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História A Banshee e o Humano - Capítulo 15


Escrita por: Fernanda_Campos

Notas do Autor


Leiam as notas finais, importante.

Capítulo 15 - Capítulo 15


Senti o gosto de ferrugem invadir a minha boca, minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento devido as vozes que invadia minha mente cada vez mais alto, e minha garganta ardia tanto que parecia que eu havia gritado por horas.

Abri meus olhos lentamente tentando afastar a forte luz que vinha acima da minha cabeça e então pude ver o Dr.Valack ao meu lado segurando um algodão cheio de sangue.

Olhei em volta tentando me orientar melhor e pude perceber que não estava na minha costumeira cela. Era basicamente um tipo de sala de cirurgia abandonada, com alguns aparelhos que pareciam precários e um toca fitas enorme... E eu desconfiava que esse toca fitas era especialmente pra mim.

Tentei me mover, mas nada aconteceu. Eu estava sentada e com os braços e pernas amarrados ao lado do corpo, mas eu tinha a impressão que mesmo que se não estivesse amarrada, eu não conseguiria fugir. Meu corpo estava totalmente mole e sem vida, essa era verdade.

-Lydia... - Dr.Valack disse se virando na minha direção - Finalmente acordou, essa parte não funcionaria se você não estivesse acordada.

Franzi o cenho confusa, eu não conseguia filtrar absolutamente nada. Sabia que ele conversava comigo, sabia que os gritos na minha cabeça queriam me dizer alguma coisa... Mas eu simplesmente não conseguia entender nada.

-Desde que abri a sua cabeça você começou a gritar, mesmo inconsciente. - ele disse calmamente - Acho que você já deve ter percebido que não vai sobreviver não é?

Encarei-o com dificuldade tentando digerir desesperadamente o que ele dizia, mas nada aconteceu, de novo.

-Preciso arrancar de você tudo o que eu preciso, antes que o seus gritos fiquem tão alto ao ponto de matar uma pessoa.

Matar? Isso era possível? De alguma forma, isso eu tinha conseguido entender... Talvez seja porque o gritos na minha mente tenha parado por algum instante, mas não durou muito.

Trinquei os dentes com força sentindo um forte impulso subir pela minha garganta e as vozes aumentaram de uma só vez. Respirei fundo e abri a boca, soltando um grito ensurdecedor.

Quando finalmente parei, olhei incrédula o Dr.Valack pegar um algodão limpo e passar na lateral da minha cabeça, para logo depois retira-lo encharcado de sangue.

-Minha cabeça... - comecei a dizer, mas parei ao ouvir a minha voz rouca.

-Não se preocupe querida, foi só um pequeno buraco. Mas como você não é humana e ainda por cima uma Banshee... Digamos que graças esses fatores, você não morre imediatamente.

Encarei o canto suja e rachada, dando graças a deus pela altura das vozes terem diminuído.

Ouvi passos pela sala e logo depois o toca fitas foi ligando, um som ambiente tomou conta do lugar. Fazendo minha cabeça começar a doer novamente.

-Preciso que escute isso atentamente, Lydia. - Dr.Valack disse calmamente - Essa é a gravação do massacre que teve em no Kansas à dez anos.

Tudo que uma pessoa normal conseguiria ouvir seria ruídos, o barulho do vento, das árvores e vez ou outra relâmpagos. Mas por baixo de tudo isso, a Banshee conseguiria ouvir os choros dos mortos, o medo, a escuridão, a sensação do sufoco que aquele vento tinha.

O medo corria os meus ossos e se eu fechasse os olhos, poderia jurar que minha mente era transportada pra aquela noite.

-Me diga o que vê, Lydia.

Com os olhos fechados, as vozes tomaram conta da minha mente, me forçando a ver aquele horror.
-A cidade foi totalmente destruída... Tem corpos espalhados por toda parte, crianças, velhos...

-Consegue ver quem fez isso?

Não sabia porque eu não lutava contra isso, não sabia porque eu respondia suas perguntas tão facilmente. Parecia que minha mente estava em algum tipo de transe.

-São... Quatro pessoas, não... Quatro monstros.

-Monstros? - sua voz soou confusa.

-Eles quatro mataram todas essas pessoas e eles...Estão rindo. Espera...

Por mais que eu tentasse focar a minha visão, a lembrança era completamente difusa e nublada. Mais eu tinha a completa certeza de que um deles me parecia familiar.

-É uma mulher... - murmurei incerta - Quer dizer, essa pessoa está toda de preto e tem cabelos negros.

-Consegue ver o rosto dela?

Sombras atravessavam o meu campo de visão toda hora, me impedindo de ver claramente o que estava acontecendo. Mas ao longe eu consegui ver uma coisa, que parecia mil vezes assustador, não pela imagem mas pela sensação que eu senti.
Um homem alto saiu das sombras, trajando um terno preto mas por algum motivo eu não conseguia visualizar seu rosto.

-Um homem apareceu por entre as sombras... - sussurrei. - A mulher está se aproximando dele.

-Ela quer mata-lo também?

Fiz que não com a cabeça. Não era assim, eu podia perceber pelo seu jeito de andar que ela parecia intimidada por ele, o que me pareceu completamente insano.

Assim que parou em sua frente, a garota mais do que imediatamente se ajoelhou em sua frente e encarou seus pés.

-O achou?

A voz rouca e cortante do homem, fez cada célula do meu corpo estremecer e a vontade de querer correr e me esconder tomou conta de mim.

Mas a voz seguinte fez todo o meu corpo vibrar em reconhecimento.

-Ele e toda a sua família está morta, meu senhor. A primeira parte da sua vingança está completa.

A voz satisfeita e alegre da Lyandra me encheu de repulsa e ódio. E então tudo fez sentido, não era o Theo que estava matando aquelas pessoas na cidade, e sim os alunos novos.

-Então é verdade. - Dr.Valack murmurou pensativo.

Abri os olhos sem conseguir ver nem mais um segundo aquelas lembranças e as vozes gritando na minha mente, gritei mais um vez tentando acabar com aqueles gritos.

Vi de relance o Dr.Valack fechar os olhos com força e tapar os ouvidos. Assim que o grito morreu, eu pude respirar aliviada.

-É uma alcatéia não é? - Dr.Valack perguntou.

Demorei a focar a minha visão nele e então pude perceber o suor escorrendo pelo seu corpo, - mesmo estando extremamente frio ali - e seu corpo tremia violentamente.

-Nosso tempo tá acabando, Lydia. - ele murmurou parecendo levemente desnorteado - Preciso me apressar.

-São os Krimers. - sussurrei o ignorando.

Dr.Valack travou no lugar e me encarou pálido, certamente ele sabia o peso que minhas palavras carregavam.

-Eles estão por trás dos assassinatos de Beacon Hills. - continuei.

-Mas e o Theo?

Fiz que não com a cabeça, ouvindo atentamente o que as vozes sussurravam em minha mente.

-Theo os trouxe até aqui...Mas ele fez isso para ter o Stiles só pra ele.

-Stiles? Stiles Stilinski? Meu antigo paciente? - ele perguntou sem acreditar. - Primeiro o Nogistune, o Theo e agora os Krimers... O que o Stiles tem de tão especial?

-Os Krimers não querem o Stiles.

-Lydia... - Dr.Valack disse me encarando atentamente - Eles não viriam até aqui se não estivessem interessados em algo.

É mas isso não queria dizer que eles estariam atrás do Stiles, no máximo eles acharam algo que também os interessassem por aqui.

Fechei meus olhos com força sentindo um grito ensurdecedor romper minha mente, as vozes estavam ficando cada vez mais alta. Meus gritos abafavam por alguns minutos, mas quando voltava, vinha três vezes pior.

-Eu não aguento mais. - disse praticamente gritando - Me ajuda.

-Entenda Lydia, isso é necessário para salvar seus amigos... Para salvar todo mundo.

-Lydia!

Abri os olhos assustada, sem acreditar no que eu havia ouvido. Seria possível essa voz nesse lugar?

-Lydia!

Sorri, esquecendo momentaneamente os gritos na minha mente.

-Stiles... - murmurei com dificuldade.

-Desculpa Lydia, o tempo acabou. - Dr.Valack disse pegando uma máscara metálica assustadora.

Trinquei os dentes com força, impossibilitando o grito que queria escapar da minha garganta.

Com um estrondo animalesco a porta da sala se abriu, e um Stiles totalmente transtornado se jogou contra ela indo em direção ao médico.

Assustado, Valack jogou a máscara no chão e tentou afastar o Stiles que o esmurrava, o jogando contra a parede.

-Você nunca mais vai tocar na minha Lydia. - ele disse com a voz rouca.

Apesar da cena e o momento não ser um dos melhores, sua frase fez meu coração bater mais forte, fazendo as vozes cessarem.

-Stiles, por favor...

Stiles empurrou o médico que que caiu no chão desacordado e se virou na minha direção, vindo até mim apressadamente.

-Lydia, você está bem? - ele perguntou passando a mão pela minha bochecha.

-Você veio... Você veio me salvar. - sussurrei sorrindo, ainda sem acreditar que ele estava ali.

-E onde mais eu estaria, Lyds? Eu jamais te deixaria aqui.

Meu sorriso morreu ao ouvir as vozes invadirem minha mente novamente, mas elas não estavam tão altas quanto antes... E isso me preocupou.

-Você precisa fugir e me deixar aqui, Stiles.

-Não vou fazer isso. - ele disse já desamarrando meus pés.

-Você não entende, meus gritos ficaram tão alto que posso morrer e levar você junto comigo.

-Então é melhor nos apressarmos não é?

Ele levantou do chão e me olhou sorrindo, começando a desamarrar meus braços.

-Por que tá fazendo isso?

Stiles parou o que estava fazendo por um segundo e me encarou pensativo.

-Não é óbvio? - ele perguntou e eu fiz que não - Porque eu te amo.

Arregalei os olhos surpresa, e ele voltou a me desamarrar enquanto que eu ainda o encarava pasma. É claro que eu sabia que ele fora apaixonado por mim, mas eu não fazia a mínima idéia de que ele ainda me amava.

Assim que ele terminou de me desamarrar, me joguei em seus braços o puxando pra um abraço apertado.

-Eu também te amo, Sti. - sussurrei contra o seu pescoço, sentindo-o se arrepiar nos meus braços.

-O que disse? - ele sussurrou se afastando de mim.

Encarei seu rosto à centímetros do meu e sorri, finalmente eu diria ao meu melhor amigo o quanto o amava.

-Eu te amo Stiles, te amo muito.

Segurei seu rosto de leve, ainda trêmula e encostei meus lábios de leve nos dele. Sentindo um formigamento atingir meus lábios e um calor gostoso, atravessar meu corpo.

Stiles passou os braços em volta da minha cintura, aproximando nossos corpos e aprofundou o beijo. Mas como tudo que é bom dura pouco, me afastei dele bruscamente.

-O que foi? Fiz alguma coisa...

-Não, minha cabeça...

Não precisei dizer mais nenhuma palavra, passei um braço em volta do seu ombro e ele abraçou a minha cintura me ajudando a levantar.

-Precisamos sair daqui o mais rápido possível, Scott e os outros estão esperando lá fora. O plano não deu muito certo, sabe? - ele dizia envergonhado.

-E você tinha um plano? - debochei, tentando manter as coisas leves.

Saímos da sala praticamente correndo, ou melhor, ele tentava correr enqunto me arrastava junto com ele.

Não havia visto como eu tinha chegado naquele lugar, já que estava desacordada. Mas aparentemente, eu estava em um subsolo da Casa Eichen e todos esses corredores pareciam iguais e enormes. Não fazia a mínima idéia de como o Stiles conseguia se guiar por ali.

-Como acharam esse lugar? - perguntei gesticulando para os túneis.

-Ah, isso? A história é longa, mas a Nyssa ajudou bastante.

-Nyssa? - perguntei incrédula, lembrando do que tinha tinha visto mais cedo - Não pode confiar neles, eles não são... - sussurrei fraca.

-Humanos? Pois é, a gente já sabe. Só se concentra Lydia, precisamos sair daqui.

Concordei com a cabeça mesmo sabendo que no meio de toda aquela escuridão, ele não conseguiria me ouvir. Mas a rouquidão e a fraqueza estava acabando comigo, e eu sabia que isso iria só piorar.

-Scott está com o Deaton, ele vai te ajudar. Só preciso te levar pra lá enquanto o Liam, Hayden e a Nyssa estão distraindo os seguranças da Eichen.

Paramos em uma escada que deveria levar pra rua e encarei o Stiles, pasma.

-Você precisa subir,Lydia.

-Eu não consigo nem ficar de pé, imagina...

-Eu te ajudo. - ele segurou meu rosto com ambas as mãos e me deu um selinho de leve.

A minha sorte era que a escada era pequena e só havia dez degrais. Ele me colocou sentada sobre seus ombros enquanto que eu me apoiava com as mãos na escada, ele subia aguentando todo o meu peso. Segurando minha coxa firmemente, ele me impulsionou cada vez mais pra cima, até eu conseguir sair daquele buraco e me arrastar pela calçada.

Se fosse em outras condições poderia ter me aproveitado muito bem do momento, mas ali era caso de vida ou morte.

Stiles logo saiu do bueiro também e veio até mim, me levando até seu Jeep.

Assim que sentei no banco, segurei a janela aberta com força,não aguentando mais segurar o grito.

-Stiles corre! - gritei quando ele fechou a porta do carro.

Só deu tempo dele dar alguns passos até meu grito inundar aquela noite estrelada e chamar a atenção de alguns seguranças da Eichen.

Respirei fundo quando o grito cessou e olhei pro lado, vendo o Stiles com as mãos sobre o ouvido.

-Stiles... - comecei a dizer já me preparando para descer do carro, mas ele fez um sinal de espera.

Dando um longo suspiro, ele andou firmemente até mim... Mas pude perceber que ele mancava vez ou outra, e entrou no carro.

Saímos dali cantando pneu o mais rápido que podia. Olhei de relance pra seu rosto sério e franzi o cenho ao ver sangue em suas mãos, ergui meu olhar novamente até seu rosto e então vi o sangue escorrendo pela sua orelha direta.

-Stiles... - sussurrei chocada.

-Tá tudo bem, Lyds, já estamos quase chegando.

Não estava tudo bem, meu tempo estava acabando. A cada novo grito que dava, eu podia perceber que ele ficava mais alto e pelo que o médico disse, meu grito chegaria à tal ponto que poderia rachar o crânio de alguém.

E eu não podia deixar que isso acontecesse, não podia machucar ninguém que eu amasse, não podia machucar o Stiles.

Fechei os olhos com força e trinquei os dentes, contando mentalmente até cem. O caminho todo até clínica veterinária, Stiles murmuravas algumas coisas mas os gritos na minha mente eram tão altos que eu não conseguia ouvi-lo.

Ouvi o motor do carro sendo desligado, passos e a porta se abrindo. Mas somente o grito agoniado do Scott me fez abrir os olhos, encarei confusa o alfa caído no chão se tremendo todo e o Stiles me encarando assustado.

-O que foi? - consegui perguntar por fim.

-Scott tentou te carregar e você o eletrocutou.

Encarei o Scott horrizada enquanto ele tentava levantar do chão, mas sem sucesso algum.

-Como vamos pega-la? - Stiles perguntou preocupado.

-Acho que o corpo dela está repelindo o sobrenatural. - Deaton disse se aproximando de mim, mas parou abruptamente ao erguer sua mão até a minha. - Está me repelindo também.

Os encarei ainda horrizada, isso não podia estar acontecendo, não quando eu estava tão perto de conseguir me curar.

-Não, Stiles!

O grito do Deaton me fez despertar no exato momento em que Stiles quebrava à distância entre a gente e segurou minha mão com força.


Notas Finais


Reta FINAL!!! KKKKK outra notícia, como sabem o enem tá chegando (triste, eu sei) kkkk e eu preciso estudar pra esse negócio, nesses últimos três meses me mantive tão ligada as minhas Fics que não consegui estudar mais. Então, vou aproveitar essas últimas semanas para estudar.... Então não sei se terá capítulos em #OpostoDoAmor e #ABansheeEOHumano.
#PS: Mas a minha nova Fic, #YoakeAOrganizaçãoCorrompida seguirá tendo capítulos normalmente à partir do dia 20 (pq já tenho 5 capítulos prontos) é isso kkkkkkkk comentem, bjs ♡♡♡


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