História A Bailarina - Used to be someone you loved

Antes de começar o capítulo peço que para você que não leu, ler as notas iniciais. E aliás, se puder reler o capítulo seis para lembrar o que está acontecendo na história..

Termino de arrumar as coisas no meu quarto e sento na cama suspirando. Eu havia reorganizado meu quarto, arrumado as roupas, mexido em todos os meus livros e objetos, queria ver se eu conseguia lembrar de algo. Eu acho que essa é a pior sensação do mundo. Olho para a Rebecka, que sorri para mim. Eu não sabia em quem acreditar, cada pessoa me falava algo e isso era horrível.
--Eu vou para a aula, vamos juntas?- ela pergunta.
--Hm.. tudo bem.-eu digo.
A única coisa que eu tinha certeza na minha vida era o meu amor pelo ballet. É incrível essa conexão, não lembrar nem os nomes da minha família mas lembrar a coreografia de uma dança, parece até algo completamente impossível. Mas..aqui estava eu finalizando mais uma aula e tendo meu coração preenchido pela satisfação da dança.
--Ei... psiu.- procuro a voz que havia e logo encontro Justin.
--Oi..- falo. --Tudo bem?- pergunto um pouco tímida.
--Melhor agora.- ele diz. --Vamos almoçar?- ele pergunta.
--Ahh...-falo pensativa e olhando para trás e vejo Rebecka nos olhando. --Ta, pode ser.- respondo.
..
--Qual é o melhor prato?-pergunto.
--Você gosta bastante do dois, quatro e doze.- ele diz e eu observo o cardápio novamente.
--Vou querer o doze.- eu digo. 
--Esta bem, um doze e um vinte.- ele pedi ao garçom que logo atende os nossos pedidos.
--Posso te perguntar algo?- questiono e ele me olha e sorri.
--Sempre que você quiser, não precisa ficar perguntando se pode perguntar.- ele fala e ri.
--Ta, é que... eu estou confusa em relação a algumas coisas.-digo. 
--Pode falar.-ele responde.
--A Rebecka me falou algo, disse que eramos amigas... que você não aprovava a nossa amizade...- eu começo a dizer e ele bufa.
--Como é? Era só o que me faltava.- diz. --Felicy, eu não tenho porque mentir para você, vocês não se davam bem. Ela tentou sabotar a sua primeira apresentação de ballet, pode perguntar para qualquer pessoa daqui.
— Por que será que ela está fazendo isso então?- pergunto mais confusa ainda e ele me olha pensativo.
— Eu não sei, aquela garota sempre foi estranha.- ele diz e eu suspiro. — Eu trouxe algumas fotos nossas antigas.. quer ver?- ele pergunta.
— Claro!- sorrio concordando.

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— Chegou tarde.- Rebecka fala assim que entro no quarto.
— Olha, eu vou ser bem direta.. eu sei que não fomos amigas. O que você quer?- pergunto e ela bufa sentando na cama dela.
— Eu não devia ter mentido, eu sei.- diz. — É que... quando você sofreu o acidente, foi um baque. Eu morei com você por mais de um ano, fiz merda, fiz. Mas a gente convivia.- ela diz. — E quando você sobreviveu eu quis reparar isso, de um jeito errôneo confesso. Mas eu quero começar de novo.- ela diz e eu a olho.
— Você já tentou me sabotar uma vez, como eu vou saber que você não está fazendo isso de novo?- pergunto e ela suspira.
— Sua colega de quarto já sofreu algum acidente e quase morreu? Isso abala qualquer um.- ela diz. — Só quero uma chance.
— É a única.- falo.
—Ok, obrigada.- diz. — Pra você começar a confiar em mim eu vou te contar tudo o que eu fiz.- ela diz. — É melhor você sentar.- pedi. —Bem..  eu tentei te sabotar, mais de uma vez no caso, só fui pega em uma. Teve uma vez que você até teve que tomar banho porque eu joguei pó de mico.- fala.
— O que é pó de mico?- pergunto.
— É uma substância que dá muita coceira.. foi engraçado.- ela fala e da risada e eu reviro os olhos. — Ok.. desculpa, continuando.. já te chamei de muitos nomes feios, metade dos meus tuítes no Twitter é falando mal de você... e bem eu tenho muita inveja também, você é boa demais no que faz.- ela diz. — É o que eu lembro por enquanto. — Ah... já pensei em cortar o seu cabelo quando você estava dormindo também... como alguém pode ter um cabelo tão bom assim!?
— Credo!- falo.
— Águas passadas.- ela diz. — Posso ter o seu perdão?- pergunta e eu suspiro.
— Vai ser um recomeço para nós duas também.- falo e ela sorri.

...
— Não gostei muito disso não.- Justin diz enquanto eu tomava um gole do meu suco. Que gosto horrível! 
— Ela me parecia sincera.- digo depois de engolir e fazer uma careta.
— Você não lembra do que ela te fez, mas eu lembro!- ele diz.
— Tudo bem Justin, mas eu resolvi dar uma nova oportunidade para ela.- falo e ele suspira.
— Se você acredita que ela mudou, então tudo bem.- ele acaba concordando. — Você não gosta de suco de goiaba.- ele diz rindo.
— Por que não me falou antes?- falo empurrando o copo.
— É bom você descobrir sozinha.- ele diz.
— Engraçadinho.- digo revirando os olhos. 
— Fecha os olhos.- ele pedi.
— Como assim?- questiono.
— Só fecha.- ele diz e eu obedeço. Sinto sua mão no meu rosto e logo ele tira.— Pode abrir.- ele diz. Vejo seu dedo estendido para mim.
— Tinha um cílios no seu rosto.- ele diz e eu olho para o cílios no seu dedo estendido.
— E?- pergunto.
— Agora você vai por o seu dedo no meu dedo e fazer um pedido. Quem tiver o cílios quando separar o desejo vai se realizar. - ele diz. 
— Sério isso?- pergunto.
— Muito sério, anda. - pedi.
—Ok.- falo. Quero ter a minha memória de volta. 
— Tira. - ele diz e eu obedeço. O cílios sai no seu dedo.
— O que você pediu?- pergunto.
— Não posso falar, se não, não realiza.- ele diz. — Mas eu não ligo pra isso então.. eu pedi para você ter a sua memória de volta.- ele fala e eu sorrio.
— Eu também.

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— Está entregue.- Justin diz assim que a gente chega na porta do meu dormitório.
— Obrigada.- falo. 
— Está ansiosa para voltar para casa esse final de semana?- ele pergunta.
— Acho que não mais que meus pais.- digo. — Minha mãe me manda mensagem a cada quinze minutos e se eu demoro mais de cinco minutos para responder ela já me liga.- digo e ele ri.
— Ela só quer o seu bem.- diz.
— Eu sei.- falo. — Eu e ela não estávamos muito bem antes do acidente né?- pergunto.
— Não muito.- ele diz. — Vocês tinham opiniões muito diferentes uma da outra, mas vocês se amavam.- ele fala. 
— Eu acredito.- digo. — Bem.. eu vou entrar.
— Ok , até amanhã Cup cake.- ele fala.
— Até.- digo.

..
— Pedi comida chinesa!- Rebecka fala assim que eu tiro o meu fone de ouvido. — Você gosta?- pergunta.
— Não sei.- digo.
— Então vamos descobrir.- fala. — Espero só que você não tenha alergia a nada.- ela diz e eu arregalo os olhos.
— Será que é bom eu perguntar para o Justin se eu gosto?
— Ele sabe tudo sobre você né.- ela diz e eu concordo com a cabeça. — Mas eu tenho certeza que eu já te vi comendo, então acho que tudo bem.
— Você se lembra como era a minha relação com ele?- pergunto.
— Com ele quem?- ela diz.
— Justin.- falo óbvia.
— Ahhh..- diz. — Que eu saiba era boa. Vocês não se desgrudavam, amigos de infância e blah blah blah. Para falar a verdade vocês pareciam até namorados. Você vivia dormindo lá e ele aqui, o que eu odiava confesso. Mas eu sei que vocês eram muito importantes para cada um. Ele ficou um porre com o seu acidente. Ele até pedia para dormir na sua cama, ele chorava muito. 
— Ele parece ser uma boa pessoa.- digo.
— Deve ser.- ela da de ombros.

Justin POV
— E como você está com ela?- Chaz pergunta enquanto eu deixo o controle do vídeo game de lado.
— Sei lá cara.. é ela e ao mesmo tempo não é.- digo e Ryan me olha estranho. — As vezes eu vejo a minha Felicity lá, mas tem vez que ela parece ser outra pessoa. É tudo muito novo.- respondo.
— Vocês eram muito ligados. - Chaz fala. — É normal esse estranhamento.
— E ela não se lembra de nada mesmo?- pergunta.
— Não. Só da coreografia dela. - falo.
— Muito bizarro isso né.- Ryan diz.
— Pois é.- respondo. — Mas eu estou feliz por ela estar bem. Isso que importa.- digo e eles concordam.


.. 
Caminho assobiando uma melodia qualquer para o meu dormitório, eu tinha um dos poucos quartos que não eram divididos com outra pessoa Meu colega de quarto mudou de faculdade no meu primeiro ano, e depois disso ninguém mais apareceu. Então assim que chego perto do meu quarto e vejo a luz acesa pela fresta da porta me assusto um pouco. Abro bem devagar a porta e logo me deparo com Hilary completamente nua.
— O que é isso?- pergunto surpreso.
— Uma surpresa para você amor.- ela diz e eu engulo em seco.
— Hilary eu... eu...- começo a dizer e ela se aproxima.
— Não precisa dizer nada.. só sinta.- ela diz e choca seus lábios no meu. Mas eu não sinto nada... nada.
— Desculpa.- falo me afastando. — Eu não consigo.- digo e vejo seu rosto se enfurecer.
— Você está brincando com a minha cara Justin Bieber!- ela diz. — Sabe quando tempo eu tive que aguentar você choramingando pela sua amiguinha. E agora você nem me toca mais!
— Você está certa Hilary. Eu estou sendo um namorado de merda.- digo.
— Você não me ama mais?- ela pergunta e eu suspiro.
— O que a gente teve Hilary.. foi uma paixão avassaladora, eu gostei muito de você. Mas se fosse amor eu acho que ainda sentiria o mesmo. Chegou a hora de terminar, você merece alguém que te de mais atenção.
— Mereço mesmo e você é um babaca.- ela diz colocando um roupão. — Vai tomar no meio do seu cu.- ela sai batendo a porta e eu respiro fundo. Era o que tinha que acontecer.


..
Minha sexta feira foi o dia mais corrida da semana, eu não havia consigo parar nem para almoçar e isso fez com que eu não visse Felicity até agora. Mesmo mandando mensagem e perguntando se estava tudo bem eu ainda ficava muito receoso de deixar ela sozinha. Depois de tudo que passamos eu ficava preocupado com o bem estar dela. 
Percorro o corredor do seu dormitório feliz por ser noite de sexta e poder passar o meu tempo com ela. Dou duas batidas na porta e alguns segundos depois ela abre a porta toda produzida.
— Você vai sair?- pergunto estranhando.
— É.. vou em um pub com a Rebecka.- ela diz e sinto meu coração doer.
— Na sexta feira?- falo. Era o nosso dia, nós prometemos.
— E o que tem?- ela pergunta não entendendo me deixando mais triste ainda. Pra ela não tem importância, ela não se lembra de nada. 
— Pelo visto não tem nada.- falo dando as costas e saindo. Eu estava tão acostumado com a gente, com ela presente. Eu estava acostumado em ser alguém que ela amava. Agora eu sinto que tudo está diferente.

Now the day bleeds
Into nightfall
And you're not here
To get me through it all
I let my guard down
And then you pulled the rug
I was getting kinda used to being someone you loved