História A Big Trouble - Last Breath

Justin, andava pelo galpão nervoso, parecia pensar em algo, coisa boa não era, com certeza. Pensando em tipos de torturas, talvez, vou tentar me manter viva. Não posso parar de perturbar ele. Isso é meu único divertimento e distração aqui, até eu conseguir sair daqui. Apesar que eu só irei sair daqui morta ou não, não sei. Isso aqui já está ficando chato, to com fome, quero fazer xixi. 

— Justin. - chamo, ele vem até a mim.

— Que foi, caralho? - pergunta nervoso.

— Quero fazer xixi. - faço cara de triste. — E estou com fome. Você já percebeu que eu até agora não fui ao banheiro? - Falo e ele me lança um olhar mortal. Eita, não fiz nada.

— Porra, eu tô pouco me fodendo pra você. Quer mijar? Faça aí mesmo, porque eu não irei te levar ao banheiro. - Falou indo embora.

— Eu não mijo seu grosso, sou mulher. - grito para que possa me ouvir.

Eu que não vou fazer aqui, vou tentar segurar, espero conseguir. Vou esperar os meninos virem aqui, porque Deus vai ouvir minhas preces, preciso que ouça. Filho da puta, tá achando que eu sou animal. Eu não sou mesmo, garoto perturbado.

[...]

Estava eu lá dormindo, ou tentando, quando um ser abre o portão com certa brutalidade e me acorda, ou quase isso, em um pulo. Abro os olhos pra ver quem foi quem fez isso, e lá estava ele com o típico sorriso idiota. Justin, o filho da mãe que me acordou. Vem andando até a mim e pega uma cadeira que estava ao lado e se senta na minha frente, de pernas abertas e o braços apoiados nas costas da cadeira. Me encara e coloca uma bolsa sobre meu colo.

— Que isso? - pergunto, franzindo o cenho.

— Você disse que estava com fome, certo? - pergunta e assinto. — Então, aí está. Quando terminar use o copo para fazer seu bendito xixi.

Chocada. Era como eu me encontrava. De onde saiu uma babaquice dessa?

— Tá usando uma droga bem forte, não é?  Só pode, pra me mandar fazer uma merda dessa. - como resposta recebo um tapa na bochecha direita. 

Minha visão fica embaçada com as lágrimas que seguro. Não faça isso, Melissa, não faça, não faça, não se mostre fraca. Repetia em minha mente. Desgraçado. Mal amado. Infeliz.

— Coma logo, não tenho seu tempo. - grita, rude.

— Como você parece não ter  percebido, ainda estou amarrada, querido. - Falo e viro a cabeça para o lado e dou um pequeno sorriso debochado.

Ele finalmente entende e me solta. Começo a comer e ele fica me encarando, isso já estava me irritando. Paro de comer e o encaro. Abro um sorriso convencido e ele me juntas as sobrancelhas, confuso.

— Gostou? Tira uma foto, dura mais.

Ele riu como se eu fosse louca, não que eu não fosse, só um pouco.

— Gostou de que, caralho? - falou irritado. Garotinho nervoso, puta que pariu.

— Nada, deixe pra lá... - reviro os olhos e pego o copo com refrigerante dando várias goles, que sede eu estava. 

Apesar de que isso não mata sede. Pensei.

Termino de comer e beber, ajeito o lixo dentro do saco que ele me entregou um tempo antes e aponto para ele, na intenção de que ele pegue e jogue no lixo, o que, claro, não aconteceu.

— Não sou lixeiro. - dá um tapa em minha mão fazendo o saco cair no chão, um pouco distante.

- Mas tu é chato. - resmungo.

Ele me amarra novamente e sai. Droga eu preciso fazer xixi.

 — JUSTIN, PORRA! - berro, pestanejando.

[...]

Um grande tempo se passou, e nada dele vir, estou quase mijando nessa merda de cadeira, essa ideia me parecia tentadora agora, mas eu não quero fazer isso. Me remexo na cadeira tentando desamarrar a corda maldita, mas foi em vão, não que isso fosse uma novidade. Que droga. Ele é tão insuportável que acabei me esquecendo do xixi. Fecho meus olhos na tentativa de não pensar em água ou algo do gênero, o que foi em vão já que, tentando não pensar apenas me trouxe pensamentos do tipo.

O portão é aberto, abro meus olhos. Finalmente. São os meninos. Chaz, Ryan e Chris. Isso com certeza era estranho, três visitas no mesmo dia? Eu poderia não ter nada para saber a hora ou algo assim, mas não sou burra, nem perdida no tempo pra saber que só se passaram horas desde quando Bieber esteve aqui, não dias e muito menos tempo de ser o dia seguinte. Infernos está quase descendo.

— Que foi, Mely? - Chaz pergunta, pelo fato de eu estar me remexendo na cadeira.

— Eu quero fazer xixi. - Digo me remexendo ainda mais, eles riram.

— Ok, isso foi estranho. Irei te desamarrar, não tente nenhuma gracinha. - Falou e veio me soltar. 

Ele me solta e me segura pelo braço, paro rapidamente indo até o saco de lixo ali no chão pegando e voltando ao meu caminho anterior, com Chaz me guiando até uma porta, ele a abre, eu entro e ele fica ali com a porta aberta, paro de braços cruzados e encaro ele. 

— Que é? - pergunta, notando que eu o olhava

— Privacidade! - esbravejo.

— Já quer demais.

— Infernos. Acha que vou tentar fazer alguma coisa? O máximo que eu vou conseguir se sair correndo é ficar toda mijada, sem tirar que depois disso vocês vão me pegar e vou me ferrar mais ainda. Não tem nexo, seu idiota! - me altero um pouco no final da frase. Ele me encarava ainda não convencido. - Prometo não fazer nada. Até porque nem sei onde estou. - digo, sarcástica.

— Ok, se tentar algo, já sabe. - Ryan falou, então percebi os meninos ali também, logo todos saíram. 

Finalmente irei fazer xixi. Fecho a porta e faço minhas necessidades no copo que o infeliz do Bieber trouxe, sim um copo, lindo não? Termino e coloco o copo em um lugar qualquer. Abro a porta indo até a cadeira e me sentando novamente, me acomodando na minha fiel companheira.

— Bieber, nos disse que virá te fazer algumas perguntas e por favor não o deixe nervoso. - Chris.

— Não prometo nada. - após dizer isso dou um sorriso.

— É sério, Melissa, você o estressa muito e ele fica insuportável. - revelou Ryan.

— Se ele fica insuportável pra vocês imagina para mim que sou torturada em todas as visitas. - respondo exasperada. Que falta de consideração.

— Tudo bem, desculpa aí. - Chaz levanta as mãos em rendimento. — Pelo menos tente, valeu? - assenti, mesmo sendo mentira.

— Tentarei.

— Só viemos para ver como estava e pedir esse favor. E pelo o que vejo... 

— Estou bem acabada. Aquele miserável não cansa. - interrompo a fala de Ryan.

— Na verdade eu iria dizer que você está muito bem, até que ele está sendo legalzinho com você. - zombou.

— Se isso é o legal dele eu não quero conhecer o ruim. - confessei, suspirando.

— Não queira mesmo. - avisou Chris enquanto eles iam para o portão, sumindo da minha visão.

[...]

Bieber, me aparece com uma bolsa, ou melhor, uma mala preta e aquilo não me cheirava bem. Ele a coloca sob a mesa, puxa seu zíper e a abre por inteiro. Eram facas, de todos os tamanhos. Arregalei os olhos.

Será hoje o dia do meu último suspiro?