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História A Beira da Traição - In Vino Veritas


Escrita por: MaskKira

Notas do Autor


* In vino veritas é uma frase em latim que significa “no vinho está a verdade”, utilizado como provérbio para expressa a sensação de “liberdade” provocada pelo álcool.

Capítulo 5 - In Vino Veritas


− Quem manda entrar no banheiro na hora do MEU banho? – Kanon questionou.

− Se pretendia.... Fazer algo além de tomar banho, podia ao menos ter trancado a porta. Por Deus, Kanon! – Saga reclamou, não acreditou que viu aquilo, os dois sabiam bem que o outro tinha vida sexual, mas era MUITO estranho pensar nisso e pior ainda, ver uma cena daquelas.

− Eu me esqueci tá legal! Se estava fechada deveria ter batido.... – Ele percebeu que estava falando alto, quase berrando, estava nervoso, por que Saga não questionava sobre o que estava fazendo?

− Eu precisava usar o banheiro e não vi problema algum em fazer isso enquanto você tomava banho. Mas me enganei, já que não estava apenas tomando banho.... – Constrangido pela situação. – Desde quando gosta dessas coisas? – Apontou para o brinquedo na parede do banheiro. Kanon pensou que desmancharia de tanta vergonha, mas já havia desabafado com Drik, o mínimo que podia fazer era contar ao irmão.

− Eu-eu preciso conversar com você, Saga. – Resmungou pegando uma toalha e fechando o chuveiro, o susto e a vergonha bastaram para fazer sua excitação morrer.

− Não preciso dizer que você DEVE confiar em mim, não é mesmo? – Preocupou-se ao tonar que o mais novo o fitou extremamente envergonhado. Eles seguiram para a sala

− E-eu sei só.... É complicado.... Eu estive me encontrando com uma pessoa. – Kanon respirou fundo. – U-um homem e-e..... Nos relacionávamos assim de-de forma intima. – Disse pausadamente, mas aquela não era a pior parte, Kanon acomodou-se no sofá, mesmo ainda molhado.

− Mas por que não me contou? Achou que eu não aceitaria? – Saga questionou.

− É. – Simples. – Não, não exatamente isso, sei que você é bem liberal quanto a isso, o-o problema era quem. – Resmungou.

− Um outro Cavaleiro, que não quis assumir compromisso por que tinha uma imagem a zelar? – Tentou adivinhar chutando o que parecia mais obvio.

− Não! Não.... U-um Juiz do Inferno, Radamanthys. – Resmungou baixo.

− O QUE? – Saga berrou alterado. – Kanon, você sabe que isso é uma traição, não sabe? Isso é muito sério. – Encarava o mais novo.

− Eu sei. – Kanon reclamou. – Mas, mas nós nunca tratamos sobre isso, Saga, ele nunca me perguntou anda sobre o Santuário a gente só-só passava o tempo. – Envergonhou-se. – Ah Saga. – Disse depois de alguns segundos em silencio. – Eu me sinto horrível, pensei que era apenas algo físico, por Deus era tão intenso, fazia tempo que não sentia isso.... O menor toque era o suficiente para me fazer gozar, entende? – Confessou fitando o irmão.

− Você está agindo como um adolescente irresponsável! O cara é um Juiz do Inferno. Certeza que ele está te usando para algum plano. – Saga levemente irritado, como puderam fazer isso com seu irmãozinho, pensava.

− Não, não é nada disso.... A-a moça, Pandora, seguiu ele chegou lá um dia e ficou puta com o que viu. – Lembrar-se daquele dia também era constrangedor.

− Teatro, Kanon. Foi tudo encenação, são nossos inimigos, querem que confie mais nele. Devem estar rindo de você agora. – Saga com seriedade. Pensar daquele jeito fez o mais novo sentir-se ainda pior, o escorpiano não lhe dava nenhuma notícia....

− Na-não foi isso Saga.... – Baixinho. O mais velho sentiu-se mal ao ver a face abatida do irmão. Sentou-se ao lado dele e o olhou nos olhos.

− Kan, você está apaixonado? – Perguntou sincero.

− E-eu estou. Pensei que era SÓ físico, mas sinto falta dele, de tudo. – Retribuiu o olhar.

− Ah maninho, deveria ter me contado antes. Eu não deixaria chegar a esse ponto. – Abraçou-o. – Vou lhe ajudar a esquecer esse canalha. – Determinado.

− Fiquei com vergonha de tudo.... Desculpe, acho que vai ser melhor mesmo esquecer. – Kanon pediu.

− Confie em mim, tudo vai ficar bem! Mas deveria ter confiado em mim. Somos irmãos.

− Eu sei que deveria, contei a Drik primeiro. Ele nunca deu indícios de nada sabe? Nos encontramos um dia no bar e..... Fizemos bêbados, então passamos a nos encontrar, nunca foi assim com esse interesse. – Kanon repassou para si, para ter certeza de que não havia sido enganado.

− Confiou na Drik e não confiou em mim? – Saga disse desapontado. – E se te encontrar no bar foi parte inicial do plano?

− Sim ela é mulher.... Menos rígida com isso. – Kanon se explicou. – Não-não foi isso, Saga, ele não é esse tipo.

− Eu não te julgaria por você gostar de homens. Achei que você me conhecesse melhor. – Levemente irritado. – Ele é um Juiz do Inferno. Realmente acha que pode confiar nele? Por favor, Kanon. – Sério.

− Eu sei que deveria ter pensado melhor. Me perdoe, Saga, mesmo. – Pediu, sentia-se culpado, deveria ter contado a ele logo que aconteceu, logo naquela primeira vez que voltou para casa sentindo-se um lixo como Cavaleiro e homem.

− Kan, eu só quero que você fique vem, meu irmão. Não gosto de lhe ver com essa expressão horrível. Eu deveria ter percebido que alguma coisa estava acontecendo. – Saga disse, também se sentia culpado por não ter pressionado ele a falar o que estava havendo antes, teve muitas oportunidades.

− E-eu sei.... Desculpe. Estou mesmo transtornado por ele.

− Existe alguma coisa que eu possa fazer para você ficar melhor? Qualquer coisa para te animar? – Saga sorriu.

− Não, falar com você sobre tudo já foi um grande alívio, obrigado. Por não julgar também. – Retribuiu.

− Jamais lhe julgaria por isso. Eu te amo, maninho. – Levantou-se. – Vem, vou fazer um jantar para melhorar sua cara. – Animado.

− Obrigado, também te amo. – Levantou-se. Era melhor colocar uma roupa.

 

Radamanthys agradeceu, o bar ao qual Minos e Aiacos o levaram ficava no centro de Atenas, tinha uma decoração mais rústica e contava até com duas mesas de sinucas e um jukebox.

− Ah que maravilha. – Aiacos sentando-se a mesa.

− Não se preocupe, apesar dessa aparência não é um lugar de baixo nível. – Minos riu. – Quem diria que se preocupava com essas coisas.

− Não basta o bordel do Inferno, não é? – O escorpiano riu, o encararam. – Não estou dizendo que ainda estou frequentando. – Sério.

− Hum.... Sério, pode ser sincero, não está mesmo, Pandora é tão boa assim? – O canceriano perguntou curioso. Radamanthys riu, não estava indo ao bordel por causa de Pandora, não estava indo, pois sabia que lá não encontraria o que estava procurando.

− Acho que esse não é o tipo de assunto adequado, não quero que fiquem olhando estranho para ela e ela vai saber que eu disse alguma coisa. Nós três seremos castigados.

− Uh, ainda tem medo dela? – O ariano riu passando a mão na franja platinada.

− Não é medo, é apenas respeito, não quero quer fiquem de conversinha sobre isso, ela não merece. – Normalmente.

− Claro. – Coro. Assim eles pediram as bebidas e uma porção de frios para começar.  Eles conversavam animados sobre vários assuntos, o fico era uma possível aliança entre Hades e seu irmão Poseidon, mas as coisas caminhavam de forma lenta e dificultada. 02h depois, os três já estavam alegres e corados pela bebida.

− Ah que delícia, vamos tomar absinto? – Minos quase babando ao olhar as bebidas atrás do balcão e se deparar com a bebida verdinha dentro de uma garrafa.

− Não! – O escorpiano protestou sem nem pensar.

− Nossa, o que é isso? Medo? – Aiacos provocou rindo.

− Na-não. – Respondeu desconcertado, aquela bebida apenas acenderia suas lembranças mais uma vez.

− Então qual o problema? – O ariano perguntou curioso, nunca viram Radamanthys recusar bebida ainda mais uma bebida forte.

− É.... Eu apenas não acho bom ficarmos misturando bebidas assim, sabem das regras idiotas do Inferno. Estou pendurado. – Respondeu normalmente.

− Ah, que isso, Pandora é sua namorada agora. – O canceriano riu.

− Mais um motivo para ela cortar o passe que ele tem para sair. – Minos comentou. – Três copos de absinto, por favor. – Pediu. Rada suspirou. Levaram os copos com a bebida, a água e o açúcar.

− Sério, Minos? – Aiacos o observava colocar um torrão de açúcar na bebida e completar o copo com água.

− Que é? Não é assim que se bebe? – Curioso.

− Fraco. – O canceriano provou bebendo o liquido verde de uma vez, fez careta e se remexeu na cadeira.

− Chato. – O ariano comentou bebendo um gole apenas. – O que foi Radamanthys? Tem algo incomodando você? Está assim porque se chegar mal em casa Pandora vai ficar brava? – Perguntou curioso.

− Não. – Respondeu, nas não convenceu nenhum dos dois.

− Rada, está tudo bem? Não está com uma expressão boa não é de hoje, está tendo problemas com Pandora? – Aiacos perguntou curioso.

− Não, não é nada com ela. – Resmungou, bebeu a bebida do copo da mesma forma que o canceriano. Suspirou, como iria contar aquilo para eles? Seria muita humilhação, mas não aguentava aqueles sentimentos sufocados, Pandora sabia, mas desde que começaram a “namorar” ela não tocou mais no assunto, apagou de sua mente, sendo assim ele não podia conversar com ela a respeito.

− Então o que é? – Minos perguntou, sentia-se impaciente já, o amigo nunca foi de ter essa atitude.

− Eu preciso, que vocês não contem, nada para ninguém, nunca está bem? Eu apenas preciso contar o que houve. – Sério os encarava profundamente com seus olhos dourados.

− Sabe que pode confiar em nós, somos seus amigos. – O canceriano respondeu mais compreensivo, para ele estar agindo assim não devia mesmo estar nada bem.

Novamente a bebida deu coragem ao escorpiano e assim ele narrou tudo desde que encontrou o geminiano naquele dia no bar daquele hotel de luxo.

− Você tá zoando, né? – Minos perguntou erguendo sua franja encarando o loiro com seus olhos prateados.

− Não! Não estou foi tudo isso o que aconteceu e eu pensei-pensei que ficando com a Pandora as coisas se ajeitariam, que eu ainda estava apaixonado por ela, mas eu não estou, tudo o que eu sentia por ela se foi, não sinto nada e agora me sinto pior ainda por que além dessa humilhação eu estou fazendo ela de tonta. – Respondeu irritado batendo o copo na mesa.

− Não, espera, você está dizendo que além de ser um Cavaleiro de Athena vocês ainda-ainda fizeram tudo, tudinho na cama? – O canceriano incrédulo.

− Porra Aiacos, você está surdo? Foi isso o que eu disse! – O escorpiano respondeu vermelho de ódio, será que só isso eles haviam registrado?

− Não, você está zoando, você, VOCÊ não faria uma coisa dessas, não, eu esperaria isso até de Aiacos, Lune também é suspeito, mas você? – Minos incrédulo. – Resolveu contar piadinhas. – Riu.

− Babaca. É piadinha, não é? Rada? – Aiacos sorriu, mas a expressão dele continuava irritada e séria.

− NÃO É PIADINHA! – Alto. – Eu dormi com um Cavaleiro de Athena! – Ainda alto, ignorou que alguns olhavam. – E mesmo estando com Pandora eu não consigo esquecer o desgraçado, qualquer coisa me faz lembrar dele, até essa droga de absinto.

− Ah, esquece isso, pelos deuses, não vale a pena, que coisa pavorosa! Foi fogo de palha, aliás, como você consegue gostar de uma coisa dessas? Que nojo! Esqueça, vai ser melhor para você. Pandora é linda. – Aiacos respondeu quase correndo. Pensar naquilo era horrível.

− Mas ele acabou de dizer que mesmo com a senhora Pandora ele não esqueceu o Cavaleiro, e você está com ela o que? Um mês e algumas semanas? – Minos curioso.

− Sim, ela é linda, não nego isso, mas não é a-a mesma coisa. – Séria.

− Ah, credo.... Você sente falta do que? De dar? Arruma um consolo e pronto, mas é um inimigo, isso é traição! – Aiacos sério. O ariano abafou o riso e Radamanthys respirou fundo para não o atacar.

− Eu sei que é um inimigo, mas não tenho o que fazer! Nunca senti isso, vocês entendem a gravidade? Me sinto um lixo, como Guerreiro de Hades, como homem, não sei o que fazer e me sinto péssimo, Pandora sabe, mas ela ignora, acha que estou bem com ela, sei que devia dizer a verdade, mas não tenho coragem de falar sobre isso com ela, vocês sabem tão bem quanto eu que ela apenas se finge de forte. – Sério, fitava os dois.

− Anw, está apaixonado. – Minos riu.

− O QUE? – Os outros dois em coro indignado.

− Pelo amor dos deuses Radamanthys, ainda não reparou? Se fosse só sexo você não estaria transtornado assim, teria seguido seu caminho com a senhora Pandora sem problemas, mas nem a beleza dela é suficiente para fazer você esquecer o inimigo. – Respondeu normalmente.

− Isso é impossível. – Aiacos sério.

− Exatamente! – O escorpiano concordou.

− Enquanto você continuar negando vai sofrer assim, a parte mais difícil com certeza é contar a verdade a ela. Mas SE você quiser a gente lhe dá cobertura. – Minos sorriu diabólico.

− O que? Nós? Não, não. Eu me recuso a compactuar com isso, é traição, você ouviu? É nojento se fosse com qualquer outro, mas é um Cavaleiro de Athena. Se souberem seremos castigados, perderemos nossos postos. Não vou compactuar com isso. – O canceriano disse levemente irritado, não entendia porque Minos queria ajudar com aquele tipo de coisa abominável.

− Ok, então fiquei de boca fechada, não viu nem ouviu nada. – O ariano sorriu

− Isso é compactuar.... – Aiacos o fitou.

− Por favor, parem com isso, não preciso de nada, muito menos de vocês dois arriscando seus postos por uma bobagem. – Encarou o dos cabelos platinados. – Não estou apaixonado por ninguém, esqueça isso Aiacos, na verdade, esqueçam que eu disse qualquer coisa. – Irritado.

− Você quem sabe, mas se precisar pode contar comigo. – Minos respondeu.

− Meio difícil esquecer tudo isso o que você contou, não é? – Aiacos com expressão de nojo. Radamanthys suspirou, sentia-se aliviado, mas não sabia como contar a eles o havia ajudado.

 

No meio daquela semana, Kanon recebeu uma correspondência, seu coração parou quando viu seu nome escrito com aquela letra torta e agressiva. Agradeceu por Saga estar treinando e apenas a menina estar em casa.

− Mestre Kanon, Mestre Kanon o que foi? – Drik curiosa.

 

Encontre-me no hotel, mesma hora, mesmo quarto. Perdoe a demora, aqui eu explico tudo.

 

Era um bilhete sucinto, mas foi o suficiente para fazê-lo abrir um sorriso. Entregou o papel a geminiana.

− Ah meu Deus. – Incrédula. – O senhor vai? – Curiosa o fitou.

− E-eu não sei.... Saga me aconselhou tanto, deveria esquecer isso. – Suspirou.

− Mestre Saga não sabe de nada, o senhor devia ir sim, dar uma chance para ele se explicar e aproveitar também. – Maliciosa.

− Às vezes me pergunto o que saiu errado na sua educação.... – A fitou.

− Ora, não saiu nada errado. – Séria. – Vá se arrumar logo! Digo a Mestre Saga que o senhor foi pagar uns boletos na cidade, eu preparo o almoço. – Animada. – Vai, vai. – Disse empurrando ele pelas costas em direção ao seu devido quarto. Kanon nãos e sentia à vontade em mentir de novo ao mais velho.

− Pode-pode dizer a verdade a Saga. – Virou-se para fita-la.

− Não, porque ele vai querer ir lá e vai atrapalhar. – Drik respondeu com seriedade. – Ah e uma dica, SE eu fosse o senhor, levava o brinquedinho que comprou. – Riu.

− Pelo amor de Deus, não quero ver aquela desgraça nunca mais. E você pare com isso, não estou lhe dando essas liberdades. – Levemente irritado. A menina apenas riu, devolveu a ele o bilhete e seguiu para a cozinha. Assim ele foi para o quarto, pegou uma troca de roupas e tomou uma ducha rápida, vestiu-se de forma um pouco melhor, afinal o lugar pedia isso, nenhum dos dois nunca havia aparecido por lá de bermuda e camiseta. Ele voltou ao quarto secando os cabelos longos e azuis, suspirou, não custava nada fazer o Espectro pagar por aquela demora, abriu o armário, tirou de lá a caixa branca, colocou dentro da mochila de cor negra, juntamente a sua carteira.  – Estou saindo, Drik.

− Está bem, tenha cuidado. – Respondeu da cozinha.

− Terei. – Normalmente. Saiu apressado.

 

Radamanthys andava de um lado a outro no quarto, ele não viria, claro que não viria, provavelmente já havia seguido, coisa que ele mesmo não havia feito, podia ter uma namorada agora, podia ter ódio dele pela forma que havia sido deixado naquele mesmo quarto. Que ideia idiota e Minos iria mentir para Pandora por sua causa, se ela descobrisse, os dois estariam perdidos, perderiam seus cargos, seriam rebaixados a nada! Bagunçava os cabelos loiros nervosamente, que ideia idiota, idiota. Sentiu que o coração ia sair pela boca quando o telefone tocou, suas pernas pareceram congeladas, mas ele se forçou a caminhar para atendê-lo com pressa.

− A-alô? – Nervoso.

− Senhor Radamanthys, um senhor Kanon deseja subir, posso autorizar? – A atendente perguntou.

− Cla-claro, por favor. – Pediu respirando fundo.

− Ok. – Respondeu e desligou. O escorpiano suspirou sentando-se na cama para se acalmar, não deveria estar naquele estado.

Kanon tomou o elevador para o 2º andar, sentia suas pernas fraquejarem, se arrependia de ter ido, Saga podia estar certo, podia ser só um plano para atacar o Santuário, poderiam sequestrá-lo agora e pediriam resgate.... Ou ele apenas queria se explicar, talvez tivesse se acertado com a tal Pandora, e apenas agora teve coragem para encará-lo e contra a verdade, quando se deu conta a porta do elevador estava abrindo, viu-se novamente na mesma situação depois daquele primeiro encontro, nervoso percorrendo aquele mesmo corredor, indo em direção aquele mesmo quarto. Finalmente estava ali, bateu na porta, ouviu o barulho do cartão passando na fechadura e a porta finalmente se abriu, lá estava o Espectro, vestido de forma social como ele. Os dois se encararam alguns segundos em silencio. Kanon tentou resistir aquele impulso, mas não aguentou, agarrou Radamanthys puxando-o para beijá-lo. O escorpiano arregalou os olhos, mas retribuiu, retribuiu com a mesma vontade, saudade, eles se beijavam como se precisassem daquilo para viver. Puxavam os cabelos um do outro, abraçavam os corpos para ficar mais perto.

− Eu senti sua falta. – O Espectro sussurrou quando se afastaram um pouco para respirar.

− Também senti a sua. – O geminiano novamente tomou a iniciativa para outro beijo. Radamanthys caminhou com ele até poder pelo menos se sentarem na cama, Kanon deixou a mochila de lado sem se afastar muito do outro. – Você é tão gostoso. – Resmungou depois que o Espectro mordeu seu lábio. Todas as preocupações e incertezas sumiram da mente dos dois, a única coisa que queriam era o outro. Os beijos, o toque....

O inglês puxava a blusa do outro sem muita delicadeza, desabotoava os botões da camisa do geminiano, mas quase os arrancava da blusa, sentia que ele fazia o mesmo, tudo isso sem desgrudar os lábios um do outro, arrepiou-se quando ele tocou seu pescoço, beijava e mordiscava da mesma forma avida.

Kanon não se lembrava de sentir tanta felicidade, satisfação, beijava e mordia a pele do Espectro com vontade, desejo, antes que pudesse perceber ele estava em cima de si, agora ele recebia carícias na região do pescoço.

− Não querendo ser chato, mas o que trouxe nessa mochila? – Radamanthys sussurrou em seu ouvido direto, o Cavaleiro se arrepiou intensamente.

− Ah.... Nada. – Respondeu normalmente, maldita hora em que foi ouvir Drik!

− Nada? – O escorpiano curioso indo em direção a ela.

− Não, Radamanthys! – Kanon tentou segurá-lo, mas não teve muito sucesso.

− Nada é? – Riu. Abriu a mochila e consequentemente a caixa branca. – Mas que porra é essa Kanon? – Incrédulo, o geminiano acabou rindo.

− Eu-eu.... Senti vontade, não sabia o que fazer, não queria me encontrar com outra pessoa. – Explicou, sentia o rosto arder. – Ne-nem sei porque decidi trazer isso. – Antes que pudesse pensar foi beijado, com mais delicadeza, retribuiu, sentia o carinho do Espectro.

− Também senti.... E juro que quase cheguei a isso. – Sussurrou nos lábios do grego, que agora lhe fazia carinho nos cabelos loiros. – Hum.... E chegou a usar isso, pensou em mim? – Perguntou com malicia mordendo o lábio inferior no outro.

− Uhun.... – Kanon quase gemeu, estava ficando louco com aqueles pequenos estímulos. Radamanthys tomou a iniciativa para o beijo, mordia a língua do grego, ou seus lábios, ouvir aquilo o deixou muito excitado.

− Hum.... Por que não usa agora, me deixa ver? – Perguntou se afastando do geminiano para encará-lo, viu o rosto dele ficar vermelho.

− Não, é muito constrangedor. – Reclamou. – Aliás não preciso. – Riu com malicia mordendo os lábios em seguida.

− Não, não precisa.... Mas deixei você me amarrar da última vez. – Lembrou mordiscando a orelha esquerda do grego.

− Ah, você não presta. – Respondeu, ele havia prometido naquele dia, que faria o que o outro quisesse, demorou, mas era sua vez. – Vai realmente gostar disso. – Resmungou.

− Muito. – Sussurrou fazendo o geminiano se arrepiar de novo. Kanon com pesar levantou-se da cama, pegou a caixa dentro da mochila e um vidrinho de lubrificante que havia levado também.

− Acho que vamos ter que ir para o banheiro. – Resmungou.

− Tudo bem. – Radamanthys respondeu sorrindo, abriu a gaveta do criado mudo para pegar o que havia ali. Seguiu Kanon até o banheiro, o aposento era grande.

O Cavaleiro suspirou e passou a se despir, não acreditava que faria aquilo de novo, pensar na cena da primeira vez que usou o brinquedo lhe dava muita vergonha. Sentir o olhar devasso do Espectro sobre si deixou-o mais confiante, livrou-se do cinto, das calças jogando a roupa para longe do chuveiro, percebeu o volume sobre a roupa intima.... Tirou-a vagarosamente para provocar o outro, via-o lamber os lábios. Abriu a caixa, posicionou o brinquedo em uma altura que considerou adequada no box, passou um pouco do gel pela extensão dele.

− Kanon…. Por que vermelho? – O Espectro perguntou curioso.

− Porque foi minha discípula que escolheu. – Suspirou.

− O que? – Incrédulo, viu o Cavaleiro rir.

− Eu explico depois. – Respondeu ao ver que aquele tanto de gel bastava. Antes que ele pudesse pensar em continuar o Espectro beijou-o mais uma vez. Quando se afastaram ele decidiu não protelar mais, posicionou-se com a intimidade em direção ao brinquedo, mordeu o lábio para não gemer, depois da primeira vez que o usou, não usou mais, aquele desejo que o consumia ainda estava ali, como da primeira vez não conteve o som quando começou a se mover devagar até o brinquedo estar todo em seu corpo.

Radamanthys sentia as calças apertadas, não podia crer que estava naquela situação novamente, ele era tão gostoso, até mesmo desconcertado por aquela situação, era sadismo fazer os dois passarem por aquilo, os dois queriam o corpo um do outro amenizar o desejo um do outro, mas ele fez o grego se contentar primeiro com aquela alternativa, se excitava ao vê-lo se mexer aumentando a fricção. Passou a se livrar das roupas também, estava muito, muito quente.

Kanon ao vê-lo se despir não resistiu em tocar seu membro que estava rígido, como o escorpiano era gostoso, ainda se movia devagar contra o consolo. Foi beijado com avidez e retribuiu, tirou as mãos de seu corpo para agarrar o corpo do Espectro, gemeu quando seus membros se tocaram, Radamanthys enquanto ainda o beijava segurou os dois e passou a masturba-los, o geminiano pensou que não aguentaria, quanta falta sentiu daquelas sensações.

− Na-não faz assim.... Não vou aguentar. – O grego reclamou nos lábios do outro.

− Temos a tarde toda, lembra? – Respondeu, mesmo assim parou com a carícia, os dois se fitavam, se encaravam, o inglês sorriu e ajoelhou-se, Kanon mordeu os lábios, gemeu sem pudor ao sentir língua quente e úmida do escorpiano passar pela ponta de seu membro.

− Rada.... – Kanon gemeu.

− Relaxa, prometo que vamos passar o tempo que quiser aqui. – Disse antes de chupá-lo, o Cavaleiro estremeceu, o Espectro tinha as mãos em sua cintura o incentivando com os movimentos contra o brinquedo, as vezes uma só das mãos, pois com a outra estimulava o membro ao mesmo tempo em que o chupava.  Kanon segurou os cabelos loiros do inglês com força enquanto incentivava os movimentos. Pensou que nunca mais se sentiria assim, nunca mais sentiria prazer de forma plena, era extasiante ser estimulado daquelas duas formas, resmungou mais alto quando os movimentos de sucção ficaram mais intensos, o escorpiano passava a língua pela extensão de sua intimidade o provocando. O geminiano sentiu o corpo estremecer novamente e aquela sensação de prazer invadi-lo, sentiu as pernas tremerem, parou de se esfregar contra o brinquedo para poder se sentar, deparou-se com olhar de desejo do escorpiano, foi beijado em seguida.

− Gostoso. – Radamanthys sussurrou nos lábios dele. – Posso brincar também? – Sorriu com malícia.

− Uhun.... Faça o que achar melhor. – Kanon baixinho, respirava fundo.

O Espectro observou o Cavaleiro respirar cansado, passou um pouco mais de gel no brinquedo.

− Você também é gostoso.... – Sorriu fitando o corpo do inglês, Radamanthys deixou um sorriso escapar pelos lábios, forçou seu corpo contra o brinquedo deixando um gemido escapar por entre os lábios, também sentiu muita falta daquele toque.

− Queria ter tido essa sua coragem. – Mordeu os lábios.

− Que bom que não teve, se não, não teria voltado para mim. – Levantou-se, aproximando-se para beijar o escorpiano. Radamanthys retribuiu e apertou a cintura do geminiano quando percebeu que ele o estava ajudando com o movimento contra o brinquedo.

− Teria sim. – Respondeu antes de gemer. Kanon sorriu. Enroscou os dedos da mão direita nos cabelos louros e voltou a beijá-lo com vontade. O Espectro tremeu ao sentir o brinquedo todo dentro de seu corpo, suspirou quando sentiu a mão do geminiano em seu membro o estimulando com movimentos de vai e vem, mordia os lábios para conter os gemidos e resmungos. Reclamou quando Kanon se afastou.

− Não sei para que essa pressa. – Disse pegando um preservativo e o vidrinho com gel, o escorpiano sorriu com malicia, se ele fizesse o que estava pensando seria muito bom. Kanon aproximou-se vestindo o preservativo no inglês, em seguida passou o gel naquela região.

− Você também não presta. – Radamanthys suspirou. Kanon sorriu, beijou-o mais uma vez e logo virou-se de costas para o Espectro. Ficou próximo o bastante para que o escorpiano tivesse facilidade em penetrá-lo. Os dois gemeram com aquele contato. Novamente mal podiam acreditar que estavam novamente juntos daquela forma. O Espectro tinha que conciliar os movimentos no brinquedo, com as estocadas no geminiano, tudo era gostoso, sentir aquelas duas sensações, distribuía mordidas e chupões nos ombros e pescoço do geminiano, deixando a pele branquinha marcada.

O Cavaleiro suspirava, gemia. Não tinha onde descontar o que sentia, colocou as mãos para trás podendo tocar os cabelos do escorpiano.

− Na-não precisa se preocupar. – Kanon resmungou ao sentir a mão direita do Espectro em sua intimidade, apesar de tudo arrepiou-se com o toque.

− Tudo bem, afinal quero você assim.... Então fica duro para mim. – Sussurrou. O geminiano pensou que iria derreter. Aproveitou a caricia em seu corpo.

Radamanthys intensificou as estocadas, havia aguentado bem desde que começaram, nem de longe Pandora se comparava a ele. Apertava a cintura do Cavaleiro com a mão esquerda, o movimento fazia a sensação em sua intimidade ser mais forte também. Abafava os gemidos na pele clara do outro, finalmente sentiu aquela sensação de prazer lhe invadir como uma onda, gozou como a muito tempo não fazia. Deixou o brinquedo, sentando-se no chão com o Cavaleiro em seu colo. Respirava descompassadamente, mas ainda assim beijava as costas do geminiano.


Notas Finais


Mais um capítulo, espero que gostem!


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