História A Bela e a Fera - Capítulo 04

Luna Valente

—Minha irmã é muito chata! — Disse e Âmbar concordou.

—Você tem razão, acho que ela é a garota mais chata daqui. Agora o porquê eu não sei. — Âmbar fala, me fazendo rir.

—Vai ver é porque o filho do açougueiro não dá bola pra ela. — Rimos. — Ela fica naquele açougue o dia inteiro, depois chega em casa fedendo a carniça, e ainda se acha no direito de reclamar.

—Não amiga, sabe o que ela é o urubu na carniça isso sim.

O comentário da Âmbar me fez gargalhar a ponto de meus olhos saírem dos meus olhos. Amo quando ela me fas rir, amo essa loira.

—Bem, que podíamos ter nascido na mesma família, tipo irmãs. — Digo a ela.

—É mesmo, adoararia ter a Lua como minha irmã. — Ela brinca usando o termo "lua". — Mas se bem que, coitados dos nossos pais aguentado nós duas na mesma casa ainda como irmãs, vixi levaríamos a casa ao chão.

Pela vigésima vez nessa manhã, Âmbar me fez rir. Estou pensando seriamente em lhe dizer sobre a empregada que trabalha na casa da fera. Seria injusto se eu não contasse a ela, afinal somos melhores amigas desde sempre, e compartilhamos todos nossos segredos.

—Luna, melhor irmos pelo o outro lado. — Âmbar me tira dos meus pensamentos.

—Porquê? — Pergunto sem entender nada.

Ela aponta para um metro a nossa frente. É a mansão da fera. Estávamos tão distraídas conversando que nem percebemos que tínhamos caminhado para cá.

Por alguma razão não estava com medo. Agarrei a mão da Âmbar, e andei a passos leves até chegar ao portão da casa.

Me surpreendi ao ver um rapaz encapuzado, entrando na casa, com o que parecia uma maleta, de jardinagem… acho que é ele que é o jardineiro responsável por cuidar daquelas rosas. Agora faz sentido elas sempre estarem tão bem cuidadas, mas e quanto ao resto do jardim?

—Moço? — Chamei sem ter a noção do que havia feito. Âmbar me deu um cutucão, e me puxava para sair dali.

—O que fazem aqui? — O rapaz paraou, antes que pudesse entrar na casa. Sua voz soou ríspida e fria, que mandou um arrepio por toda minha espinha. Ele virou o rosto, mas não o suficiente para que eu pudesse ver seu rosto. E aquele maldito capuz, não ajudava. — Meu patrão não vai gostar de saber que duas pirralhas, como vocês estão aqui, na frente da casa dele. Então para o bem de vocês, aconcelho que vão embora.

Ele falou mais frio ainda. Me assutei e me afastei do portão. A porta se fechou fazendo um barulho forte. Âmbar me puxava para sair dali. Mas não queria, algo dentro de mim não queria.

Quero ficar e descobrir quem é ele. Quero saber o porquê dele me tratar daquela maneira. Será que foi para o nosso bem, mesmo?

Será que se a fera, que supostamente é o patrão dele e da Nina, é tão perigoso assim? A Ponto de nos machucar?

Essas perguntas corriam em minha cabeça,

—Luna, você ficou maluca? O que deu nessa sua cabeça da falar aquilo? Podia ter sido a fera, podia ter nos sequestrado. — Âmbar me diz, como sempre exagerando.


—Não era a fera, era só mais um dos empregados dele. — Digo me sentando, e encostando na mesma árvore de sempre.

—Como assim, mais um? — Âmbar me pergunta, e eu suspiro.

Vou contar a verdade à ela. Contei tudo a ela sobre a Nina, tudo o que eu sabia e suspeitava claro. Depois de muito conversar o sol já começara a ficar mais forte, e a sombra da árvores já não estava nos protegendo desse calor.


—Âmbar não aguento mais esse calor, vamos nadar no lago? — Falei me abanando, na tentativa de diminuir o calor.

—Não precisa perguntar duas vezes. — A loire se levantou e pegou em minha mão me puxando, indo em direção ao lago, ali perto na qual já nos banhamos várias vezes.

Matteo Balsano

—Não acredito que elas quase me viram. — Sussurrei para mim mesmo.

Sentei na minha velha cadeira do escritório, pensando ainda no qua havia acontecido hoje de manhã. Comecei a mexer numa papelada em cima da mesa.

Após algum tempo ali, como sempre fiquei intediado. Não aguento essa vida rotineira, todos os dias as mesma coisas nada muda na minha vida. Bufei, passando os dedos entre meus cabelos.

Levantei-me daquela poltrona e fui até a janela, que dava vista para árvore, onde aquelas duas sempre estava. Mas por incrível que pareça hoje elas não estavam lá.

De repente ouvi um barulho na janela, que fica ao lado da minha estante de livros, no fundo da sala. Caminhei até ela, para ver a razão desse maldito barulho.

Era um pássaro bicando a madeira. Abri a janela, e o mesmo saiu voando. Quando ia fechar novamente, meus olhos focaram no lago, ou melhor em quem estava prestes a entrar nele.