História A balança errônea da tua vida - A lua solitária mesmo em companhia das estrelas...

Eles sempre foram mais importantes.

Você sempre se preocupava, deixava de dormir para ficar refletindo o quanto era errado, enquanto observava a lua solitária mesmo com a companhia das estrelas.

“Pra quê botar tudo em uma balança?” era o que me perguntava todas as vezes em que acordava na madrugada, por sentir falta do calor que o teu corpo me proporcionava.

Janela aberta, o vento gélido invadindo o apartamento e um cigarro por entre seus lábios.

Sua balança era sempre tão injusta pra mim.

De um lado sua família, a sociedade, os conceitos pré-concebidos por todos de que aquilo era errado.

E do outro? Bem, apenas um garoto magricela que te amava, apenas eu, Jung Hoseok.

Claro que o lado que mais pesava, o que tinha mais importância, era o qual eu não pertencia, era o lado que te impedia de ter um sono tranquilo. Você não achou mesmo que eu diria que nessa balança injusta e desnecessária eu seria o mais importante, não é? Por favor, Yoongi, eu posso até te amar, mas não irei me iludir á esse ponto, me forçando a ter uma vã esperança de que nessa manhã me acordarias com carícias e um olhar determinado, seguraria minha mão e com uma firmeza e confiança na qual não é habituado a ter me convidaria a encarar seus medos consigo.

Na verdade eu tenho essa vã esperança todos os dias, quando acordo e não sinto mais o teu corpo próximo do meu e nem a sua presença reconfortante, quando apenas encontro um pequeno bilhete deixado sobre a mesa na qual as palavras pereciam terem sido escritas com pressa, dizendo que sentia muito por ser tão covarde, pedindo-me para que tivesse somente mais um pouquinho de paciência e esperança de que um dia tu voltarias ao meu apartamento lotado de uma coragem da qual nunca fora dono para que fossemos viver a nossa vida, mandando os conceitos e preconceitos da sociedade á merda.

“Perdoe-me por não ter te acordado, voltarei algum dia” era apenas o que tu escrevias sempre, mas eu conseguia interpretar as entrelinhas Yoongi, eu consegui ler o teu medo, tanto o da sociedade quanto o de que eu não te esperasse mais, que eu cansasse da tua imensa covardia de ser feliz.

Mas não se preocupe meu amor, eu irei te esperar, aguardarei ansiosamente com o tantinho de esperança que ainda carrego em meu bolso furado a manhã – ou noite, eu não me importo desde que tu venhas ao meu encontro – em que vamos correr em direção ao rio Han e nos deitaremos às margens, aproveitando a brisa calma enquanto temos as estrelas e a lua não tão mais solitária como testemunhas de nossa – sua – coragem e determinação.

Vai demorar, eu sei, mas continuo tendo esperanças porque me agarro com todas as forças no sentimento que nutres por mim, que faz com que voltes pra mim sempre, para o meu apartamento e para os meu lençóis que sentem falta do teu calor e da tua fragrância que lembram um lar. O meu lar.

Talvez isso nunca ocorra, infelizmente. Porém aguardarei.

Aguardarei pacientemente o dia em que tua balança injusta e desnecessária resolva dar valor á nós.