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História A busca - Lembranças do passado parte 1


Escrita por: rajainel

Notas do Autor


Espero que gostem o/

Capítulo 3 - Lembranças do passado parte 1


Novembro de 2015.

Todo o final de ano na escola de Amanda havia uma festa de formatura para a última turma do colégio. Naquela noite Amanda estava muito linda como sempre, ela vestia um vestido preto com bolinhas brancas. A menina estava sendo acompanhada pelo seu namorado Gustavo, ele também estava lindo como sempre foi. Ele vestia o seu terno cinza que sempre usava em todas as ocasiões especiais que ia. O seu cabelo preto também estava lindo, estava igual a um dos penteados da moda daquela época. 

Os dois estavam abraçados perto de um karaoke. A menina estava com as suas mãos perigosamente perto do bumbum de Gustavo, e a sua cabeça estava encostada nos ombros do menino. Amanda vira o seu rosto ao ouvir uma voz conhecida. A dona daquela voz era a Dalila, a menina mais patricinha da escola juntamente de Natália, mas como a menina sofreu aquele grave acidente junto de seu irmão fez com que ela parasse de ser popular. 

- Gustavo! - Grita a menina chegando perto do casal - O que você queria falar comigo hoje mais cedo? 

- Não posso falar por aqui. - Responde Gustavo. - Vou te levar para um lugar mais seguro para a gente. Já volto, amor. - Gustavo da um selinho em Amanda.

O menino puxa os braços de Dalila e a direcionava para o seu carro. Quando chegam no Honda prata do menino, ele abre a porta do banco passageiro para ela e em seguida entra no carro e começa a direcioná-la para perto de uma plantação de milho que não ficava muito longe dali. A noite estava muito linda e muito silenciosa para Dalila, a lua brilhava sobre os seus olhos da cor de mel. O caminho todo foi um silencio, até que o carro estaciona perto de um encostamento e Dalila olha para Gustavo.

- Então... O que você queria mais falar hoje cedo? - Pergunta Dalila.

- QueriadizerquenãoamoaAmandaesimamovocê. - Fala o menino rapidamente.

- Desculpa, mas não entendi nada do que você disse. 

- Queria dizer que não amo a Amanda e sim amo você. - Fala o menino mais calmo, ele estava soando frio com aquele momento. 

Os olhos da cor de mel de Dalila começaram a se encher de lágrimas

- Sério? - Pergunta Dalila.

- Sério. - Responde.

Gustavo apertou a testa contra a dela. Dalila prendeu a respiração. Finalmente, seus lábios se tocaram. E de novo. Com mais força, desta vez.

Dalila apertou a boca contra a dele e segurou-o pela nuca, puxando-o para mais perto. O corpo dele era tão quente e seguro. Gustavo correu as mãos pela cintura da menina. De repente, eles estavam mordendo os lábios um do outro, as mãos subindo e descendo pelas costas um do outro. Então, se separaram por um instante, com a respiração pesada  e se olharam nos olhos. 

Eles se agarraram de novo. Gustavo puxou o zíper do vestido amarelo de Dalila. Ele tirou o paletó e atirou-o no banco de trás, e ela atacou os botões da camisa dele. Ela beijou as lindas orelhas de Gustavo e enfiou as mãos por dentro da camisa dele, arrastando-as pela pele macia. Ela envolveu a cintura dele com as mãos da melhor forma possível, o corpo em um ângulo estranho no banco apertado do Honda. Gustavo abaixou o banco do carro, levantou a Dalila e a apertou contra si. A espinha dela batia contra o volante.

Ela arqueou o pescoço enquanto Gustavo beijava a sua garganta. O menino parou de beijá-la e foi tirando a sua camiseta, ficando apenas com a sua gravata preta. Dalila se aproximou novamente no rosto dele e começou a beijar a sua deliciosa boca. Quando Dalila abriu os olhos, viu alguma coisa. Era um pedaço de papel amarelo sob o limpador do para-brisas. Primeiro, pensou que fosse algum tipo de anúncio, como os da Avon, Jequiti. Talvez também, fosse algum garoto fazendo propagando de uma festa depois da festa de formatura. Mas, então anotou as palavras grandes, arredondadas, escritas de forma descuidada com hidrocor preto. 

"Para Gustavo:"

A menina desceu do carro, mesmo com o seu vestido um pouco aberto em suas costas, mostrando uma parte de seu sutiã preto, pegou o papel e levou-o para dentro do carro e entregou para Gustavo. O menino começou a ler o bilhete e o seu coração começava a se acelerar. 

"Eu sei o que você está fazendo, então acho bom você parar, se não conto tudo para a Amanda.
Pessoa misteriosa."

Ele olhou para todos os lados e viu uma parte da plantação de milho se movendo. Quem será que o tinha observado enquanto estava quase transando com a Dalila? Será que fosse a Larissa? Uma menina que o odiava por ser do time de futebol do colégio. Ou será que era a Elsa, uma das Bff's de Carol que tinha raiva de Gustavo por uma certa vez dele maltratá-la. 

Enquanto isso na festa de formatura... Amanda estava andando pelo salão inteiro, desesperada, em busca de seu namorado. Onde será que ele levou aquela puta da Dalila? Muitas coisas ruins passavam por sua cabeça. Será que ele a estava traindo com aquela vaca? Ou será que ele pode estar matando ela, por causa de Amanda odiá-la  de todas as formas. 

Após algum tempo de procura, Amanda tromba com Carol chegando no local da festa. A menina estava muito ofegante e estava soando. Seu vestido estava cheio de lama. A menina estava um caos como diria a Amanda. Em seguida Larissa, Koralyne, Paula e Elsa se juntaram no grupo de meninas e começavam a conversar.

- O que aconteceu com você, Carol? - Pergunta Amanda. 

- E por que você está cheia de lama e soando? - Pergunta Elsa, a menina por segredo sentia uma atração estranha por Carol, mas ela não poderia ser lésbica, não poderia trair o seu namorado Felipe. 

- Eu estava fugindo de uma pessoa, ela estava com uma faca na mão e eu acho que poderia ser o Jason. - Fala Carol fazendo algumas pausas para poder respirar. 

- O Jason? Como assim? - Pergunta Paula. - Ele não estava morto? 

- Eu acho que ele na verdade está vivo. Acho não, tenho certeza. - Responde.

- Por que você tem certeza disso? - Pergunta Larissa.

- Porque ele quer se vingar de mim, por causa daquela coisa com a Natália e com ele. - Carol estava ficando sem paciência, a menina guardava um segredo de Amanda e tinha que conta-lo. - Amanda, eu vi o seu namorado junto de Dalila, ele estava praticamente semi-nu. 

- Eu não acredito em você Carol. 

Tempos atuais. 

- Sentiram a minha falta, amiguinhos? - Carol estava com uma voz tenebrosa e azeda. Ela estava viva. A menina se levantou do banco do piano e se dirigiu ao armário que estava os blocos. 

- Não pode ser você. Claro que não. - Fala Rafael desesperado. - Tem que ser uma outra pessoa, eu não acredito nisso...

- Claro que pode ser ela, Rafa! Eu devia saber desde o inicio. - Fala Amanda.

- Finalmente você se lembrou do passado, né senhorita Amanda. - Responde Carol pegando um dos blocos de sua mão. 

- Então era mesmo você o tempo todo que era a pessoa misteriosa? Como você pode fazer aquilo com a minha amiga Larissa? - Fala Paula.

- Eu não era a pessoa misteriosa o tempo todo, na verdade era sim... No inicio a pessoa misteriosa era a Larissa que estava torturando vocês, mas ela quis parar tudo e estava querendo me procurar. Ela estava desconfiando já que era eu o tempo todo. - Fala Carol se sentando novamente no piano e clicando na nota Dó maior. 

- A Larissa era também a pessoa misteriosa? - Pergunta Paula. - Eu não posso acreditar nisso. Não eu não posso.

- Da para calar a boca agora? - Grita Carol. - Eu sou a pessoa misteriosa, a Larissa também era, então parem de ficar duvidando dos fatos e vamos ao que interessa, para a hora da tortura. - Um som irritante começou a soar alto no local. Todos os jovens colocaram a mão sobre os seus ouvidos e foram correndo de volta para os seus quartos que estavam com a porta aberto. Em seguida, o quarto se trancou. Prendendo todos lá dentro. 

***

Dia seguinte, na cidade.

Domingo, às 11:52, Elsa sentou na sua cama, olhando para as unhas pintadas de vermelho. Ela se sentia ligeiramente desorientada, como se estive esquecendo de algo... Algo grande. Como naqueles sonhos que tinha de vez em quando, em que era junho e ela se dava conta de que não tinha ido para as aulas de matemática o ano todo e de que ia tomar pau.

Elsa ainda não fazia ideia de como a Pessoa Misteriosa tinha descoberto sobre a sua mãe e aquele jovem moço, mas se ela os flagrou juntos, outros poderiam tê-los visto juntos, também, inclusive a pessoa misteriosa.

A menina não tinha a intenção de contar ao seu pai sobre tudo que acontecera na noite anterior. Quando a menina chegou a noite em sua casa, o local estava escuro e quieto, o único som era o barulho do lava-louças, no modo super lavagem. Elsa tinha procurado as luzes da entrada, e aí, seguira pela cozinha escura nas pontas dos pés. Normalmente, a mãe ficava acordada até uma ou três da manhã no sábado a noite, fazendo Sudoku, caça-palavras ou até mesmo debatendo com o seu pai à mesa, tomando café. Mas não tinha ninguém na mesa naquela noite. 

Elsa então dera um pulo no quarto dos pais, imaginando se a sua mãe tinha caído no sono mais cedo. A porta estava escancarada. A cama estava desfeita, mas não havia ninguém nela. O banheiro da suíte também estava vazio. Então, Elsa percebeu que o carro Fiat de seus pais não estava na garagem. 

Aí, ela os esperou nos degraus da escada, olhando ansiosamente para o relógio a cada vinte segundos até meia-noite. Possivelmente, os pais eram as únicas pessoas do mundo que esqueciam os celulares em casa, então, não podia ligar para eles. Isso significava que a pessoa misteriosa não poderia comunicar com eles naquele momento... ou ele tinha achado um outro meio para se comunicar? A menina desceu a escada e pegou o celular de seus pais que estavam jogados no sofá da sala, a menina bloqueou o número que a pessoa misteriosa sempre utilizava para enviar mensagens e se dirigiu de voltar para as escadas. 

E então... Ela acordara ali, na própria cama. Alguém deve tê-la carregado, e Elsa, que dormia feito pedra, não notou nada. Ela, então, ouviu barulhos no andar de baixo. Gavetas abrindo e fechando. O assoalho de madeira rangendo debaixo dos pés de alguém. Páginas de jornal sendo viradas. Será que seus pais estariam lá embaixo, ou apenas um deles? Ela foi, nas pontas dos pés, lá para baixo, um milhão de cenas passando por sua cabeça... Ai ela viu pequenas gotas vermelhas, por todo o chão da entrada. Havia uma trilha que vinha da cozinha até a porta de entrada.  Parecia sangue.

Elsa correu para a cozinha. A pessoa misteriosa teria contado para o seu pai, e ele, num acesso de raiva, teria matado sua mãe? Ou aquele menino que estava no carro? Ou a pessoa misteriosa? Ou todo mundo? Ou ela, com sono e ódio, teria matado a todos? Ou... ou aquele homem teria matado o seu pai? Quando chegou na cozinha, Elsa estacou.

O pai dela estava à mesa, sozinho. Usava uma camisa vinho, calça jeans e sapato social, como se estivesse pronto para sair. A Folha de São Paulo estava dobrado na página das palavras cruzadas, mas, em vez de letras dentro dos quadros, a página estava cheia de rabiscos grossos em tinta preta. O pai olhava para frente, meio vagamente, pela janela da cozinha, apertando os dentes do garfo contra a palma da mão.

- Pai - Grunhiu Elsa, chegando mais perto. Só então, Elsa percebeu que a blusa estava toda amassada e os olhos dele estavam cheios de lágrimas. Era como se ele tivesse dormido com aquela roupa... ou não tivesse nem dormido - Pai? - Perguntou Elsa novamente, sua voz com um tom de medo. 

Por fim, o  pai olhou para ela, lentamente. Os olhos dele estavam pesados e úmidos. Ele enfiou o garfo bem fundo na mão. Elsa queria tirá-lo dele, mas ficou com medo. Nunca tinha visto o pai daquele jeito. 

- O que está acontecendo? - O pai engoliu seco.

- Oh... você sabe. - Elsa engoliu seco.

- O que é... essa coisa vermelha na sala?

- Coisa vermelha? - perguntou seu pai, desconsolado. - Ah. Talvez seja tinta, eu joguei fora uns materiais de pintura de manhã, joguei um monte de coisa fora esta manhã.

- Pai. - Elsa podia sentir as lágrimas em seus olhos. - Tem alguma coisa errada?

O pai olhou para cima. Seus movimentos eram lentos, como se ele estivesse embaixo d'água. 

- Você não me contou, sabia desde ontem.  - Elsa prendeu a respiração.

- O que? - Sussurrou.

- Você é amiga dele? - Perguntou seu pai, ainda com a voz morta. - Ele não é muito mais velho que você. 

- O que? - Elsa sussurrou novamente. - Não sei do que você está falando!

- É claro que sabe. - O pai deu um sorriso mais triste do mundo que Elsa jamais havia visto. - Eu recebi uma carta. Primeiro não acreditei, mas depois perguntei a sua mãe. E pensar que pensei que ela estava distante por causa do trabalho de professora...

- O que? - Elsa deu um passo para trás. Sua visão começou a escurecer. - Você recebeu uma carta? Quando? Quem mandou para você? - As perguntas sobre o assunto fluiam pelo ar. 

Pelo jeito ausente e frio que o seu pai a olhava, Elsa sabia exatamente quem tinha mandado a carta. Pessoa misteriosa. Ele tinha contado tudo a ele. Elsa pôs as mãos na testa.

- Eu sinto muito... Queria te contar, mas estava com medo e...

- Eu sei. - O seu pai a responde, cortando. - Ela foi embora. Ela está com o garoto. - Ele deixou escapar uma risadinha.

- Eu tenho certeza que conseguiremos convencê-la a voltar. - Elsa engasgou em lágrimas. -Quer dizer, ela tem que voltar, certo? Nós somo a família dela.

Naquele momento, o relógio cuco da cozinha bateu meio-dia. O relógio havia sido um presente do pai dela para a mãe no décimo aniversário de casamento deles, no ano anterior.  O som das doze badaladas soavam naquele local, aquele passarinho idiota saindo da casinha de madeira doze vezes. Cada piado soava mais acusador. Em vez de cuco, o passarinho cantarolava. Você sabia. Você sabia.

- Ah Elsa. - Falou o seu pai, com ar de censura. -Eu não acho que ela vá voltar.

- Onde está a carta? - Perguntou Elsa, seu nariz escorrendo. - Posso ver? Eu não sei quem faria isso isso conosco... quem estragaria as coisas desse jeito. 

O seu pai a encarou. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e também enormes. Ele puxou um pedaço de papel dobrado de sua calça jeans e a entregou. Elsa desembrulhou o papel rapidamente e, em seguida, começou a ler a carta em voz alta com a sua voz fraca.

- "Sua esposa, Margareth, está envolvida com outro homem e quando eu digo envolvida eu quero dizer de um jeito "romântico". Isso não é nada recente. Começou antes de voltar as aulas e olhe outra coisa, talvez tenha começado de novo. Eu sei que é difícil de ouvir, mas é a verdade. Se você não acredita nisso sobre sua esposa, pergunte a sua filha. Ela descobriu tudo ontem. Honestamente, Pessoa misteriosa."

Elsa amassou a carta e jogou no chão e subiu as escadas chorando.



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