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História A base de mentiras - Nara



Notas do Autor


Oii genteeee! Como estão?
Eu estou aqui pra... Hckekcnskcc ejcjd eijwkdj jejje odjdkd :)

Capítulo 81 - Nara


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Nara

Nagisa

 

O sinal do intervalo bate, todos saem apressados da sala. Não tenho pressa, termino de arrumar as minhas coisas sobre a mesa na maior calma. Eu sobrevivi toda a aula sem o Karma e a Kayano, mas passar o recreio vai ser horrível, eles não podiam faltar sem me avisar antes. Saio da sala e, ao invés de ir para o pátio, como a vagar pela escola, para conhecê-la melhor. No final do corredor tem uma escada, que deve levar para o segundo andar. Subo as escadas, saindo num corredor idêntico ao meu.

 

# Quebra de tempo #

 

Esse corredor está me dando arrepios, tudo aqui está vazio e silencioso. Provavelmente é imaginação minha, mas eu posso jurar que estou sendo seguido. Aumento o passo, tentando encontrar alguma saída. Encontro um par de portas, que são diferentes das de salas de aula. Entro nelas, esperando sair numa espécie de escada de emergência, mas acabo num local completamente diferente. Acabei dentro de uma biblioteca enorme, o cômodo é tão extenso que nem consigo ver a parede oposta. O local é bem iluminado por uma enorme janela, que tem vista para as ameixeiras que ficam perto da entrada do colégio. Começo a andar entre as prateleiras, leio rapidamente os nomes de alguns livros, percebo que nem todos são de estudo. Pego alguns que me interessam, perdendo o bom senso e formando uma pilha de livros entre os meus braços. Procuro uma mesa com cadeiras, para apoiar os livros que separei e poder lê-los. Como tudo de ruim acontece comigo, eu tropeço nos meus próprios pés e caio no chão, junto com todos os livros. O barulho, certamente, pode ser ouvido por toda a biblioteca, que é um local muito silencioso. Fico vermelho, mas logo volto a minha cor normal quando lembro que estou sozinho, todos os alunos estão no pátio, aproveitando o recreio para ficar com os seus amigos.

- Quem está aí? – Uma voz feminina, mas não muito estranha, pergunta. Me apresso eu recolher os livros do chão, mas a garota me encontra antes que eu consiga. Ela tem um cabelo ruivo um pouco esbranquiçado, a garota usa um rabo de cavalo, e seus olhos são de um verde acqua incomum, o que dá para ela uma aparência encantada.

- D-Desculpe pelo barulho, eu deixei cair alguns livros. – Falo, terminando de juntar os livros.

- Você não devia estar aqui. – Diz a garota, frequentemente sua cabeça vira para o seu lado esquerdo, como se ela procurasse alguém. – Vá para o pátio, é proibido ficar aqui durante o intervalo.

- Então, por que você está aqui? – Questiono, guardando um dos livros que eu peguei no seu devido lugar.

- Eu sou a filha da diretora. – Ela responde, numa fraca tentativa de ser autoritária, sua aparência e sua voz não contribuem.

- A Nara parece a Ariel! – Escuto outra voz feminina exclamar, mas esta está mais distante.

- É porque a Nara é uma sereia! – Exclama, dessa vez uma voz masculina. O curto dialogo travado entre essas duas vozes me deixou confuso, que tipo de adolescente diz que uma garota é uma sereia?

- Achei que ninguém pudesse ficar aqui. – Digo, encarando a garota da qual não sei o nome. Ela brinca com um fiapo solto do seu cabelo, enrolando e desenrolando ele diversas vezes com o dedo.

- E não pode, vou expulsar eles também! – Ela exclama, saindo disparada da minha frente. Coloco os livros de volta no chão e sigo ela, com cuidado para não fazer barulho e me autodenunciar.

-Quem era Nara? – Perguntam, me surpreendo ao reconhecer a voz. Paro de segui-la e me escondo atrás de uma prateleira, retiro um livro do lugar para conseguir enxergá-los.

- Uma garota da minha turma, acho que ela já foi embora. – Responde a garota, que deve se chamar Nara. Ela se vira para um grupo de crianças, que parecem ter entre quatro e seis, e estão sentadas nuns tatames coloridos.  – O que eu pedi para vocês?

- Que a gente falasse baixo! – Pronunciam todas as crianças, cada uma falando no seu próprio ritmo.

- Sayumi e Yasuhiko, vocês me obedeceram? – Fala a Nara, olhando para duas crianças, que devem ser uma das mais novas. As duas negam com a cabeça, resultando num silêncio longo demais.

- Que tal se vocês fizessem um desenho da história que a gente acabou de ler? – Sugere o Hibiki para as crianças, que ficam empolgadas com a ideia.

- Vou tentar arranjar papel e canetinha. – Diz a ruiva, saindo do meu campo de visão.

 

# Quebra de tempo #

 

Daqui a pouco as aulas vão recomeçar, eu passei o intervalo inteiro observando o Hibiki com as crianças, a afinidade dele com elas é impressionante.

- Nara! Eu fiz esse desenho pra você! – Diz uma garota, de uns cinco anos, que entrega uma folha para a ruiva.

- Que lindo! O que você desenhou? – Pergunta a Nara, o Hibiki vai para o lado dela, provavelmente para ver o desenho.

- Você é a sereia e o Hibiki é o príncipe que te salva. – Responde a garota, com um sorriso enorme no rosto. Daqui vejo o Hibiki ficar um pouco vermelho, lembro que ele está namorando a minha prima.

- E quem é essa pessoa aqui? – Diz a Nara, tentando aliviar o estranho clima que caiu sobre eles.

- É a garota que ficou observando a gente o tempo inteiro detrás daquela prateleira. – Explica a garotinha, apontando bem para o local onde estou escondido. Antes que eu possa me mover a Nara e o Hibiki aparecem na minha frente.

- Eu falei para você ir embora! – Ela exclama, com a voz em pânico. Seu olhar vai de mim para o Hibiki, como se esperasse que ele fizesse algo.

- Se acalme Nara, é o meu irm... – Ele começa a falar, meu olhar assassino é o suficiente para fazer ele mentir. – Minha irmã.

A garota fica mais relaxada, ele deixa eu e o Hibiki sozinhos quando uma criança chama ela.

- Você pode me explicar o que está acontecendo? – Pergunto, não sei se ele vai me responder, mas não custa tentar.

- Vamos para as mesas da biblioteca.

 

# Quebra de tempo #

 

Nos sentamos numa das várias mesas, sentamos um na frente do outro.

- A Nara, em segredo, realiza um grupo de leituras com crianças pobres, que nunca foram numa escola. – Conta o Hibiki, isso explica a quantidade de crianças e o motivo dela ter ficado tão nervosa com a minha presença.

- E por que você faz parte? Esta afim dela? – Questiono, não vendo outro motivo para ele participar de algo desse tipo.

- O que? Claro que não! Eu gosto da sua prima. – Ele responde, mas não acredito.

- Se não é pela Nara, por que você participa disso? – Falo, ele começa a batucar os dedos na mesa, evitando responder. – E aí?

- Quando eu era criança, eu contava histórias para os meus irmãos... – Ele fala, mas para quando eu me levanto, não vou ficar ouvindo ele falar dos irmãos, não depois do que ele fez.

- Os irmãos que você matou. – Digo, nunca compreendi como ele pode ter sido tão sangue frio.

- EU NÃO MATEI MEUS IRMÃOS! – Ele grita, batendo com o punho na mesa, tudo sobre ela treme.

- Minta o quanto quiser, mas eu sei a verdade. – Falo, em voz baixa. Vou para o seu lado e me sento sobre a borda da mesa. – Você assassinou sua irmã e escondeu muito bem o corpo dela, até hoje ninguém encontrou. Assassinou seu pai e seu irmão, mas a polícia não tinha provas suficientes para te incriminar. Você saiu do país com o seu tio e, em uma viajem de negócios, ele te trouxe de volta para o Japão onde, poucos dias depois de chegar, foi encontrado morto.

Ele não me encara, seu olhar está fixo na parede, um olhar perdido.  

- Você fugiu para as ruas, onde ficou durante um tempo até encontrar a minha mãe. – Termino de dizer, bem na hora que o sinal bate, anunciando o fim do intervalo. Saio da biblioteca e vou para a sala, queria ter ficado mais um pouco, queria muito ver a sua reação.

 

Hibiki

 

Ele vai embora, mas não fico sozinho por muito tempo.

- Vamos tirar as crianças daqui. – Fala a Nara, como não há vejo presumo que esteja atrás de mim.

- Tira sozinha, eu preciso de um tempo. – Digo, colocando um tom frio na voz, para ela não discutir comigo. Logo os passos dela e das crianças não chegam mais aos meus ouvidos. Eu preciso ir para a sala de aula, mas a lembrança de meus irmãos me machucam, trazendo uma tristeza sem tamanho.

- Por que isso aconteceu com a gente? – Pergunto para o local vazio, me permitindo chorar. As minhas lembranças mais dolorosas, começando com o desaparecimento da minha irmã.

 

Flashback on:

 

Acordo, estranhando não encontrar a Hana ao meu lado, sempre acordo primeiro. Levanto e vou até a sala, encontro meus pais tomando café da manhã apressados.

- Bom dia. – Falo, ainda sonolento. Me sento no sofá, já que na mesa não tem lugar.

- Acorde a Hana para ela comer. – Diz minha mãe, só então noto que ela não está na sala.

- Ela não está no quarto. – Afirmo, saindo do sofá. Vou até o banheiro, mas ele também está vazio. Procuro na cozinha, repito o mesmo processo em todos os cômodos da casa, mas não consigo encontrá-la. Fico preocupado, a Hana nunca sai de casa tão cedo e sempre me avisa quando vai sair.

- Acho que deveríamos chamar a polícia. – Conto pros meus pais, que já estão na porta, arrumados para ir trabalhar.

- Ela só deve estar brincando, daqui a pouco a Hana está de volta. – Diz meu pai, como se não fosse perigoso uma menina de quatro anos sair sozinha na rua, mas esse é o nosso cotidiano. Me sentei para esperá-la, não tenho nada para fazer sem ela. Passo o dia inteiro esperando, mas ela não volta.

 

Flashback off:

 

As lágrimas caem como um rio, o desaparecimento dela é uma das piores lembranças que tenho. Até hoje não sei o que aconteceu com ela, e é isso que me perturba, não saber se ela está viva ou morta. Morta, essa palavra me trás mais lembranças.

 

Flashback on:

 

As sirenes acordam o Ryo, que tinha acabado de dormir. Acalmo ele, que acorda assustado e chorando. Ansiedade e medo lutam dentro de mim, talvez a polícia tenha mudado de ideia, talvez eles tenham voltado a procurar a Hana e a tenham achado. Faço o Ryo voltar a dormir e corro para a sala, sem evitar um sorriso. Há, exatamente, um ano e sete meses a Hana sumiu, há sete meses a polícia parou de procurá-la, dando-a como morta. Dois policiais falam com o meu pai, ainda não cheguei perto o suficiente para ouvi-los.

- Sentimos muito por sua perda. – Fala um dos policiais, em seguida os dois saem, fechando a porta atrás de mim. Meu sorriso some, espero que meu pai me conte o que aconteceu, mas ele não se mexe.

- Pai. – Chamo, mas não tenho nenhuma resposta. – Pai?

Seguro o seu braço e o puxo, fazendo-o se virar para mim. Seu rosto tem uma trilha de lágrimas, nunca vi meu pai tão arrasado.

- Pai? – Chamo ele novamente, com voz de choro. Nem sei o que aconteceu, mas começo a chorar, as lágrimas viraram minhas companheiras desde que a Hana desapareceu. – O que aconteceu?

- Escute bem Hibiki, à partir de hoje vamos precisar ser fortes. – Fala meu pai, se ajoelhando no chão e segurando cada um dos meus braços. – Sua mãe foi atropelada enquanto andava, bêbada, no meio de uma avenida movimentada. O acidente foi fatal, sua mãe está morta.

Minhas lágrimas aumentam, isso não pode ser verdade. Minha mãe começou a beber muito mais depois do desaparecimento da minha irmã, mas eu nunca imaginei que ela acabaria morta.

 

Flashback off:

 

Eu pensava que eu estava no fundo do poço, pensava que minha vida não podia piorar, hoje eu sei que eu estava muito errado.

 

Flashback on:

 

Chego em casa tarde, por sorte encontro tudo silencioso, meu pai não está em casa. Vou até o meu quarto, e me assusto ao ver a porta arrombada.

- Ryo! O que aconteceu? – Pergunto para o meu irmãozinho de cinco anos, quando me aproximo dele, vejo que está chorando.

- F-Foi o pa-papai. – Ele gagueja, com a respiração irregular. Toco de leve na seu ombro, com a intenção de reconfortá-lo, mas ele acaba dando um grito.

- O que ele fez com você? – Pergunto, levantando a manga comprida do seu braço. Seu braço está todo roxo e parece estar quebrado. – Cadê o nosso pai?

- E-Ele me bateu e me o-obrigou a dizer onde estava o seu dinheiro. – Conta o meu irmão, seu tom de voz subia e descia, provavelmente por causa da dor. – E-Eu acab-bei contando e e-ele pegou o dinheiro e s-saiu.

- Não se preocupe com o dinheiro. – Falo para ele, conheço meu irmão, sei que ele deve estar se sentindo culpado por ter dito onde eu guardei o dinheiro que ganhei fazendo alguns trabalhos. – Vou te levar pro hospital.

Ajudei o Ryo a trocar de roupa, mas minha cabeça não está nesse quarto. O Ryo nunca conheceu o nosso verdadeiro pai, que era um homem trabalhador e que, apesar de tudo, amava os seus filhos. Ele só conhece  a versão do nosso pai depois da morte da mamãe, que é um bêbado, desempregado e que bate nos filhos.

 

Flashback off:

 

Me forço a levantar da cadeira, sei exatamente o rumo que minhas lembranças estão tomando, e eu não quero rever o momento em que meu pai matou o meu irmão.

 

Nagisa

 

Saio da biblioteca, indo para as escadas. Levo a mão ao pescoço, procurando o relicário de prata que o Karma me deu, mas eu não o encontro. Volto para a biblioteca, ele deve ter caído em algum lugar por aqui. Encontro ele no chão, perto da mesa em que eu e o Hibiki nos sentamos. Escuto sons de soluços, resolvo segui-los para ver aonde vou chegar. Vejo o Hibiki, sentado no mesmo lugar em que deixei ele. O som de choro vem dele, o que me surpreende, não sabia que ele era capaz de chorar.


Notas Finais


Karma: Nagisa, sai do armário!

Nagisa: *Se encolhe* Nagisa não está aqui

Karma: *Abre o armário* Não está?

Nagisa: *Começa a chorar*

Karma: *Abraça Nagi* Calma meu amor, não precisa chorar. *Deita Nagi na cama*

Nagisa: K-Karma...

Karma: *Deita do lado do Nagi* Pronto docinho, agora vamos dormir ^-^

Nagisa: Karma ^-^

Nagi e Karma: *Se abraçam e dormem felizes*

Karma: Pera, preciso ir ao banheiro

Nagisa: *Começa a chorar* O Karma me deixou de novo!

Karma: Voltei :)

Nagisa: Karma! :D

Co-autora: E foi isso genteeeee!!!
Se não sabe o que comentar, comente "Tucano".
Kissus


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