História A acompanhante - Surprises

"Decepções virão, os críticos irão testa-los mas os fortes sobreviverão e mais uma cicatriz pode ser uma benção"

Passei a noite toda olhando para aquele maldito contrato a minha frente, pela manhã eu estava acabada. Me levantei, peguei uma roupa simples e fui até o edifício, Daniel e Angelina haviam convocado as melhores garotas para uma reunião.

-Nossa, Marg, o que houve? – Lila perguntou, realmente estava acabada, nem maquiagem eu havia passado. Nós nos sentamos na recepção do edifício.

-Ah, amiga! Você não vai acreditar. Mark me ofereceu uma fortuna para ser só dele – ela abriu a boca surpresa.

-E você vai aceitar, não vai? – disse animada.

-Se você me perguntasse isso ah dois meses atrás, é claro que eu iria. Só que agora é diferente.

-Como assim?

Eu sabia que podia confiar em Lila para contar essas coisas, Lila era uma das minhas melhores amigas e nunca contava meus segredos para ninguém, e ela conhecia muito deles.

-Jared disse que me ama – os olhos azuis da garota se arregalaram – e eu acho que o amo também.

-Isso é lindo! – ela ficou toda contente. Até bateu palminhas.

-Não, não é. – falei segurando suas mãos – Jared nunca aceitaria minha vida, meu trabalho, eu teria que abrir mão de alguma coisa para poder ficar com ele, e você quer saber de uma coisa? Eu abriria mão de tudo para ficar com ele. – suspirei – mas não posso. Eu disse para ele ir embora, ele nunca mais vai querer me ver.

-Ah, Marg, isso é tão triste. Você tem duas opções: dizer para ele que você também o ama e viver feliz com ele, ou continuar trabalhando aqui e morrer sozinha. Talvez você ocupe o lugar da Srta. Jolie – rimos – mas são suas opções.

Eu fiquei pensativa.

P.O.V Srta. Jolie:

Desci do elevador e vi Lila e Margot conversando, me aproximei lentamente para ouvir o que as garotas diziam, hoje eu anunciaria a elas que Margot foi escolhida por Mark e Daniel e eu iriamos insistir até que a garota aceitasse isso, aliás, seria de grande lucro para nós se ela aceitasse.

Elas não me viram se aproximar, ouvi Margot contar para Lila sobre a proposta de Mark e fiquei esperançosa mas logo ela começou a falar de Jared Leto. Jared Leto, não acredito que ela estava com ele. Eu mesma já tentei me vender para ele, mas ele nos odeia.

Ouvi toda a conversa de Margot e Lila e no final eu não podia acreditar, corríamos um sério risco de perder Margot para Jared e droga! Ela não ia deixar a gente, não depois de tudo o que fizemos por ela.

Voltei para cima e fui direto ao escritório de Daniel.

-Margot vai deixar a gente – falei batendo em sua mesa, ele se assustou.

-O que?

-A Margot Robbie quer deixar a gente, seu idiota! Nós temos que fazer alguma coisa. Ela acredita que está apaixonada por Jared Leto.

-Ela não pode fazer isso, quer dizer, nós não podemos perder a Margot! Ela é uma das meninas mais cara que temos.

-É por isso que eu digo: vamos fazer alguma coisa.

Daniel ficou calado alguns instantes mas logo me olhou sorrindo.

-Já sei exatamente o que fazer.

P.O.V Margot.

Eu estava inconsolável, duas semanas depois sem ver Jared e tudo parecia morto para mim, algumas pessoas tinham dito que eu tinha perdido meu brilho. É isso que o amor faz com nós, nos deixa patéticos. Mal trabalhei, fiquei em casa me entupindo de bebidas e drogas, mas estava passando muito mal, enjoos, dores nos seios, e até mesmo desmaios. Era o que as drogas faziam comigo, aliás, começaram a fazer.

-Margot, você quer ver ele de novo? – disse Lizzy, Marina e Lila entrando no meu quarto. Não precisei responder. – eu tenho uma ideia maravilhosa, vou dar uma festa na minha casa e vou convida-lo, assim vocês podem se ver.

-Você faria isso, Mary? – perguntei ficando alegre.

-Claro, tudo para que minha Marg saia desse quarto.

E ela fez! Marina preparou uma festa e convidou Jared, não tínhamos certeza se ele iria parecer mas nós tínhamos expectativas. Eu estava usando um vestido preto justo e botas que iam até meus joelhos, cabelos soltos e maquiagem leve. Havia muitas pessoas e nós tentávamos dar atenção para todas elas, enquanto fazia isso olhei para porta e o avistei entrando, lindo e elegante. Não pude conter um sorriso em meus lábios, ele parou no vão da porta olhou para dentro da casa e sorriu fiquei admirando-o ali parada enquanto Mary se aproximou tomei coragem e dei alguns passos em direção a ele, foi quando ela entrou, Natalie estava com o braço entrelaçado no dele, eles sorriam juntos. Meu sorriso sumiu, só ficou a raiva e o ciúmes. Assim que Marina os deixou eu me aproximei deles.

-Boa noite – Jared me fitou e Natalie me fuzilou com o olhar – não sabia que vinham – menti.

-Jared, pode ir pegar uma champanhe para mim? – pediu ela com uma voz irritante.

Ele saiu sem falar comigo, mas antes dele sair ela o puxou pela blusa e o beijou ali na minha frente, virei o rosto para não ter que ver aquilo então finalmente a boca dela desgrudou da dele e ela olhou para mim, sorrindo sínica.

-Não precisa ficar constrangida.

-Não fiquei. – respondi – o que você quer?

Ela saiu e caminhou pelo Jardim, eu a segui.

-Sabia que você estaria aqui, por isso concordei em vir – ela falou parando e se virando para mim. – Quero que fique longe dele! Vamos nos casar e você não vai estragar isso.

-Vai casar com um homem que não te ama? – perguntei sem poder conter um sorriso maldoso nos lábios – ou melhor, vai casar com alguém que não te ama e te trai?

Ela ficou furiosa, pude ver os olhos castanhos ardendo em raiva.

-Você foi só um brinquedinho na mão dele... – aumentou a voz.

-Você é o brinquedo aqui – falei levantando mais a voz – uma esposa como troféu, oh, a ignorância é uma benção.

-Olha aqui... – levantou o dedo.

-Natalie? – ouvi a voz dele atrás de mim ela se calou e sorriu.

-Amor que bom que trouxe minha bebida, vamos aproveitar a festa? – disse, e não demorou para os dois se grudarem novamente.

-Vadia – disse para mim mesma depois que eles saíram e me deixaram sozinha, me ajoelhei e sentei na grama, peguei um pino de coca e cheirei um pouco. Eu estava magoada e não sabia como lidar com aquela magoa, peguei meu maço de cigarros e acendi um, normalmente eu não fumava muito mas como estava chateada acabei fumando mais cigarros do que esperava.

-Isso vai te matar – ele disse se sentando ao meu lado.

-Vou morrer de qualquer jeito – respondi. – por que a trouxe aqui?

-Ela é minha noiva – disse.

-Pensei que estivesse com raiva de mim – falei mordendo o lábio inferior, mania que eu nunca perdia.

-Sou um homem orgulhoso, mas sei ouvir um não – disse, suspirei fundo. Virei para Jared, ele sorriu e segurou a ponta do meu queixo com o polegar e me beijou.

-Você não pode fazer isso – disse quando nossos lábios se soltaram – não pode sumir assim por duas ou três semanas, depois aparecer com sua noiva e me beijar. Você é louco e eu não vou ser sua sobremesa, Jar. Se não está satisfeito com a Natalie deixe ela e fique comigo – terminei a frase segurando a frente de sua blusa, ele sorriu. Quando me dei conta do que havia dito a minha vontade foi cavar um buraco bem grande e me esconder mas como não podia fazer isso apenas o soltei e me levantei. Ele se levantou junto comigo.

-Como posso ficar com você se não me diz a verdade? – segurou no meu braço antes que eu o deixasse.

-Me deixe em paz – falei me soltando dele e caminhando de volta para dentro da casa, eu estava parecendo uma maluca, eu sei mas não conseguia ficar muito tempo perto dele, fui pegar um copo de vodca para tomar e ao sentir o cheiro do álcool meu estomago revirou, corri para o banheiro e vomitei até minhas tripas.

-Está tudo bem? – perguntou Lizzy segurando meu cabelo.

-Meu estomago anda tão sensível, tudo que eu como eu coloco para fora ou até mesmo os cheiro das coisas me deixa enjoada.

Lizzy ficou calada me olhando com a sobrancelha levantada.

-O que foi? – perguntei.

-Quanto tempo você está assim?

-Ah umas quatro semanas ou três, não me lembro ao certo – minha cabeça doía.

-Já passou pela sua cabeça que você pode estar gravida?

Ficamos alguns segundos caladas se entreolhando até que eu caí na gargalhada.

-Eu? Uma viciada em cocaína, que usa heroína pra tirar um barato, consumo mais droga do que qualquer viciado, corre mais álcool nas minhas veias do que sangue, gravida?

-É – disse ela séria.

-Não seja ridícula, Lizzy. – fiquei séria novamente – isso acabaria com tudo, minha vida profissional, tudo.

-Marg, é melhor você checar isso.

Passei o restante da festa pensando nisso, eu estaria realmente grávida? Meus pensamentos não me deixavam em paz de maneira alguma. No dia seguinte lá estava eu, batendo o pé freneticamente em frente ao consultório do Dr. Forbes, Lizzy tentava me fazer ficar calma mas alguma coisa dentro de mim já tinha certeza da resposta.

-Entre, Srta. Robbie. – entrei e me sentei a na cadeira a sua frente – Como você está?

-Bem, podemos ir direto ao assunto por favor? – falei com presa, o Dr. Se sentiu um pouco ofendido mas suspirou fundo e começou a ler os papeis em sua frente.

-Devo dizer Margot, Parabéns, você está grávida.