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História A arte de não amar quem é importante (Imagine Jeon JungKook) - Era mais do que eu esperava


Escrita por: eisenhorita

Notas do Autor


Boa noite.
Como prometido (e levou muito tempo, admito), aqui está o bônus 02. Espero que gostem.
Eu idealizei demais esse bônus, confesso.

O bônus 03 sairá em Agosto (acredito eu).

Obrigada aos 823 favoritos. Isso é incrível! Espero que continuem apoiando e amando A arte de não amar quem é Importante.
Teremos novidades em breve.

E para quem ainda não viu o trailer oficial da fic, estará nas notas finais. Confiram, ficou incrível demais!

E temos novidade: PROJETO HAPPY JK DAY em Setembro.
Maiores informações no jornal disponibilizado nas notas Finais.

Capítulo 7 - Era mais do que eu esperava


Fanfic / Fanfiction A arte de não amar quem é importante (Imagine Jeon JungKook) - Era mais do que eu esperava

Eu não era muito de sair, ir às festas e me embebedar, mas de vez em quando era legal, ainda mais se Shin estava junto.

A festa da vez era de um conhecido meu, da faculdade. Nós dois cursávamos arquitetura, e Shin, como o conhecia de outras festas, não teve problemas em comparecer.

Era final de bimestre, e nada mais justo do que nos divertíssemos depois de tantos problemas complicados e notas desanimadoras.

Álcool, dança e amigos. Essa era a receita da noite para ficar bem.

— EunJi, a de preto, perto da janela. — Shin se aproximou e disse em meu ouvido, olhando pra citada logo em seguida.

Ela olhava em nossa direção, mas desviou o olhar quando foi flagrada por mim. Ela estava acompanhada de uma menina e um cara, ambos vestidos no mesmo estilo casual que ela. Era negra, de cabelos pretos e longos, usava óculos e tinha alguns piercings na orelha. Bebia algo fraco, então acreditei que não fosse muito forte para bebida.

— Bonita... — Shin comentou com um sorrisinho nos lábios, enquanto bebericava sua bebida.

Realmente, ela era muito bonita. Nada extravagante, do meu ponto de vista, curvas proporcionais, lábios brilhosos — provavelmente por um batom, ou gloss, que mulheres têm mania de usar —, o vestido preto lhe caia muito bem e contrastava com sua pele morena.

— É, mas estou de boa hoje. — dei de ombros e sorri.

— Ah, por favor! Sou seu irmão gêmeo, não me envergonha! — reclamou.

Era sempre assim, Shin era mais desenvolto, mais engraçado e sociável, e tentava me pôr no seu ritmo nas festas.

Mas eu não estava na pista procurando casinhos. Não que eu fosse santo ou tivesse feito um voto de castidade, não! Longe disso. Eu soube bem aproveitar muitas noitadas, tive meus únicos dois relacionamentos sérios, já tive uma desilusão amorosa, já levei um pé na bunda... Coisas pelas quais todo adolescente acaba passando na marra. E sobrevivi.

Eu só não queria ter nenhum trabalho ou preocupação naquela noite.

— Não me diga que ainda é a Yoon noona. — debochou, mas eu sabia que ele estava mesmo cogitando a ideia.

— ‘Me erra! — revirei os olhos.

Tomei mais um gole da minha bebida e me encostei na parede, observando como as pessoas estavam ficando doidas naquela casa, dançando e pulando como doidos, se esquecendo dos problemas e beijando quem tinham vontade...

Quando Shin ia superar isso?

Eu fiquei com Yoon há meses... Claro que não tinha nada a ver com ela! Foi apenas algo de momento, ela estava um pouco bêbada e me beijou quando nos reunimos para fazer a maquete. Nada demais. Ela era uma grande amiga, e eu a impedi de continuar tentando me beijar, pois era estranho para mim.

— Não seja idiota, EunJi.

— Não sou você. — Debochei risonho, vendo o menor vir até mim e me socar na barriga, de brincadeira, claro — Sem demonstração de afeto em público! — Ri e o afastei, observando-o risonho.

— Vai até lá! — Ele apontou para onde ela estava, e por sorte, ela não estava olhando — Ou eu mesmo vou. — Sorriu ao me desafiar.

— Somos gêmeos, não tem como dar errado. — Pisquei, entrando na provocação e saindo por cima.

No entanto, não sabíamos mesmo para quem ela estava olhando. Pelo menos, eu não sabia.

— Está na cara que é pra você, gostosão. — Shin sorriu animado, e ao que procurei a morena com o olhar, encontrei-a no mesmo lugar, diretamente me olhando.

Só que dessa vez, ela não desviou, permaneceu me olhando fixamente, com um meio sorriso discreto, o que me fez beber mais um gole e sorrir, sinalizando que ela tinha sido pega. Mas eu não iria até lá, pelo menos não ainda.

Era cedo ainda, eu não tinha ido pra festa para ficar com ninguém, então estava mais tranquilo do que a maioria daquela festa. Não os culpo, precisamos mesmo extravasar e conhecer gente nova, comemorar com os antigos...

Continuei curtindo a festa com nossos amigos, e com Shin, vez ou outra, me enchendo a paciência e me provocando por causa da menina, e depois de mais algumas garrafas de bebida, resolvi ir até ela.

Eu só não contava que, antes que eu pudesse chegar até ela, a mesma sairia em direção as escadas.

Parei no lugar, á alguns passos de onde ela estava, e fiquei tentando entender. O mesmo cara que estava com ela no começo, ainda estava lá, me olhou e sorriu, indicando a escada, como quem diz para eu segui-la.

Não que eu precisasse de mapa, eu só queria avaliar se era mesmo o que ela queria que eu fizesse, ou se ela tinha apenas mudado de ideia. Muitas das que flertam com olhares não chegam a querer nada na verdade, só ficam naquela troca de olhares, e quando o cara chega perto, elas correm. Não as julgo, cada qual sabe o que quer... Não forço ninguém a nada.

Mas sendo incentivado pelo acompanhante dela, tomei coragem de arriscar.

Como a festa ainda não tinha atingido seu ápice, o andar de cima estava praticamente vazio, com exceção de um ou outro casal se pegando pelos cantos, já que era um local com a iluminação um pouco mais baixa do que a da festa.

Encontrei a morena na varanda do quarto do dono da festa, só com a luz do abajur do mesmo acessa. Não que Calleb tenha fechado o espaço, aquele tonto nunca se lembrava disso...

Entrei, mas ela permaneceu parada olhando pra fora, então me coloquei ao seu lado e também passei a apreciar a bela visão do bairro que tínhamos dali. Bebi um pouco da bebida, e finalmente ouvi sua voz.

— Bonita, não? — era suave e gostosa de ouvir, o que me fez sorrir.

— Muito... — respirei o ar que vinha de fora, sentindo o frescor daquela noite — Entediada com a festa?

— Um pouco. — disse risonha.

— Eunji. — virei-me para si e lhe estendi a mão livre.

Ela se virou e retribuiu o gesto bobo, me dando a chance que eu procurava para vê-la melhor de perto. Ela era linda, com traços marcantes e femininos.

Fui pego por sua beleza, não nego. Mal a conhecia, nunca a tinha visto na vida, mas eu queria me aproximar, queria ter a chance de ouvir mais dela. E essa vontade só aumentou quando descobri que, além de linda, a jovem ainda carregava um nome tão bonito quanto.

— Aisha. — aquele sorriso lindo que ela tinha seria um problema para mim...

—Servida? — Levantei a garrafa quase no fim e lhe ofereci, mas a mesma negou.

— Obrigada, mas eu não bebo muito.

— Ah, não? — beberiquei o líquido atento a sua resposta, pois era raro achar alguém que não gostasse de beber.

— É, não me faz muito bem. — Sorriu tímida.

— Entendo. — Sorri, realmente interessado na morena, esperando ser correspondido. — E está sozinha?

Ela sabia que eu a tinha visto com seus amigos, então entenderia o sentido da pergunta. Se fosse esperta...

E Aisha era. Além de muito sorridente.

— Sim. — Disse um pouco tímida, desviando do meu olhar, só retomando para me devolver a pergunta, divertida. — E você?

— Estou sim.

E agradeci mentalmente por ser um homem desimpedido, que poderia me envolver com uma mulher como aquela a minha frente, que me atraia e era linda e simpática.

Conversamos alguns minutos sobre banalidades, nada muito pessoal, apenas alguns gostos em comuns, preferências musicais e afins.

Provavelmente eu poderia ter esperado um pouco mais, só que minha vontade de ficar com ela vinha crescendo nos últimos minutos que compartilhamos, então deixei de lado toda a passividade e me aproximei da morena, assim que mais um assunto — que fluía naturalmente, devo mencionar — acabou.

Não foi preciso muito mais do que isso para tê-la em meus braços, fiquei próximo o suficiente para sentir sua respiração se alterando e misturando com a minha, descendo meu olhar até sua boca e sendo retribuído à altura, dando vazão ao beijo que tanto queria provar de seus lábios tão atrativos.

E nos beijávamos sem pressa, sentindo um ao outro, minhas mãos deslizavam por suas costas, a medida que seus lábios se entrosavam com os meus, curtindo toda aquela novidade entre nós dois. Beijá-la era muito melhor do que eu poderia imaginar.

Envolvi minha mão em sua cintura e aprofundei o beijo, sentindo-me seguro para fazê-lo ao sentir sua destra em meu cabelo enquanto ela retribuía.

Encostei-a à parede ao lado da janela e ousei em deixa-la sentir meu corpo contra o seu, ao passo que deixava ela guiar o ritmo do nosso beijo.

Quando as respirações pesadas já denunciavam que precisávamos de um tempo para recuperar o fôlego perdido em beijos, afastei-me deixando selares em seus lábios, não me contendo em afastar-me para ter a bela visão de como ela ficava linda após minutos naquela sessão de beijos.

Sorri e acarinhei seu rosto, envolvendo-o com minha destra, enquanto deixava um carinho sutil com a outra em sua cintura, recebendo um sorriso largo seu.

— O que acha de sairmos daqui? — Propus baixinho, não querendo assustá-la, e muito menos desrespeitá-la.

— Seria ótimo. — Disse no mesmo tom e sorrimos novamente, ansiosos por mais do que já tínhamos experimentado um do outro.

Não tardamos ao abandonar a festa, avisando aos amigos delas, obviamente, e passando pela vista de Shin, que aprovava por meio de um sorriso.

Resolvi que pegar um taxi até o apartamento que dividia com Shin fosse o mais adequado, e Aisha pareceu não se importar.

Ao contrário do que poderíamos ter feito durante todo o percurso, ou seja, continuar nos beijando, fomos mais calmos, conversando até chegarmos ao destino.

E a calmaria continuava entre nós, contrastando com toda a ansiedade que nos tomava silenciosamente, entre sorrisos e dedos entrelaçados até o meu andar naquele prédio.

Assim que abri a porta, Aisha começou a dar uma boa olhada em tudo.

— É lindo aqui. — Sorriu ao que me aproximei e roubei-lhe um beijo breve, ainda encantado com a forma como ela sorria lindamente.

— Quer beber alguma coisa? — Ela negou com a cabeça, sustentando o meu olhar com o seu.

— Quero você. — Sentenciou e eu me aproximei de si, abraçando-a pela cintura, distribuindo beijos por todo o seu rosto delicado, descendo por seu pescoço e sentindo a mesma arrepiando com minhas carícias.

Fui puxado pela nuca até que sua boca encontrasse a minha, beijando e usufruindo de meus lábios como bem entendia. Nossas línguas se tocavam e enroscavam de forma sensual e provocante, assim como nossas mãos que, um pouco mais ousadas, adentraram as roupas que vestíamos e se livraram de cada pedaço de pano ali mesmo, na sala.

Caminhei a passos cegos, com ela agarrada a mim, até meu quarto, e fiz questão de fechar a porta só por precaução. Shin não voltaria, mas quem sabe...

Sem precisar olhar, consegui livrá-la daquele sutiã, lindo, porém estava me atrapalhando. Minha boca deslizou por cada parte de seu corpo esparramado entre meus lençóis, desvendando seus segredos e liberando seus gemidos e afares contidos.

Então foi a vez das mãos daquela mulher que me embriagava de vontades absurdas, até então um pouco tímidas, fazerem questão de livrar-me da última peça que a impedia de ver-me como vim ao mundo, nu.

E enquanto eu estava ocupado venerando seu corpo com minhas mãos e lábios, fui agraciado com seus beijos em meu pescoço e ombro, sentindo seu toque em minhas costas, mantendo-me sempre colado a si, roçando nossos corpos sutilmente.

Dediquei-me a retirar a única peça que me impedia de tê-la completamente para mim, e embora ela ficasse linda com os seios expostos e de calcinha a me fitar da cama com um olhar divertido e cheio de expectativa, eu estava ainda mais ansioso para senti-la de outras formas, e assim o fiz, sem cerimônia alguma.

Aisha se manteve observando cada ato meu, rendendo-se aos meus toques, conforme eu me deliciava com seu íntimo, provocando e brincando com nossa excitação. Ela não se inibia em corresponder aos meus estímulos e muito menos em mostrar do que gostava, e como gostava.

Mas a morena não quis ficar em minhas mãos, tomou conta da situação e me dominou na cama, conduzindo como bem queria o nosso caso, apertando-me em sua mão, deslizando-me em toques cadenciados e delirantes, levando-me ao limite e voltando, como se nada tivesse acontecido, mostrando-me outro sorriso seu, que sumiu assim que nos beijamos, por diversas vezes, até que às cegas eu encontrasse o preservativo e consumasse o ato de uma vez só, bem lentamente, sentindo-a com devoção, ao que a morena montava-me sem hesitar.

Sentei-me na cama, amparado em um braço só e a ajudei com os movimentos que nos tiravam o fôlego. Ela subia e descia, rebolando com vontade, deixando-me extasiado e louco por seu corpo.

Aisha não parecia se incomodar nem um pouco com qualquer coisa que não fosse o nosso prazer, e isso estava estampado em seu rosto marcado pela satisfação, em como ela gemia e me lançava sorrisos e olhares cúmplices naquela noite incrível.

Sussurrei em seu ouvido tudo o que sentia e passava por minha cabeça, encontrando dificuldade em manter minha respiração e voz estável, recebendo em troca seu corpo ainda mais quente e ágil sob o meu, voluptuosa e expressiva em me tomar para si com tanta gana.

Minhas mãos a auxiliavam, ora atadas as suas, ora em seu quadril, a mantendo sob mim, tomando a frente sempre que a percebia cansando.

E quando finalmente consegui passe livre para tê-la abaixo de mim, o fiz de bom grado, sendo abraçado com força, ouvindo a morena gemer ao pé do meu ouvido, manhosa e gostosa como nunca.

Apertei-a contra o colchão, sentindo meu corpo ser marcado com suas unhas, intensificando as investidas contra a mulher agarrada a mim, que chamava meu nome, toda bagunçada.

Deixei que meu rosto achasse refúgio em seu pescoço e me concentrei apenas em fazê-la vir comigo. Desejando que os apertões e arranhões marcassem nossa pele, dando indícios do quão envolvidos e satisfeitos estávamos um com o outro, em um claro sinal de ânimo, excitação e prazer compartilhados á dois naquela cama de casal.

Ao final de tudo, o que restou foi a claridade da manhã invadindo meu quarto pela janela, e o amanhecer de um corpo feminino natural, e igualmente belo, em meus braços.

— Bom dia. — Emiti rouco, ainda sonolento, ao vê-la acordar e se aconchegar em mim.

— Bom dia. — Respondeu rouquinha, me abraçando carinhosamente, fazendo-me sorrir com aquele gesto.

Ficamos um tempo na cama, curtindo a preguiça e trocando carinhos leves, até que decidi tomar um bom banho para preparar um café para nós, enquanto era a vez dela de tomar banho.

Aisha ficou até perto da hora do almoço, quando Shin apareceu e quase agiu estranho com a garota, deixando-me sem jeito. É, o cara não sabe disfarçar a felicidade dele... Babaca! Mas ela não pareceu se incomodar, não, até trocaram algumas dúzias de palavras e eu aproveitei para voltar ao quarto para checar se tinha alguma mensagem importante.

Ao verificar que não — com exceção das mensagens variadas dos meus pais —, eu já ia saindo do quarto, quando esbarrei na carteira de Aisha e alguns documentos caíram. Recolhi todos rapidamente, e me arrependi amargamente de tê-lo feito, pois algo me chamou a atenção entre os pertences dela: uma carteirinha de escola.

Peguei a mesma com calma, tentando não me precipitar, e analisei os dados contidos nela. Ano vigente, nome, endereço, série cursada...

“3º ano EM.”

Merda!

Levantei assustado e olhei para cama — ainda desarrumada — onde passamos a noite e me amaldiçoei por não ter perguntado nada.

Aisha era menor de idade.

Não esperei mais nada para recolher tudo o que era dela e voltar para a sala, agitado e nervoso, mas tentando disfarçar.

— Aisha, sabe o que é? Eu e Shin precisamos sair, então realmente não vai dar para ficarmos aqui.

Shin me olhou confuso, pois tinha acabado de chegar, mas não retrucou, tentando entender o que eu fazia. Já ela, olhou para mim surpresa e se levantou, aparentando compreender a questão exposta.

— Oh, eu entendo. Sem problemas... — Sorriu mínimo, mas não consegui retribuir, de tão tenso que estava.

Entreguei-lhe sua carteira do jeito que encontrei, aberta e com os documentos todos dentro da mesma, e esperei que caminhasse até a porta.

— Aqui está, sua carteira. — Esperava ter disfarçado meu tom decepcionado,. Não queria nenhum tipo de conversa com ela, não depois de ser tolamente enganado.

— Obrigada, EunJi. — Aisha sorriu novamente e tentou me beijar antes de ir embora, mas eu desviei e o beijo pegou no rosto, deixando-a um pouco sem jeito, mas sem questionar nada.

— Tchau, Aisha. Desculpa não poder te levar... — Eu queria mesmo era acabar com aquela situação embaraçosa.

— Não... Tudo bem. — Sorriu novamente, olhando-me com certa expectativa. Achei que ela fosse embora de pronto, mas não... — Ainda vamos nos ver?

Sentindo minha respiração falhar, mordi meu lábio inferior, controlando meu nervosismo e fui o mais claro possível para o momento.

— Acho melhor não, Aisha...

Que ela pensasse que eu era um babaca, que tinha transado com ela e a estava dispensando sem mais e nem menos. Era melhor do que de fato ser um, ao sair com uma garota menor de idade.

Céus! Era muito arriscado...

Por isso preferi cortar o mal pela raiz, não importasse o quanto eu tinha gostado da nossa noite juntos, e quisesse repetir.

Não mesmo!

Eu não queria um problema desses na minha vida. E nem estava preparado para tal.

Nada mais foi dito, Aisha saiu de lá sem sorrisinho algum, e eu entrei possesso em casa.

— Que porra foi essa? — Shin soltou agitado.

— Nada... — Suspirei e me sentei ao seu lado, com ele me encarando.

— O que foi isso aqui? — Pressionou novamente, típico da família Jeon...

— Ela é uma garota de ensino médio. — Soltei frustrado e inconformado por ter caído nessa.

Ouvi o riso seco e surpreso de Shin, mas nem me dei o trabalho de olhá-lo.

— Nossa... — Ele parecia tão surpreso quanto eu. — Quantos anos?

— Não sei, só sei que ‘tá no terceiro ano... — fechei meus olhos e tentei evitar me lembrar de tudo o que fizemos a sós, para me sentir menos patético.

— Deve ter uns 16... 17, então. — Respirei fundo, tentando me acalmar, ao que Shin só numerava o problema ainda mais. — Ah, não foi tão ruim assim, foi? — Só depois desse comentário desnecessário foi que eu lhe encarei nervoso e ele parou, se desculpando. — Ok. É uma menor de idade... Já foi! — Disse simplista, me fazendo revirar os olhos. — Falou com ela? — Neguei. — E como ficaram?

— Não ficamos, Shin! Sem chances. Não quero ver aquela garota nunca mais.

— Mas... — Fiz questão de interrompê-lo antes que ele dê-se continuidade a qualquer besteira.

— Não! Ficar com esses adolescentes é chave de cadeia, Shin. São adolescentes. Temos mais de 20 anos nas costas e sabemos dos riscos. Se os pais dela sonharem...

— Os tempos são outros, maninho. Pelo amor de Deus! — Retrucou irônico. — Acha mesmo que esses jovens são ingênuos? Por favor, uma colegial te passou a perna e levou para cama, e você nem desconfiou... — Sentenciou debochado, e eu grunhi irritado, por ele estar certo e eu não poder me defender.

— Eu errei, devia ter perguntado... — Lamentei não ter me prevenido quanto a isso.

— E como ia saber? A festa era dos caras da faculdade, cara.

— Como ela entrou lá?

— Não sei, talvez seja amiga deles... É possível. Hoje em dia não tem mais essa divisão entre idade, EunJi, não se culpe tanto.

— Fiquei assustado, sabe?

— Imagino. Não sou a favor de ficar com ninguém com menos de 18 anos também. Mas aconteceu, e não foi sua intenção.

— Não mesmo...

— Então relaxa. — Colocou a mão em meu ombro para me tranquilizar.

Apesar de tudo, Shin nunca ficou contra mim, sempre me apoiou em tudo, absolutamente tudo. E eu amava demais por isso.

— Não haja como se tivesse desvirtuado a menina. — Resmungou ao ver que minha cara não melhorou em nada. — Foi gostoso?

— Shin! — Olhei incrédulo para meu gêmeo, querendo estrangulá-lo. — Foda-se se foi bom! O que isso tem a ver?

— Nada... — Riu ao ver meu nervosismo me fazer explodir com mais uma de suas perguntas inadequadas. — Só relaxa, irmãozinho. Ela não é nenhuma idiota, saberia te dizer não se quisesse. Dona do corpo dela, e decidiu dá-lo a você. — Disse insinuante e eu neguei frustrado com o seu comentário.

Ele não fazia por mal, eu sabia, mas aquilo não estava me ajudando em nada.

— Já está feito. Resolvido... Falei para ela que não íamos mais nos ver. Pronto. Vamos esquecer que isso aconteceu, por favor.

— Não é como se fosse o fim do mundo...

— Para mim é! — Gritei e me fechei em meu quarto, ainda mexido com o que tinha descoberto e com todos os flashes da noite anterior nítidos e bem fresquinhos na minha mente.

Eu não gostava de pensar no que aconteceu. Pois, mesmo que não fosse o caso, eu sentia como se tivesse me aproveitado dela. E céus! Isso era torturante.

Em pensar que uma noite como aquela me deixaria tão pilhado...

 

[...]

Com o passar das semanas, eu não consegui esquecer o incidente, muito menos os bons momentos com Aisha, mas segui como se nada tivesse acontecido. Principalmente quando descobri que ela tinha conseguido meu número e ficava me ligando e mandando mensagens, que eram prontamente ignoradas.

Eu me senti enganado sim. Pois não importa se o mundo está mudado, não faz sentido alguém da minha idade com uma colegial. Se eles queriam fazer loucuras e afins, que fizessem entre si.

Ninguém teria dó alguma de me aponta o dedo como “aproveitador”.

E eu, claramente, não era um.

Shin não tocou mais no assunto, mas me censurava com olhares nada discretos.

Eu só não esperava que Aisha fosse teimar ao aparecer em casa.

— O quê? — Olhei para morena, sem acreditar que o porteiro tinha deixado a mesma subir sem avisar.

— Não culpe o porteiro. Seu irmão me deixou subir. — Como não sai da sua frente, ela projetou seu corpo contra o meu, me forçando a sair da frente e deixando a passagem livre.

— Maldito... — Murmurei comigo mesmo.

Ouvi a porta sendo trancada e recuei dois passos para olhá-la após mais de dois meses.

— Qual é a sua EunJi? — Perguntou irritada.

— A minha? — Ri sem ânimo e lhe encarei duro. Quem ela pensava que era para me cobrar algo? — Eu é que te pergunto...

— Você viu, não foi?

— O quê?

— Minha carteirinha. — Sua voz denunciou o quão nervosa ela estava com aquela conversa, até mais do que eu.

— O que você acha? — Soltei cínico, não me segurando.

— Por Deus, EunJi! Era só ter conversado comigo... — Reclamou ao se aproximar, parando ao perceber que eu me afastava conforme ela vinha para cima de mim.

— Não temos o que conversar, Aisha. Sai daqui.

— EunJi, eu não sou nenhuma criança.

— Não me interessa! — Eu estava sendo rude, mas ela estava sendo inconveniente. — O que você quer?

— Conversar. Por favor...

— Não.

— Quantos anos eu tenho, EunJi? Ou só deu tempo de me condenar por ainda estudar?

— Já falei, não quero continuar essa conversa. Já deu, Aisha! Estivemos juntos, foi bom, mas foi só. Volta pra sua vida, sua escola, e me deixa. — Eu estava sendo sincero, e esperava ser atendido.

Só que não. Aisha se aproximou, sendo mais rápida do que eu, e tentou segurar minhas mãos. Afastei-a de pronto, ficando mais agitado ainda, mas foi o que ela precisou para continuar falando, enquanto eu tentava afastá-la.

— Eu fiz 18 anos, EunJi. Naquele mesmo dia que sai daqui. — Relutou em me soltar, mas como sou mais forte, a imobilizei e a distanciei de mim, olhando-a, sem saber o que dizer.

— Não importa... Você tinha 17 naquela noite.

— E o que isso importa? — Gritou comigo, assustando-me.

— Hey! Eu que tenho o direito de ‘tá puto nessa história. — Aquilo exasperou minha indignação.

— E daí que eu tinha 17? Eu fiz 18, não fiz? Não é isso que importa? Ninguém vai ligar para isso, ninguém tem que saber o que fizemos ou deixamos de fazer aqui, EunJin. Pare de ser paranoico.

— Você me eng... — Ela não me enganou... Eu não perguntei... Droga! — Você me enrolou.

— Não. Eu nem me lembrei disso na hora. Que diferença isso faria? Eu fiquei afim de você, e você de mim. É simples, EunJi. Não tem problema algum!

— Aisha... — Fui duramente interrompido, com a mulher novamente a minha frente, me deixando sem jeito para tocá-la e afastá-la de novo.

— Não seja um babaca, hm? — Sua voz foi diminuindo de tom, até estava suave, como naquela noite. — Você não está cometendo nenhum crime. Tenho 18 anos, respondo por mim mesma... — Falava branda, tentando me acalmar. — E eu gostei tanto...

Ao tê-la ali, olhando-me nos olhos e roçando seu nariz no meu, eu perdi completamente minhas razões e paralisei, me lembrando ao que ela se referia, engolindo em seco com o que era evidente, que eu tinha gostado de estar com ela mais do que devia.

— Você é nova, Aisha. — Aquilo ainda me perturbava, embora eu soubesse que era coisa minha.

— Você também. Eu só estou na escola ainda porque tive que ficar um ano afastada, por problemas de saúde que a minha mãe teve. Não tem com o que se preocupar. Sou uma mulher já. — Sorriu divertida e bem humorada, ao se referir a si como mulher, mudando completamente o tom da discussão de segundos antes.

Ela estava me dobrando, e o pior, eu estava me permitindo ser dobrado por ela, mais uma vez.

Como me calei, e não me movi, ela emendou:

— Diz que só me tratou daquela forma por isso. — Não havia mais indício de brincadeira. — Eu preciso saber o que aquela noite foi para você.

Meu silêncio não a intimidou, ela não recuou, continuou colada a mim, me olhando à espera de uma resposta.

Fechei meus olhos e levei minhas mãos até sua cintura, apertando minimamente o local, como se procurasse coragem para dizer o que ela queria ouvir.

— Fiquei irritado quando vi, não nego. Não queria acreditar que a mulher que acordou na minha cama era uma colegial.

— Eu sou. O que tem de errado nisso? — Voltei a olhá-la sem uma resposta, pois não havia nada de errado com ela, havia?

— Eu não sei... — Murmurei vencido, esperando o desfecho daquela conversa toda.

— Tudo bem, eu te mostro. — Disse baixinho e me beijou sem pensar duas vezes.

Não recuei dessa vez, correspondendo ao beijo com vontade, e com um misto de saudade e alívio.

Ela tinha completado 18 anos, então socialmente e juridicamente falando, eu não poderia ser acusado de nada. E ao conhecer sua mãe, meses depois, descobri que mesmo que não fosse o caso, pois Aisha era uma jovem centrada e que dava muito orgulho à sua família.

A minha preocupação conosco passou naquela mesma tarde, quando Aisha me beijou demonstrando que queria estar comigo, mostrando-me que — se antes tínhamos um problema com sua idade — a partir daquela manhã que a tive em meus braços, não tínhamos mais nenhum.

Não começamos a namorar da noite para o dia, nem nada disso. Mas fico feliz que ela tenha me procurado, pois foi graças a sua insistência em mim, que passamos por bons momentos juntos por um bom tempo, até finalmente decidirmos assumir algo, mais ou menos na época da minha formatura, quando a mulher que eu aprendi a amar me beijou na frente de todos do salão e acelerou o meu coração com nosso primeiro “eu te amo” verbal.

— Eu te amo, EunJi.

— Eu te amo, Aisha. Muito...

Aquele sorriso dela me fazia perder a noção do mundo, focando só em mantê-lo ali, empenhado em fazê-la feliz, como tem que ser.


Notas Finais


E então, o que acharam desse Bônus 02?
Eu sei, eu postei algo diferente, mas era só para despistar. Não poderia deixar os gêmeos de lado...
Gostaram dos personagens? O que acharam da Aisha? Curtiram o casal? O que acharam do Shin?
Qual cena foi a sua favorita?
A cena +18 não foi das melhores, mas achei que combinou com o casal...

PROJETO HAPPY JK DAY!
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até a próxima.
gratidão!


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