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História A AGENDA ANTIDEPRESSIVA - PRÓLOGO QUINTA-FEIRA


Escrita por: sujeitoeu

Capítulo 1 - PRÓLOGO QUINTA-FEIRA


Minha mão gotejava. Talvez aquela fosse a sexta ou sétima vez que eu tinha a secado na roupa — mas quem é quem conta isso? — e meus dedos tremelicavam como se estivessem querendo se descolar da minha mão e ir dançar em uma balada Rave qualquer. O barulho do mar já não me acalmava tanto e o trem estava passando na linha ao lado com tanta força que mesmo com a sola grossa do meu coturno eu sentia os leves tremores do chão e as microparticulas de areia indo de um lado para o outro era visivelmente irritante. Já o vento gelado fazia com que as minhas bochechas flamejassem, e isso até que combinava com o momento já que eu era um vulcão de ansiedade e desespero naquela hora.    
                Se eu virar em noventa graus para a direita consigo ver o colégio e de virar mais um pouquinho, talvez uns cento e trinta graus, consigo ver a praça e o ponto de ônibus. E isso me dá náuseas. E daqui de cima as pessoas parecem mais insignificantes ainda. Como formigas perambulando por aí. Me pergunto repetidamente se alguém lá em cima nos vê assim também. E depois de mais uma crise existencial, chego a conclusão de que somos apenas microorganismos de um sistema muito maior, e esse sistema muito maior também pode ser apenas uma pequena parte de algo muito, mas muito maior mesmo e assim sucessivamente.           
                Olhei pra baixo e vi um espiral gigantesco entre mim, os, mais ou menos, dez andares e o mar. Olhei pro céu e só vi uma nuvem cinza... Olhei pra baixo de novo e juro que ouvi alguém me chamar lá em baixo. Foi tentador. Mas consegui desconsiderar o meu chamado para a morte.                  
                Olhei pro mar fervoroso e então entendi que um passo pra traz poderia significar tentar de novo. Ser forte. Resistir. Ter autocontrole. Estar no controle. Querer viver. E que um passo pra frente poderia significar o fim. Fim das crises de ansiedade. Fim do medo de conviver em grupo. Fim dos problemas com a família. Fim dos problemas comigo. Significaria desistir. Significaria deixar muitas, ou melhor, algumas, na verdade poucas... Bem poucas pessoas pra traz. E então, o que eu queria significar?      
                — Leon!! O que é que você está fazendo aí? — ouvi um grito que ecoou por todo o labirinto dos meus tímpanos e quando chegou ao meu cérebro causou um estralo.    
                Virei sem me preocupar com os quinze centímetros de canaleta que eu pisava com o meu pé de aproximadamente vinte e cinco centímetros. Escorreguei, mas abri os braços pra me equilibrar como se estivesse brincando de Slack Line. Mas não estava brincando. Se bem que a vida pode ser comparada facilmente com o Slack Line. Só que se dessa vez, se eu caísse, seria definitivo.                
                — O que é que você está fazendo aí? — gritou mais uma vez, só que dessa vez chegou aos meus ouvidos como um ruído desajustado, já que o vendo começou a soprar com tanta força que os meus três casacos me protegiam do frio da mesma forma que uma camiseta regata.           
                Fiz um esforço pra enxergar quem é que diabos estava interrompendo esse meu momento de decisão tão importante. Merda. Era minha mãe.                     
                Depois de tê-la visto com seus olhos pretos esbugalhados e lacrimejando, só consigo me lembrar de flashes da minha irmã, Belemice, com uma cara de tédio me olhando como se quisesse me empurrar de lá de cima. Do barulho da cerveja descendo pela garganta do meu irmão, Jhonatam, que estava no volante. E da minha mãe indignada com o fato de eu ter tentado me suicidar.       
                Abri os olhos e lá estava eu pela terceira vez naquela sala mal iluminada com a decoração desordenada e com um cheiro de mofo. Só conseguia me perguntar como foi que eu fui parar ali, além de me perguntar a quanto tempo aquele lugar não era limpo, claro.          
                — E então, Leon, você sabe me dizer se existe algum motivo especifico que te fez sentir vontade de pular de uma ponte? — Perguntou o psiquiatra com seus olhos castanhos quase fechados enquanto eu me perguntava se ele realmente estava tão entediado com o pouco que eu lhe contava sobre a minha vida que sentira tanto sono ou se ele tinha fumado alguma coisa e eu cheguei quinze minutos mais cedo e acabei interrompendo o momento dele se encontrar consigo mesmo ou seja lá qual for o motivo alguém fuma maconha. — Leon, essa é a parte que você responde a minha pergunta...                
                — Ah sim! — Dei um pequeno pulo da cadeira e um tremelique com a cabeça voltando a realidade as pressas — Um motivo especifico? — Nem sei se eu costumo ser tão retórico assim na maiorias das vezes, mas respondi com a mesma pergunta acreditando que era a resposta correta  mergulhando nas poucas lembranças do meu pai e o fato dele ter me abandonado e só ligar de três em três anos convidando a minha mãe pra sair. Ou talvez pelo fato de ter entendido que vivi a minha vida toda me moldando ao que os outros e por ter contado pra minha mãe quem eu realmente sou e ela ter ficado completamente muda e desabando a chorar. Fora a parte que estou no ultimo ano do ensino médio e não faço a menor idéia se quero ser um engravatado que trabalha em um escritório qualquer ou se vou ser professor de alguma matéria aleatória e receber um salário péssimo e dar aula para adolescentes mais perdido do que eu.                
                — Então vamos falar sobre o seu pai. — Logo após dizer isso ele me analisou dos pés a cabeça e logo em seguida concluiu — O que você sente?                
                — Você se importa ou só está sendo conveniente?      
                — Se te disser que me importo estaria mentindo. Mas estou fazendo o meu trabalho — respondeu ele dizendo relaxando os braços e balançando a caneta entre os dedos da mão direita como se tivesse tentando me hipnotizar.  
                — Tem com parar de balançar a caneta, isso esta me irritando. — cocei os olhos só pra garantir que ainda tinha controle sobre mim e que não estava em transe.          
                — Você já foi diagnosticado com déficit de atenção? — Perguntou ele já preenchendo a ultima linha da minha ficha.                
                — Você vai me receitar um calmante?                                
                — Já é a sua terceira consulta e eu ainda não sei nada sobre você. Isso era pra ser algo libertador.       
                — Só vou me sentir livre quando eu sair daqui.               
                — Tudo bem, você já pode ir. — Concluiu ele ajeitando os óculos e descruzando as pernas com leveza — E tome isso, já que é o que quer — Depois de um suspiro que parecia ter vindo de alguém com mais de cem anos, não que eu conheça alguém com essa idade,  ele me entregou a receita e esse foi o ponto feliz da consulta.                                         
                — Você precisa conversar com alguém, Leon. Se não comigo com...    
                Nem terminei de ouvir porque na ultima palavra eu já estava fechando a porta e me vangloriando pelos meus adoráveis calmantes recém conquistados.        
                Talvez os meus motivos pra ficar triste não são os piores do mundo. Mas são os meus motivos. E às vezes eu me sinto mal por esses motivos. E depois de sinto mal por me sentir mal pelos meus motivos. Acho que esse é o inicio de uma infernal crise de ansiedade seguida de delírios e excessos.                       

                               
                Aguardo em uma sala toda branca com algumas plantes espalhadas pelos cantos sentado numa poltrona até que confortável em relação aos demais lugares onde a gente espera por alguma coisa. Ao meu lado tem um cacto que é quase do meu tamanho que varia de verde pro amarelo em algumas partes plantado em um belo vaso de cerâmica branco que deve ter custado mais do que os meus sapatos. Encaro o cacto como se ele fosse me dizer alguma coisa, descendo nele até que chego ao pé afundo o dedo entre os pedriscos até conseguir sentir a areia toda solta lá dentro então penso comigo “esse cacto precisa de água” levanto depressa e peço para a recepcionista da ala de medicamentos da clinica um copo de água. Ela me dá o ultimo copinho que parecia estar ali especialmente pra mim. Rompo o lacre de despejo tudo no adorável cacto.   
                — Ele realmente precisava de água. — Disse um cara sentando-se na poltrona ao lado da minha.        
                — Estava. — Respondi com tanta secura que acho que o cacto ia precisar de mais um copinho d’agua, mas finalizo com uma risada forçada pra não parecer tão mal educado.       
                — Você é um bom garoto.        
                Me viro de costas pra conferir a areia absorvendo toda a água com agilidade, reviro os olhos e me vem na ponta da língua a resposta “pra ser um bom garoto é preciso sair regando plantinhas por aí? Que fácil!” mas tudo que respondo é:                
                — Obrigado.                     
                — Você tem uma bala de menta com recheio de chocolate?  — perguntou ele como se tivesse certeza que eu arrancaria um pacote do bolso e daria umas 4 só pra ele calar a boca.   
                — Não. Não tenho.       
                — E bala de canela?      
                Me pergunto o que diabos esse cara quer meltalmente.           
                — Também não tenho.                              
                — E um cigarro? — Perguntou entusiasmado — Você tem um cigarro? Você tem cara de quem tem um cigarro.                 
                — Você tem cara de quem esquartejou a sua família toda e que deveria estar amarrado em uma camisa de força. — Respondo dando um murro no braço do sofá e completo — porque mesmo você não está amarrado em uma camisa de força?  
                — Você não tem cara de ter oitenta e nove anos. Você tem oitenta e nove anos?        

                — É claro que não.        
                — Então porque você age como se tivesse oitenta e nove anos?           
                Será que hoje é o dia mundial em que a gente só responde as perguntas das pessoas com outras perguntas, penso.                                
                — Talvez porque a vida me obrigue.     
                — Então a vida controla você e não você controla ela?                
                — Quem é você mesmo?          
                — Você é mesmo louco. — então reparo em suas vestimentas. Um sapado branco e leve, um conjunto de moletom azul claro e uma etiqueta colada na roupa escrito Paciente: Richard Fontes. — Está no lugar certo. — Então concluo que ele é um dos internados da clinica. Ele se levanta com um sorriso debochado denunciando no canto esquerdo do seu rosto. Coça a barba, se vira no meio da sala de espera faz um gesto rápido com as mãos que terminam com algo parecido com duas pistolas feitas com o dedão e o dedo indicador e grita — Mantenha-se no controle, garoto! No controle!                
                Todos ali pararam como se fossem estatuas em uma galeria daquelas que a gente nunca vai e em um momento na vida fui o centro das atenções e aquele seria um ótimo momento pra um buraco enorme se abrir no sob meus pés e me engolir rapidamente.                   
                — Leon Marins Acroyd — Ouço meu nome vindo do lado do balcão — Seus remédios e sua receita. Como já temos a autorização da sua mãe, está tudo certo — Pego as duas caixinhas e balanço a cabeça como um sinal de obrigado mas ainda morrendo de vergonha — Ah, nem liga pra ele. Ele é louco —Disse a mulher com um sorriso sincero e que apesar de ser confortador não me ajudou a me livrar da vergonha.           
                Mas o pior de toda essa situação é o fato de que o melhor conselho que recebi ao longo desses meus dezessete anos veio de um cara louco que está internado em uma clinica chique por motivos que eu não sei quais são. Mas estar no controle é um desafio maior do que você pode imaginar...       
                Segui para a saída seguindo as placas que ficam penduradas no teto sempre perto de uma lâmpada que reflete na placa e dificulta na leitura. Será que ninguém vai resolver isso nunca ou eu sou mesmo um cara implicante? Depois de errar três corredores chego na saída. Era um lugar amplo, branco e confortável. Não confortável ao ponto de se sentir em casa. Mas confortável ao ponto que eu achei confortável. Olho para a porta e porta lá estava ele sapateando de um lado para o outro em frente a clinica fazendo com que a porta automática abrisse varias vezes. Estava com os dedos nervosos mexendo ensandecidamente em seu celular, só que comigo não era muito diferente. Meus dedos não se continham na minha mão, precisei colocá-la no bolso pra secar as gotículas que estavam se formando por ali. Minha pálpebra do olho direito começou a vibrar e esqueci como se anda por alguns segundos me proporcionando um tropeço no chão liso de mármore da clinica.       
                Seus olhos castanhos pareciam um rastreador guiado por satélites de uma agencia de espionagem mundial ultrasecreta que me localizou de longe, até conseguir ver a pupila dilatando aos poucos e também consegui ouvir seu coração se acalmando mesmo a metros de distancia.  Sinto um alivio e o meu rosto começa a se contorcer e meus dentes querem estar em evidencia a todo momento. Alguns chamariam isso de felicidade, mas eu chamo mesmo de alivio no peito e contorção de rosto seguida por vontade própria dos dentes.   
                — E então, como você está? — Perguntou gesticulando com as mãos e segurando firme o celular com a agenda de contatos aberta bem no meu contato. A sua cara de alivio, surpresa e até preocupação também não passou despercebida pelos meus olhos que perto dele ficam com vontade de saltar pra fora do meu rosto e seguir com ele pra onde quer que ele fosse, seja no bolso como um chaveiro ou como bolinhas de gude que ele usa pra fazer malabarismo quando está entediado.        
                — Ah... Eu estou... Ah, você sabe como eu estou. — Respondi um pouco aflito.            
                — O que é que você está fazendo aqui?  — ele puxa um pouco a gola da camisa e eu posso ver uma tatuagem em seu pescoço, mas não consigo decifrar o desenho.       
                — Quem deveria perguntar isso sou eu, Fred! — Franzi a testa e o encarei por alguns segundos.         
                — Eu tenho um amigo que trabalha aqui e me perguntou se você freqüentava aqui sempre e achei que seria necessário vir aqui te ver e conferir se está tudo bem.                

                — Um amigo? —Mudei o foco da conversa para esse amigo que alem de língua solta pode representar uma ameaça pra mim — E depende muito essa coisa de estar “tudo bem”. Vai da sua concepção.                  
                — É. Um amigo.              
                — Você achou necessário?       
                — Achei. — Meus ouvidos até relaxaram após ter certeza do que havia ouvido, e também pude ter certeza que ele é uma das poucas pessoas que realmente se importam se um dia eu vou começar a gritar loucamente, ou se vou começar a bater a cabeça na parede freneticamente ou até mesmo sair correndo pelado na rua gritando coisas sem sentido — Você tem depressão?             
                — Claro que não! Só tenho problemas com insônia — rebati a acusação verdadeira dando um pulinho de susto e levantando a caixinha de antidepressivos para o alto feito um chocalho — E vê se para de fingir que se preocupa e me diga logo qual é a garota da escola que você precisa que eu ajeite pra você provar a sua masculinidade para os seus amiguinhos populares. — A partir de agora mudar o foco da conversa era meu objetivo.   
                 — Você é o cara triste mais engraçado e debochado que eu conheço, sabia? — soltou um sorriso esplêndido que levantou só a parte superior dos seus lábios mostrando seus dentes brancos nem tão alinhados mostrando uma pequena separação entre os dois dentes da frente, que nem sempre é tão perceptível assim.  
                 “E você tem o sorriso mais lindo que eu já vi, e deve ser por isso que eu sempre tento ser engraçado” respondi mentalmente segurando firme o celular com as duas mãos pra não mostrar os pequenos surtos de tremeliques.                        
                Frederico Álvaro Góes era um dos caras mais populares da escola. Acho que estudamos juntos desde a pré-escola, mas só nos tornamos amigos no primeiro colegial quando fomos obrigados a fazer um trabalho em dupla. Desde criança ele era o pavão da sala e todos sempre olhavam pra ele primeiro, e acho que esse é o problema do Fred: ele sempre soube quem ele é e por isso sempre consegue tudo o que quer. E eu, sinceramente, não sei o porque ele continuou olhando pra minha cara depois do trabalho no primeiro colegial, mas desde aquele dia nós nunca mais passamos um dia sem se falar, mesmo que só por mensagem.                              
                 — Hoje é quinta-feira! — Os olhos dele brilharam como se fossem os faróis de um trem bala vindo em velocidade máxima em minha direção.       
                — E daí?             
                 — Você não sabe o que isso significa?                 — ele se distanciou em um passou longo como se estivesse com um par de patins e fosse deslizado pela calçada.    
                — É pra significar alguma coisa? É que tudo anda tão insignificante que eu nem sei mais distinguir.      
                — Significa que hoje é dia de ser feliz! — Ele deu um pulo e... Lá vem aqueles olhos brilhantes tentando me atropelar mais uma vez.             
                — Desde quando significa isso? — Perguntei com desdém.      
                — Desde agora, oras! Você pode ser o cara mais triste que eu conheço. Mas quando você sorri, mesmo que por deboche, eu também fico feliz. Então a partir de agora, toda quinta-feira é dia de ser feliz. — Acho que ele estava usando aquela habilidade que tem de conseguir tudo o que quer sobre mim. E estava funcionando.  
                —Eu posso tentar. Mas você acredita mesmo que quando se atinge a felicidade se é feliz o tempo todo?        
                — Nunca parei pra pensar nisso. Mas deve ser por isso que você é um cara triste. Você pensa demais. Acho que vou te embebedar hoje. — Essa era outra habilidade que ele tinha: ter sempre uma resposta na ponta da língua. E essa habilidade sempre esta atrelada com a habilidade de conseguir tudo o que quer.         
                — Acho que eu vou me embebedar hoje. — Cedi às vontades dele. Mas eu também cedi às minhas vontades, e isso foi novidade pra mim.         
                Então saímos em direção ao primeiro bar que pudesse nos aconchegar e que o garçom pudesse facilmente ser enganado pelas nossas identidades falsas que eu sempre deixo no bolso de trás da calça pra não confundir com a original.                
                Eu não sei bem se as pessoas se importam com as outras pessoas. Mas esses momentos me impulsionam uma casa pra frente nesse jogo chamado vida. Eu sei que sou péssimo em jogos. Mas eu sempre tento avançar algumas casas mesmo que tudo me puxe pra umas cinco casas atrás.               
                E se algum dia alguém ler isso, e já sentiu, alguma vez, vontade de morrer. Espero que você se torne uma pessoa forte. Por qualquer razão. Pela sua razão. E que nunca mais precise sentir vontade de morrer. Eu realmente não sei se você um dia já sentiu vontade de morrer, mas nessa quinta feira eu senti vontade de viver. Hoje, eu quis viver tanto que até esqueci de como é querer morrer.      
            Então fica registrado aqui que quinta-feira é dia de ser feliz. Quem sabe um dia a gente emenda com a sexta, depois com o sábado, depois com o domingo e, quem sabe um dia, a gente é feliz a semana toda.

 



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