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História A acompanhante - Love is a Losing game


Escrita por: hellishgirrl

Notas do Autor


galeraaaa, eu n ia postar esse cap hoje mas como é meu aniversario fiquei com vontade de presentear vcs com esse ca delicia asahsa espero que gostem ♥

Capítulo 27 - Love is a Losing game


Fanfic / Fanfiction A acompanhante - Love is a Losing game

“Como eu queria nunca ter jogado, oh que estrago nós fizemos. E agora o lance final, o amor é um jogo de azar...”

 

“Margot,

Se você está lendo essa carta provavelmente as coisas não deram muito certo para mim, mas mesmo assim, fico feliz em saber que tenha dado certo para você. Bom, não quero demorar, vou ser breve, tenho certeza que você está confusa, cheia de perguntas sem respostas. Vou tentar responder algumas delas e deixar mais claro para você o que aconteceu.

Eu te amei desde o primeiro dia em que te vi, amei de uma forma que me assustava, faria de tudo para te tirar daquela vida degradante que vivíamos. E finalmente achei um jeito. Não o mais correto, mas consegui uma boa grana.

Fugi de casa com Lila com dezesseis anos, Gary havia matado toda nossa família mas mesmo assim precisava que Lila e eu morrêssemos para ficar com o dinheiro, ele descobriu onde nós dois estávamos e que estávamos com você, veio atrás de mim e me chantageou, roubei a chave do cofre dele antes que ele percebesse e iria fugir com vocês duas antes de ser pego pela polícia no último assalto. Tive que espalhar o boato de que morri para que ele parasse de me procurar, com o boato também surgiu o boato de que vocês duas também estavam mortas, pelo menos para ele. Eu fiz de tudo para que ele acreditasse nisso, jurei para mim mesmo que nunca mais iria atrás de vocês para que vocês ficassem protegidas mas eu não aguentei, uma mulher muito bonita me procurou, disse que te conhecia e que faria de tudo para ajudar a nos reencontrarmos de novo. Não me lembro o nome dela.

Para ser mais claro, ela realmente me ajudou a te encontrar e obvio que ao te ver todos aqueles sentimentos voltaram a tona, eu nunca deixei de te amar nem por um segundo. Mas você já estava amando outra pessoa... Eu matei tom para te proteger, e mataria qualquer um para ver você feliz mas a polícia descobriu que eu havia feito aquilo, eu não podia voltar para a prisão Margot e nem deixar que você fosse então contei-lhes que conhecia Gary e que sabia como pega-lo, uma barganha. É uma vergonha como a polícia pode ser suja e incompetente as vezes. Eu precisava de você para atraí-lo, e a chave do cofre que fica em Nova York. Me desculpe se te machuquei, me desculpe por tudo que fiz, eu só queria te proteger. Queria poder te responder sobre sua família e os segredos dela, mas infelizmente não posso, não os conheço mas sei que você encontrará verdade por trás disso tudo.

Eu te amo, maggizinha. Tenha-me em suas lembranças.

 

E por favor, se ame mais do que o ama. Nunca o achei digno de tamanho amor que sente por ele.

 

Seu Bradley, para sempre.”

 

Encontrei a carta na minha bolsa antes de voltar para Los Angeles. Era complicado entender o que estava sentindo, ou o que havia acontecido ali. Eu não aguentava mais chorar, ou pensar sobre aquilo ou praguejar contra os deuses, o destino, a vida ou seja lá o que for, eu simplesmente estava cansada de tantos problemas, só queria poder voltar para casa e deitar minha cabeça no peito de Jared e fingir por alguns minutos que estava tudo bem. A polícia conversou comigo, contou-me como eles estavam atrás de Gary ah anos mas eles não sabia que eu estava envolvida no assassinato de Tom. Saí daquela cidade rapidamente depois que enterrei Brad no mausoléu da família Soileau ali em Charming, era insuportável ficar ali, demorei o dia todo para finalmente chegar em casa. Um pouco mais triste, e muito mais forte.

Queria acreditar que tudo ficaria bem dali em diante, eu poderia tratar meus vícios, poderia seguir em frente porque Bradley sacrificou sua vida para que eu vivesse bem, eu devia isso a ele.

Cheguei em casa e tudo estava silencioso, chamei por Jared mas ele não me respondeu, então Ellen apareceu saindo da cozinha. Ela me olhou espantada, obviamente eu não estava na minha melhor aparência.

-Cadê o Jared? – perguntei.

-Ah, ele saiu, senhora – ela disse, franzi o cenho. – foi até o bar que costuma ir com o irmão.

-E a Lola?

-Está com a vó.

Ela parecia surpresa com a minha presença, e claro que estava. Sumi por uma semana sem dar notícias, mas o que era engraçado era que não houve ligações de Jared, não houve ligações de ninguém como se ninguém se importasse se eu tivesse sumido. Balancei a cabeça para Ellen e subi para o meu quarto, queria me deitar na minha cama e fingir que o mundo não existia, que eu não existia. Tomei um banho, e depois fui até minha penteadeira pegar uma escova para pentear o cabelo, havia alguns papeis em cima dela. Os peguei curiosa.

Levei a mão a boca quando virei os papeis, me sentei com eles nas mãos. Eram cartas, todas direcionadas a Jared contando-lhe onde eu estive durante o acidente e o que estava fazendo, havia fotos, minha e de Bradley no beco quando ele me beijou, e quando paramos na lanchonete a caminho de Charming.

Por isso que ele não me ligou a semana toda, porque ele não queria falar comigo. Balancei a cabeça sem conseguir acreditar que aquilo estava acontecendo, procurei pelo remetente mas não havia um nome, não havia um endereço, não havia nada. Quem poderia ter mandado aquilo? Bati forte da cabeceira e me levantei, andando de um lado para o outro, com raiva derrubei todas as coisas em cima dela no chão e joguei a cadeira contra a parede.

-Meu deus! Eu não posso suportar isso mais. – falei para mim mesma. – Eu preciso explicar para ele.

Coloquei uma roupa e corri até o bar em que Ellen disse que ele estaria, estava escurecendo já.

O bar não estava tão cheio mas também não tão vazio, assim que entrei vi Shannon e Marina sentados juntos em um sofá marrom, se beijando. Ele deveria estar ali mesmo, olhei em volta e o vi no piano, tocando alguma coisa que eu não identifiquei.

Dei um passo mas logo paralisei, Amber apareceu com dois copos de Whisky entregando um para ele, ele virou e a agradeceu com um beijo. Ela passou a mão nas costas dele e se sentou ao seu lado, e pela primeira vez eu não quis chorar, eu não quis sair correndo, e não me senti culpada, eu senti raiva, muita raiva. Saí da minha paralisia e caminhei até eles, antes que qualquer um pudesse notar minha presença ali enrolei os longos e loiros cabelos de Amber na minha mão e a puxei para trás, ela caiu da cadeira e bateu as costas no chão, gemeu sentindo a dor. Me abaixei em cima dela e comecei a soca-la, com tanta raiva, com tanto ódio! Como se eu estivesse descontando nela toda raiva que eu estavas sentindo, de Gary, de Jared, da vida, porque estava triste porque Bradley morreu, porque eu era fraca e inconsequente, era por isso que eu estava batendo nela.

Todo bar começou a olhar para nós, Amber estava chorando, então Jared me puxou para trás me fazendo solta-la. Eu dei dois passos para trás passando a mão na cabeça. Ele a ajudou a ficar de pé novamente, ela passou a mão no nariz e na boca tentando limpar o sangue.

-Você é louca! – ela gritou chorando, meus nervos estavam a flor da pele, eu ainda estava com o punho fechado incapaz de controlar minhas emoções, eu queria continuar descontando toda minha raiva nela, queria bater a cabeça dela e dele contra a parede até sentir meu peito se aliviando.

-Amber calma – disse Jared ainda entre nós duas. Me apoiei no balcão ao meu lado e respirei fundo, meus olhos se encheram de lágrimas mas eu não chorei. Como disse, estava cansada de chorar.

-Olha o que ela fez comigo, Jared! – disse desesperada. Jared se virou para pegar um pano para parar o sangramento nasal dela, foi quando eu peguei uma garrafa qualquer de cerveja em cima do balcão e acertei a cabeça dela com força, ela cambaleou para trás, então dei um soco em seu estomago fazendo-a se debruçar, sua cabeça estava tão baixa e tão perto do meu joelho que dei-lhe uma joelhada. Uma vantagem de crescer na rua? Você aprende a brigar e a quebrar a cara de qualquer vadia. Eu não via nada na minha frente, estava tomada por uma raiva, um ódio que parecia me consumir.

-Margot, chega! – Disse Jared segurando meu braço, eu me virei rapidamente e o acertei com um tapa.

-Não encosta em mim. – falei e saí do bar correndo, aquilo me sobrecarregou mais do que eu já estava carregada com todas as coisas que ouvi de Gary e com a morte de Brad, partiu meu coração, me invadiu e eu achei que não fosse aguentar mais, sinceramente, achei que não aguentaria que sairia dali e me jogaria na frente do primeiro carro que visse, ou dirigiria até a ponte mais próxima mas eu não fiz, claro que não fiz. Peguei meu carro e comecei a dirigir para qualquer lugar, qualquer lugar longe de toda aquela confusão, daquela bagunça, daquelas mentiras. Dirigi até chegar a uma rua deserta.

Desci do carro e me sentei na calçada, eu ainda estava tremendo de raiva.

Eu tive que ver tudo desmoronar em frente aos meus olhos, as estruturas de uma vida construída com alegria sendo destroçadas com ódio e tristeza, eu não queria acreditar que tudo aquilo era possível, não havia motivos mas mesmo assim existia um desejo intenso que devastava tudo. Não era um castelo de cartas, não era uma casinha de bonecas, não era blocos de brinquedos, era um legado construído com suor e lagrimas. E até a convivência com Lila estava acabando comigo, como eu diria a ela que o irmão estava morto? Eles me tiraram em alguns segundo algo que eu levei anos para construir. O Vento gelado parecia não me afetar, sentia meu corpo todo mole, mas me mantive sentada.

Pensei nas minhas drogas, mas infelizmente os efeitos das drogas já não me faziam esquecer tudo e estava se tornando insuportável conviver com aquele turbilhão de sentimentos ruins.

Bufei, as lagrimas escorrendo. Comecei a sentir saudades da mulher que era antes de tudo isso, por mais egoísta, egocêntrica, arrogante e manipuladora que eu era, ao menos não sofria com tantos sentimentos complexos, com todas essas coisas na minha cabeça e esse aperto no meu coração.

Aquela porra toda era minha culpa, nada mais justo do que eu sentir como se eu fosse um lixo e me odiar eternamente. E não se tratava somente de Jared, mas de tudo aquilo que eu vinha me culpando a minha vida toda.

Aqueles pensamentos me fez mergulhar de vez na melancolia, coloquei a mão o rosto abafando um grito, e mesmo que eu gritasse com todo o meu folego ninguém me ouviria, nunca ouviram. Nem mesmo as minhas amigas.

Meu celular tocou, pedi aos céus que não fosse ele e por sorte era Lizzy.

-Hey, Baby! Fiquei sabendo que alguém finalmente quebrou a cara da vadia da Amber – disse rindo. – Cadê você? Vamos sair para algum lugar e aí você pode me contar o que aconteceu.

-Eu não quero falar sobre isso, Liz – respondi, ela suspirou.

-Ok! Mas então vamos a uma festa comigo e você não vai ficar se martirizando com seus pensamentos – ela me conhecia tão bem. – vamos por favor, Margot. – implorou.

-Tudo bem, tudo bem, mais tarde eu passo ai. – disse e desliguei.

Fiquei sentada por mais algum tempo até que voltei para o carro fingindo que não existia, até criar coragem para poder assumir minha vida novamente mas antes disso acontecer acabei pegando no sono dentro do carro, mas acordei com meu celular tocando freneticamente. Limpei o rosto e tentei focar na tela do celular, era oito e meia da noite e Jared havia me ligado umas trinta vezes. Ignorei sua última chamada e lembrei da festa de Lizzy, liguei o carro e parti. A Tristeza ainda assolava meu coração, estava tão desanimada que não tinha ideia do por que eu estava indo em uma festa.

Quando cheguei no apartamento de Lizzy apenas dei um toque em seu celular e ela desceu, entrou no carro com um vestido preto e saltos altos. Olhou para mim e fez uma cara de pena.

-Se vai ficar com peninha de mim é melhor voltar – falei.

-É impossível não ficar, você não merece isso – revirei os olhos.

-Você sabe que isso não é verdade. Mas vamos logo ok? – falei dando partida no carro, não demorou muito para que chegássemos na casa do amigo dela. Assim que chegamos os amigos dela a rodearam, ela sempre foi muito popular, eles se envolveram em uma conversa chata e desinteressante

Revirei os olhos e bufei.

-Eu vou ir beber alguma coisa – falei para ela e entrei na casa.

Olhei em volta e procurei alguém conhecido mas não vi ninguém. Eu estava deprimida, bem, deprimida não, mas estava desanimada com tudo, o jogo todo, a vida toda, bebi tudo o que me ofereceram sem me preocupar com o que era por que naquele momento não estava nenhum pouco preocupada se acontecesse algo comigo. Me sentia um tanto sufocada, palavras não ditas, choros presos. Precisava por pra fora, falar com alguém, mas quem? Não havia ninguém. Todos encaravam seus problemas como eu: bebida. Acho que no final sempre vai ser assim, todos nós sozinhos com um grande copo de vodca, eu comecei desabar novamente, comecei a enlouquecer com os meus altos e baixos. Uma vez me falaram que amar alguém é como se jogar de um precipício sem ter a certeza de que aquela pessoa vai estar lá em baixo para te sustentar, mas e se essa mesma pessoa te empurra? Quem vai estar lá? Ninguém.

Parei de ficar pensando nessas coisas e me joguei no meio daquelas pessoas que estavam tão bêbadas como eu, deixei-me ser levada pelo som da guitarra de Jimi Hendrix que tocava purple Haze, um garoto apareceu na minha frente e começou a dançar comigo, enquanto dançávamos ele colocou algo em minha boca, lsd. O efeito da droga foi vindo aos poucos, primeiro a sensação de estar voando, depois as alucinações, só conseguia sentir uma mão na minha cintura, enquanto sentia que meus pés haviam deixado o chão. Enquanto estava no auge do efeito da droga tudo era maravilhoso, não havia culpas, não havia dor, não havia nada disso só uma vontade de continuar “voando”. O Homem desceu sua mão de minha cintura até a lateral da minha bunda, retirei minha jaqueta de couro e a joguei em qualquer lugar, enquanto ele beijava meu pescoço e puxava meu corpo para mais perto de si.

-Quer sair daqui? – ele disse, a frase demorou para se formar na minha cabeça, antes que eu dissesse alguma coisa ele me puxou para um quarto e me jogou em cima da cama, começou a beijar meu pescoço e passar a mão em mim. Eu deveria me sentir excitada com aquilo? Assim que ele tirou a camiseta eu me senti um pouco tonta, eu não queria aquilo nem sabia porque estava ali, então eu o empurrei para sair de cima de mim. Levantei da cama.

-Qual é? Pensei que você queria! – ele disse indignado, abri a porta e saí do quarto sem responder ele. Eu nem sabia o que eu queria, aliás, eu sabia. A ideia nunca tinha passado pela minha mente antes, antes da morte de Bradley eu nunca pensei em acabar com minha vida, mas tudo estava parecendo tão sem sentido ali. Voltei para o meio da multidão, então o homem me agarrou.

-Me solta – falei me debatendo em seus braços.

-Eu quero você – ele disse tentando me beijar novamente estava tão bêbado e drogado quanto eu. Me debati mais ainda, não estava assustada só não queria estar com ele. Então alguém o puxou para trás, Jared apareceu junto com Shannon. O homem foi para cima de Jared, mas ele apenas acertou-lhe com um soco e Shannon o empurrou para longe. Eu tombei minha cabeça para trás ouvindo a música, eu me sentia leve.

-Mag, você está bem? – Jared segurou minha cabeça com as duas mãos, eu comecei a rir.

-Ela está drogada, não está vendo? – Marina disse. Eu não conseguia focar nele, eu não conseguia focar em nada direito, as coisas pareciam se mover devagar.

-Porque você está tão engraçado? – falei olhando para Jared, que tinha a cabeça maior do que o normal. Comei a gargalhar.

Jared me soltou olhando preocupado para Marina, ele nunca havia me visto assim antes, encostei na parede atrás de mim e me sentei no chão aproveitando aqueles momentos em que eu não sentia nada, nem tristeza, nem alegria, nem dor, nem raiva. Só sentia meu corpo leve, minha cabeça vazia.

Jared voltou sua atenção para mim, se abaixou a minha frente e acariciou o meu rosto.

-Vamos embora daqui? – disse calmo. Eu ri novamente.

-Não quero ir embora – falei, tentei me levantar mas fiquei tonta e quase cai, ele me segurou. Tudo girou inclusive meu estomago parecia girar também, eu ri novamente. Estava com uma calça de couro e regata branca mas sentia um calor tremendo. Jared me pegou no colo e me levou para um dos quartos da casa, me deitou na cama e eu já não estava mais no auge do efeito da droga, ainda estava vendo as coisas lentamente, falando lentamente mas já conseguia entender o que as pessoas me falavam e os sentimentos foram voltando aos poucos.

-Vamos embora daqui? – ele perguntou, estava debruçado em cima de mim, acariciava meu cabelo. – Vamos pra nossa casa?

Enquanto ele falava eu comecei a chorar. Chorei, chorei por que na minha cabeça aparentemente não havia soluções para as coisas que estavam acontecendo. Chorei, por que era a única pessoa que poderia fazer alguma coisa, mas, não pude. Chorei por que nenhum porre desse mundo poderia me impedir de chorar. Chorei por todas as coisas que tive que abrir mão, e por todas as pessoas que abriram mão de mim. Chorei por que era a única coisa que eu poderia fazer, chorar como criança, uma criança desesperada. Chorei pelo cansaço, pelas dores nas costas, chorei por que um dia eu cheguei a acreditar em tudo, mas ali deitada naquela cama eu já não acreditava em mais nada. Chorei por que eu já estive em todos os lugares, mas nenhum deles parecia ser meu lar.  

-Porque está chorando? – perguntou.

-Desculpe, desculpe – eu dizia – é que você deixava meu coração cada dia mais vivo e agora está deixando ele todo em pedaços. – Ele se inclinou mais e me beijou carinhosamente, mas eu estava magoada demais com ele, tanto que seus toque, sua voz e seus beijos não faziam efeitos sobre mim. O empurrei, mas não tinha forças.

-Vai embora – disse – não quero você! – eu própria me levantei da cama e saí cambaleando do quarto, corri de volta para a festa, esbarrei em um homem e derrubei seu copo de cerveja. Antes que ele dissesse alguma coisa o puxei e o beijei, quando olhei para o lado Jared estava parado, perplexo. Voltei a beijar o homem a minha frente, depois o puxei para um dos quartos vazios da casa. Sem pensar em mais nada, comecei a retirar a roupa dele enquanto ele beijava meu pescoço, me jogou sobre a cama enquanto suas mãos percorriam todo o meu corpo em uma tentativa vã de me excitar. Quando me dei conta do que estava fazendo interrompi seus beijos, apesar de querer muito dá o troco em Jared, apesar de querer trair ele com qualquer um, eu não conseguia. Empurrei o homem e saí do quarto novamente, me enfiei no meio das pessoas que estavam dançando e comecei a dançar também, como uma louca. Tropecei e caí no chão, ri de mim mesma, alguém estendeu a mão para mim a segurei e quando olhei para cima abri um sorriso enorme.

-O que você está fazendo aqui? – falei para Bradley que sorria parado a minha frente.

-Eu sempre estive aqui – ele disse.

-Mas... eu não entendo. – falei, ele riu.

-Vem vamos dançar – então ele me puxou para dançarmos.

-Não... me conta, como você está aqui? – ele riu alto, estava rindo de mim – porque está rindo assim, Brad?

-Brad? Margot, você tá muito loca! – Lizzy disse e de repente ela não era o Brad, era a Lizzy. Era ela a todo momento. Fiquei parada ali olhando para ela frustrada, queria realmente que Bradley estivesse ali. Para “calar” meus sentimentos que estavam voltando para me torturar peguei uma garrafa de vodca e virei, tomei ela sozinha e então fui aproveitar a festa.

 

Depois só me lembro de azulejos quadriculados, dores nas costas e um vaso de porcelana branco em que eu estava com o braço e cabeça apoiada, ah, e umas vozinhas irritantes.

-Aqui está minha garota – disse Lizzy

-A festa foi boa, não foi, Margot? – disse Marina com ar de reprovação.

-Você está bem? – Jared apareceu abaixado a minha frente, ergui a cabeça lentamente e sorri fraco. Mal movimentei a cabeça e meu estomago revirou, senti toda bebida e qualquer outra coisa que eu tenha comido na noite anterior subir pela minha garganta, virei-me e vomitei dentro do vaso.

-Que Droga, Margot – disse Marina.

-Melhor agora, sweetheart – respondi a pergunta dele. Ele balançou a cabeça e se levantou suspirando.

-Vem, vou te levar para casa – disse – consegue se levantar?

-Você acha mesmo que quero ir pra algum lugar com você? – disse olhando-o. Quando ergui os olhos, a claridade os fez arder – Bullshit – reclamei.

-Não foi uma pergunta – ele disse. – eu vou te levar pra casa.

-Vai ter que me carregar – respondi rindo.

-Ela ainda está bêbada, não é possível. – disse Marina colocando a mão na cintura. Shannon riu.

-Não brinca? – disse irônico – Só ontem ela bebeu mais do que qualquer cara que estava nessa festa.

-Bêbada ou não, você vai pra casa comigo. – Jared disse me pegando no colo, eu voltei a rir. – e vai tomar um belo banho por que está precisando.

-Go to hell – respondi. Ele me levou até o carro, me enfiei no banco de trás e dormi mais ainda no colo de Marina, quando cheguei em casa eles me forçaram a tomar banho mas capotei na cama o dia todo. Acordei e os primeiros dez segundos foram os melhores momentos da minha vida, é aqueles dez segundos que quando você acorda não se lembra de nada, mas então tudo voltou de uma vez só, como uma onda. Me levantei da cama e fui até o banheiro, encarei meu reflexo no espelho.

-Sua idiota – falei para mim mesma, escovei os dentes e depois voltei para o quarto, peguei uma grande mala no meu closet e comecei a colocar uma porção de roupas e coisas pessoais minha, quando a mala estava cheia a fechei. Ia saindo mas Jared apareceu na porta com algumas coisas para comer.

-Trouxe para você comer – ele falou. Olhei para a bandeja indiferente, então ele olhou para a mala ao meu lado. – Onde você vai?

-Eu vou embora – falei, ele ficou surpreso, abiu a boca e a fechou depois fez aquilo de novo.

-Não pode me abandonar – ele disse.

-Não estou te abandonando – falei – estou te deixando livre para ficar com a Amber.

Ele travou a mandíbula e jogou a bandeja contra a parede, eu me assustei por causa do barulho que fez.

-Eu não quero a Amber. – ele disse olhando fundo em meus olhos.

-Que pena. – falei irônica – deveria ter pensado nisso antes de me trair de novo com ela! – terminei a frase gritando.

-Não seja hipócrita! Você sabe que estava arrependido e ai me larga aqui por uma semana e vai viajar com seu amante? Você acha que eu não sei que enquanto eu estava em uma cirurgia entre a vida e a morte você estava fodendo com ele? – ele também gritou.

-Eu sou a hipócrita? Pelo amor deus! Se eu estava fodendo com Bradley foi porque você já havia me traído. Eu estava com raiva, Jared por que você estava fodendo a sua secretária! Eu tinha o direito de estar com raiva, de estar magoada. Mas eu sou uma idiota, porque eu acabei magoando a única pessoa que realmente me amou nessa vida, porque quando Bradley estava dentro de mim eu só conseguia pensar em você! – gritei, ele pareceu surpreso – porque querendo ou não eu sou uma filha da puta apaixonada por você e por você eu desprezei a única pessoa que me amou! E o que eu ganhei com isso? – ri irônica – três pares de chifres no meio da minha testa. Você é ridículo!

Ele suspirou fundo e passou a mão na cabeça.

-Eu estava irritado com você. Achei que você estava querendo me dar o troco e por isso foi viajar com ele.

Balancei a cabeça nervosa e me afastei dele, ele se aproximou.

-Margot... Eu não sei o que deu em mim. Eu nem gosto da Amber, ela não é meu tipo de mulher...

-Ah claro que não, o seu tipo de mulher é idiota igual eu, você não deveria fazer isso Jared. Está fazendo comigo a mesma coisa que fez com a Natalie. – falei caindo na real – é isso. Claro, você sempre foi assim. E eu achando que você tinha mudado.

Ri de mim mesma.

-Não, não! – ele aproximou de mim – eu amei você, Margot, eu amo você, essa é diferença entre você e a Natalie.

Me afastei dele.

-Não é o que você diz, é o que você faz. – ele ficou quieto alguns minutos.

-Eu fui um idiota, Margot. Eu fiquei com medo de ter perdido você depois de tudo... Eu agi sem pensar, mas eu sei que ainda podemos recomeçar, sei que podemos apagar tudo isso e ser uma família novamente.

Eu coloquei a mão na cintura e o encarei, suspirei bem fundo então ele se aproximou de mim e segurou minhas mãos, olhou-me nos olhos.

-Podemos recomeçar – ele falou quase sussurrando, eu me inclinei para frente e o beijei rápido. Ele sorriu.

-Você tem razão, Jar. – falei acariciando seu rosto. – você me perdeu.

O sorriso saiu de seu rosto, seus olhar tornou-se desesperado, sorri fraco e me afastei dele. Peguei minha mala e saí do quarto. 



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