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História A alcatéia - Aquilo que quebra a palavra de um homem


Escrita por: carolinimaciel

Notas do Autor


Oi pessoas queridas cá estou eu com mais um capítulo dessa novela kkk talvez saia mais um ainda hoje, se eu conseguir uma folga dos trabalhos da faculdade. Agora sim já apresentamos a maioria dos personagens principais acho que a história vai fluir mais gostosa do jeito que eu quero 🙏🏽 vamos ver. E vamos continuar esse baile que ainda tem muitas balas pra serem disparadas 😁 🔫

Capítulo 11 - Aquilo que quebra a palavra de um homem


Fanfic / Fanfiction A alcatéia - Aquilo que quebra a palavra de um homem

- Dona Isabella! Dona Isabella! – Ele corria feito louco para dentro da casa, sendo seguido por dois outros homens. Ao encontrar as crianças dentro do quarto da mãe, e a mesma estar deitada sobre a cama desacordada, o pobre do homem ficou branco como uma folha de papel.

- Ela está...

- Não. Não está.- Foi o mais velho quem dissera, sem encarar o velho.

- O que houve aqui Logan? Eu vi os corpos lá fora! - Engoliu em seco imaginando o que aqueles meninos passara. Se odiou não estar lá naquele momento. Seu ex patrão ficaria desapontado.

- Eu ia dar um jeito neles mas, a prioridade era minha mãe... – Ele falava de um jeito automático e quase frio. Nem sequer encarava o homem, estava olhando perdido para a sua mãe.

- O que houve com aqueles homens lá fora Logan? - Era a pergunta que não queria caar.

-Nada. Eles morreram. Mereceram morrer.

- Logan... - Bem, isso era lógico. Não era isso que queria saber, mas ainda assim a resposta o atormentou.

- Nos atacaram. Sabiam que estávamos sozinhos e aproveitaram a oportunidade! – Ele serrou os punhos.

- Você fez aquilo com eles Logan?

Queria dizer que sim, queria que John não fizesse tantas perguntas sobre esse assunto, e acima de tudo não queria ter de falar sobre o grupo de homens que os ajudara.

- Não com todos. Uns andarilhos escutaram a algazarra e vieram ajudar.

- E seu irmão?

- Mamãe o mandou a cidade. Engraçado você falar dele porque... Ele nunca está aqui quando precisamos!

- Logan... Fique com a dona Isabella. Eu vou mandar um dos homens até a cidade atrás do xerife e do seu irmão. Se precisar de alguma coisa pode me chamar, estarei lá cuidando... De tudo. Não se preocupe nada vai acontecer com vocês! Nem que eu tenha que mentir! Talvez assim Sanders seja responsabilizado. Eu vou pedir para que o dr venha também, examina-la.

XXX

Não demorou muito tempo para que Will voltasse para casa. Após a enorme confusão que iniciara com San Sanders e que por um enorme milagre, não terminou morto ou na cadeia, queria apenas esquecer de tudo. Da dor de cabeça que teimava em não deixar o seu corpo... Da lembrança triste e dolorosa do rosto de Samantha ao imaginar que ele mataria seu pai... Da ajuda da estranha... Sim, se não fosse pela intercessão de Diana ele certamente estaria morto, e teria sido Thomas a fazer isso. Estava devendo a ela e não gostava dessa sensação.

Thomas... Quando pensava nele sentia raiva, mas era apenas mais uma pessoa a quem Ele poderia culpar pelas suas desgraças, não detestava o capitão, pelo contrário nutria um enorme respeito por ele. Wiil costumava comparar a conduta de seu ex amigo com a do odioso coronel, mas sabia bem no fundo, que eles eram homens completamente opostos.

Thomas era um homem honesto e de índole inquestionável, e se tivesse que morrer nas mãos de alguém ali, certamente era nas suas que ele preferiria.

Foram amigos durante anos e até mesmo quando a desgraça recaiu sobre os Blackwolf ainda continuaram mantendo seus vínculos por um tempo. Até aquela fatídica manhã na mansão dos Blackwolf.

“William, eu estou apaixonado pela senhorita Sanders.”

A primeira reação de Will foi começar a rir sem pausa, mesmo diante da figura austera de Thomas Burke à sua frente.

“Está brincando comigo?” Ele conseguiu dizer entre uma risada e outra. Não acreditava, ou melhor, não queria acreditar que sempre esteve certo...

“Não” Foi a resposta dita sem emoção alguma. Mas esteve.

Aos poucos William foi se dando conta da verdade estampada em sua cara, e seu sorriso foi se desfazendo devagar ao encarar as expressões vazias de seu, até então, amigo. Ele parecia desconcertado e perdido, pois não podia dizer que esperava por aquela confissão.

“...Não entendo, porque está dizendo isso pra mim? Você devia era dizer a ela...”

“Eu não sei se ela aceitaria meus sentimentos agora... Pretendo esperar o momento certo para falar.” 

William riu, novamente, mas desta vez não era a risada de sempre, era uma risada metálica, fria e vazia.

“Então só me explique por que eu sou o alvo dessa conversa e não a Samy?

“Você não sabe mesmo porque William?”

Como ele não dava sinais de que iria realmente responder, Thomas continuou:

“Você é meu melhor amigo. Não tenho irmãos, e você sabe que para mim é como se esse lugar fosse seu. Poré William, não acho que nossa amizade possa ser sustentada depois de eu vir aqui e te dizer isso.”

“Do que é que você está falando Thomas?!” Will estava perdendo a paciência com aquela polidez toda.

“Se estiver sentindo algum tipo de... Sei lá! Ciúmes!? De mim, e da Sam.. Samantha... Senhorita Sanders... Ou o diabo que for, você não precisa se dar ao trabalho! Nosso noivado, arranjado -ele frisou a palavra- não existe mais! Nós nem sequer ainda somos amigos! Você sabe o que o pai dela esta fazendo com a minha família! Não há laço nenhum entre nós... Eu não ficarei no seu caminho, pode ficar tranquilo. Acho até um enorme absurdo você cogitar essa hipótese! Eu te dou minha palavra!”

“A palavra de um homem vale muito William.”

“Eu sei muito bem disso! Acredite eu sei.. Se um homem tivesse honrado com a palavra dele, nessa hora meus irmãos não estariam na lama! Eu sei Burke, por isso estou te dando a minha agora!”

“Eu acredito. Mas, eu também acredito que exista um motivo para os homens quebrarem suas palavras.”

“É? Eu não acredito... Que motivo seria esse?”

“O amor de uma mulher.”

O estômago de William foi socado com toda a força, tinha certeza, pode sentir o ar faltar e o gosto amargo da bile chegar à boca.

“Se acontecer de Samantha aceitar o meu pedido de casamento, que farei quando retornar do exército, diga-me sinceramente seria capaz de manter essa sua palavra, de continuar mantendo nossa amizade intacta? Como pode garantir que nunca vai cogitar trair minha confiança, quando o assunto é Samantha?”

“Mas que merda Thomas? Eu não disse que s...”

“Eu te conheço e sei que não vai admitir, você ainda não admitiu para si mesmo, mas está apaixonado por ela William! Eu sei. Eu vejo! Sempre enxerguei os olhares que destinava para Samantha, mesmo quando se esforçava para camufla-los, porque eram exatamente como os meus! 

Bem, se não vai responder minha pergunta, eu vou então: eu não acho William, não acho que você possa manter nossa amizade intacta! E eu prefiro evitar esse dia a todo custo. O ciúme, a inveja é porque não dizer até o próprio ódio, são sentimentos que podem corroer qualquer tipo de coração.”

“Fale por si mesmo Thomas...”

“Eu estou falando de mim.”

William não disse mais nada, nem uma palavra sequer, dando ao outro a oportunidade de continuar, deixando o aposento:

“William, estou pondo um ponto final em nossa amizade neste momento. Sinceramente, desejo que encontre seu caminho, e se achar que deve, lute por Samantha. Mas já adianto, que eu também o farei!”

“Se me lembro bem, eu acabei de te dar minha palavra.”

Ele saiu e não olhou para trás.

William estava perdido em seus devaneios quando chegou até a sua casa, mas parou assustado quando percebeu que havia algo errado acontecendo. Uma movimentação anormal. Avistou John conversando com o xerife e mais alguns homens na entrada da propriedade e viu vários corpos amontoados em um canto!

Sua família!

Correu depressa, chegando no momento em que o xerife se preparava para partir.

- Hey! O que está acontecendo aqui? O que houve John?!

- Sr William! – Exclamou o velho capataz, diante da aproximação do rapaz. Não podia negar sua felicidade por ver que ele estava realmente bem, chegara no momento certo.

Will cumprimentou o xerife já lembrando -se da confusão em que estivera metido horas antes, mas naquele momento era algo irrelevante.

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui?

- Pelo que entendi – começou o homem da lei – sua mãe sofreu um atentado.

- Um atentado? Mas como? Por quê?

- Ainda não sabemos, exatamente.

- Onde ela está? E meus irmãos?

- Fique calmo – John disse – estão todos bem lá dentro. Dona Isabella passou mal, mas um médico já está examinando ela.

- Quem foi John?

- Brent e sua corja.

- Brent? Da fazenda Sanders? – o ódio de William ia crescendo a cada segundo que os homens demoravam para lhe dar a resposta óbvia para sua pergunta. Porque não matara o desgraçado quando teve a chance? Maldito seja! Estava premeditando um atentado contra sua mãe, enquanto ele, idiota que era, se compadecia dele e da presença da filha.

- Eu não sei exatamente como aconteceu Will. Tinha saído para lhe procurar cedo, como sua mãe me pediu. Quando cheguei aqui, eles já estavam mortos! Pelo que parece Logan defendeu a propriedade, até que alguns homens viram a confusão e vieram socorre-los. Eu lamento muito não ter estado presente! Sinto-me culpado, de certa forma.

- Não John quem lamenta sou eu! -Ele trincou os dentes aquilo não ficaria assim. Ah  por Deus não ficaria. San Sanders pagaria!

- Mandei chamar o xerife, mas graças à Deus ele já estava vindo pra cá..

- Sim eu queria fazer umas perguntas sobre... Sobre o que aconteceu no Vale da Morte ontem à noite. -William não estava prestando atenção, e prestou muito menos quando John o revelara:

- Will, dona Isabella, foi baleada.

XXX

- Logan o que aconteceu!?

- Will – Ele levantou da cadeira.

- O que houve com ela?

- Ela está bem. O dr Disse que é forte. – Ambos ficaram se observando por alguns instantes. Logan prestara atenção particularmente no olhar de seu irmão, ainda estava intrigado pelas palavras do estranho hoje à tarde. William por sua vez, como nunca antes, vislumbrou algo mais na figura do seu irmão. Algo que ele nunca se dera ao trabalho de prestar atenção. Logan estava se tornado um homem, no fim das contas. Olhara para seus olhos, muito azuis, que o observavam incessantemente com aparente curiosidade e, numa espécie de transe hipnótico soube que não precisava dizer nada. Seu irmão sabia como ele se sentia. Ele estava ali. Aliviado, talvez, por aquela estranha ligação que até o momento não notara que existia, ele se permitiu sorrir. Um sorriso cansado. Sofrido. Sincero.

- Você... Parece com o pai. – Ele disse por fim, sentando-se ao lado de sua mãe, que dormia em seu leito.

Logan a princípio se estranhou as palavras de seu irmão, mas logo em seguida, sentiu o coração se reconfortar. William e seu pai eram muito ligados por ele ser o mais velho e o que mais havia convivido com ele, então certamente, se ele estava dizendo que eram parecidos, é porque de fato eram. Sorriu  também olhando para a figura dos seus, agora, cinco irmãos presentes.

Aquela era sua família. Por eles estava disposto a fazer qualquer coisa que fosse preciso. Para mante-los unidos e seguros.

XXX

A noite já estava caindo quando o xerife voltara para o seu gabinete e fora informado de que uma moça estava sendo mantida em uma das celas, e que a mesma havia matado dois homens do coronel Sanders, no meio da rua.

Se aproximou para encarar a mulher que estava sentada no canto do cubículo mal iluminado. Ela fitava os próprios pés e nem sequer tinha erguido o rosto para observa-lo.

Inspirou profundamente. Não estava disposto a começar um interrogatório naquela hora. Conversaria no outro dia com a mulher, precisava muito descansar, afinal aquele tinha sido um dia incomum para ele e para aquela cidadezinha pacata. Deu ordens para os homens que cumpririam o turno da noite e frisou que não queria aproximação com a prisioneira. Nem um tipo de aproximação.

- Já vai, xerife? – Ela começou com a voz rouca ainda observado os próprios pés.

- Sim, já vou. – Ele respondeu hesitante, por aquela conversa que não esperava.

- Mora muito longe daqui, senhor? – Ela continuou no mesmo tom.

O homem, em sua posição e autoridade não precisava realmente responder para aquela estranha criminosa, mas por um misto de curiosidade e receio para saber o que ela realmente queria dizer, continuou:

- Um pouco.

- Humm.

- Onde quer chegar com esse interrogatório senhorita? Sou eu quem deveria conduzi-lo – Ele sorriu no final da frase por aquele paradoxo. A moça ergueu os olhos, mas não foi realmente para o fitar. Seu olhar percorreu a luz que adentrava a pequena janela de grades da sua cela. A luz do luar.

-Se eu fosse você, me apressava então... Para chegar em casa. Já anoiteceu.

- Eu não tenho medo do escuro, mulher!

- Não é do escuro que tem que ter medo, xerife. – Ela parou a frase sorriu irônica – Pelo contrário.

Ele sentiu um enorme calafrio percorrer sua espinha ao ouvir aquela frase. Mergulhou em algumas memórias que não eram tão desejáveis, olhando para a luz que vinha da janela e então compreendeu...

- Amanhã iremos conversar. – Exclamou com a voz mais autoritária que conseguiu pronunciar.

- Eu mal posso esperar... – Um sorriso irônico novamente.

Virou-se bruscamente, dando as costas para a estranha mulher. Amanhã. Sim, amanhã iria interroga-la, saberia tudo o que estava acontecendo ali de uma vez por todas. Amanhã... Agora, o que mais queria era chegar em casa.


Notas Finais


Muito mistério né gnt? Eu adoro esse clima 😁


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