História A Batalha dos Escolhidos - O grande anúncio da Srta.Bustier

Marinette acordou novamente atrasada. Aparentemente toda a confusão do dia anterior com Volpina, Mestre Fu e Wayzz a deixou muito mais cansada do que imaginava. Passou às pressas pelos pais na padaria dando um “bom dia” e correu diretamente para o colégio.

Ao chegar na escola, subiu a escada que dava até a sua sala pulando de dois em dois degraus. A porta ainda estava aberta.

“Graças a Deus”

A professora ainda não havia chego. Marinette passou pela primeira fileira ao lado da porta onde se encontrava Nino que provavelmente contava uma piada a Adrien, pois ele ria bastante. Aquele sorriso. Motivo de noites mal dormidas, mas também de grandes inspirações para suas criações de moda. Desde que o Sr.Agreste anunciou que ela havia vencido o concurso do chapéu coco, Marinette sonhava com o dia em que produziria peças para seu amado vestir....Quem sabe ela mesma poderia vesti-lo! Bateu com a mão na cabeça repreendendo-se por ter tido tal pensamento pervertido.

– Ei ei! Vamos com calma amiga, nem começou as provas e você já está perdendo a cabeça – Alya deu um grande abraço na amiga.

–  Oi Alya – sorriu – foi mal, sou muito ansiosa, sabe?

Adrien parou de rir e olhou para frente, encontrando o olhar de Marinette. Ela corou.

– Oi Marinette – acenou descontraído.

–  O-oi Adrien – cumprimentou ela de volta.

– Vai ficar aí parada até quando hein? Se quiser a Sabrina pode regar te regar até você florescer – Chloé falava com deboche de seu lugar – Ah não, esqueci que Cactos não florescem – riu escandalosa com Sabrina.

Marinette olhou Chloé com raiva. Uma linda imagem brotou em sua mente. Cholé amarrada em um foguete pedindo ajuda da Ladybug, nesse momento ela chega em seu traje vermelho e não impede que o foguete decole, deixando a Srta.Bourgeois partir ao céus para nunca mais. Era um visão boa, muito boa mesmo.

–  Alunos vamos sentando que eu preciso fazer um comunicado.

A Srta.Bustier adentrava na sala fazendo o gesto para que todos retornassem a seus devidos lugares. A professora colocou seus livros na bancada e em seguida começou a colocar uma data na lousa. Feito isso circulou-a várias vezes dando ênfase.

–  Em exatamente três semanas teremos um grande evento aqui no Colégio Françoise Dupont.

Os alunos a olhavam intrigados.

–  O Baile de Primavera! – anunciou ela alegremente.

Uma enxurrada de emoções invadiu a sala. Ivan soltou um “Tá de brincadeira”. Enquanto Rose falou melosa “Aí que romântico!”, Juleka limitou-se apenas a revirar os olhos em desaprovação, Chloé batia palmas e dava gritinhos histéricos proclamando sobre o vestido caríssimo que iria comprar para ir ao baile. A sala estava fervendo com a notícia, todos falavam ao mesmo tempo e nada compreensível se ouvia. A Srta.Bustier resolveu então colocar os tópicos da matéria na lousa enquanto esperava seus alunos acalmarem.

– Nino – chamou Adrien discretamente de lado. Nino se aproximou para escutar melhor – o que seria, hã, esse baile de primavera?

– Você nunca foi a um baile? – Nino perguntou surpreso.

Adrien corou levemente e balançou a cabeça negativamente, já fora a muitas festas, mas a maioria eram dos desfiles de seu pai. E ao julgar pela reação da sala, o Baile de Primavera devia ser algo bem importante ali.

– Ah cara, é uma festa normal, mas a galera tem que ir em pares.

Adrien arqueou a sobrancelha, percebendo a confusão do amigo Nino continuou a explicar.

– Bom, todos os alunos do segundo ano passam por uma “cerimônia especial”. Pensa assim, na cabeça da reitoria seria o momento em que deixamos de ser crianças e começamos a nos tornar jovens adultos. O baile é mais uma confraternização entre os alunos numa “pré jovialidade”, só que precisa de um par. Não precisa ser da escola nem nada, apenas estar acompanhado.

Adrien ficou pensativo. Definitivamente não era nenhum pouco parecido com as festas que costumava ir, mas estava ansioso em participar. Seu primeiro baile!

– Deve ser incrível! – bradou o loiro.

– Nem tanto – Nino coçou a cabeça fazendo uma careta – quer dizer, é daora sim, mas o problema é convidar as minas.

– Convidar?

– É cara, convidar. Na maioria das vezes, os garotos que tem que convidar as garotas. Na boa, eu preferia muito mais que uma menina me convidasse, assim não passaria pelo mico de fazer o convite gaguejando.

– Não tinha pensado nisso – Adrien baixou a cabeça um pouco desanimado. Nino colocou o braço em seu ombro e o chacoalhou.

– Fica assim não irmãozinho, pode ter certeza que você não vai ter esse problema. As meninas fazem fila para querer ir no baile com você, é só olhar para trás.

Adrien girou a cabeça e viu algumas meninas acenando para ele, todas sorrindo. Chloé era uma delas. Ele sorriu desconcertado e pousou a mão no queixo girando a caneta em seus dedos.

– Pena que a garota que eu quero não me quer – murmurou para si.

A aula havia acabado, mas o assunto continuava o mesmo: O Baile de Primavera. Adrien nunca viu os alunos tão agitados e ansiosos. Ivan batia na máquina de refrigerante enquanto ensaiava um discurso para convidar Mylène. Nathaniel desenhava loucamente em seu caderno murmurando frases como “Argh, ainda não tá bom!” “Seu burro não desenhe o olho dela tão grande assim”. Resumidamente, o baile com toda certeza seria o assunto do mês. Nino havia comentado que pretendia convidar Alya, mas no fundo estava torcendo para que ela o convidasse primeiro.

Adrien sentou-se no banco do pátio e colocou as mãos sobre o rosto. Como convidaria Ladybug sem que ela descobrisse sua identidade? Não importa, daria um jeito, nem que tivesse que ir vestido de Cat Noir!

– Adrien? – chamou uma voz feminina.

Adrien retirou uma das mãos do rosto e viu Lila na sua frente.

– Ah, oi Lila, tudo certo? – perguntou.

– Agora sim. – disse ela envergonhada olhando para baixo – Queria pedir desculpas por ontem. E-eu fui muito infantil em mentir pra você sobre conhecer a Ladybug.

Adrien sentiu-se mal por ver Lila daquele jeito. Afinal de contas ele não só acompanhou a mentira dela como Adrien, mas também como Cat Noir. E olhando para ela daquele jeito, via que o pedido de desculpas realmente era sincero.

– Tá de boa Lila – disse ele dando um sorriso descontraído.

Lila levantou o rosto e encarou os olhos verdes do garoto.

– É...já que está tudo certo, queria falar com você sobre...sobre o baile. Sabe, estava pensado que...

Adrien sabia aonde aquela conversa iria chegar e se desesperou. Agora que as coisas começaram a se acertar com Lila ele não teria coragem de dizer “não” a ela. Precisava sair dali. Pegou seu celular no bolso.

– Ai meu Deus olha a hora! Minha aula de Chinês já vai começar! – levantou-se rapidamente, deu dois tapinhas no ombro de Lila e saiu correndo – mais tarde a gente se fala Lila!

Adrien correu até o muro do colégio onde deu um longo suspiro de alívio. Plagg saiu da sua bolsa e ficou flutuando na sua frente.

– Parece que alguém será bem cobiçado nesse baile – debochou Plagg rindo.

– Ah cala boca Plagg – disse o loiro irritado.

– Nem precisa me dizer, você vai convidar a Ladybug, estou certo?

Adrien encostou na parede e deixou seu corpo escorrer por ela.

– Bem que eu gostaria, mas como? Não tem como irmos ao baile como Cat Noir e Ladybug.

Plagg pegou um pedaço de queijo do casaco de Adrien, depois sentou-se em seu joelho e começou a comer.

– Talvez fosse melhor convidar outra garota – sugeriu Plagg.

– Quem? A Chloé? – falou desacreditado.

– Existem outras garotas na sua vida Adrien – jogou todo o pedaço de queijo na boca – você só precisa prestar atenção.

Adrien fez uma careta. Plagg era do tipo que falava as coisas muito sem pensar, geralmente isso era uma coisa boa. Porém, havia momentos em que parecia que ele só dizia essas coisas para deixa-lo irritado.

– Ok. Agora engole logo essa coisa fedida e vamos pra casa.

Marinette não precisou ligar para o Cat Noir para dar o recado de Mestre Fu. Hawk Moth atacara novamente usando uma pobre senhora florista que fora akumatizada e tinha como objetivo transformar todos os habitantes de Paris em diversas flores, formando um imenso jardim. Quando tudo se revolveu, Ladybug aproveitou o tempo curto que ambos tinham antes de se transformarem para contar sobre a reunião daquela noite.

– Isso é um encontro My Lady? – Cat Noir estendia o braço prendendo-a na parede de maneira galanteadora.

– Sai dessa Cat – Ladybug passou o corpo por baixo do braço e cruzou os braços – só estou te passando o recado. Vamos encontrar o Mestre Fu às 20:00. Nos encontramos na Torre Eiffel as 19:30 – ela apontou o dedo no nariz do gato – E sem atrasos!

Cat Noir pegou a mão que Ladybug apontava para ele e beijou suavemente.

– Eu nunca me atraso para um encontro My Lady – pegou seu bastão e deu um impulso para o céu, sumindo na floresta de prédios.

“Gato bobo” pensou rindo enquanto assistia seu parceiro sumir de vista.