História A aposta - Clexa - Ação e Reação

Via Láctea.

Sistema Solar.

Planeta Terra.

América do Sul.

Brasil.

São Paulo.

Zona Sul.

Colégio Polis.

Segundo andar.

Estão me acompanhando? Pois então, é bem provável que o barulho do tapa desferido por Clarke em Lexa tenha feito o caminho inverso, reverberando nas bordas da galáxia, alcançando inclusive nossa vizinha, Andrômeda.

O rosto da garota queima como a superfície do sol e não é apenas pela dor.

Ela está enfurecida. Seus olhos verdes encontram-se com os azuis de Clarke. Estão estreitos, cortantes, flamejantes. Lexa leva a mão ao local estapeado, alisando. Ela não pode ver, mas Clarke pode: quatro dos dedos dela estão marcados na pele de Lexa como um carimbo para que ela se lembre, pelo menos pelas próximas horas, de com quem está lidando.

Um uuuhhhhhh abafado surge de todos os cantos do corredor em azul e branco, recémpintado com uma tinta lavável e de fácil manutenção. O lance sobre a escolha da tinta não vem ao caso agora, concentremo-nos no

tal tapa. E que tapão!

Lexa foi pega desprevenida e quando seu cérebro finalmente para de zunir, avança um passo em direção a Clarke, desconcertada. Ela não esperava por isso, ninguém imaginava esse desfecho. Acredito que até Clarke esteja surpresa com sua atitude. Mas como toda ação leva a uma reação contrária na mesma intensidade, podemos supor o que acontecerá a seguir.

— Você é louca? Qual o seu problema? – Lexa dispara, ainda alisando o rosto em chamas.

— Meu problema é você, Alexandra Woods! – Clarke cospe, exaltada. – Você,

seus amigos e essas malditas apostas!

— Ah, saquei tudo. – Lexa lança no ar um sorriso debochado. – Quer saber, Clarke? Nem se o valor da aposta triplicasse, eu toparia beijar você.

— Uuuuhhhhhhh. – outra comoção deixa a atmosfera mais tensa.

— Sua… sua… sua cretina! Está invertendo as coisas a seu favor! E você me beijaria sim ou então, não teria aceito essa aposta ridícula.

— Ri-dí-cu-la. Você tem toda a razão. Beijar você é absurdo e eu seria patética se levasse isso adiante. – a garota não tem a menor noção do perigo.

Clarke se aproxima e impulsionada por uma fúria crescente, acerta uma joelhada nas bolas de Lexa. (Ei para lá, como assim bolas... ficou confuso?? Deixa eu explicar Lexa é uma garota digamos “diferente” nasceu com um Plus entre as pernas, se é que vocês me entendem, e devido a curiosidade e a o fato de realmente saber usar esse Plus ela faz um sucesso entre as garotas da escola. Mas vamos voltar ao que importa.) Sua cara empalidece e urra de dor, caindo ao chão. Antes que algum engraçadinho se ajoelhe e conte até dez, como nos ringues de luta livre, uma voz mal-humorada surge dos confins do corredor:

— Chega dessa palhaçada! Voltando para a sala de aula agora mesmo! – o professor de Literatura aproxima-se a passos largos, enxotando a todos como se fossem mosquitos irritantes. – Menos vocês duas. – aponta para

Lexa e Clarke. – Venham comigo. O diretor vai adorar ouvir a empolgante narrativa que culminou nesse momento tão ímpar.