encaminhada para a minha cela, passei a noite com uma garota de dezoito anos que foi pega roubando bebidas e fumando maconha com o namorado, o delegado passou a noite toda nos falando da merda da sua vida e quando o dia amanheceu eu estava quase para cometer suicídio.

Então pela manhã eles finalmente me liberaram.

-Assine aqui, e aqui e aqui. Aqui também. – eles me entregaram um documento e eu o estava assinando. – O Seu marido a espera, ele irá te acompanhar – apontou para um policial.

-Isso aqui ainda é necessário? – ergui a mão e mostrei a algemas.

-Ah, já ia me esquecendo – então ele as tirou do meu pulso. O policial me acompanhou até Jared, que estava com uma olhar mortal na cara. Até fiquei um pouco assustada.

Mas ele não disse nada, apenas me acompanhou para fora da delegacia.

-Você não vai dizer nada? – falei, ele apenas me ignorou e continuou dirigindo – ok então.

Como ele não disse nada o caminho todo eu acabei dormindo. Meu corpo estava dolorido, eu não havia dormido a madrugada toda e estava super cansada. Acordei exatamente quando chegamos em casa.

-Qual o seu problema? – perguntou Marina quando cheguei em casa.

-Que que é hein?! – falei de mal humor.

-Arrumando briga com adolescentes? – ela falou indignada.

-Você estava lá, você viu que elas não te nada de adolescente! – respondi, ela balançou a cabeça jogando o cabelo para trás.

-As garotas tinhas dezoito e dezenove anos.

-Isso não impediu elas de procurarem confusão com a gente, não é? – falei indo em direção a escada – olha estou cansada depois a gente conversa. – falei deixando os dois na sala e subi para o meu quarto.

Tomei um banho, fiz um curativo no meu braço e depois deitei para dormir um pouco. Acordei com Jared me chamando algumas horas depois.

-Vamos sair, lembra? – ele disse, calmo. O que eu achei estranho, pensei que ele estava realmente puto comigo, achei que ele nem queria falar comigo mas ele estava calmo! Como alguém poderia estar calmo? Como ELE poderia estar calmo depois do que fiz? Mas não questionei ele.

-Para onde vamos? – falei. – Ah, o aniversário da sua mãe. – passei a mão na cabeça lembrando, a minha vontade de ir para a casa dela e ver ela era a mesma vontade que as pessoas tem de levantar as seis horas em um domingo.

-Eu comprei algo para você – ele disse me dando um vestido lindo, fiquei alguns segundos encarando o vestido. – Quero que você use hoje a noite.

Então beijou minha testa e saiu do quarto deixando o vestido ali em cima da cama. Eu fiquei me questionando porque ele estava agindo daquele jeito, qual era o sentindo dele estar calmo e sendo gentil comigo? Mas me levantei e me arrumei, estava sentada de frente a minha penteadeira quando ele entrou de novo no quarto vestindo um smoking. Ele sorriu ao me ver, sorri para ele vendo-o pelo reflexo do espelho.

-Eu sabia que ia servir perfeitamente em você – ele falou adentrando o quarto – porém há outra coisa que queria te dar também.

Ele se aproximou e se apoiou na penteadeira olhando para mim, agora frente a frente. Sorriu de lado e retirou uma caixa de veludo do bolso.

-Quando eu vi, a primeira coisa que me lembrei foi de seus olhos. – disse um pouco sem graça, então ele abriu a caixa, fiz um “O” perfeito com a boca.

-Jared... É lindo! – exclamei, ele sorriu e retirou o colar com um pingente de diamante da caixa. O colar era todo prateado e o pingente era um coração pequeno, mas que chamava muita atenção pela cor azulada, realmente tão claro quanto meus olhos. Ele veio para trás de mim e colocou o colar no meu pescoço, prendendo-o. – Eu sei que você não gosta muito de extravagancia, mas ia adorar se você usasse hoje a noite.

Sorri sem saber o que dizer.

-Como sempre é a garota mais linda da festa. Vamos? – ele sorriu para mim e estendeu a mão, segurei nela e depois fomos para a casa da minha sogra, conversamos sobre coisas aleatórias sobre trabalho, e etc mas não falamos sobre o acontecimento da noite anterior e eu preferia não tocar no assunto. Não demoramos muito para chegar na casa de Constance, que não era tão luxuosa mas também não era tão simples.

Batemos na porta e alguns cachorrinhos vieram correndo para meu pé, Constance apareceu logo em seguida.

-Ah finalmente vocês chegaram! – disse ela – Só faltava vocês.

E abraçou o filho e depois apertou sua bochecha, o que me fez rir.

-Você está muito bonita, Margot. E que colar lindo! – disse sendo simpática.

-Obrigada...? – falei estranhando a simpatia dela, coisas loucas estavam acontecendo naquela noite. Jared calmo, Constance me tratando bem... O que estava acontecendo? Entramos na casa, na sala havia muitas pessoas reunidas. Assim que Lola me viu, veio correndo me abraçar. Ela estava se divertindo com as outras crianças da casa, a abracei e a enchi de beijos, ah que saudades que eu estava da minha filha. Então ela voltou a brincar com as outras crianças.

Cara assim que me viu se levantou do sofá correndo para me abraçar, me apertou tanto que quase me faltou ar.

-Maggot! Finalmente chegou. – disse ela – preciso te apresentar alguém. – E saiu me puxando até uma garota morena de cabelos longos e cara de brava, não parecia ser nada simpática. – Essa é Michelle. Minha namorada. Michelle, essa é a Margot, minha cunhada barra irmã.

Ela disse feliz, a garota abriu um sorriso que me deixou mais tranquila na presença delas. Ficamos conversando alguns minutos, até Jared intervir para que pudéssemos cumprimentar o restante de sua família, havia muitos parentes, alguns que eu conhecia e alguns que não. A noite estava tranquila até Shannon chegar, quando o vi entrar fiquei alguns segundos tentando digerir aquilo. Marina e Shannon juntos.

-Porque a Marina está aqui? – perguntei para Jared que apenas riu, andamos até os dois, Jared e Shannon se cumprimentaram, eu amava a “irmandade” dos dois. Era algo realmente bonito de se vê.

Então eles saíram para falar com algum parente.

-O que você está fazendo aqui? – perguntei para Marina.

-Shannon me convidou. – disse pegando uma taça de champanhe e bebendo. Ela suspirou e sorriu – estamos ficando ah algum tempo.

Arregalei os olhos e sorri.

-E você não me disse nada! – fingi estar ofendida.

-Ah sabe... Não quero criar expectativas com ele. Conheço bem o tipo “pega e não se apega” e do casinho dele com a Lila ah um ano atrás – revirou os olhos. Ela mordeu o lábio inferior e sorriu fraco.

-Ah meu deus! – falei.

-O que foi?

-Você está apaixonada por ele. – ri, ela arregalou os olhos e abriu a boca.

-Margot Robbie nem ouse dizer isso...

-Está sim! – falei – dá pra ver na sua cara.

Então ela relaxou os ombros dando-se por vencida.

-E eu também acredito que ele esteja também... O que é que esses Letos tem?

-Também me pergunto isso – rimos.

-Ele disse semana passada... Nós estavamos bêbados mas ele disse que me amava. Que nunca tinha ficado com uma garota como eu, papo de homem, sabe?

-Hey, calma ai, Shannon é galinha mas não é de sair dizendo eu te amo para todas. Ele pode ter sido sincero com você mas vocês só precisam ir com calma.

-Diz a garota que não foi “tão calma” com o Leto mais novo – rimos.

-Não deu pra controlar.

-O jantar está servido – disse Constance que estava com Lola no colo, elas eram tão apegadas, então todos caminharam para a cozinha. Sentamos na enorme mesa e quando finalmente consegui olhar para todos, tive uma surpresa.

-O que Natalie está fazendo aqui? – perguntei para Jared, que parecia tão surpreso quanto eu.

-Não sei – disse – não ligue para ela.

Constance insistiu em ficar com Lola, o que me deixava irritada por que ela estava tão próxima de Natalie. Jared não parecia se importar com a presença dela e eu me senti uma idiota por estar com ciúmes, e ciúmes do passado! Que estupida.

Logo todos estavam envolvidos em uma conversa em família, até Marina estava envolvida na conversa. Eu não conseguia, talvez por que nunca tive uma família de verdade então todo aquele assunto era completamente estranho para mim, meus tipos de festas costumavam ser outros e jantares eram apenas aqueles que eu estava trabalhando então não era obrigada a prestar atenção em nada do que eles falavam, mas aprendi muita coisa sobre negócios enquanto trabalhava como acompanhante. Quem disse que precisamos ficar quatro anos dentro da faculdade para aprender a comandar uma empresa?

-Eu tô entediada – falei para Jared.

-Então arruma uma forma de se divertir – falou voltando a se animar com a conversa.

Olhei para todos tão interditos na conversa, todos riam e falavam alegres. Então olhei para Jared maliciosa.

-Sabe de uma coisa – disse ainda em seu ouvido – gosto de desafios e aventuras.

Ele não entendeu. Discretamente coloquei minha mão em sua coxa, subindo devagar até chegar lá e apertei, ele quase deu um pulo da cadeira o que me fez rir. Todos voltaram sua atenção para nós.

-Está tudo bem, filho? – perguntou Constance.

-Só me engasguei – desculpou-se, todos então continuaram conversando. – Você é louca? – disse baixo.

-Vamos brincar? – pedi.

-Do que? – seu olhar tomou uma malicia combinando com o meu. Observei todos na mesa ainda entretidos na conversa, deixei um garfo cair de proposito e fui me abaixando devagar. Entrei rapidamente debaixo da mesa. Com muito cuidado para não bater a cabeça, me abaixei em frente a ele, abri o zíper de sua calça e ele me ajudou, colocando-se para fora. Comecei a estimula-lo lentamente, sua mão apertava meu braço mostrando-me o quanto ele já estava excitado e se controlando para não mostrar isso a todos. Quando seu membro já estava ereto o coloquei na boca, dando uma leve lambida na glande, apertou-me com mais força. Enquanto ia com mais intensidade, sua mão encontrou minha cabeça e me fez ir mais fundo.

Ele chegou ao seu ápice, soltando tudo em minha boca. Lambi a ponta novamente, finalizando toda a nossa brincadeira. Ele suspirou.

-Jared, Cadê a Margot? – ouvi a voz de Constance

-Uh, ela foi ao banheiro – a voz tremula.

-Tanto tempo – riu – deve ter se perdido. – Ele fechou a calça com muita dificuldade. Fiquei sem ter ideia de como sair dali de baixo sem que ninguém percebesse, Jared pediu para que eu esperasse com um sinal.

-Uh, eu proponho um brinde – Disse alto, todos concordaram e ficaram de pé após alguns instantes, Jared começou com um discurso, então passou a oportunidade para seu tio. Tio de consideração.

-Vem logo – disse Shannon abaixando-se, eu não acreditei que Jared contara a ele fiquei vermelha de vergonha mas peguei em sua mão e ele me ajudou a sair discretamente, atrás dele havia uma porta que levava a um corredor. Sai abaixada e entrei nela, no corredor pude ficar de pé novamente e “voltar” para cozinha como se nada tivesse acontecido.

Parei ao lado de Jared, ele colocou a mão na minha cintura e puxou-me para mais perto de si.

-O que você achou? – perguntei em seu ouvido.

-Ah, querida, você não tem ideia – sorriu. Marina e Shannon nos olharam e sorriram maliciosos, corei. Participei do Brinde e depois todos voltamos para sala. Jared estava sentindo calor portanto retirou o paletó entregando-me. – Meu refrigerante acabou – disse fazendo biquinho pra mim, peguei o copo de sua mão e me levantei indo até a cozinha pegar mais. O que eu não reparei é que ainda carregava seu paletó junto comigo, senti alguma coisa vibrar e procurei, era seu celular. A tela não havia bloqueio, então abri a mensagem curiosa.

 

“Sei que é perigoso mandar mensagens agora... Mas estou com saudades!”

 

Não havia nome, só o número estava salvo. Juntei as sobrancelhas estranhando, olhei para a porta para ver se alguém estava vindo e me sentei a mesa. O que responder?

 

“Oi, eu sei que é arriscado mas também estou com saudades!”

 

Escrevi e enviei, com o coração na mão. Mil perguntas surgiram na minha cabeça e apesar de tentar arrumar uma resposta para cada uma delas eu não podia provar nada contra o óbvio: Ele continuava me traindo. Todas aquelas viagens e aquela história de viajar por causa do trabalho era um monte de mentiras e a verdade veio até mim como um balde de água fria. O celular vibrou novamente em minha mão me retirando dos meus pensamentos.

 

“Mal posso esperar para te ver novamente... Quero outras noites com você!”

 

Aquilo me virou o estomago e me consumiu por dentro. Eu não sabia se estava com mais raiva dele ou de mim por ser tão idiota ao ponto de acreditar que ele estava realmente arrependido! Respirei fundo antes de responder novamente.

 

“O que achou da nossa noite, Amber?”

 

Fui direta, precisava saber o que havia acontecido entre eles.

 

“Amei é claro! Queria que fosse assim todas as noites. L

 

 

Pronto! Estava ali a minha resposta. Não precisei de mais nada para impedir as lagrimas, soltei o celular na mesa e enterrei o rosto nas mãos. Ele está me traindo! É tudo o que minha mente gritava, eu não suportei isso. Outra rasteira da vida em menos de quatro semanas, porra! Constance entrou na cozinha

-O que houve? – perguntou preocupada.

-Não precisa fingir que se importa – disse ríspida, ela suspirou. Shannon e Marina entraram também sorrindo mas quando viram meu estado logo deixaram seu sorriso de lado. Constance repetiu a pergunta se aproximando mais, eu não conseguia responder. A raiva, a dor e a magoa me faziam engasgar em minhas lagrimas. Era tão difícil por que meu mundo sempre foi feito de pessoas que eu amei, e eu não podia perde-las sem me perder.

Que mistura de amor e ódio! Eu não consegui entender como uma pessoa que te faz tão bem pode te fazer tão mal ao mesmo tempo, com ele eu vivi os melhores anos da minha vida porém os piores dias, a cada sorriso dele eu sentia que ganhava o pedaço do céu e a cada briga, lagrimas após uma discussão, desentendimentos eu ganhava um pequeno pedaço do inferno. Porém aquilo era diferente, eu sentia que uma parte do chão se abria e eu estava prestes a cair em um abismo sem volta. Eu chorei, senti medo e pena, pena de mim mesma.

Constance pegou o celular na mesa e leu as mensagens recentes. E uma nova que questionava o porquê da demora para responder, entendendo tudo e passando o celular para Shannon sentou-se ao meu lado colocando as mãos em minhas costas.

-Por que está tentando ser tão legal comigo? Não era isso que você queria? – perguntei ainda me enrolando por causa das lagrimas.

-Ah querida! – suspirou novamente – eu nunca quis isso. – e começou a afagar meus cabelos – depois de muito tempo finalmente eu entendi e percebi o quanto você faz bem para ele. E tudo o que eu quero agora é ter uma bela família.

-Mãe... – Shannon tentou falar mas ela continuou me acariciando.

-Você é uma boa moça, Margot. Provou que era capaz de seguir em frente. Quando descobri a loucura que ele estava fazendo compreendi que ninguém nunca é bom o bastante.

-Vocês sabiam? – Levantei a cabeça olhando-os indignada, Marina abaixou a cabeça. – Até você?

-Mag...

-Não – me levantei me afastando deles. – Ninguém me disse nada! Nem um sinal, nada!

-Somos a família dele, ele é meu filho, mas não quer dizer que eu concorde. Conversamos com ele e dissemos que estava errado em fazer isso com você mas Margot, te contar era algo que ele deveria ter feito e não a gente. – Coloquei a mão na cabeça apertando-a com força, não aguentava ouvir aquilo, não queria ouvir aquilo. A noite em que discutimos sobre isso e ele me disse que não havia tido nada demais me veio na cabeça.

-Ai como eu sou estupida – lamentei. – Por que? – Olhei para Marina – Por que todos que eu amo nunca me amam? O que eu faço de errado? Qual o meu problema? – Ela veio até mim e me abraçou com força. Encontrei seu abraço e me afundei nele, molhando todo o seu ombro com lagrimas.

-Ah querida, não é culpa sua – acariciou-me Constance, me soltei de seus braços secando algumas lagrimas.

-Mag, conversa com ele mas não fique assim. – Disse Shannon.

-E você quer que eu fique como? – Quase gritei. – Ele mentiu pra mim, Shann.

Balancei a cabeça e lembrei do colar em meu pescoço, o retirei e coloquei nas mãos de Marina.

-Entrega para ele – pedi, ela disse que sim com um leve aceno.

-Onde você vai?

-Pensar um pouco – disse saindo pelas portas do fundo.

Era claro que eu não ia pensar. Pensar em que? Tudo o que eu queria era encontrar algo que fizesse minha dor sumir. Enquanto andava pelas ruas escuras ia me escorando nas paredes chorando e cambaleando, uns três quarteirões longe dali meu celular tocou, era ele. Não atendi. Abracei-me por causa do frio que estava sentindo, fechei os olhos por um segundo e seus olhos vieram a minha mente. Então, tudo ficou claro. É obvio que todo aquele carinho depois de eu ter feito besteira não era normal, era culpa. Apesar de eu ter errado o erro dele era bem maior e isso nem ele poderia negar. Quando não consegui mais andar, pois já estava me sentindo mal, sentei-me no meio fio de uma calçada em uma rua vazia, eu estava realmente cansada de tudo novamente. Estava com aquele cansaço que não se descansa deitado em uma cama ou em uma rede na varanda de casa. De onde ia vir minha salvação? Dos céus? A salvação que eu via era o fim de tudo. Até quando eu iria continuar a insistir em uma vida cheia de lagrimas e dor? Até quando tudo o que eu amava iria escapar entre meus dedos sem ao menos me dar um sinal? Me levantei novamente e caminhei até um avenida, a mais próxima. Peguei um taxi e dei o endereço.

-Bob! – Chamei. Ele demorou para atender, chamei de novo.

-Mag! – disse um pouco alegre quando abriu a porta, cabelos bagunçados e cara de sono.

-Oi – limpei a garganta – preciso de algo.

-Todo pó que tinha aqui acabou – disse baixo olhando para os lados checando se ninguém ouvia.

-Não – disse rápido – não é pó.

Ele sorriu um tanto aliviado, não gostava de me vender drogas.

-Então?

-É heroína. – Seu rosto tornou a ficar sério.

-Não... Não posso te vender isso. – respondeu, mas sua voz não me passava convicção.

-Que droga, Bob. Vai me vender ou terei que comprar com outra pessoa? – disse.

-Margot não faz isso com você.

-Tudo bem, você não quer o meu dinheiro eu posso comprar em qualquer esquina por aqui. – disse me virando para ir embora, ele segurou meu antebraço.

-Tudo bem – disse sendo vencido – espere aqui. – ele entrou e me deixou encarando a porta. Doía, doía tanto que cheguei até ter pena de mim mesma novamente, e não houve nenhum só dia em que não tivesse doído. – Aqui está. São $50.

Estendi a nota para ele e com um sorriso fraco voltei para o taxi que me esperava na frente do prédio. Quando cheguei em casa Marina estava sentada no sofá.

-Onde você se meteu? – Eu mal dei atenção para ela e corri direto para a cozinha, peguei uma colher e um isqueiro. – Margot, fala comigo.

-Cadê ele? – perguntei.

-Foi atrás de você, com Shannon – disse. – Como você está?

-Estou bem – nem eu me convenci com o tom da minha voz. – Lola?

-Está com Constance.

Assim seria melhor, ela não estaria em casa. Subi as escadas rapidamente e me tranquei no meu banheiro enquanto Marina batia na porta, fazendo um escândalo. Sentei-me perto da banheira e comecei a preparar tudo conforme as instruções vinham em minha mente.

-Quero ficar sozinha – disse – um momento, por favor.

-Tudo bem mas, estarei te esperando lá em baixo – E saiu. Apertei meu braço com força, depois de alguns segundos segurando-o assim o soltei, as veias já eram notórias. Era certo eu fazer aquilo? Claro que não. Ali estava eu mais uma vez fazendo coisas impulsionada pela dor que machucava-me e dilacerava-me. Mas eu tinha certeza, a dor jamais passaria, aquela ferida nunca iria cicatrizar, olhei para a minha veia antes de inserir a agulha as lagrimas voltaram. Reuni toda coragem e apliquei. Fiquei sentada ali alguns minutos e logo senti a “elevação” do meu corpo, a boca ficou seca e minha pele começou a formigar. Por ter ficado tanto tempo limpa, meu corpo respondeu mal, comecei a vomitar no vaso do banheiro, sentindo a respiração vindo entre-cortada e puta que pariu, era uma sensação deliciosa, estranho, não é? Você está morrendo, colocando suas tripas para fora e mesmo assim é como se fosse a melhor sensação do mundo. E era disso que eu sentia saudades, a morfina correndo pelas minhas veias em frações de segundos fez com que meu corpo sentisse uma sensação boa, a leveza fazia-me esquecer da dor emocional, e o fato de colocar meus órgãos para fora da privada também me fazia esquecer daquilo. Quem se importava com sentimentos quando se tem um zumbido na orelha e pontadas fortes no coração?

Me levantei com um pouco de dificuldade, peguei todas as coisas enrolei em uma toalha e escondi no fundo do meu guarda roupa. Já estava me sentindo sonolenta então me deitei, mal notei quando peguei no sono. 



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