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História A Bruxa Negra - Capítulo DOZE


Escrita por: sevenbanshee

Notas do Autor


Heeeeeeeeey

Como eu falei, voltei rapidinho e com esse capítulo GIGANTE, quase 7 MIL PALAVRAS. Perdão por isso gente.

Bom capítulo e LEIAM AS NOTAS FINAIS

Capítulo 14 - Capítulo DOZE


Fanfic / Fanfiction A Bruxa Negra - Capítulo DOZE

               MAYA 


 O que eu encontrei quando abri os olhos, foi diferente do que imaginei. Havia um jardim que se estendia por toda a propriedade e, mais a frente, dava para enxergar uma mansão branca. Olho para minhas roupas e noto que visto um vestido azul claríssimo, longo. O meu visual se adequou com cenário, isso quer dizer que meu cabelo está solto e, misteriosamente, eu uso um vestido agora. 


 Sigo em frente, agradecendo por estar de sapatilhas. Quando chego perto da porta, paro instantaneamente, sentindo hesitação. A Besta sussurra no meu ouvido que somos poderosas, que os Mikaelson nunca mais nos machucaram, e eu resolvo acreditar nela. Toco na maçaneta e giro-a, vendo a porta se abrir. 


 Não há ninguém me esperando na sala de estar, mesmo eu sabendo que isso seria possível. Apesar de não haver ninguém lá, a melodia vindo de um dos cômodos, me indica onde eles estão. Caminho lentamente até a sala e entro nela, sem tirar a atenção dos Mikaelson de Elijah, que toca lindamente. Enquanto não sou notada, observo cada um deles. Freya, a irmã perdida, estava ao lado de Rebekah, e olha para seu irmão com um sorriso. Rebekah, a mulher por quem eu nutro ódio por todos esses anos, segura as mãos de Kol, apreciando a música. Ela não mudou nada, apesar de que parece mais bonita, e, definitivamente, mais madura. Paro de olhá-la e passo a observar Elijah. Ele toca com concentração, veste o seu típico terno e parece o mesmo bom e nobre homem de sempre. E então chega a vez de Kol. Meu amado usa roupas normais e tem na mão esquerda, a mão que Rebekah não segura, uma garrafa com algo dentro. 


 Quando Elijah para, seus irmãos batem palmas. Após as palmas cessarem, sinto que é minha vez de parabenizar o show que Elijah proporcionou. Bato palmas e logo os Mikaelson se viram em minha direção. Cada um tem uma reação diferente: Freya reage com confusão, Rebekah com surpresa, Elijah fica sério e Kol reage com culpa nos olhos. Ando em passos curtos até eles, parando de bater palmas.


 — Foi lindo, Eli, como sempre — digo, exibindo um sorriso irônico. — Sentiram minha falta? 


 A pergunta fez Rebekah levantar. Ela ainda exibia a expressão surpresa, mas agora misturada com preocupação que era direcionada a Kol.


 — Como você está aqui? — perguntou, sem tirar os olhos de mim.


 — Eu não estou. Sou só sua imaginação, usando essa aparência, a aparência de alguém que você traiu. Mas, ao mesmo tempo, a aparência de alguém idêntico a uma pessoa que você amou — falei, séria. Por um momento eu vi a dúvida passar pelos olhos de Rebekah, como se o que eu disse pudesse ser uma possibilidade. A dúvida sumiu quando eu dei uma gargalhada. — Estou brincando! Sou eu mesmo, em carne, osso, vida e beleza. Acontece que eu fui ressuscitada e desde então eu venho procurando por vocês, devo dizer que não foi nada fácil.  


Elijah levanta-se do banco preto e arruma seu terno, o deixando mais impecável. Ele caminha em minha direção, parando ao lado de Rebekah.


 — É bom te ver, Maya — diz, como se aquilo fosse realmente verdade.


 — A recíproca não é mútua — lhe lancei um sorriso fraco. — Na verdade, eu preferia não ver nenhum de vocês, mas acho que vocês tem algo que me pertence. 


 Elijah ajeitou a postura, me dizendo que ele sabia exatamente do que eu falava. Rebekah e Kol me olharam confusos, e tudo o que eu fiz foi sorrir.


 — Quem é você? — indagou Freya. 


 Freya é bonita, a beleza dos Mikaelson. O cabelo loiro e as características faciais foram puxadas de Esther e Mikael, definitivamente. Ninguém poderia negar que Freya é uma Mikaelson, ela tem o brilho deles e a força; porém também  deve ter a maldade dessa família.


 Me aproximei dela e estendi a mão, Freya me cumprimentou meio hesitante. Assim que o cumprimento acabou, sorri quase que gentilmente.


 — É um prazer te conhecer, Freya Mikaelson — falei. — Eu sou Maya Petrova, uma antiga conhecida de seus irmãos.


 O sobrenome Petrova causou impacto nos Mikaelson. Eu decidi que estou cansada de esconder quem sou, não é como se depois de ter minha familia de volta, eu volte a conviver com essa família amaldiçoada. 


 Kol se levanta e aproxima-se. Dou um passo pra trás, amaldiçoando-me por mostrar fraqueza. Ele para ao perceber que não quero proximidade, e então é a vez de Rebekah aproximar-se. Quando ela está bem próxima de mim, eu dou um passo à frente, mostrando que não a temo.


 — Maya Petrova? O que aconteceu com Maya Hathaway? — Rebekah indagou e eu dei de ombros, afastando-me e observando a sala. 


 — Nunca existiu uma Maya Hathaway, era só um sobrenome para ocultar minhas verdadeiras origens. Oh, Morgana também não é uma Hathaway, é claro — acrescentei, encarando fixamente Rebekah. 


 Freya encarava-me como se eu fosse uma ameaça, a bruxa é esperta. Kol aproximou-se novamente e, desta vez, eu não recuei. Ele tocou meu rosto, como se quisesse confirmar que sou real.


 — Maya — ele murmurou e, por um minuto, a Besta se afastou.


 Encostei minha mão na sua, acariciando-a por breves segundos. De repente a Besta voltou furiosa, mandando imagens do dia que Morgana foi morta, do dia em que eu fui morta. Mostrou-me que Kol não fez nada para impedir os irmãos. Agarrei sua mão, encarando seus olhos vendo a surpresa passar por eles. Todos estavam surpresos, talvez pela coloração amarelada que meus olhos tomaram. 


 — Nunca mais encoste sua mão em mim, Kol Mikaelson — rosnei, empurrando a mão dele e me afastando. — Não tenho tempo para ficar contando a história da minha vida, estou aqui para negociar.


 Elijah suspirou e sentou-se em uma das poltronas. Ele pegou a garrafa de Bourbon que estava em cima da mesa de vidro. Olha em minha direção e depois olha na direção de uma poltrona vermelha. Ando até a poltrona e me sento, cruzando as pernas. 


 — Quer algo para tomar, senhorita Petrova? — pergunta, eu assinto. — Claro, aceito um pouco de Bourbon — Elijah pega um dos copos e enche, entregando-o pra mim em seguida. — Deve ser surpreendente estar em frente a uma Petrova, não? Quero dizer, você já se apaixonou por duas se eu bem me lembro, Tatia e Katarina — inclino-me para frente. — E vamos confessar, você chegou a ter uma quedinha por Elena, certo? Oh, Elijah, você não aprende e sempre é atraído a uma Petrova, me lembre de te manter longe da minha irmã mais velha. 


 Tomo um gole da bebida, exibindo um sorriso maldoso. Nesse momento, eu sinto como Katherine se sentia, é incrível estar no poder. Elijah deixa seu copo na mesa de vidro e me encara, sério.


 — Perdoe-me, acabei fugindo do assunto — me desculpei, sorrindo irônica. — Eu quero minha família e, aparentemente, você é o único que sabe onde eles estão.


 — Eu não sei sua localização  — Elijah foi rápido ao responder. — Nicklaus não me contou onde a bruxa estava, ele apenas disse que sua família estava longe. 


 Respiro fundo, tentando me manter calma. Aperto o copo, olhando fixamente para o Original. Logo desvio o olhar para Kol, que parecia confuso, igual as outras duas Mikaelson. Encaro Rebekah, com um sorriso contido.


 — Lembra daquele dia triste, o dia em que Morgana morreu? Então, após eu ir embora, Klaus perseguiu os Viajantes e pegou o corpo da minha irmã de volta, pegando um dos Viajantes também. Klaus torturou o Viajante e descobriu que eles estavam com o rosto de minha família, e então ele pegou os corpos de minha família. Uma bruxa Gemini ressuscitou Morgana e a colocou em um Mundo Prisão — expliquei. — Resumindo, minha família, a quem eu não vejo a muitos séculos, está viva e bem, e eu os quero de volta.


 A expressão surpresa de Rebekah me deu nojo, como ela podia ser tão falsa?


 — Morgana está viva? — indaga Rebekah, me fazendo revirar os olhos. — Está, e quando eu a libertar ela vai ter sua vingança — digo. — Bem, eu acho bom a gente chegar a um acordo ou, quando eu acordar, vou matar a última lobisomem Malraux e vou levar o veneno que Hayley tirou dela embora. 


Elijah suspirou, olhando seus irmãos. Kol ainda me olhava como se não acreditasse que estou aqui, ele parecia querer se aproximar e perguntar um milhão de coisas.


 — Vamos para o jardim, Maya, tenho certeza que chegaremos a um acordo — concordo, levantando. 


 Sigo Elijah até o jardim. A grama era bem aparada e verde, como se alguém cuidasse diariamente. Apesar de saber que era tudo uma grande ilusão, seria bom viver em um lugar calmo e tranquilo assim. Elijah anda calmamente e, mesmo com o dia quente, ele não abandona o terno. 


 — Faz muito tempo que não andamos juntos, Maya.


 — Desde que você deixou seu irmão psicopata matar minha irmã — digo, com um sorriso. — Mas não estou aqui para relembrar o passado. Quero a minha família de volta tanto quanto Hayley quer a dela, por isso ofereço um acordo: eu ajudo vocês a salvar Klaus e, em troca, você terá que convencê-lo a me levar até a bruxa que mantém minha família no Mundo Prisão.


 Elijah me escuta atentamente, e quando eu paro de falar, ele suspira e para de caminhar.


 — Tudo bem, mas você tem que manter Morgana longe de Rebekah — diz sério. — E você tem que ficar longe de Kol, ele não precisa de você mais, não precisa sofrer mais.


 O que ele falou de Kol realmente me afetou. A minha história com o Original é complicada e algo que eu amaria esquecer, mas sei que nem eu e nem a maldita Besta, iremos esquecer. (In)felizmente nos amamos ele. Mordi meu lábio inferior e cruzei os braços. Olhei no fundo dos olhos de Elijah, vendo ali, bem lá no fundo, que meu melhor amigo ainda existia.


 — Por que você me traiu, Elijah? — perguntei, me arrependendo em seguida. — Não, não me responda! Eu sei que foi pelo amor por sua família, por amor pelo bastado do Klaus. Talvez fosse por amor até por Kol, mas não por amor a mim. Então sim, eu aceito ficar longe de sua família, mas não vou prometer nada por Morgana. Se ela quiser sua vingança, ela terá, e eu vou amar ver Rebekah morta.


 Me aproximei, nervosa, cada vez mais próximo a ele. Elijah me encarou como se eu fosse uma ameaça, talvez por meus olhos terem se tornado amarelos. Me afastei, controlando meu impulso de estraçalhar Elijah com minhas garras. Dou meia volta e caminho, em passos rápidos, até a casa. 


 Após entrar na casa, encontro toda a família na sala de estar. Gargalho, respirando fundo, aquela família era que nem mosquito, estava em todos os lugares. Ouço Elijah entrar e abro um sorriso provocador.


 — Eu e o nobre Elijah, fizemos um acordo — conto, olhando Elijah. — Eu ajudo vocês a resgataram Nicklaus, e ele me levará até minha família. O acordo inclue Morgana ficar longe de Rebekah, mas sabemos que isso não vai acontecer, então eu terei de ficar longe de Kol, porque, pelas palavras de Elijah, ele não precisa sofrer mais e não precisa de mim — Kol encara Elijah, sem acreditar. Antes que qualquer um dos dois comentasse algo, eu continuo: —  Mas eu vou acrescentar algo mais, estou me sentindo um pouco injustiçada. Eu quero ajuda para matar Marcel Gerard. 


 A expressão surpresa de Rebekah me fez sorrir. Ela se lançou para frente, encarando-me com raiva.


 — Por que você quer acabar com a minha vida?! Eu não te matei, eu não matei Mogana! Então fica longe de Marcel! — e lá estava a Rebekah que eu conheço e odeio. 


 — Isso não se trata de você Rebekah, se trata de mim! — retruquei. — Marcel tirou uma coisa de mim, como todos parecem fazer. Porém ele ultrapassou todos os limites e vai pagar por isso — me viro para Elijah. — Temos um acordo? 


 Antes que Elijah respondesse, Freya tomou a frente e assentiu. 


 — Sim. Elijah precisamos de proteção contra Marcel, e o melhor jeito de garantir proteção a nossa família é matando ele — certo, Freya virou minha Original favorita. 


 Antes que Elijah pudesse falar algo, sinto uma dor terrível no braço e, ao olhar para ele, vejo que está quebrado. Solto um gemido baixo, caindo de joelhos no chão.


 — Desgraçada! — berro. Seguro meu braço e o coloco no lugar, soltando um pequeno gemido. — Essa foi o jeito sutil de Hayley dizer que eu tenho que ir. Vejo vocês no mundo real. 


 Fecho os olhos e quando os abro, encontro Hayley me encarando. Lanço para ela um sorriso ladino, ajeitando minhas roupas. Hayley vai até o caixão de Freya e o abre, então injeta uma agulha no peito dela. Freya acorda agitada, ela olha para Hayley e depois olha Keelin. 


 — Freya! — Hayley murmura, abraçando-a. — Você está bem? — Freya assente e olha para mim, logo desviando o olhar para a híbrida.


 — Você tem todos os ingredientes? — indaga, Hayley anuí. — Então vamos começar, Elijah e Kol não tem muito tempo. 


 Enquanto Freya ajustava a posição das velas e dos frascos com o veneno das alcateias, eu encarava o caixão aberto de Kol, me lembrando do acordo. Ouço o que Freya fala sobre o feitiço, e me aproximo.


 — Sabe Freya, você é a minha Mikaelson favorita, por isso vou te ajudar — digo, encarando as duas. — Hayley, temos companhia, vá que eu cuido daqui — a híbrida assentiu, mesmo que um pouco hesitante, e foi. — Certo, me canalize e vamos curar seus irmãos.


 Freya anuiu e agarrou minha mão. Ela entra no círculo e ajoelha, sentando sobre seus pés. Entro no círculo também e fecho os olhos, ouvido-a recitar o feitiço.


 Alguns minutos depois, consigo ouvir Keelin se contorcendo e também consigo ouvir ela tentando afastar o vampiro. Se aquele barulho já me desconcentrava, imagino que desconcentra Freya também.


 — Ei! Cala a boca — rosno para o vampiro e ergo a mão, fazendo a traqueia dele sair do corpo. O vampiro cai no chão, morto e então olho para Keelin. — Se você tentar escapar eu vou te fazer comer a traqueia dele, então fica quieta. 


 Keelin me olhou assustada. Apenas fechei os olhos, voltando a me concentrar. Poucos minutos depois, Freya parou de recitar o feitiço e eu abri os olhos, vendo que já estava pronto. A Mikaelson pegou o objeto que continha o líquido vermelho e foi até o caixão de Elijah. Freya puxou a manga dele e afundou a mão na bacia de madeira e passou a cura na mordida. Após ter espalhado em toda a região, ela segue até o caixão de Kol e faz o mesmo. Elijah foi o primeiro acordar. Ele abriu os olhos e respirou fundo, olhando para os lados. 


 — Ela está cuidando dos invasores. É só seguir o som de ossos quebrando que você a encontra — digo, referindo-me a Hayley.


 Elijah balançou a cabeça como se estivesse grato e correu, sumindo em poucos segundos. Kol abriu os olhos e levantou-se, tomando ar. Não me controlo e caminho até ele, porém paro antes de tocá-lo. O Original parece faminto, os olhos tornando-se pretos e voltado ao normal. Em um movimento arriscado, me aproximo e estico o pulso. 


 — Beba — digo. Kol me encara  nega. — Pode beber Kol, mas não conte a Elijah, ele não vai gostar de me ver perto do irmãozinho dele. 


 Kol me olhou e eu fiz o mesmo. Se controla Maya, você não pode se envolver com ele novamente. Antes que eu falasse algo, ele pega meu pulso e o morde, sugando o sangue. Jogo a cabeça pra trás,  sentindo uma estranha sensação de prazer. 


 Kol estava sugando demais, porém eu não me importava. O Original para e afasta meu braço, limpando a boca com as costas das mãos. Passo a minha mão no canto da boca dele, limpando o resquício de sangue que faltava. Pude ouvir Elijah chegando, então me afastei e abaixei a manga de minha camisa, tentando esconder a marca da mordida que ainda não tinha curado. Hayley estava coberta apenas pelo terno de Elijah. O Original olhou para o irmão e depois olhou para mim, um tanto desconfiado. 


 — Eu cumpri minha parte do trato Hayley, ajudei Freya a libertar os Mikaelson — digo, apenas para garantir que eles entendessem que consigo manter minha palavra. — Agora acho melhor irmos salvar Nicklaus, porém temos que fazer uma parada antes, certo? Os vampiros tem de se alimentar e você Freya, tem de se alimentar também, gastou muita magia ali.


 Tudo bem, eu posso estar parecendo uma mãe preocupada, mas eu precisava dos Mikaelson no auge de seus poderes. Kol e Rebekah estão famintos, apesar de eu ter dado um pouco do meu sangue para Kol. Elijah também deve estar, contudo sabe controlar bem sua fome. E por fim tem Freya, por ser humana ela necessita de comida.


 — Quem você realmente é? — perguntou Freya, e eu a encarei confusa. — Quando eu estava te canalizando, senti um poder incomum; poderoso. 


 Balancei a cabeça. Eu ia negar em passar-lhe informações, mas todos pareciam querer saber sobre meu passado, inclusive Kol. Respirei fundo, revirando os olhos. Com um sorriso contido, puxo a barra da camisa para cima, tirando-a. Virei e mostrei minha marca, sentindo a surpresa de todos. Coloquei a camisa novamente e virei para eles.


 — Sou Maya Labonair Salvatore Petrova e, no momento, sou aliada de vocês, mas a partir do momento em que eu resgatar minha família, nossa "amizade" não vai se manter tão firme — respondi. — É tudo o que vou dizer por enquanto, mas eu lhes digo apenas mais uma coisa: quando vocês descobrirem minha verdadeira origem, tenho certeza que iremos de amigos para inimigos. Podemos ir agora?


 [...]


 No meio do caminho interceptamos um ônibus cheio de presos, um banquete para os três irmãos Mikaelson. Os humanos corriam para a floresta, em uma tentativa inútil de se salvar, e Kol aguardava um tempo antes de ir caçá-los. Ele parece um tanto descontrolado, como se o Kol psicopata que cometia atos horríveis para chamar a atenção da família tivesse voltado. Eu gosto desse Kol.


 Kol surgiu sujo de sangue, enquanto os Mikaelson decidiam o plano para libertar Klaus. Kol queria sumir do mapa por uns tempos, mas Hayley parecia querer salvar logo o pai de sua filha. Elijah decidiu, falando sobre salvar seu irmão mesmo que tivesse de queimar a cidade toda. 


Quando todos tinham se alimentado, seguimos para uma lanchonete local, era hora de Freya se alimentar. A lanchonete estava vazia, facilitando pra nós. Os Mikaelson sentaram-se no fundo, enquanto eu me levantei para pedir algo pra comer. Havia duas pessoas, a gerente e o cozinheiro. Parei em frente ao balcão, sorrindo para a gerente.


 — Eu vou querer batatas fritas, muitas panquecas, torta de chocolate, suco de laranja e um hambúrguer caprichado — pedi. A garçonete anotou o pedido e me olhou. 


 — Não tem torta de chocolate no menu, geralmente servimos aos domingos — explicou, me fazendo revirar os olhos. 


 — Eu quero torta de chocolate e vou ter minha torta! — afirmei, já começando a ficar estressada.


 — Moça, não há torta de chocolate no menu e o nosso cozinheiro não irá fazer — ela disse, também se estressando. — Agora vai se sentar e esperar os ped...


 Antes que ela terminasse, balancei a mão vendo-a cair e ter uma convulsão no chão, segundos depois a gerente estava morta. Olhei para o cozinheiro, que assistia tudo assustado e incrédulo. Ele usava um uniforme e preso ao uniforme havia uma plaquinha com o nome dele. 


 — Certo, Beni, você vai fazer minha torta ou vai acabar que nem a nossa querida amiga aqui? — apontei para a gerente, que tinha os olhos vidrados no teto e a boca espulmando. O cozinheiro concordou, apressado. — Ah, eu vou querer com bastante chocolate. 


 Voltei a mesa onde Keelin me encarava incrédula e Elijah demonstrava um pouco (coloca pouco nisso) de preocupação. 


 — Você simplesmente matou a mulher — falou a Malraux, ainda surpresa com o que tinha acontecido. 


 — Sim. Ela não me deu a torta que pedi, foi grosseira e isso me irritou — disse, fazendo pouco caso. — Mas, se vai te fazer dormir melhor à noite, ela não era a gerente, era uma ladra que tinha uma arma embaixo do balcão. Eu fiz um favor ao cozinheiro — acrescentei.


 Kol aproximou-se, ficando bem próximo de mim. Ele aproveitou o momento em que Elijah conversava com Hayley e sussurrou:


 — Ela não era uma ladra, é uma estudante.


 — Eu sei — ele sorriu e eu me virei para frente.


  Quando eu conversava com a gerente, percebi os livros embaixo do balcão, junto da mochila. Eu só disse que ela era uma ladra para acalmar os nervos de Keelin, ninguém precisaria de uma lobisomem dando ataque.


 Beni trouxe meu suco e café, ele parecia agitado e tremia muito. Toquei na mão dele e olhei fixamente em seus olhos, exibindo um sorriso gentil.


 — Respire fundo e tenha calma, eu não vou te fazer mal — digo, sem desviar meus olhos dos dele. — Agora vá preparar as panquecas para a nossa colega Freya, ela está a anos sem comer e precisa de um café da manhã saudável. E eu também vou querer o hambúrguer e a torta. Não demore, okay Beni? 


 O homem assentiu, completamente disposto a fazer o que eu queria. Ele se virou e caminhou calmamente até a cozinha. A meses atrás eu criei alguns feitiços, um deles é um tipo de compulsão, quase tão poderosa quanto a dos vampiros. Eu usava minha magia e meu charme para convencer as pessoas a fazerem os meus desejos. Claro que o feitiço não dura tanto, no máximo uma hora. Quando o efeito passar, Beni voltará a ter medo. 


 Quando o cozinheiro retornou com as panquecas, o hambúrguer e a torta - caprichada no chocolate -, eu o agradeci e disse para ele ir limpar minha bagunça. Acontece que a gerente tem muito sangue no corpo, e fez uma bagunça danada na lanchonete. 


 Comi calmamente, aproveitando o hambúrguer. Freya conseguiu comer todas as panquecas e parecia querer mais, então, generosamente, ofereci-lhe metade da minha torta, a qual ela aceitou. Quando terminei de comer a torta, chamei Beni, que já estava com medo novamente. 


 — Beni, você foi um ótimo cozinheiro, obrigada por isso — encostei minha mão no ombro do rapaz, que tremeu diante o toque. — Agora eu preciso que você sirva o meu amigo, ele parece estar com fome. Pode fazer isso por mim, querido?


 O cozinheiro concordou, hesitante. O empurrei para perto de Kol que prontamente o agarrou e mordeu seu pescoço. Alguns segundos depois, Kol largou o corpo mole de Beni no chão. Tirei uns dólares do meu bolso e ri com a ironia, no final ninguém iria pegar meu dinheiro. Deixei as notas na mesa e me levantei, seguindo os Mikaelson até a saída do local.



 Horas mais tarde, quando deu meio-dia, chegamos em New Orleans. Rebekah parecia estar contente por estar em casa, mas não era toda a família que dividia o sentimento. Falei para Hayley estacionar na hospedaria de Layla, era hora e reencontrar uma velha amiga. Desci do meu carro (sim, eu tinha voltado ao bar para pegá-lo) e segui até a porta, abrindo-a e passando pela porta. Layla surgiu no corredor, surpresa por me ver. 


 — Maya! — a felicidade era explícita no rosto dela. A bruxa correu na minha direção e me envolveu em um dos seus abraços super apertados. — Quanto tempo não te vejo, desde que... — a cortei com um olhar, como se disesse que aquele não era um assunto que eu estava pronta para falar.


 — É, desde que eu saí dessa cidade miserável — completei. — Agora faça o favor de convidar eles para entrarem, é falta de educação deixar pessoas esperando na porta.


 Layla encarou os Mikaelson receosa, provavelmente porquê sabia quem eles eram. Porém a bruxa logo abriu um sorriso acolhedor e os convidou para entrar. Freya puxava Keelin pela algemas, a lobisomem parecia cansada. 


 — Pode colocar sua... amiga lá em cima — Layla indicou as escadas com a cabeça, sorrindo falsamente para Freya. Quando as duas mulheres desapareceram no andar de cima, Layla virou-se na minha direção. — Venham, vamos tomar um chá.


 Segui a bruxa até a sala de estar. Reparando bem, percebi que o local não tinha mudado tanto, Layla só tinha dado uma decorada básica. A dona da hospedaria serviu chá para todos, mas ninguém aceitou e então ela bebeu sozinha. Quando terminou sua segunda xícara de chá, ela pousou o objeto na mesa de vidro e respirou fundo antes de falar: 


 — Marcel tem te procurado, Maya — olhei rapidamente para Kol, que pareceu confuso com o assunto. — Ele seguiu a trilha de corpos de vampiros a sua procura. Maggie também te procurou, ela até recorreu a magia, mas não deu em nada. 


 — Margarete vai pagar por ter me traído, assim como Marcel — garanti, vendo a tristeza passar nos olhos dela. Inclinei meu corpo para frente, encarando-a. — Você já conseguiu achá-los? Ou conseguiu pistas sobre Josh e Gabriel? 


 A pergunta saiu tão esperançosa, que eu não me reconheci. Layla se acomodou na poltrona, negando com a cabeça, com o semblante triste.


 — Não, sinto muito. 


 Aquelas desculpas não soaram tão sinceras. Freya surgiu na sala me fazendo retornar a realidade. Levantei rapidamente, sabendo que era hora de ir. 


 — Temos de ir, fique de olho na garota por mim — pedi. — Quando eu voltar, se tudo der certo, você não precisará mais procura-los.


 Layla pareceu temerosa com o que aquilo poderia significar, mas permaneceu quieta. Acenei e fui até a porta de entrada, sendo acompanhada pelos Mikaelson. Passamos pela porta, sob os olhares culpados de Layla.


 O Rousseau's, bar que Josh administrava, estava fechado por conta de sua saída. Entramos facilmente no local, e ali repassamos o plano. Kol ficaria no bar, caso alguém aparecesse. Rebekah teria de distrair Marcel, enquanto eu, Freya, Elijah e Hayley iríamos salvar Klaus. E então todos nós nos encontrariamos em um ponto na floresta, no tubo de drenagem, a entrada do túnel.


 Assim que Rebekah saiu, entramos no subterrâneo, onde Klaus está. Percorremos o túnel até chegar na masmorra. 


  — Nicklaus, irmão! — Elijah exclamou, encarando seu irmão mais novo.


 — Deixe-me — Freya estendeu a mão, abrindo o portão de ferro.   


 Elijah foi até o irmão, mas foi parado por uma Barreira. Freya estendeu a mão, tocando na Barreira. Encarei o ciclo em volta de Klaus, que estava acabado. Ele está caído com a lâmina de Papa Tunde no peito. Eu quase ri com a visão, mas me segurei. 


— O feitiço é forte. Foi fortalecido com o tempo, o que quer dizer que vai demorar para quebrá-lo — Freya explicou. Elijah balançou a cabeça. 


 — Não temos tempo, Freya — a Original assentiu. 


 — Eu posso tentar na força bruta. Sobrecarrega-lo. Mas vou precisar canalizar alguém. 


 Hayley avançou. Observei a cena entediada. Marcel chegaria em pouco tempo, dúvido que Rebekah conseguirá segurá-lo.


 — Eu faço isso — a híbrida disse, decidida. — Elijah, você vigia. E Maya você...


 — Eu cuido dos vampiros que estão vindo — interrompi-a.  Hayley anuiu e deu sua mão para Freya. A bruxa Original começou a recitar o feitiço.


 Segui para fora da masmorra, percorrendo o túnel. Já era possível ver os vampiros, que estavam em pequeno número. A minha paciência era zero para brigar, então apenas estendi a mão e em poucos segundos os vampiros caíram no chão. Sentei, aguardando mais vampiros virem. 


 Os vampiros que eu esperei não vieram, aparentemente os vampiros que eu matei em segundos eram os protetores de Nicklaus. Patético. Porém, Elijah tinha passado por mim, para ir brigar com Marcel no pátio do Abattoir. Me concentrei ouvindo a briga. Marcel ganhava, apesar de que Elijah ser um ótimo lutador também. Porém, ao invés de Marcel acabar logo com o Original, ele ficou falando sobre seus sentimentos e sobre baboseiras assim. 


Quando Hayley passou por mim, levantei rapidamente e segui o túnel. Freya parecia estar em dificuldade, então toquei em seu ombro e pedi para que se afastasse e descansasse. Me aproximei da Barreira e fechei os olhos, começando a recitar o feitiço: 


 — Apne en vrata. Apne en vrata.


 A Barreira cedia, mas era muito, eu não ia conseguir aguentar por muito tempo. Olhei Freya, enquanto tentava manter a força. Ela chamava Klaus, mas ele parecia não ter força. Fechei os olhos e quando os abri, senti a minha parte lupina me dar forças. 


 — Klaus, acorda! — gritei, mantendo a Barreira aberta.


 Demorou alguns segundos até Klaus tirar a lâmina de dentro de si. Ele me olhou e sorriu, apenas balancei a cabeça. O híbrido saiu da barreira e eu parei de recitar o feitiço, respirando fundo. 


 — Klaus — Freya disse, puxando o irmão para um abraço. O Original abraçou-a, permitindo relaxar por um segundo.


 — Certo, amor de irmãos é incrível e tudo mais, porém Hayley não vai segurar Marcel por muito tempo, então é melhor vocês irem — aconselhei.


 — E você Maya? — Freya perguntou. 


 — Eu vou pegar Keelin na hospedaria e encontro vocês no ponto de encontro. Prometo — garanti, vendo-a balançar a cabeça meio duvidosa. 


Assim que os dois irmãos desapareceram no túnel, eu saí daquele local e corri até o Rousseau's. Passei pelas portas e percorri as ruas com rapidez. Cheguei na hospedaria e já abri a porta, indo até o andar de cima. 


 Keelin permanecia amarrada e tentava se soltar a todo custo. Ela parou imediatamente quando percebeu minha presença. Lhe lancei um sorriso, encostando no batente da porta.


 — Você poderia ter se soltado das cordas, mas não sairia do quarto — ela me olhou, confusa. — Eu coloquei um feitiço de fronteira no quarto. Resumindo você não conseguiria sair daqui. 


 Caminhei em direção a ela e puxei a corda, fazendo-a arrebentar. Agarrei o braço de Keelin e a puxei para cima. Arrastei-a até o andar debaixo, onde Layla nos esperava. 


 — Onde você vai, Maya? — indagou a bruxa. 


 Eu tinha uma teoria, uma das boas. Layla não havia achado os gêmeos porquê ela está com Marcel, assim como Margarete. O vampiro a tinha convencido de alguma forma, e agora ela iria avisá-lo sobre minha localização. 


 — Floresta. Vou encontrar os Mikaelson lá, no tubo de drenagem onde o túnel começa — digo, querendo que ela avise a Marcel. — Obrigada por cuidar dela, tchau Layla — acenei, abrindo a porta. 


Empurrei Keelin para fora e fechei a porta. Passávamos pelo túnel quando comecei a ouvir vozes. Marcel já tinha chegado. Klaus pedia para ele deixar a família ir, prometendo não voltar a cidade. Marcel estava pra ceder, eu sinto, quando eu saí do túnel. 


 — Desistindo tão fácil, Klaus? Achei que você fosse o Rei de New Orleans — comentei, vendo Marcel me olhar surpreso. — Olá, querido. 


 Joguei Keelin para Freya, que a agarrou rapidamente. Me aproximei de Marcel, ficando a poucos centímetros de seu rosto. 


 — Maya — disse apenas, erguendo o braço para me tocar. Agarrei o braço dele antes que chegasse ao meu rosto.


 — Nada de Maya — digo, virando seu braço, quebrando-o. Foi eu fazer esse simples "gesto" que um exército surgiu. Os Mikaelson assumiram uma posição de ataque prontos para lutar, porém eu os impedi: — Não, essa é a minha vingança. Eli, eu nunca quis que você me ajudasse a matar Marcel, eu não o quero morto, eu só queria ter uma oportunidade como está — falei, abrindo um sorriso feliz.


 Fechei os olhos e estendi ambas as mãos, de repente tudo ficou silêncio. O talismã em meu peito flutuou, e eu soube que era hora de usar um pouco de seu poder. A onda de poder, energia, passou pelo meu corpo e eu me senti como não me sentia a muito tempo: totalmente capaz. Assim que elevei as mãos e logo pressionei-a para baixo, abri os olhos podendo contemplar todos os vampiros caindo, mortos. 


 Os sobreviventes eram aqueles que eu iria me vingar. Entre eles estavam Marcel - é claro -, Vincent, Sofya, Margarete, Gabriel - que surpreendentemente estava ali - e Layla, como previsto. Encarei Marcel que olhava ao redor, observando seus vampiros mortos.


 — Oh, querido, você os matou. Você sabia que eu queria vingança e sabia que eu estava aqui, Layla te avisou. Você sabia de tudo e mesmo assim deixou seus vampiros virem me enfrentar. Foi um suicídio grupal — gargalhei. — Agora eu vou te deixar "cego", pra você não me ver matando seus amigos — avisei. Eu não iria deixá-lo cego realmente, apenas iria desaparecer. — Invisique


 Marcel começou a me procurar, enquanto eu andava silenciosamente a sua volta, passando por seus amigos sem ninguém saber. Vincent e Gabriel  fecharam os olhos e começaram  a recitar um feitiço que me faria voltar a ficar visível: 


 — Phasmatos Ocul... — antes que ele terminasse, mordi seu pescoço vendo-o gritar em surpresa e cair, desmaiado. Isso fez Gabriel parar de recitar, olhando assustado para o amigo no chão. 


 Me aproximei do garoto, enquanto Marcel dava seu sangue a Vincent, para curá-lo. Apenas agarrei seus braços e o lancei longe, vendo o corpo dele se perder na floresta. Sofya correu atrás do bruxo. Nesse meio tempo, dei um soco com força no rosto de Layla, que caiu desacordada. Apesar de ter me traído ela não é uma má pessoa. 


 Finalmente chegou a vez de Margarete, que estava encolhida com medo. Me aproximei dela, colando minha boca em seu ouvido. 


 — Não deveria ter traído sua família, Maggie — enfiei minhas garras em sua barriga e, com minha própria força levantei seu corpo jogando-o longe. Marcel correu até minha descendente e mordeu o pulso, dando-lhe seu sangue. Sofya saiu da floresta com o corpo de Gabriel nos braços, ela depositou o menino perto de Vincent e levantou-se alerta. Me aproximei dela e passei meu braço por seu pescoço, trazendo-a para perto e reaparecendo. 


— Como é se sentir impotente, Marcel? Oh, espere, não me responda. A sensação é horrível e vai piorar — Marcel me olhou, demonstrando arrependimento. 


 — Maya, por favor... 


 — Isso, implora! Implora, mas isso não me fará parar. Marcel você tirou a minha única felicidade, você me trouxe a minha maior dor — digo, sentindo vontade de chorar. Marcel me olha, tentando se aproximar. — E agora eu vou te tirar algo — falo e no mesmo instante mordo o ombro de Sofya, vendo-a gemer de dor.


 Empurro o corpo da vampira para Marcel, que a segura. Ele segura Sofya em seus braços de forma protetora e, pelo canto do olho, vejo como isso afeta Rebekah. Marcel encara Klaus, esperançoso. 


 — Se você curá-la, vocês poderão ir — disse. Klaus estava pronto para caminhar até eles quando eu gargalhei, fazendo os dois me olharem. 


 — Eu sou uma lobisomem de dois mil anos, nasci antes de Klaus e antes desses novos lobisomens — expliquei com um sorriso vitorioso. — Apenas meu sangue irá curá-la e você sabe que não vai me convencer a dar meu sangue de graça.


 Marcel rosnou, deixando o corpo de Sofya no chão e avançando. Antes que eu o pare, Kol entra na minha frente, fazendo o vampiro parar. O Original tinha as presas à mostra, em uma ameaça silenciosa. Marcel percebeu que se ele mordesse Kol, teria que parar o resto dos Mikaelson, e então parou e me encarou. 


 — O que você quer? — indagou, como se já não soubesse a resposta.


 — Eu quero meus filhos de volta — respondi, vendo Kol me encarar surpreso. — Sofya tem dois dias, o meu veneno age diferente dos outros. Ele age lentamente enfraquecendo e matando-a aos poucos. Me encontre onde nos conhecemos, daqui 35 horas e tenha Lola e Luke — exigi, segurando o braço de Kol. — Não se atrase, Marcel.  


[...] 


 EM ALGUM LUGAR NOS ESTADOS UNIDOS. CASA SEGURA DE HAYLEY


 Era de noite quando chegamos na casa de Hayley. O local era grande e muito parecido com o Plano Astral em que os Mikaelson se encontravam antes. Hayley levou Klaus imediatamente até o quarto de Hope. Freya levou Keelin até um celeiro que havia na propriedade e, enquanto isso, eu e os Mikaelson ficamos na sala de estar. 


 Sentei no sofá, respirando fundo. O dia tinha sido longo, mas produtivo. Marcel me daria Lola e Luke e em troca eu lhe daria meu sangue. No fim, os dois sairiam ganhando. Kol parou em minha frente e me encarou, querendo respostas. Rebekah me olhou do mesmo modo.


 — Quem é o pai? — Kol indagou, claramente se referindo aos meus filhos. 


 — Me desculpa, mas não vou revelar isso.


 — Por Deus, Maya! Quase morremos por sua culpa, o mínimo que você pode fazer é nos dar respostas — Rebekah exclamou, nervosa. — Por que Marcel saberia onde seus filhos são? 


Um riso sarcástico escapou de Klaus, que se aproximava com Hayley. Ele tinha a aparência abatida e necessitava de muito sono. 


 — Porque ele é o pai — o bastardo falou, respondendo Kol e Rebekah.


 Kol, o único que a Besta gosta, o homem por quem me apaixonei, me olhou como se tivesse sido traído. Já Rebekah parecia ferida, apesar de esconder as emoções. Olhei para Kol, me importando com apenas sua opinião.


 — O que? Como? — Hayley perguntou.


 — Olha eu fiquei com Marcel Gerard uma vez, ele tinha acabado de me salvar e então rolou! — expliquei, encarando fixamente Kol, sentindo a Besta se afastar um pouco. — E então, dois meses depois, eu passei mal e Layla me examinou. Contei a Marcel e a Vincent, o bruxo disse que era possível por eu ser lobisomem e porque Marcel também tinha uma parte lobisomem, por conta dos venenos. Particularmente eu acho que isso tem dedo dos Ancestrais, sabe? Eles ainda tem bruxos que os idolatram, então não precisariam estar conectados ao mundo físico, já que os bruxos fariam tudo por eles — minha explicação saiu estranha. — Meses depois Lola e Luke nasceram. E após algumas semanas, eu comecei a procurar uma garota que diziam saber sua localização, Hayley — a híbrida me olhou interessada. — Ela se chamava Karen e eu a torturei. Quando ela finalmente cedeu, pediu água e eu fui buscar. Encontrei Margarete, a adolescente que estava com Marcel, minha descendente, uma Labonair também, e ela começou a se desculpar e a chorar. Eu corri até meu quarto e encontrei os berços vazios. Marcel me segurou antes que eu caísse e eu chorei agarrada a ele, achando que ele não sabia de nada. E então Marcel disse que era melhor assim, que eu estava muito determinada atrás de vocês e estava fora controle, e então eu percebi.


 Rebekah me olhava triste, igual Hayley. Klaus apenas olhou para a escada como se temesse que isso fosse acontecer com Hope. Já Kol parecia querer me consolar. 


 — Marcel pegou seus bebês — Freya completou. Eu a olhei, sabia que Freya entendia como era ter seu bebê levado de si. 


 — Sim. Josh fugiu com eles e Gabriel, o bruxo amigo de Vicent escondeu-os com um feitiço. Margarete, inclusive, libertou Karen, a única pessoa que poderia me levar a você, e a minha familia — olhei para Kol, Rebekah, Elijah e Klaus, fixando o olhar no híbrido. — Vocês me tiraram Morgana, minha metade, e depois me mataram, mas foi Marcel que me destruiu. Essa é a história, e já faz um ano que eu não tenho noticias de Lola e Luke. Um ano que eu não sei se eles estão vivos, se estão bem, se já estão andando... 


 Mordi meu lábio inferior, sentindo algumas lágrimas saírem sem permissão. Kol ignorou seu luto por Davina, sua dor, e me abraçou, reconfortando-me. Eu ignorei o acordo com Elijah e retribui o abraço, abaixando meus muros por alguns minutos. Nesses minutos, no abraço, a Besta se distanciou e eu tomei o controle da direção. 


 O controle acabou quando Kol se distanciou, e a Besta voltou a tomar a direção.   


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAA E ESSE REENCONTRO? Me falem suas opiniões sobre esse capítulo GIGANTE.

Gente, a Maya não tinha usado realmente seu talismã, ela sempre recorreu a sua própria magia e a magia da sua parte lupina. Se ela tivesse usado o talismã, poderia "vencer" o Marcel.

Manxs KKKKKKKK eu estava escrevendo o nome da Sofya errado, eu juro que achei que se escrevia com I (Sofia). Já corrigi o nome dela em todos os capítulos, então tá de boas.

Olha, eu perguntei se vocês queriam um bônus de 100 favoritos, mas como vocês são tímidos ou só meio ignoram mesmo (eu não sei o que é, serio) apenas uma alma do bem me respondeu. Eu decidi fazer, então aqui está as opções: 1) O dia em que Izabel (mãe da Maya) conheceu Jorge (pai da Maya); 2) O dia em que Morgana conheceu Rebekah; 3) O dia em que Izabel conheceu Lorelai (a melhor amiga dela); 4) A história de Tara Bennett, a irmã caçula de Qetsitah. Qual?

Amo vocês, xuxus

Beijocassss


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