História A Bela e o Lobo - Nunca Duvide dos Sonhos...

Sabe igual nos filmes que o tempo passa lentamente e você só observa e não levanta simplesmente para nada? Foi exatamente o que eu fazia nos3 meses que passou.

Me esconder de Érebo era praticamente uma missão ULTRA, MEGA IMPOSSIBLE! Então nem me dava o custo de gastar minhas energias tentando me esconder. A fome – que antes constante – virou algo raro, o sono passou a sumir todas as noites, minha vontade de fazer alguma coisa simplesmente havia evaporado, então ficava apenas eu, minha pedra – que apelidei de July – e a escuridão que havia se tornado meu parceiro de 24 horas. Érebo havia me proibido de dormir em uma cama enquanto não “casasse” comigo. Um monstro!

Chanyeol ficava comigo sempre que podia e todas as vezes que vinha me trazia uma flor, e sua desculpa era “Para você sempre ter uma lembrança do mundo e lembrar de mim todas as vezes que olhar a flor!”  e sempre dizia que iria me tirar dali o mais rápido possível. Nossas conversas me fortaleciam para eu simplesmente não morrer e todas as vezes que ele aparecia meu coração voltava a se encher de esperança e se agitava ao ver os olhos castanhos me encarando.

Luhan não veio me ver ou muito menos mandou recados, presentes ou um simples Oi. Chanyeol dizia que ele desaparecia com frequência mas sempre voltava. Minha preocupação apenas se alarmava.

As dores no meu corpo por ficar no chão apenas pioravam e eu nem imaginava como estava minhas olheiras e meu cabelo.

Quando lembrava que faltava pouco para a loucura me consumir por inteiro, eu conversava com Caronte que passou a me levar para “passear” de barco.

- Você deveria tomar um banho decente, não acha? – disse Caronte, ainda remando

- Não seria uma má ideia – disse pensativa – Mas qual é o preço para tomar banho? Dar sua vida ou o banho é de fogo?!

Ri da minha piada totalmente sem graça.

Ele apenas murmurou.

Não muito tempo depois, paramos bem em frente a entrada do Paraíso e eu o olhei com estranheza.

- O que vai fazer aqui?

- O que você vai fazer aqui – corrigiu – Sook vai lhe dar os cuidados precisos e depois estarei esperando para leva-lá de volta – disse praticamente me expulsando do barco.

Não era novidade que ao entrar você se sentia no céu ou simplesmente que minha pessoa atraia olhares de todos que me viam e eu não conseguia nem imaginar minha situação.

Algo que me intrigou foi “Como vou achar essa menina se...”

- Sun Hee?

Olhei em direção a voz.

Ok! Eles talvez leem mente ou a loucura já tinha subido a minha cabeça.

Depois de ela praticamente me interrogar, me levou para uma casa simples mas era o suficiente para sentir um arrependimento de nunca mas ver a minha própria casa, mas passou logo.

A sala tinha dois sofás brancos e possuía alguns quadros que não conseguia reconhecer quem era.  Não sei porque mas fiquei caçando um telefone ou simplesmente um TV.

- Essa é minha casa e o banheiro é por ali – apontou para a última porta de um corredor

Eu devo estar parecendo um mendigo!

Agradeci com um sorriso e fui em direção a porta. Abrindo a mesma pude ver um chão de mármore branco, uma pia com detalhes em dourado, um vaso e o melhor de todos: um chuveiro!

Tranquei a porta por segurança e me despi no modo automático só pensando em como todos esses dias eu lembrava da água quente passando por meu corpo.

Liguei o chuveiro e a cada gota que passava pelo meu corpo meus músculos relaxam e parte de minhas preocupações iam pelo ralo, ou pelo menos um ralo do Inferno.

Quando percebi que o banheiro estava totalmente cheio de vapor, desliguei.

Me enrolei na toalha que o box possuía e finalmente, depois de meses, me encarei ao espelho. Situação? Deplorável! Olheiras fundos e escuras, corpo puro pele e osso e a pele pálida parecendo de um cadáver.

Uma roupa, que antes não estava ali, apareceu e imaginei que as fosse para mim. Simples mas totalmente confortáveis.

Saí me sentido limpa e uma pessoa feliz, apesar de não ter motivos.

Sook estava em uma cozinha pequena, ao lado da sala, preparando algo no fogão que parecia estar delicioso pelo cheiro. Quando me viu me viu, abriu um sorriso caloroso.

- Sente-se e coma, você está parecendo um cadáver – disse preocupada.

Sorri ao lembrar que pensei a mesma coisa.

Apesar de dias sem comer, meu estômago não senti a mínima vontade de receber alimento mas me esforcei para não decepcionar Sook.

- Você pode dormir aqui se quiser – disse distraída com algo na panela

Pensei na possibilidade e imaginei uma cama confortável.

- Mas...

- Não se preocupe, Érebo está resolvendo outros problemas e já avisei Caronte – disse finalmente me encarando.

Encarei o bolinho a minha frente.

Ela sentou a minha frente e segurou minhas mãos.

- Você vai superar tudo isso, é só questão de tempo – disse e eu desconfiei

Talvez ela goste de mentir para confortar as pessoas.

Depois de ser forçada a comer 2 bolinhos, Sook praticamente leu meus pensamentos e me dirigiu a um quarto.

Nem sei qual foi a sensação de poder deitar em uma cama novamente.

Meus olhos se tornaram fracos assim que me ajeitei na cama.

***

Abri os olhos e havia apenas uma luz vinda da janela.

Involuntariamente, passei a mão sob meu rosto e estava úmido. Havia sonhado com Chanyeol outra vez.

Me virei para a parede e ouvi algum murmuro mas logo afastei a ideia.

Senti algo me observando mas não tive coragem para virar. Algo sentou na cama e deitou ao meu lado.

- Sun Hee – sussurrou e me arrepiei.

Só alguém poderia ter aquela respiração e que nunca me deixaria com medo.

Virei e encontrei seus olhos castanhos me encarando.

- Queria que fosse real – abri um sorriso triste.

Ele sorriu com seus dentes brancos.

- Eu sou real – disse em tom calmo

Foi ai que percebi que minha loucura já havia me consumido e eu confundia a realidade com a fantasia.

- Não, não é – senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto – Mas se o sonho é meu, eu posso fazer o que quiser.

Dizendo isso, o beijei.

Um beijo calmo, mas doce. Uma sensação que eu queria provar por vários meses.

Seus lábios eram viciantes e não queria descola-los nunca mais.

Algo antes calmo, passou para mais agressivo. Seus braços me puxavam para si – como se fosse possível – e por alguns segundos imaginei que ele realmente poderia estar ali mas fui interrompida por uma falta de ar que se recompôs rapidamente.

O turbilhão de problemas, preocupações simplesmente desapareceu em meros segundos e pude me sentir especial ao lado de Chanyeol.

Seus beijos se encontravam e meu pescoço e eu não queria nunca que esse sonho acabasse.

Ele interrompeu o beijo e colocou seu dedo em minha boca.

Ficamos nos encarando, mesmo com a pouca luminosidade.

- Por favor, não me faça acordar – pedi em um sussurro

Ele colocou sua mão em minha bochecha e fez carinho.

- Eu nunca vou te abandonar, Sun Hee – disse e levantou

Já tinha consciência que era o fim da minha felicidade.

O mesmo abriu a porta e saiu.

Lágrimas de sofrimento acabaram inundando meus olhos e desabando sob minhas bochechas. Foi nessa parte que o desespero tomou conta de que eu estava sozinha e todos me abandonariam de qualquer maneira. Ninguém poderia viver por mim ou muito menos me esperar pois eu nunca sairia desse lugar.

Me encolhi na cama e fiquei chorando baixo até um clarão tomar conta do quarto.

- Porque está chorando? – perguntou alguém

Limpei meus olhos disfarçadamente e tentei enxergar quem havia entrado.

- Eu não estav...Chanyeol?! – Pulei da cama

- Quem mais? – disse arqueando as sobrancelhas

Cheguei perto dele e... comecei a bater nele.

- Yahh! Por que está me batendo?! – disse tentando segurar meus pulsos

- Porque você fica invadindo meus sonhos! – gritei e voltei a bater nele
 

Ele riu e eu parei

- Acha engraçado?! – dei um tapa em seu ombro

- Yah! Por que acha que é um sonho?!

Parei e pensei

- Porque para mim ter coragem de te beijar só pode ser sonho e você corresponder...

De repente ele apagou a luz e me encurralou na parede me deixando assustada.

- Você é muito pura para sonhar com isso! – disse e me beijou como se estivesse indo a loucura e eu? Correspondi...