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História A Bruxa Negra - Capítulo NOVE


Escrita por: sevenbanshee

Notas do Autor


heeey

eu sei que demorei e sinto muito. Eu estava escrevendo o próximo capítulo, e planejando os próximos igaugsdgui

espero que vocês gostem desse. Boa leitura!

Capítulo 11 - Capítulo NOVE


Fanfic / Fanfiction A Bruxa Negra - Capítulo NOVE

 

MAYA

 

Em toda a minha vida eu nunca achei que confiaria em alguém tanto quanto confio em Marcel. Claro, teve Elijah e Kol, mas os dois eram um caso especial, na época eu sentia que eles eram minha família. Eu nunca me abri para alguém de fora da família, nunca contei como tudo aconteceu do meu ponto de vista. A dor de perder Morgana me fez desconfiar de todos, me fez afastar-me de minha família. Após sua morte, eu passei a não conversar muito com Mary ou Ned. Me afastei de todos que me lembravam ela. Agora estou aqui, olhando para alguém que me lembra Morgana, pronta para contar qualquer coisa.

 

— O que você quer saber? — minha voz saiu rouca e baixa, Marcel levantou uma das sombrancelhas se arrumando ao meu lado.

 

— Eu quero saber quem você é, Maya — ele disse e eu o encarei confusa. — Quem você realmente é, sua origem e todo o resto — completou, me olhando atentamente.

 

Eu não pretendo mentir, acho que está na hora de contar tudo para alguém. Hoje Marcel e todos os outros viram um lado meu que ninguém nunca viu, exceto Morgana. Eles viram meu lado vingativo, meu lado ruim, meu lado negro. Eu posso ser tão fria e cruel quanto Silas, mas também posso ser tão doce quanto Amara. Na maior parte do tempo, eu controle meu lado obscuro, controlo a Besta, mantendo-a presa dentro de mim. Mas, algumas vezes, a Besta acha uma brecha e escapa, tomando o controle. Temo que ela consiga achar uma brecha novamente.

 

Marcel me encarava, esperando minha resposta. Arrumo toda minha história na minha cabeça, tentando achar um jeito de contar tudo, sem confundi-lo. Eu tenho medo de que Marcel se assuste com minha história, com minhas origens, mas então me lembro de que ele já tinha escutados umas coisas bem estranhas.

 

— Antes de eu começar a contar, você tem de prometer não contar a ninguém o que eu vou te dizer, nem mesmo para Sofya. Para ninguém — mirei meus olhos nele, apesar de confiar nele eu tenho de ter certeza absoluta de que essa história não sairá desse quarto.

 

Marcel assentiu, prometendo. Era hora de contar para ele a minha história, toda ela. Quando eu contei quem sou para Bonnie e Jeremy, deixei muitas partes de fora, contando-lhes apenas o necessário para ter suas confianças. Agora eu vou contar tudo a Marcel, vou tentar não esconder nada.

 

Antes de começar, estalo os dedos acendendo a vela do meu quarto. Enquanto a vela queimar, ninguém poderá ouvir nossa conversa. Não quero nenhum curioso ouvindo o que não lhe interessa.

 

— Bom, eu devo começar contando a história de meus avós — decidi. — Meu avô era o melhor bruxo dos Viajantes, ele e sua melhor amiga, Qetsiyah, eram os melhores. Qetsiyah sempre foi apaixonada por meu avô e ele se aproveitou disso. Pediu para ela criar um feitiço que os deixaria viver juntos para sempre, e assim ela fez — tomei fôlego, observando as reações de Marcel. — Porém, no dia do casamento deles, meu avô pegou o elixir da imortalidade e o deu para sua amada. Os dois beberam do elixir e viraram os primeiros, e únicos, Imortais: Silas e Amara.

 

Marcel arregalou os olhos e a boca dele se abriu minimamente. Deduzi que ele já conhecia a história de meu avô. Marcel se retesou na cama, claramente desconfortável.

 

— Seu avô é Silas, o primeiro Imortal? — perguntou, descrente.

 

“O primeiro Imortal”, eu odiava quando as pessoas diziam isso. Meu avô foi o único Imortal, o resto são apenas tentativas falhas de reproduzir o elixir. O resto podem ser mortos por algum tipo de estaca, meu avô não.

 

— Sou neta de Silas, o primeiro e único Imortal — deixei claro. — Muitas pessoas conhecem o mito da caverna, onde você despeja um pouco de sangue e consegue ver aqueles que já morreram, mas poucos conhecem a história de vida de Silas. O que ninguém sabe é que Amara estava grávida e o elixir acelerou o processo, fazendo ela entrar em trabalho de parto. Qetsiyah transformou Amara em uma âncora, falou a Silas que matou-a e levou minha mãe para ser cuidada por sua discípula. A discípula de Qetsiyah, Tara, criou minha mãe e a treinou para ser usada contra Silas. Porém Tara se apegou demais a minha mãe, quase como se fosse sua própria filha, e não conseguiu entregá-la para os Viajantes, como era o planejado. Quando minha mãe soube de tudo, ela fugiu para a França, onde encontrou meu pai, o Alfa de uma alcateia”

 

Marcel me olhou confuso, talvez pela parte dos lobisomens.

 

— Como havia lobisomens naquele tempo? — perguntou. De tudo o que eu tinha dito, era isso que ele tinha curiosidade.

 

Os lobisomens foram criados tempos depois de o acampamento ser atacado, aparentemente. Ninguém sabe quem os criou, mas sabem que eles estavam lá. Porém antes desses lobisomens serem criados, já existia uma alcateia, a do meu pai. Após o acampamento ser atacado, todos da alcateia foram mortos e seus filhos também, e como minha família tinha sido pega e eu e Morgana estávamos na caverna, a raça foi extinta. A única pessoa que sobreviveu foi um primo distante de meu pai, um que não era lobisomem. Ele deu continuação a linhagem Labonair, mas nenhum de seus filhos, ou netos, ou bisnetos, eram lobisomens.

 

— Eles foram extintos e depois alguém criou outros — dei de ombros, sem dar muita importância ao assunto. — Posso continuar?

 

— Claro.

 

Olhei para as minhas mãos, tentando lembrar onde parei. Ao me lembrar, levantei a cabeça encarando Marcel.

 

— Meu pai e minha mãe se envolveram e tiveram filhos, nove deles — sorri ao me lembrar de meus irmãos. — Eu costumava ter uma irmã gêmea, ela se chamava Morgana e era uma pessoa melhor do que eu — meus olhos arderam, eu queria chorar só de me lembrar de Morgana. — Nós vivíamos felizes, até que um dia o nosso acampamento foi invadido. Os Viajantes mataram todos que eu conhecia e queimaram tudo.

 

“Minha família sabia que uma invasão poderia ocorrer então eles tinham inventado um plano de fuga. Como eu e minha irmã éramos uma nova espécie, teríamos de ficar seguras. Minha irmã mais velha me levou para uma caverna onde eu e Morgana ficamos em um sono profundo, onde nossos corpos estavam protegidos por um feitiço. Enquanto minha irmã mais velha selava a caverna, o resto de minha família executou um feitiço que esconderia nossa linhagem. Eu e minha irmã fomos libertadas do sono mil anos depois, por uma bruxa que era de nossa linhagem. Descobrimos que nossa família foi pega e que meus sobrinhos tinham adotado outros sobrenomes. Antes o sobrenome da família era Salvatore Petrova Labonair, porém os sobrenomes passaram a ser usados separadamente.''

 

 Respirei fundo, tomando ar. Agora eu lhe contaria sobre os Mikaelson, sobre como me apaixonei por Kol Mikaelson.

 

— Conheci os Mikaelson em uma das festas deles. Tornei-me melhor amiga de Elijah e me apaixonei por Kol. Meses tento obter a atenção dele funcionou, quando eu vi já estávamos namorando e dizendo “eu te amo” um para o outro. Porém, com a família Mikaelson as coisas nunca são simples. Eu descobri o segredo da família e me distanciei por um tempo, mas logo voltei para Kol. Contudo,  as coisas acabaram quando eles machucaram alguém próximo a mim.

 

Olhei para Marcel tentando decidir ou não se daria continuidade. Eu falaria sobre Rebekah e sei que ele a ama, apesar de estar com Sofia agora. Não entendo porquê ele a ama, Rebekah é mimada e uma pessoa horrível, já Marcel é doce, um cavalheiro. Ele é muito bom para ela. Acho que é assim que eu e o Kol eramos vistos por Morgana, ele sendo o monstro e eu uma boa pessoa. Irônico.

 

— Continue!  — Marcel disse, tirando-me dos meus pensamentos. Suspirei assentindo.

 

— Minha irmã se apaixonou por Rebekah e, ao invés de Rebekah esclarecer as coisas e dizer que não gostava de minha irmã, ela a incentivou. Morgana passou meses comendo na mão de Rebekah, até o momento em que Rebekah não quis mais, até o momento em que Rebekah se apaixonou por um homem qualquer. Minha irmã ficou cega e quis vingança. Naquela época ela começou a usar arco e flecha mais frequentemente, o que eu estranhei já que fazia tempo que ela não usava. Eu não percebi, mas era Morgana tentando aliviar o ódio que sentia. Ela descobriu o segredo deles e foi atrás de sua vingança — olhei para o teto lembrando do acontecimento como se fosse ontem. — Minha família sempre juntou ingredientes e coisas que ajudassem na magia, isso incluía Carvalho Branco. Morgana pediu por Carvalho Branco para uma de minhas descendentes, Aryn. Aryn trouxe o Carvalho e Morgana fez uma estaca, então foi atrás de Rebekah. No final, eu acabei com minha irmã morta em meus braços, e logo após os Viajantes a levaram. Foi o pior Natal da minha vida.

 

Eu já não conseguia segurar as lágrimas. Deixei que elas caíssem livremente. Marcel me puxou para perto e me deixou descansar no peito dele. Levei minhas mãos até minha barriga, criando forças para continuar a história.

 

— Maya, se você quiser parar, eu entendo — Marcel disse, doce.

 

— Não, eu não posso parar — digo, limpando as lágrimas. — Depois que Morgana morreu, eu me afastei de Kol e dos Mikaelson. Eu me envolvi com um homem de boa família, Colin era seu nome. Eu não o amava, não gostava dele como eu gostava de Kol, mas ele me entendia, apesar de não saber minha história — sinto saudades de Colin, apesar de tudo. — Kol ficou com ciúmes e me confrontou. A família dele se intrometeu em nossa conversa. Nicklaus se intrometeu. Klaus tinha transformado Colin e me fez ter de observar ele confuso e com medo — doía me lembrar da expressão de Colin, doía me lembrar que ele era inocente e tinha se tornado um monstro por minha culpa. — Klaus o fez beber meu sangue. Colin estava em fase de transformação, então o sangue era muito chamativo para ele. O que eu me lembro é da dor da mordida, de não conseguir reagir. Me lembro também de ver Kol lutando para se aproximar, mas sendo impedido por Elijah e Rebekah. Porém, o que nunca vai sair da minha mente, é o sorriso frio de Klaus, aquele sorriso de quem tinha acabado de ter sua vingança.

 

Marcel me apertou mais e levou suas mãos até minha barriga, talvez temendo pelo nosso filho.

 

— Foi nesse dia que você morreu? — Marcel perguntou, hesitante.

 

Anuí. Foi um dos piores dias da minha vida, o dia em que eu morri, o dia em que, por minha culpa, uma pessoa inocente se tornou um monstro.

 

— Então eu fui ressuscitada mil anos depois com a ajuda de Kim. Eu consegui falar com meu avô, pude conhecê-lo de perto, tocá-lo, abracá-lo, contar a ele que no final ele teve uma filha — eu ri ao lembrar da reação de Silas quando eu contei tudo a ele. — E, o melhor de todos, eu fiquei grávida de Luke, o melhor presente que eu poderia ter recebido. Mas para chegar até onde estou agora, fiz muitas coisas ruins, coisas que afetaram pessoas que eu gosto.

 

Marcel me olhou confuso, apesar de confiar nele, eu prometi que não contaria para ninguém, ao não ser Kim, o que eu fiz. Eu fiz a Kim sofrer, apenas para que eu pudesse voltar. E eu coloco a culpa na Besta por essa decisão, mas sei que eu fiz essa escolha e eu vou ter de conviver com ela.

 

Lanço para Marcel um dos meus típico sorriso feliz, apenas para distrai-lo daquele assunto. Depois de eu contar sobre meu passado, Marcel e eu ficamos conversando sobre Luke (ou Davina) e sobre o passado de Marcel. Acenei para Marcel, que saia do quarto. Antes que ele fechasse a porta, Kim entrou. Eu dei um último aceno para Marcel, vendo-o sumir pelo corredor.

 

Kim fechou a porta e ficou um tempo virada para a porta até decidir me olhar. Ela fixou os olhos em minha barriga, que estava bem aparente. A vela que impedia as pessoas de ouvirem nossa conversa já tinha se apagado, mas eu não me importei, não iria revelar nada importante.

 

— Por que não me contou Maya? — Kim perguntou sem conseguir me olhar nos olhos.

 

Ótimo, agora ela estava brava comigo. Continuei deitada encarando Kim, que só conseguia olhar para minha barriga.

 

— Eu fiquei com medo de sua reação, com medo de você contar para Jared — contei. — Eu estava com medo, Kim! Eu achava impossível engravidar de um vampiro, mas veja só. Não estava preparada para ter esse filho, mas agora estou e por isso decidi contar a vocês.

 

Kim mordeu o lábio inferior e teve coragem para me encarar nos olhos. Eu dizia a verdade, no começo, quando descobri sobre Luke, eu enlouqueci, não estava preparada para isso. E enlouqueci novamente quando a ficha caiu, dias atrás. Kim respirou fundo e se aproximou, abri um espaço para ela se deitar ao meu lado.

 

— Eu ainda não acredito que você vai ter um filho — disse assim que se deitou.

 

— É, eu também não — levei minhas mãos até minha barriga. — Como estão as coisas em Mystic Falls?

 

Como estão as coisas com Jared, eu quis perguntar, mas me contive sabendo que não tinha o direito. Kim me olhou e sorriu, virando-se para o meu lado.

 

— Damon reapareceu  — contou me fazendo arregalar os olhos em surpresa. — Mas Maya as coisas não melhoraram. Tem uma nova inimiga, uma Sereia que fez Damon esquecer tudo, inclusive Elena.

 

Meu coração parou por um instante, Damon esqueceu tudo? Se eu não tivesse saído de Mystic Falls ele não teria esquecido, ele não teria esquecido. Eu teria acabado com a Sereia e libertado ele, mas eu não estava lá por Damon. Encaro Kim sentindo o peso da culpa.

 

— Damon esqueceu...? — a pergunta foi óbvia, mas eu precisava de uma afirmação.

 

Kim soltou um longo suspiro e assentiu, sem me olhar nos olhos. Ela voltou a olhar para o teto e parecia tentar achar palavras. De repente, minha preocupação com Jared se esvaiu, dando lugar a minha preocupação com Damon. E se ele estiver machucado? Ou pior, tiver machucado alguém? Tudo seria minha culpa, ele é da minha família e eu devia ter protegido-o.

 

— Sim. Mas não se preocupe, Stefan e os outros continuam a procura dele. Tenho certeza que está curtindo por ai, e que a Sereia não é tão má — Kim falou, tentando levantar meu ânimo. Quando viu que não teve sucesso, tentou mudar de assunto: — As gêmeas, Lizzie e Josie, estão ótimas. Elas cresceram mais ainda.

 

Eu tinha um certo interesse por Lizzie e Josie. As duas sifões que nasceram de uma vampira eram algo de se interessar. Por ser amiga de Caroline e de Alaric, eu pude ter acesso as duas. Lizzie e Josie me lembram eu e Morgana, como éramos antes, talvez por isso eu as amo tanto.

 

Kim ficou falando sobre como as coisas tinham mudado em Mystic Falls, sobre como as pessoas agiam normalmente. Ela também contou que Bonnie ainda continua sem magia e que Caroline e Stefan ainda estão namorando, que estão firme e fortes. Ela comentou sobre Jared estar seguindo a vida e que não pergunta mais sobre mim. Certo, essa parte me fez sentir uma pontada de culpa. Eu devia ter ligado para Jared e contado a ele sobre a gravidez, tenho certeza de que o policia ficaria ao meu lado. Mas, ao invés disso, eu escondi a verdade e agora ele seguiu em frente e provavelmente me odeia.

 

Quando deu onze horas da noite, Kim resolveu ir embora dizendo que deveria me deixar dormir. Eu não neguei, apenas assenti e observei ela sair do quarto, me deixando sozinha.

 

Saber tudo sobre o que aconteceu em Mystic Falls me machucou e agora eu me sinto culpada. Antes de ir dormir, sinto uma pontada forte no peito. Deito rapidamente soltando um grito de dor, a sensação era semelhante a sensação que eu senti quando Morgana tinha sido morta. Algo estava acontecendo com minha Morgana. Outra pontada me faz gritar de dor, agora ela vinha da minha barriga.

 

Marcel apareceu no quarto em questão de segundos. Levantei tentando chegar perto dele, antes que eu pudesse dar um passo outra pontada de dor me faz cair. Antes que eu chegasse ao chão, Marcel me amparou, pegando-me no colo. Tudo desapareceu e então a escuridão se fez presente.


Notas Finais


Maya contando tudo ao Marcel é uma coisinha preciosa. Eu estou amando muito essa amizade dos dois <3

A nossa protagonista maravilhosa fez umas coisas ruins com a Kim, o que vocês acham que foi? E vocês acham que a Maya devia ter contado a Jared sobre a gravidez?

Comentem suas opiniões e dúvidas, amo ler o que vocês tem para escrever <3

Beijocassss, amo vocêssss <3


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