Capítulo 23 – Good News
[POV Louis]
- Tem certeza que não quer nada?
- Não mãe, eu estou bem.
- Não quer mais um travesseiro?
- Ou um massageador?
- Não gente, eu estou bem, muito obrigado! – Já era a milionésima vez que repetia aquilo desde que voltei para casa, no dia anterior. Talvez todos estivessem querendo me mimar por eu ainda estar de resguardo e um tanto chateado por não poder levar Olivia para casa.
A pequena estava apresentando sinais de recuperação mas ainda precisaria de cuidados especiais. O Dr. Rivera falou que se ela continuasse naquele ritmo poderia ir para casa dentro de 1 mês.
1 mês.
Tudo bem, fiquei por 7 meses sem vê-la mas seria uma tortura, nem eu ou Harry tínhamos segurado nossa filha ainda, sentido seu cheirinho ou mesmo feito um mero carinho, então para nós e nossa família era um tanto frustrante.
Mas em nome de sua saúde esperaria o tempo que fosse preciso, nem que fosse 1 ano.
- Tudo bem, se precisar é só chamar ok? – Minha mãe me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto, junto de Lottie e Dan.
- Pronto, finalmente só eu e você. – Suspirei aliviado, além de querer um pouco de paz depois do furdunço que foi minha chegada, tinha assuntos inacabados com Harry. – Agora sim podemos ter a conversa.
- É melhor ir começando, estou me remoendo desde o ano novo.
- Bom, acho que você não entendeu como ou porque eu parei na casa do Zayn e porque meu parto foi prematuro – Harry assentia ansioso – 3 dias antes do parto, Simon me chamou no escritório dele... – Dei uma lufada de ar do fundo do meu pulmão, o coração acelerado – Ele descobriu sobre a Olivia.
- QUE? MAS... CO-COMO? – Harry estava exaltado, se tremendo, a respiração nervosa, senti que ele começaria a chorar.
- Calma, eu... Vou explicar. – Ele tentou se controlar – Ele descobriu nos registros quando foram fazer o balanço anual dos funcionários da Syco. Como são muitos funcionários pensei que eles nem iriam notar, por isso me registrava com um nome fantasma para poder ir e pagar as consultas. Não adiantou de nada, o pessoal da contabilidade descobriu e acabaram unindo os pontos até chegarem á mim.
- E... O que ele disse? – Indagou receoso e aflito.
- Ele me ameaçou, disse que teria que dar a criança á ele senão...
- Senão...?
- Ele atacaria minha família, ou você. Ou mesmo a Olivia. Então eu dirigi desnorteado e acabei parando no chalé do Zayn, ele e a Gigi me acolheram e cuidaram de mim até o dia do parto. – Harry passou as mãos entre os cabelos, bufando em desanimo. – É, estamos fodidos.
- Não, não estamos. Eu vou manter minha promessa até o fim Louis, o Simon nem ninguém vão acabar com a gente. Isso não é justo! – Ele levantou da cama, andando de um lado para o outro – Meu Deus, o que eu preciso fazer para ter paz? Vender minha alma para o diabo?
- Já fizemos isso – Tentei amenizar a situação, o que de certa forma deu certo pois o mais novo deu uma leve risada – Olha, eu também fiquei assim, achei que não teria saída, só que não podemos nos desesperar; a gente sabia que mais dia ou menos dia ele iria ficar sabendo. O que podemos fazer é nos preparar e montar uma estratégia, ficar atento a qualquer movimento dele. Sabemos do que ele é capaz conosco e sinceramente ele pode fazer o que quiser comigo, eu não importo mais, desde que nossa filha se mantenha segura.
- Tem razão, não podemos mais ficar nos lamentando, vamos criar um plano para esconder a Olivia até a poeira abaixar, até porque temos o Freddie, me preocupo com ele também.
- Você não sente nenhuma raiva ou algo assim? – Perguntei surpreendido pela postura do castanho.
- Não, eu sentia de você e da Briana mas nunca senti do bebê, ele não tem culpa de nada, aliás eu estou ansioso para conhecê-lo, queria saber se ele vai te puxar.
- Deus queira que sim! Já é castigo suficiente ter uma mãe como aquela.
- Mas foi com quem você transou, quem manda escolher uma tranqueira como sua progenitora? – Dei um tapinha no braço dele, que riu debochado.
- Muito obrigado por me apoiar apesar de tudo. Você me surpreendeu Hazzy!
- Nunca fui de guardar rancor, você sabe... Até com o Zayn estou começando a superar, mesmo que eu ainda não tenha superado o que ele disse sobre meu cabelo ser seboso.
- Ai, não pode mexer com o cabelo da madame! E que tal isso? – Comecei a bagunçar seu cabelo e ele a rir descontroladamente.
Fazia tanto tempo que não o via sorrir daquela forma tão espontânea, com as covinhas se formando só para mim.
- Eu te amo – Disse tão somente, dando um sorriso tímido.
- Eu também te amo. Muito – Dei um beijo demorado, apenas selando nossos lábios e Harry se recostou em meu ombro e eu continuei a fazer carinho em seu cabelo.
x-LS-x
[POV Harry]
[20 dias depois]
Mas uma vez naquela semana acordei bem cedo e logo me arrumei para visitar Olivia no hospital junto de Louis. Desde que ele voltou para casa, ia todos os dias, sempre no período da manhã (que era o horário de menor movimento) ao centro de UTI neonatal, ver minha filhinha através do vitral. Quando Louis já estava mais recuperado do resguardo, ele passou a me acompanhar, mas só alguns dias, não podíamos andar juntos todas as vezes com o risco de alguém nos ver.
Passava de 1 a 2 horas com ela, conversava sobre o papai Louis e como todos estavam ansiosos para conhecê-la, além de contar histórias. Depois de um tempo pude sentir sua mãozinha através da entrada da incubadora. Foi uma sensação maravilhosa.
Minha sogra e minha mãe falavam que não era necessário ir todos os dias, mas eu sentia que queria fazer aquilo, criar um elo tão forte que nada podia nos separar. E mesmo que fosse exaustivo, vê-la se recuperando e melhorando a cada dia era minha maior motivação para levantar todos os dias, às 7 da manhã em ponto e enfrentar aquele inverno castigante de janeiro.
- Oi meu amor, olha o papai Harry aqui de novo! – Ela me olhou com aquelas orbes azuis, que já não eram mais tão escuras, abrindo e fechando a mãozinha lentamente. – E olha quem eu trouxe?
- Oi Liv! – Ela até então fez algo inédito assim que ouviu a voz do menor: arregalou os olhos e fez barulhos com a boca, quase como quem quisesse falar. – Você viu Harry!? Você viu? Ela... Ela tentou falar!
- Eu vi! Ela... Nunca fez isso Lou! – Olhava encantado para cada tracinho dela, da cabeça cujo começava a nascer os fios de cabelos até os pezinhos já maiores e com menos ruguinhas. – Liv, você está ficando sapequinha. – Falei brincando enquanto ela me olhava terna.
- Papai quando te levar para casa vai te encher de tapinha na bunda! – Louis se aproximou, enfiando sua mão na abertura da incubadora e fazendo carinho na mão dela. Olivia fechou os olhos, aproveitando o contato do pai enquanto Louis analisava – Ela tem meus olhos mas a boca é todinha você, tão rosa quanto a sua. Nossa filha vai ser a Angelina Jolie do Reino Unido.
- Deus Louis! – Me contive para não gargalhar e acordar os outros bebês.
- Haz, com a nossa beleza não tem como ela passar despercebida... Prevejo até a dor de cabeça que vamos ter quando começar a fase dos namorados.
- Ou namoradas né?
- Tem razão, pior ainda se for bi, dor de cabeça em dobro – Deu uma risada baixa – Mas também vai ser inteligente e bem segura de si, não vai viver só de beleza não.
- Isso, vai ler bastante, defender seus direitos e ser confiante. Se bem que ela vai puxar isso da gente também, vamos combinar que somos bem teimosos e geniosos.
- Imagina se ela puxa meu jeito brigão, eu não vou á escola para ouvir sermão de diretor não!
- Como não? Você vai sim senhor! Pior se fomos á diretoria porque ela começou a se distrair na sala de aula, coitada da minha filha se herdar minha lerdisse.
- Você não é lerdo só... Tem déficit de atenção de um bicho preguiça – Me deu um beijo na testa e antes que pudesse protestar, duas figuras de jaleco branco pararam atrás de nós.
- Ora ora se não é o casal 21 com a filhinha 22! – Dr. Rivera brincou, nos assustando um pouco.
- Olá doutores! – Os cumprimentamos.
- Vejo que vocês estão bem entretidos com a Olivia, isso é um bom sinal! – Dr. Castle constatou. – Aliás passamos aqui justamente para falar sobre a alta dela.
- Alta? Ela já está liberada? – Perguntei cheio de esperança.
- Não exatamente. Venham conosco – Acompanhamos eles até o consultório – Queiram se sentar.
- Ei, essa não era a sala do Dr. Hastings?
- Sim, mas ele se mudou para Los Angeles há uns 3 meses, recebeu uma proposta para ser obstetra geral em um hospital da rede, agora eu sou o obstetra geral daqui e Rivera é meu assistente – Disse Castle – Bom, sobre sua filha, ela tem apresentado uma melhora incrível, sua respiração está praticamente normalizada, os órgãos estão se desenvolvendo bem. Precisa apenas ganhar mais um pouco de peso e ela já está liberada.
Ouvir aquilo foi como ouvir o som dos anjos cantando e Louis se sentia nas nuvens, com os olhos brilhando de emoção.
- E quando você acha que isso vai demorar?
- Talvez, dentro de 1 semana mais ou menos.
- 1 semana? Mas... É perto do meu aniversário! – Por dentro estava explodindo de alegria, era o melhor presente que iria ganhar na vida!
- Então meus parabéns Harry – Rivera me abraçou forte, enquanto Louis se emocionava. Espero que aproveite bem sua pequena, vocês dois.
Saímos dali mais radiantes que o sol, mal podíamos esperar que nossa filha estaria com a gente em tão pouco tempo.
Fomos á UTI novamente apenas para se despedir de Olivia, que nos observava quietinha, mexendo a mão de vez em quando. Ao chegarmos no estacionamento, Louis tirou seu telefone do bolso, fazendo uma careta confusa.
- O que foi amor?
- Estranho, tem um monte de ligações perdidas de casa, o que será que aconteceu? – Ele retornou e pareceu falar com Jay. Sua feição logo se fechou e tão logo encerrou a ligação.
- O que houve?
- Minha mãe disse que a família da Briana ligou... Ela está em trabalho de parto em Los Angeles.
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