História A acompanhante - Million Dollar Girl

“Um para o dinheiro, dois para o show, amo você querido e estou pronta para ir. Como você se tornou isso? Eu não sei, você é fodido, você é brilhante. Você parece um homem de um milhão de dólares então porque meu coração está quebrado?”

Srta. Jolie, como gostava de ser chamada, começou a me explicar mais sobre esse trabalho. Ao final de duas horas de explicações ela colocou um contrato a minha frente. Havia coisas como: os 40% deles, permanecer sempre bonita e preparada e etc. Com receio, eu assinei o papel. E senti que dali para a frente a minha vida mudaria de forma brusca.

Duas semanas depois.

-Margot, queixo erguido, barriga para dentro, bunda para fora. Rebole mais um pouco... Tá perfeito.

Srta. Jolie estava tentando me fazer uma perfeita dama, o que parecia ser uma tarefa totalmente impossível já que eu sou toda desajustada. Bom, ao longo dessas duas semanas muitas coisas já mudaram em minha vida. Lizzy e eu saímos do local de onde morávamos e fomos para um lugar mais aconchegante, eu tenho me esforçado muito para me tornar a garota que Srta. Jolie tanto quer. Passei por mudanças na parte física, clareei mais meus cabelos loiros, aprendi a me maquiar, a me vestir de modo sexy e elegante, sem ser vulgar. Não era uma tarefa fácil.

-Bom, Margot, você só precisa praticar. E acredito que já está mais do que na hora. – Ela parecia animada – para quem começou agora eu estou surpresa. Um dos nossos clientes favoritos e mais fieis escolheu você.

Quase caí do salto.

-O que? Mas já? – falei ficando vermelha.

-Isso é bom, Margot. Você pode colocar em pratica tudo o que eu venho te ensinando.

Senti meu estomago revirar, achei que fosse vomitar. Não de nojo mas de medo.

-O nome dele é Robert Lennartz, dono de uma das maiores indústrias químicas do mundo. Ele precisava de uma garota para ir a um jantar importante de sua carreira e escolheu você. Posso confiar em você, Margot?

Eu apertei os olhos. Suspirei fundo, aquilo me dava muito, muito medo. Mas não tinha como voltar atrás.

-Pode.

-A quantia oferecida foi dez mil dólares. – ela disse naturalmente. Eu arregalei os olhos.

-Tudo isso? É só uma noite ou ele vai me comprar para ser enfeite de seu carro? – era inacreditavelmente que homens pagassem um valor tão alto simplesmente por uma noite de prazer com uma completa estranha. Srta. Jolie tratava isso com tamanha naturalidade que fiquei curiosa a saber quanto tempo essa mulher trabalhava com isso.

Tudo foi preparado conforme o combinado, o meu homem me encontraria no aeroporto de Nova York, que era o local onde teria o tal jantar. Eu nunca havia saído da Califórnia antes, muito menos andando de avião. Tudo isso era incrível, Daniel e a Srta. Jolie me deu diversas dicas e me ajudaram bastante, acho que estou mais do que preparada para trabalhar nisso.

O Avião pousa, um frio na barriga, uma vontade de desistir, mas continuo seguinte firme. Queixo erguido, bunda empinada, barriga para dentro, era assim que eu deveria estar me comportando. Procurei por entre a multidão alguém segurando uma plaquinha com o nome “Lennartz” e finalmente achei, um homem alto, careca, cara de bravo me acompanhou até uma limusine.

-Margot Robbie, você é espetacularmente mais linda pessoalmente. – Diz o homem quando eu entro na Limusine, até que ele não é tão velho quanto pensei que fosse. Já está ficando careca, e um pouco fora de forma mas mesmo assim, é um homem elegante e educado. Ele segurou minha mão e a beijou. – Você parece uma flor exótica.

Eu sorri com o elogio do meu homem. É estranho, ser tratada bem, ser notada, mesmo que seja só por uns instantes. Achei que o caminho seria estranho, mas Robert era um cara agradável. E por ser o meu primeiro homem eu me senti super tranquila em relação a ele, me elogiou o tempo todo, me apresentou a seus amigos, e o jantar foi tranquilo. Eu não sabia usar os talheres que estavam a minha frente mas Robert fez questão de me ensinar, o que eu achei fofo.

Eu não tinha certeza se ele queria algo a mais, mas era notório que sim. Permaneci calada, voltamos para limusine e ouvi ele dizer alguma coisa para o motorista. Chegamos a um hotel de luxo, minha boca foi ao chão. Um quarto para duas pessoas podia ser maior do que uma casa, tudo era incrivelmente maravilhoso e luxuoso demais.

-Eu tenho um presente para você – ele disse se aproximando de mim, acredito que notou como eu estava nervosa.

-O que?

-Vire-se – virei-me e logo senti algo gelado no meu pescoço. Olhei no espelho e quase caí para trás, um colar de diamantes. Eu toquei nele com as pontas do dedos incrédula.

-Isso é para mim? – falei.

Ele sorriu e confirmou, abri um sorriso de orelha a orelha. Será que finalmente eu encontrei a vida dos sonhos?

Dois anos depois

Acordei com o sol adentrando a janela do quarto. Esfreguei os olhos lentamente e olhei no relógio, ainda era cedo, olhei para o lado para ver o homem que dormia tranquilamente. Claro, depois de algumas doses da minha poção mágica, é claro que ele iria dormir igual a um bebê.

Levantei devagar para não acorda-lo, tirei minhas roupas e fiquei só de lingerie. Deitei-me novamente ao lado dele.

-humhum – fiz barulho, e nada. Peguei meu celular, coloquei no toque mais alto e coloquei perto da sua orelha.

-O que está acontecendo? – ele acordou assustado.

-Ah, desculpa, eu te acordei? – falei fazendo beicinho

-Não, tudo bem... – disse esfregando os olhos. Ele olhou para mim e depois para si. – Margot...

-O que foi? – fingi preocupação.

-Sinto como se tivesse sido atropelado por uma manada de bois.

-Ah, claro, depois de tudo que a gente fez ontem era obvio que você se sentiria cansado. – menti.

-Eu não me lembro... – disse confuso.

-Você bebeu muito – falei levantando – mas a nossa noite foi incrível.

Peguei minhas roupas e me vesti novamente, ele ficou me olhando.

-Eu preciso estar no aeroporto em meia hora – falei, ele arqueou a sobrancelha.

Bom, foram dois longos anos aprendendo a ser a mais bela “acompanhante” que alguém poderia conhecer, e consegui. Através de muito esforço eu sou uma das garotas mais caras dessa “empresa” e tenho total orgulho disso. Talvez ser uma vadia esteja no meu sangue. Voei de volta para Los Angeles naquela mesma tarde para comemorar meu 22º aniversário com minhas amigas. Lizzy, Lila, e Jenna. Coloquei um vestido vermelho curto, olhos esfumados e batom vermelho.

-Finalmente ela chegou – disse Lizzy quando me aproximei delas.

-A mais diva chegou, como foi em Miami? – perguntou Lila.

-Nada de novo. E as coisas por aqui? – perguntei me sentando a mesa.

-Nada de novo.

Nós começamos a beber e a falar sobre nossas vidas, nosso passatempo favorito. Jenna chegou mais tarde do que eu, mas já totalmente bêbada.

-Olha quem eu trouxe – disse alegre, Evan apareceu por trás dela e eu dei um pulo de alegria por rever meu amigo que era mais considerado como um irmão. Ele me abraçou fortemente, mas suava frio e fungava toda hora.

-De novo, Evan? – falei repreendendo-o.

-Foi só uma cheirada, Marg. – diz ele pegando uma cerveja e me ignorando, isso já foi o bastante para deixar a minha noite ruim. Eu posso estar sendo hipócrita por isso mas odeio ver que Evan entrou nessa vida, ele só tem 18 anos. Levantei e fui no banheiro para esconder minha raiva, na verdade, eu ia era tomar Mandrix para poder me divertir essa noite. Entrei no banheiro, mandei dois para dentro junto com uma cerveja, assim que saí do banheiro alguém agarrou meu braço.  

-Ei gatinha, cinquenta dólares uma chupada – disse um velho bêbado segurando meu braço.

-Saí daqui! Não sou sua puta. – falei tentando me soltar, mas ele segurou com mais força.

-Solta ela – disse um homem com a voz rouca.

-Ninguém te chamou aqui – disse o velho me soltando e apontando para o homem alto.

O homem empurrou o velho que caiu no chão chamando atenção de todos ao nosso redor, fiquei um pouco sem graça com a situação.

-Está tudo bem? – perguntou o homem.

-Está sim, obrigado aliás. – disse jogando o cabelo para trás, o homem ficou um tempinho parado olhando para mim com a boca entreaberta, é, eu sei, eu causo essa reação nos homens.

-Meu nome é Jared.

-Margot. – falei cumprimentando-o.

-Bom, Margot... Posso te pagar uma bebida? – disse com um sorriso nos lábios. Seu sorriso era tão perfeito que eu não consegui recusar. Ele estava acompanhado de seu irmão, Shannon, eu os levei até a mesa das meninas.

-Meninas esse aqui é o Jared, e esse o irmão dele. – Na hora que elas olharam para eles quase se engasgaram com a bebida. Eu também teria essa reação se não tivesse meu orgulho. Jared é lindo, cabelos castanhos penteados para trás, olhos azuis, alto, magro porém totalmente definido, elegante e charmoso, seu irmão não ficava para trás; Shannon tinha os olhos castanhos e uma barba grande que dava um charme a mais para ele, o cabelo não era tão grande como o de Jared e alguns tons mais escuro, o que dava mais charme para ele era suas sobrancelhas arqueadas. Lizzy começou uma conversa animada querendo saber mais sobre a vida deles dois, eles eram totalmente reservados porém simpáticos e engraçados.

Sentei ao lado de Jared que deu uma bela reparada no nas minhas pernas, das quais eu não tive intenção de esconder.

Evan me olhou jogando meu charme para cima dele, e torceu o nariz não aprovando minhas atitudes. Ele nunca aprovou, ele me trata como uma irmã da qual ele deve ter ciúmes o tempo todo e isso chega a ser um tanto irritante.

-Vou pegar mais bebidas – disse ele saindo de perto da gente sem que eu pudesse dizer qualquer coisa.

-Você não pode ser tão bom assim – Ouvi Lizzy dizer para Shannon, que riu da morena.

-Bom em que? – perguntei.

-Ele diz que não fica bêbado, que até as quatro horas nós vamos estar colocando nossos rins para fora enquanto ele vai estar totalmente sóbrio. – falou.

-Eu proponho um desafio – falei com o nariz empinado – quem sair menos bêbado ganha. – falei erguendo a garrafa de tequila.

-Essa eu quero ver. – Jared falou levando o copo de Whisky até os lábios.

Shannon e eu começamos com uma competição boba de adolescentes do ensino médio. Eu não devia ter entrado nessa, já que tinha tomado dois Mandrix. Fiquei completamente bêbada e descontrolada.

-Eu não devia ter deixado ela entrar nisso – falou Lila.

-Ah! Me deixa – falei enrolado. – Jared... Que tal a gente dançar?

Eu odiava ficar bêbada. Meu lado carente e atrevido sempre aparecia. Eu me jogava para cima de qualquer um que me chamasse atenção e nessa noite, Jared era o que mais me chamava atenção.

-Eu não danço – ele falou rindo, eu entrelacei meus braços ao redor de seu pescoço e aproximei nossos lábios, suas mãos pararam nas minhas costas.

-E se a gente sair daqui? – passei a língua sobre os dentes e sorri, ele acompanhou com os olhos e logo em seguida sorriu. Peguei na mão dele e me levantei da cadeira, logo em seguida só senti o chão debaixo de mim.

-Você está bem? – perguntou se abaixando ao meu lado. Balancei a cabeça negativamente – onde doí? Aqui? – ele pousou a mão na minha coxa e foi descendo devagar até chegar o meu pé – aqui? – confirmei – esses saltos e bebida não é uma boa combinação – disse e logo em seguida me pegou em seus braços. Caminhou até fora da boate em que estávamos e fomos até a garagem. Paramos em frente a um Aston Martin one vermelho.

-É seu? – quase dei um grito. Ele apenas sorriu e abriu a porta para mim. O filha da puta era montando na grana! Entramos dentro do carro e finalmente saímos daquele lugar.

-Para onde você quer ir? – perguntou.

-Para qualquer lugar, Sweet – respondi. Ele apenas sorriu de lado e continuou dirigindo.