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História A Bela Adormecida - Capítulo único.


Escrita por: InfiniteVitium

Capítulo 1 - Capítulo único.


Em uma pequena casinha na Califórnia é onde moro. Era um dia refrescante e ensolarado dos anos 50’s. Acordei pelas 2 P.M., Raphael já tinha ido trabalhar e deixou algumas panquecas para mim. Fiquei por um tempo, na cama, segurando o bilhete que tinha me feito.

Fitei aquele teto cheio de reboco, aquilo me lembrou de minha mãe. Ela sempre me dizia que quando estiver triste o certo é colocar um sorriso falso no semblante e passar muito maquiagem. “Meninas bonitas não choram. ” Era o que ela me dizia enxugando minhas lágrimas. Como eu queria ela ao meu lado para enxuga-las novamente.

Comi as panquecas, escovei os dentes, tomei banho, arrumei o cabelo, vesti uma roupa e passei maquiagem, sempre sorrindo. 

 

Decidi sair, só não sabia para onde. Deixei um bilhete na geladeira e sai pela porta da frente, nem levei as chaves, não iria precisar.

Caminhei pelas ruas ensolaradas, naquela vizinhança pateticamente feliz e perfeitinha. Não gostava deles, eram falsos demais.

“Bom dia, Sra. Lance! ” Um velho que morava em uma casa toda amarela me cumprimentou.

“Bom dia! ” Exclamei em resposta, com um sorriso. Não fazia ideia de quem ele era e de como sabia meu nome.

Cheguei ao mercado, fui andando pelas estantes cheias e resolvi levar carne, ovos e leite. Não sabia se estávamos precisando disso, mas uma hora iríamos precisar.

Paguei as compras no caixa enquanto o atendente colocava as compras num saco de papel.

“A Sra. parece abatida, está tudo bem? ” O homem, já de idade, perguntou.

 “Só estou cansada. “ Respondi percebendo estar com dor de cabeça.

Peguei o saco com as compras e sai do estabelecimento. O homem parecia realmente preocupado comigo, era estranho ver isso. Todas as pessoas, que encontro na rua, não querem saber a verdade, apenas perguntam por educação.

 

Andei pelas ruas do centro levando aquele saco de compras. Resolvi passar na drogaria antes de voltar para casa e comprar remédios para dor.

As pessoas são muito apressadas naquele lugar, não querem saber se você está bem ou desejam “bons dias” para o vento.

Entrei na farmácia e encontrei uma amiga de infância. Conversamos por um longo tempo, ela disse que iria se matar com um remédio “não-lembro-o-nome”. Perguntei por quê e ela me respondeu que odiava não poder fazer nada para mudar o mundo, ela disse estar tudo errado.

“Nossa, que pena que vai se matar hoje! Semana que vem é o aniversário do seu marido. ” Disse de forma natural, pessoas falarem de suicídio comigo não era algo novo.

“Esse vai ser o presente. “ Ela respondeu pegando um cigarro e acendendo. Tragava-o enquanto segurava sua sacola com o remédio. “Bem vou indo, não posso me atrasar para a minha morte. “ Disse de forma melancólica e saiu.

Acho que fumar faz parte da morte, já que nunca tinha visto ela fumando nada na vida.

 

Peguei meu remédio para dor de cabeça e quando estava olhando as estantes de remédio, vi um que fazia dormir. Estava mesmo muito cansada ultimamente, com o trabalho do meu marido, minha filha sendo idiota e meus netos imprestáveis. 

Comprei os dois remédios e voltei para casa. Coloquei as compras do mercado na bancada da cozinha e fui para o meu quarto com os remédios. Joguei eles em cima da cama de seda rosada e fiquei pensando se deveria tomar os dois. Achei melhor não, vai que dava algum problema.

Peguei quatro e tomei. O efeito foi bem rápido, deitei na cama e apaguei.                                       

Fiquei dormindo por um bom tempo, um longo tempo. Mas era sem graça, não tinha sonhos.

 

Acordei em uma cama de hospital. Chamei a enfermeira e perguntei por quanto tempo estava ali, e foi um mês. Um mês inteiro. Fiquei acordada aquela noite pensando no que poderia ter acontecido.

No dia seguinte, meu médico me disse que meu marido tinha morrido de depressão, minha filha terminou o casamento e foi para outro país e meus netos estavam perdidos com o pai. Fiquei mais dois dias no hospital para consultas, não bebia e nem comia nada, estava triste demais para isso. Era uma tristeza engraçada, estava triste com a morte de meu marido, mas estava feliz pela minha filha ter feito algo que preste em sua vida.

Resolvi tentar dormir, consegui e tive um sonho, finalmente. Eu estava subindo uma escada para o céu, subia e subia. Até chegar num lugar extremamente claro. Acordei e reparei em algo estranho, não estava no meu corpo. Dei um gritinho, mas ninguém podia ouvir. Os enfermeiros foram me ver e repararam que eu estava morta.

A pior coisa foi meu enterro, nem fiquei por lá muito tempo. Não tinha ninguém que me interessasse por lá. Fui subir as escadas novamente para nunca mais descer e quem sabe dormir nas nuvens.

 



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