Cap 6 – Poisons, Consultations and Music Lyrics
[POV Harry]
“Às vezes o veneno é o melhor antidoto”.
Não me lembro onde vi essa frase – acho que foi em algum livro – mas me peguei pensando nela enquanto estava no estúdio gravando o álbum. Estava acertando algumas coisas com o Julian (nosso produtor) e me perdi nos meus pensamentos, lembrando de tudo que vinha acontecendo entre Louis e eu.
No começo do ano nós resolvemos dar um tempo. Na verdade tínhamos nos desentendido um pouco depois do Ano Novo – quando a banda tirou uma folga nas festas de fim de ano antes de começar nossa nova turnê – por causa dos stunts. Claro, não era como se a gente nunca tivesse brigado; desde daquela baboseira de Elounor e Haylor, nossas brigas tinham se tornado mais frequentes. E mesmo que eu estivesse “solteiro”, Louis ainda saía com ela. Até que gostava de Eleanor, ela me parecia alguém agradável. Mesmo assim não é legal ver seu namorado acariciando e beijando outra em público. Por mais que fosse encenação, ele ainda era meu.
E então nos afastamos e nem preciso dizer o quanto fiquei mal naquela época. Afinal Lou não era só meu namorado, era também meu melhor amigo e eu tinha perdido os dois. Eu sei que era o certo a se fazer, mas como explicamos isso ao coração? Me doía olha-lo e querer não sentir mais nada por ele e, de certa forma, eu sentia isso dele também, porém, achei melhor darmos tempo ao tempo e seguirmos nossas vidas um sem o outro. O que mais me confortava era que prometemos um ao outro de que não iriamos nos relacionar com outras pessoas que não fosse para marketing e caso acontecesse, conversaríamos e a gente iria pôr um ponto final.
Entretanto, quando o Zayn saiu da banda, todos nós ficamos destruídos mas o mais afetado foi o mais velho, uma vez que eles brigaram feio (justo Lou que era o mais próximo do Zayn). Senti meu pequeno quebrado, arrasado, como se Malik tivesse morrido. E o pior, ele não conseguia desabafar com ninguém, ficava sempre no canto com um olhar de tristeza ou se afastava da gente. Eu o conhecia como a palma da minha mão: do jeito dele, estava pedindo socorro. E só eu podia ajudá-lo.
Pouco a pouco fomos nos reaproximando, mas como amigos. Ele desabafava comigo, passava horas o ouvindo chorar no meu colo dizendo por que do ex-amigo ser tão babaca e como sentia saudades. Mas não passava disso.
Mas como disse: como explicamos isso ao coração?
Eu sei que tinha que me afastar dele, mas meu amor era muito mais forte e vê-lo naquele estado não ajudava muito. Em uma dessas conversas eu me deixei levar e o beijei. Pensei que ele ia me bater ou algo do tipo, mas ele sorriu e me beijou de volta. E assim nós voltamos, mais fortes do que nunca. Quero dizer, quase isso.
Então com aquela frase na cabeça eu refleti: ás vezes uma coisa ruim precisa acontecer pra que outra melhor aconteça. Se o Zayn não tivesse saído da banda talvez nós não nos aproximássemos de novo; nunca teria visto o quanto meu amor pelo Louis era grande demais para deixa-lo ir e ver os dois desmancharem uma amizade tão bonita me fez perceber que eu estava fazendo o mesmo com ele. Eu não podia deixar aquilo acontecer.
Voltei meu pensamento para nossa situação atual. Mesmo com toda essa historia de gravidez estávamos mais próximos, sempre que podia cuidava e mimava o Louis com carinhos, massagens ou realizando seus caprichos alimentícios; perguntava se ele estava se alimentando e tomando as vitaminas direitinho; o vigiava nos shows pra que ele não se esforçasse tanto.
Sim, eu ainda estava com medo. Sim, eu não sabia como ia contar pro Niall, pro Liam, pros meus pais e para os dele. Sim, eu passava noites em claro pensando como eu ia esconder da gestão e dos fãs. Tudo aquilo nos apavorava constantemente, mas não deixávamos nos vencer pelo pavor. Também pensávamos nas coisas boas. Poxa, eu ia ser pai e sem precisar de uma barriga de aluguel, seria uma criança genuinamente nossa! Sem dizer dos questionamentos que todo pai tem: seria menino ou menina? Nasceria com meus olhos ou puxaria o outro pai? De quem ele ou ela puxaria a altura? E o temperamento? Como a gente ia decorar o quarto? E ele ou ela, viveria em Londres ou em LA? Quem seria a vó e o vô mais babões? E quem seria na categoria tias? E na categoria tios – vulgo Liam, Niall e Ernest?
Nem tudo ia ser flores, mas não iriamos deixar que os espinhos nos ferissem. Iriamos pegar todo o veneno e transformá-lo no nosso antidoto.
x-LS-x
- Será que alguém nos reconheceu? – Indaguei á Louis ao estacionar no consultório. Aproveitamos que estávamos com nossa turnê no Reino Unido e que era nossa folga para finalmente marcar o ultrassom.
- Acho que não, o Dr. Rivera disse que iria fechar o consultório pra ninguém perturbar a gente. Provavelmente vai ficar a recepcionista pra poder ajudar e aposto que ele já deve ter adiantado um grande “cala boca” na folha de pagamento dela, se é que me entende.
Ao rir da expressão do castanho, entramos no consultório e nem esperamos na recepção, tão logo fomos encaminhados por uma moça – Kelly era seu nome – pra sala do doutor. Acho que Louis estava certo.
- Ora se não é Casal 20 da atualidade na minha sala – Disse Riviera brincalhão e Louis franziu e cenho.
- Casal 20? Como assim?
- Lou, a série! Casal 20, nunca assistiu? – Ele negou com a cabeça ainda mais confuso.
- É que nós dois somos das antigas né Harry?
- Antigo não, clássico! – Brinquei.
- Eu me lembro que o que mais gostava na infância era do super-heróis; meu preferido era o Batman, achava aqueles apetrechos a ultima tecnologia!
- Sempre gostei do Superman, sempre fui viciado nos filmes, me lembro de um tinha aquela cena...
- Olha, o papinho da velha guarda tá legal mas a gente precisa voltar pro hotel ainda hoje. – Louis e seu típico “Jealouis” sarcástico...
- Acho que a Jennifer* tá bravinha – Rivera cochichou no meu ouvido e eu ri baixinho.
- Hormônios do sarcasmo doutor, e estão piores do que nunca!
[N/A] Jennifer pra quem não sabe é a personagem principal do Casal 20 e só agora que eu me toquei que tem o vídeo que o Louis fala “I’m Jennifer”!
Depois que o médico fez o check-up e um questionário sobre como andava a saúde do Louis (que tentou mentir mas não deixei), finalmente fomos para a maca de ultrassom.
- Ok, relaxe, você vai sentir um geladinho – O Dr. passou o gel condutor na barriga do Lou e foi tão fofo vê-lo fechando os olhos, fazendo uma careta ao sentir o contato – Ah, pode ser que a gente não consiga ver o sexo do bebê porque ele pode estar com a perna cruzada mas não se preocupe – Senti-o ficar com uma feição mais cabisbaixa.
- Ei – Segurei sua mão – Não fica assim, tenho certeza que, seja quem for, será uma criança linda e o mais importante, saudável e pronta pra receber todo o amor da gente – Beijei sua testa rapidamente e voltei a olhar para o monitor, ainda com minha mão entrelaçada á dele.
- Doutor, não dá pra ver nada, só tem borrão – Reclamou o menor já impaciente.
- Calma Louis – Disse rindo do desespero – Olha aqui está a cabeça e aqui os braços... E aqui as perninhas, vejam – Apontou cada uma das partes, fazendo com que a gente enxergasse melhor – Bom, querem ouvir as batidas do coração?
- Claro! – Respondemos em uníssono.
Riviera foi passando o aparelho próximo ao coração e nós fomos apertando ainda mais a mão um do outro, com olhares esperançosos.
Sinceramente, em todos os meus 21 anos, nunca ouvi um som tão lindo e mágico como dos batimentos do meu bebê. Era forte e ritmado, como as batidas de um tambor que marchava com bravura e coragem, lutando para sobreviver. Fechei meus olhos e me permiti deixar levar por aqueles tum-tuns que ecoavam em minha mente. Quando os abri, notei que não só eu como Louis estava chorando e até o médico deixou escapar algumas lágrimas. Limpei meu rosto e lhe dei mais um beijo, de vez em seus lábios.
- É tão...
- ...lindo! E nosso! – Completei.
- Bom, eu... droga – O Dr. enxugou algumas lagrimas teimosas – Desculpa, eu sei que não deveria mas... Ah que seja! – Nós três rimos – Enfim, eu vi que o bebê está com as perninhas descruzadas.
- Quer dizer que vai dar pra ver o sexo!? – Perguntei esperançoso.
- Acho que sim, vamos rezar para que ele não resolva sentar ou cruzar as pernas.
Ele foi examinando e nada de falar qual era o bendito sexo, estávamos ficando angustiados.
- E ai? – Louis perguntou com expectativa no olhar.
- Bom, primeiramente vocês têm alguma preferência?
- Olha, para mim tanto faz, sendo saudável é o que importa – Respondi.
- Ah eu quero um menino, já tem muita mulher na minha família.
- Perdão Louis, mas não foi dessa vez. Parabéns, é uma menina!
Ficamos estáticos, animados, com vontade de gritar, chorar e sorrir, tudo ao mesmo tempo. Finalmente eu podia dizer, NÓS VAMOS TER UMA FILHA! Explodimos de alegria, parecia final de copa do mundo.
- CARALHO EU VOU TER, QUERO DIZER A GENTE VAI TER...
- MEU DEUS EU NÃO ACREDITO, EU VOU SER PAI, NÓS VAMOS SER PAIS! DE UMA MENINA! UMA MENINA LOUIS!
- Ei, acalmem-se! – Falou o doutor, divertido, ao ver nossa comemoração – Pelo que eu vi do exame, ela está saudável, os batimentos estão de acordo e não há nenhuma deformidade ou anomalia.
Eu mal podia acreditar, eu ia ter uma menina linda e saudável, éramos os homens mais sortudos do mundo!
- E tudo bem pra você Louis?
- Tudo bem? Tudo ótimo doutor! É minha filha! Tá, eu sei que vou ter que comprar aqueles vestidos com aqueles babados horrorosos e provavelmente a chata da Lottie vai querer fazer minha filha de boneca humana e passar um quilo de argamassa na cara dela...
- Amor...
- ... E a minha mãe vai querer fica mimando ela, sem contar a Fizzy...
- Amor...
- ...E ela, a Doris e o Ernest vão ser praticamente amiguinhos e estudar praticamente juntos, pensa que foda estudar com os próprios tios e eles vão pra balada juntos e...
- Amor! – Interrompi o tagarela – Calma, a gente ainda nem contou pra ninguém. Nem mesmo escolhemos o nome do bebê.
- Ok, tá bom, me deixa sonhar um pouco caramba, como você é estraga-prazer hein! –Resmungou, já voltando a ficar emburrado.
- Hormônios Harry...
- Hormônios doutor...
x-LS-x
Eu estava nas nuvens. Desde o dia da consulta não conseguia parar de pensar como seria nossa filhinha. Imaginava ela com os olhos verdes e cabelo ondulado como o meu ou olhos bem azuis e cabelo liso como Louis, a pele macia e cheirosa, a risada sem dentes e...
- Harry! Alô,tem alguém ai? – Niall estalava os dedos e gritava na minha frente.
- Para de gritar porra! O que é hein?
- Olha eu não sei se você sabe mas a gente tem um álbum pra entregar daqui mais ou menos 3 meses, então dá pra ajudar aqui?
-Tá, do que vocês precisam?
- Olha eu tava falando com Niall sobre essa musica aqui – Peguei o papel que estava com Liam, sem o mínimo de interesse, onde estava escrito o titulo “Don’t let me go” – Preciso de ajuda com o refrão.
- “Please believe me, don't you see; The things you mean to me? Oh I love you, I love you...” Ué, cadê o resto?
- Então é isso que a gente tá tentando resolver. Você tem alguma ideia?
- Liam e se a gente repetisse o “I love you”? – O irlandês sugeriu.
- Não sei, acho que ia ficar meio repetitivo e...
Hum será que Emily combina com a neném? Ou talvez um nome composto, tipo Mary-Ann? Não, muito caipira e cafona!
- Dai a gente passava a segunda estrofe...
É, nada de nome composto. Mary então? Muito simples. Diana! Não, já tem muita Diana por causa da princesa. Penélope... o Louis vai me matar se eu colocar o nome da nossa filha de Penelope Charmosa Tomlinson-Styles! Sem dizer que é gay demais, de gay já basta os pais!
- Tá, então fica assim, “Please believe me, don't you see; The things you mean to me?”...
Julie? Matilda? Sophie... Sophia...
- “Oh I love you, I love you...”
- Olivia! – Dei um berro na mesa que assustou os meninos, percebendo que ainda estava na sala e que tinha que ajudá-los com a canção.
- Que? – Disseram.
Pensa rápido Harry, você consegue.
- É... tipo... – Peguei o papel rapidamente – “Please believe me, don't you see; The things you mean to me? Oh I love you, I love you, Olivia.”, tipo “I love ya”, um trava-línguas sabe?
Os dois me olharam com uma cara de interrogação e então tentei explicar melhor.
- Quero dizer, o que seria “I love ya”? É uma pessoa? Um lugar? Um sentimento? Não sabemos! É um jogo de palavras, simples assim.
- Harry querido, o Louis fuma maconha e você que fica chapado? Essa foi a coisa mais idiota que você já disse!
- Não Nialler ele tá certo! Isso é genial, Harry! – Disse Liam pegando o papel e fazendo as correções.
- Que? Perai, você não vai colocar na musica né?
- Como não? Isso vai ficar foda!
Ufa, essa foi por pouco... Espera, Olivia Tomlinson-Styles. É isso! Perfeito.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.