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História A acompanhante - Let Go


Escrita por: hellishgirrl

Notas do Autor


i'm back lovers.

Espero que vocês curtam o cap e não deixem de comentar. ♥♥

Capítulo 28 - Let Go


Fanfic / Fanfiction A acompanhante - Let Go

 

Por que estou sozinha? Você me deixaria sozinha antes de eu perder minha cabeça? Porque você mentiu e eu também, Oh, você choraria, choraria se eu partisse essa noite?”

 

Acabei voltando para o apartamento que Lizzy e eu compartilhávamos, ela ainda morava lá. Era um bom apartamento e Lizzy nunca gostou muito de lugares extravagantes.

-Seu quarto ainda está lá. – ela disse apontando para a porta do quarto, sorri fraco. Levei minha única mala para o quarto e o abri, meus antigos moveis ainda estavam ali.

-Você precisa de alguma coisa? – ela perguntou.

-Só quero ficar sozinha um pouco – falei, ela me entendeu e saiu.

-Qualquer coisa me chame.

Coloquei um lençol novo e cima da cama e me deitei, apesar de ter dormido a tarde toda por causa da ressaca ainda me sentia cansada, talvez fosse um cansaço psicológico. Me deitei na cama e rolei de um lado para o outro mas não consegui dormir, fiquei encarando o teto pensando em tudo o que havia acontecido naquela semana.

E sem querer chorei. Chorei muito. Estava acabando com meu depósito de lagrimas, e mesmo se elas acabassem, eu choraria a seco. Eu sentia como se estivesse morrendo. Me sentia um posso sem fundo e vazio. Eu não sabia se minha vida estava parada ou desmoronando, e ali na minha cama a sensação era de que eu nunca ia sair do fundo desse poço, minha vida parecia uma montanha russa de tristeza, eu era o sinônimo da tristeza. Eu me degradava cada vez mais e mais, que loucura. Sim, eu estava me autodestruindo, não pense só nas drogas e no álcool, pois era uma autodestruição mental. O nada estava fazendo mais sentindo na minha vida do que qualquer outra coisa, comecei a me sentir meio pacata em relação a tudo o que estava acontecendo a minha volta, como se a vida estivesse rindo de mim e eu só me sentei como se não me importasse mais. Depois de um certo tempo, eu parei de chorar, não queria ter que me acostumar com aquela situação triste e melancólica, ou eu iria acabar como uma dessas pessoas suicidas que se jogam de uma ponte qualquer, ou simplesmente me entupindo de remédios. Isso não me assustou, parecia reconfortante acabar com tudo aquilo. Mas eu seria a cópia fiel da minha genitora se eu abandonasse a minha filha. Antes de adormecer eu quis ligar para ele. A voz dele por anos foi a última que eu ouvi antes de dormir e eu não tinha ideia de como iria sentir falta daquilo. Eu pensei em ligar e perguntar do porquê eu estava sozinha, e se ele iria me deixar sozinha antes que eu perdesse minha cabeça ou se ele choraria se eu realmente partisse.

Eu acordei na manhã seguinte um pouco triste e desanimada, mas eu me levantei e tentei deixar aquilo de lado porque realmente não vale a pena ficar confusa por causa dele, ou me estressar. Então eu simplesmente iria continuar com a minha vida e focar em tudo, menos nele. Sim, eu apenas iria continuar com a minha vida, eu não tinha motivos para agrada-lo mais. Assim que me levantei fui ao banheiro fazer toda minha higiene, senti meus braços tremerem e algumas dores pelo corpo, corri de volta para o meu quarto e preparei uma dose de heroína. Assim eu me manteria bem calma e aguentaria aquele dia todo.

-Margot, dá pra você vim aqui? – gritou Lizzy, revirei os olhos e me levantei do chão cambaleando por causa da droga, me recompus e fui até a sala.

-O que foi? – perguntei, então me deparei com Jared ali no centro da sala, me olhando triste. – O que você quer? – perguntei, Lizzy saiu dando-nos privacidade.

-Quero que você volte para casa. – ele disse.

-É só isso? – falei – pode ir embora então.

Ele travou a mandíbula e balançou a cabeça.

-Porque você está fazendo isso comigo? – eu abri a boca incrédula. Sério mesmo que ele estava me perguntando aquilo?

-Por favor Jared, eu não quero voltar para casa, pelo menos não agora. Eu preciso de um tempo longe de você para poder decidir o que vou fazer da minha vida.

Claro que eu precisava de um tempo longe dele para poder pensar com clareza, porque toda vez que eu tomava uma decisão ao meu favor, ele me olhava com aqueles olhos e todo o meu amor próprio ia embora pelo ralo. Quando ele pegou meu coração, mandou todo meu orgulho para puta que pariu. Por isso, ficar longe dele me mantinha com a cabeça limpa, o meu coração não me controlava. Eu deveria fazer o que era certo para mim por que eu não podia deixar que meu amor por ele que apesar de me consumir, me destruísse.

Ele deu um passo a frente e se aproximou de mim, seu perfume me envolveu.

-Margot, nós podemos resolver isso de outro jeito. – ele disse olhando em meus olhos.

-Eu não posso te perdoar mais. – falei baixo olhando em seus olhos – não depois de tudo o que eu passei nos últimos dias enquanto você estava com ela.

Ele franziu os lábios e colocou meu cabelo para trás. Eu fitei seus lábios que estavam tão próximos de mim, qualquer movimento errado e eles se aproximariam mais e meu corpo todo clamou por aquilo. Fechei os olhos por um segundo e lutei com cada átomo do meu corpo me afastando dele. Virei-lhe as costas e passei a mão no rosto. Deus, controle-se Margot!

-Eu não posso voltar, Jared. Ainda não sei como eu devo me sentir em relação a isso, não posso te perdoar mais e acho que deveríamos colocar um fim nisso. – falei sem olhar para ele. – por favor vá embora.

Ele se irritou e caminhou até mim, me virou com força fazendo encara-lo.

-Pelo menos tenha decência de falar olhando na minha cara. – sua expressão era indecifrável. Eu não sabia dizer se ele estava com raiva, triste ou magoado. Eu estava, com raiva, triste e magoada. E me recusava a sentir tudo aquilo sozinha, me recusava a acreditar que era a única a sair ferida nessa história. E eu queria saber como ele se sentia naquela história e se realmente ele iria ter coragem de romper tudo comigo por causa de outra. Eu não queria, é obvio que eu não queria, ele era o amor da minha vida e voltaria para ele num piscar de olhos mas eu precisava saber.

-Você está sendo injusta – ele disse.

-Eu sendo injusta? – falei.

-Como pode jogar a culpa de tudo o que aconteceu em cima de mim? Por que você teve que voltar para as drogas? Por que teve que se afastar tanto de mim por causa de um ex namorado?

-Eu não fiz isso. – falei para ele ficando irritada.

-Ah você fez sim. Noites em festas, bebidas, drogas, chegava em casa como uma adolescente. Eu não era seu pai, não tinha a obrigação de “cuidar” de você. Eu era seu marido, você me devia ao menos respeito.

Eu desviei meus olhos dele tentando lembrar daquelas noites. Eu realmente tinha feito aquilo, estava tão feliz com a volta de Bradley que não me dava conta das noites que passava em festas.

Mas Amber apareceu antes dele.

-A Amber apareceu antes de Bradley, Jared. – falei voltando a olha-lo. Ele engoliu em seco.

-Foi um erro. – ele disse rápido se afastando de mim com as mãos na cintura.

Eu me sentei no sofá passando os dedos nas têmporas. Aquela conversa estava sendo demais para minha cabeça.

-E então você sumiu por uma semana e eu me senti perdido – ele falou olhando para a janela, meu coração se apertou. Ah se ele soubesse a verdade.

-Eu estava magoada – e lá estava elas novamente, as minhas inseparáveis lagrimas. Apertei os olhos tentando deixa-las não cair. – você não entende.

Ele ficou quieto por alguns minutos, longos minutos. Só se ouvia a nossa respiração na sala.

-Então é isso o que você quer? – ele falou finalmente.

-O quê? – me virei para ele.

-Acabar? – ele não me olhava, fiquei calada então ele se virou e sentou ao meu lado no sofá.  Fiquei calada, engoli em seco. Seus olhos estavam fixos nos meus com certeza procurando algum vestígio de rendição. Esperando por um “não, eu te perdoo” mas eu estava magoada demais para pedir para ele ficar, ao invés de seus olhos me deixarem embriagada de amor eles me fizeram sentir-se menor, sentir-se controlada e eu queria mostrar para ele que ele não podia me controlar, ele não tinha aquele controle sobre mim.

-S-sim – gaguejei. Ele entreabriu os lábios, provavelmente não era essa a resposta que ele estava esperando ouvir. – Jared, eu quero me separar de você.

Falei alto e aquilo foi estranho até para os meus próprios ouvidos. Eu não tinha certeza se só queria machuca-lo ou realmente me separar. Aliás, eu tinha uma certeza, a certeza de queria estar com ele até meu último suspiro de vida então estava amarrando uma corda no meu pescoço só para ver o que ele era capaz de fazer para não deixar aquilo morrer entre nós.

Ele se levantou rapidamente, andou de um lado para o outro na sala e depois me colocou de pé.

-Você não quer isso. – ele disse – posso ouvir no som da sua voz que não é isso que você quer.

-Quero! – falei mais alto – é o que eu quero Jared!

Então me soltou dando alguns passos para trás, balançando a cabeça e mordendo o lábio inferior com força por causa da raiva, se virou e socou a parede atrás de si, o quadro ao lado se soltou e se espatifou pelo chão.

-Não vou deixar você fazer isso com a gente. – ele falou voltando para mim.

-E o que você pode fazer contra isso? Não pode me deixar presa em um casamento que eu não quero. – eu estava testando ele ao limite, realmente estava. Ele me olhou alguns segundos.

-Vou fazer com que você fique longe de Lola até que pense claramente no que quer.

Eu abri a boca indignada com aquilo.

-Você é louco. – falei nervosa, indignada. Não deveria testa-lo tanto a ponto de tomar uma decisão maluca quanto essa. – Não pode me deixar longe da minha filha.

-Você acha que isso é por mim? – ele puxou meu braço esticando-o com força – eu vi essas marcas desde a hora que eu entrei aqui. Se você acha que vou deixar minha filha assistir você se envenenando você está muito enganada. É melhor que ela cresça sem uma mãe do que com uma decepção.

Que palavras duras e ao mesmo tempo tão reais. Ele estava certo, eu não podia deixar minha filha crescer vendo o que eu me tornei. Tendo uma viciada como mãe, isso seria cruel demais com ela.

-Ou você volta e lidamos com isso juntos como da última vez, ou você pode se afundar nessas drogas sozinha.

-Você não entende... Não é a melhor experiência do mundo estar dentro de uma reabilitação. – falei.

-Então porque você voltou para isso? – fiquei calada. Ele riu de lado, sem humor na voz – decida-se Margot, seja minha mulher e mãe de novo ou apenas uma mulher miserável e drogada.

-Como você é sujo – falei cerrando os olhos – usando minha filha para me levar de volta para você.

-Vou fazer qualquer coisa para te trazer de volta para mim.

-Isso não é amor.

-Ah é sim! – ele disse abrindo a porta – só estou fazendo você enxergar o quão poderoso e controlador ele pode ser.

Ele ia saindo mas parou, olhou-me e mordeu o lábio inferior. Antes que eu percebesse já estava nos braços dele o beijando com força, como se fosse nosso último beijo, ele me empurrou prensando-me contra a parede, seu beijo era desesperado, rápido e urgente. Quando ele parou de me beijar meu peito descia e subia com força, quase o puxei de volta para próximo de mim, como se precisasse dele mais e mais, mas ele simplesmente acariciou meu rosto e depois saiu. Assim que a porta fechou atrás dele me permiti chorar abaixada, encostada na parede me perguntando como aquilo poderia ficar pior.

Não ia passar a tarde toda chorando por ele. Claro que não. Almocei, me arrumei e depois fui trabalhar. Entrei na agencia com os olhos no celular, vendo uma foto de Lola. Era tudo tão mais fácil quando eu olhava para ela.

Então alguém deu um tapa na minha mão fazendo meu celular voar para o lado, ergui a cabeça tentando entender aquilo.

Lila me olhava com os olhos inchados de quem esteve chorando.

-Porque você não me contou?

Eu juntei as sobrancelhas, confusa.

-Sobre Bradley! Porque não me contou? Deixou que eu acreditasse todo esse tempo que ele havia me deixado novamente...

Apertei os olhos alguns segundos. Estava com a cabeça no meu casamento, na minha filha que havia esquecido esse detalhe, contar para minha amiga que seu irmão morreu por minha causa.

-Eu não sabia como te contar isso...

-Mentira! – ela gritou, todos começaram a nos olhar – você estava tentando se proteger porque eu sei que foi por sua causa que ele morreu.

-Lila, eu sinto muito eu ia te contar só estava esperando o momento certo – ela me fuzilou com o olhar cheio de raiva, então acertou meu rosto com um tapa. Meu rosto ardeu alguns minutos com o peso da mão dela, não revidei, aliás, senti como se merecesse aquele tapa. Levei minha mão no rosto e voltei a olha-la.

-Ele era meu irmão! – ela gritou – e por sua culpa ele está morto! Porque você simplesmente não conseguiu deixar com que ele seguisse a vida dele, você teve que ir atrás dele! – ela gritou novamente. Abaixei meus olhos sem saber o que dizer, ela estava coberta de razão apesar do escândalo.

-Era a única pessoa que eu tinha e você tirou ele de mim! – ela disse por fim mais baixo.

-Eu nunca quis que isso acontecesse – falei dessa vez olhando-a – eu também o perdi.

Outro tapa. Então algumas meninas e meninos se aproximaram mais e quando viram que ela ia vir para cima de mim eles a seguraram.

-O que você perdeu? Me diz? Um cachorrinho que ficava atrás de você que vinha correndo assim que você assobiasse? – ela se debatia, eu não sabia o que responder. Foi isso que eu fiz com ele? Me perguntei. – Você continua tendo sua família, vivendo a vida perfeita enquanto eu não tenho mais ninguém, Margot.

A voz dela era desesperada e triste.

-Eu perdi todos! Ele cuidou de mim a vida toda e agora acabou. – ela se soltou dos braços que a prendiam e respirou fundo – isso não vai ficar assim.

E saiu, todos ficaram me olhando confusos e curiosos, balancei a cabeça e subi para o meu escritório. Andei de um lado para o outro nervosa, enchi um copo de Whisky e tomei tudo no mesmo gole, com raiva o lancei contra a parede e depois me joguei no sofá. Passei a mão na cabeça respirando fundo.

Alguém bateu na porta.

-Ah, vim te avisar que você tem reunião agora. – disse minha secretária. Apenas balancei a cabeça. Me levantei e fui até a sala de reuniões.

-O que aconteceu? – perguntou Marina.

-Nada, tá? Vamos começar logo com isso.

-Você está vermelha – disse Lizzy – cadê a Lila?

-Lila não vai poder estar aqui hoje então vamos logo com isso, ok?

-Ok – as duas disseram levantando as sobrancelhas.

-Temos que falar sobre o fato dos lucros terem abaixado vinte por cento nos últimos três meses.

Lizzy disse, Marina e eu a olhamos incrédulas.

-Como isso aconteceu? – falei.

-Eu não sei, estávamos fazendo tudo, até contratamos mais meninas e meninos. – Marina disse. – Não temos concorrentes, pelo menos não nos estados unidos.

-O único que tínhamos a gente esmagou tão rápido – falei orgulhosa, elas riram. – talvez esse seja o problema, estamos só contratando! Precisamos inovar, fazer algo que atraia mais clientes.

Lizzy levou a mão ao queixo.

-Podemos dar um jantar – ela falou, nós três nos entreolhamos.

-Ou algo melhor que um jantar – falei.

-Como assim?

-Vamos ter que pensar em alguma coisa interessante. – falei. Marina ia abrindo a boca quando foi interrompida pela porta da sala sendo aberta com força.

-Esqueceu como se usa os bons modos? – falei para Jared, ele caminhou até mim.

-Cadê ela? – ele disse me pegando pelo braço e me erguendo, as meninas se levantaram achando que ele iria me bater, eu achei que ele iria me bater.

-Cadê quem? – falei confusa.

-Eu sei que você está com ela, cadê ela? – ele me sacudiu, eu me soltei do braço dele com raiva.

-Você é louco?! – Falei irritada – cadê quem?

-A Lola! – ele disse quase gritando.

-O que? – falei mais confusa sentindo o coração acelerar.

Então Jared pareceu mais desesperado ainda, ele levou a mão a cabeça apertando-a com força. Ele estava realmente muito nervoso.

-Me responde! – falei apreensiva.

-Alguém a levou – ele disse por fim com os olhos cheios de lagrimas – alguém levou nossa filha Margot.



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