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História A Caçada - 0.4- Ligações


Escrita por: Ortegaz

Capítulo 6 - 0.4- Ligações


Fanfic / Fanfiction A Caçada - 0.4- Ligações

 

Lucca Hector Hol

Talvez todo aquele silêncio estivesse começando a fazer mal a sanidade de Lucca, não que ele fosse fã do barulho, mas ali, trancado no carro e tendo que esconder suas asas, simplesmente não dava para ele aguentar por muito tempo.

Alex, Hope e Sebastian estavam lá fora, ele podia observa-los pela janela, discutindo com o senhor que guardava a chave da garagem do avião da família Queen. Foi Alex quem havia sugerido que Lucca continuasse dentro do carro, tecnicamente eles estariam roubando um avião e não ajudaria em nada um cara com asas gigantes ao lado dele, todos concordaram e ainda foram legais pedindo para que Jason o fizesse companhia, mas o primogênito dos Prince-Trevor não parecia interessado em conversas, já que assim que entraram no carro, Jason simplesmente colocou seus fones de ouvidos e sua beanie sobre os olhos, ignorando a existência do thanagariano.

“Certo.” Lucca disse, quebrando o silêncio que tanto o incomodava. "Príncipe Jason de Themyscira, eu ordeno que você me providencie algum entretenimento, antes que eu quebre esse carro.” Ele ordenou enquanto arrancava a beanie do garoto com a mão esquerda.

“Me devolva, energúmeno.” Jason pediu irritado falhando na tentativa de arrancar a beanie da mão do Hol. “E tecnicamente eu não posso ser príncipe de uma ilha de amazonas e mesmo se eu fosse quem ditaria as regras seria eu, sendo um príncipe e, portanto, superior a você.”

“Jay, Jay, Jay, quantas vezes vou pedir para que fale um vocabulário que terráqueos e thanagariano entendam, acho que nem o Ajax seria capaz de compreender tamanho vocábulo avançado como a palavra energúmeno.” Lucca riu, sentido satisfeito em irritar o amigo.

“Energúmeno significa idiota, idiota.” Jason finalmente conseguiu pegar a beanie de volta e sorriu satisfeito enquanto escondia seus cabelos quase negros.

Lucca gostaria de ter replicado dizendo que provavelmente aquilo seria um pleonasmo, mas a sombra gigante de Alexandre se projetou na janela do motorista do carro e sua cara séria acabou com toda a alegria que Lucca sentia após ter irritado o amigo mais velho.

“Viktor chegou e conseguiu liberar o avião dos pais, vamos.” Poucas pessoas conseguiam meter um pouco de receio em um cara como Lucca Hector Hol, afinal, ele tinha asas e era descendente de um povo guerreiro, mas talvez fosse a altura de 1.93 ou o poder de colocar fogo nas suas asas, Alexandre Bonilla conseguia meter um pouco de medo até mesmo em pessoas que foram treinadas para não ter medo.

“Você acha mesmo que é necessário o uso de um avião? Quer dizer, nem sabemos para onde vamos.” Jason articulou de um jeito meio ansioso, gesticulando suas mãos mais que necessário.

“Precisamos sair de Gotham e de um local tão capacitado quanto a Batcaverna para poder da continuidade a busca, o avião dos Queen é o meio de transporte mais indicado.” Dava para ver no rosto de Alex que ele não gostava de dar explicações, toda a sua pose demonstrava que só queria chegar o mais rápido possível ao avião e dormir.

Seguiram calados até o mais próximo possível do avião, esperando que o senhor trouxesse a escada para que finalmente eles entrassem. Ninguém parecia estar muito afim de conversa, tirando Angel e Jason, os irmãos pareciam que não haviam se visto em décadas e mesmo sendo a mais nova, Angelina inspecionava o irmão checando se ele estava inteiro. Parado ali, observando cada um dos seus “parceiros”, Lucca percebeu que talvez eles não fossem a equipe mais ideal para o trabalho, claro que alguns ali treinavam juntos há muito tempo, ele mesmo havia conhecido Viktor, Hope e Sebastian quando tinha apenas 10 anos, mas ainda assim não eram uma equipe completa.

Podia enxergar isso apenas na forma de como estavam parados ali, Angel e Melina, como amigas inseparáveis e Jason ao lado delas, Alex não estava perto de ninguém em especial, como sendo uma de suas melhores amigas, Hope já estava próxima do próprio Lucca e é claro que os dois mosqueteiros, Sebastian e Viktor, discutiam alguma coisa com Lewis, o motorista. Todos os herdeiros estavam juntos em um mesmo lugar, mas ainda pareciam tão separados.

“Espero que os deuses tenham piedade da gente.” Ele comentou para ninguém em especial. “Nós não somos uma equipe.”

O silêncio rendeu por algum tempo até que o senhor voltasse trazendo consigo a escada rebocada para que pudessem entrar no avião. Finalmente com aquilo Luke pôde prestar atenção no tamanho do avião que os Queens tinham, de certo era muito maior que a casa que a sua avó tinha e é claro só faltava sair gritando que aquele avião pertencia ao Arqueiro Verde, pois em letras de uma caligrafia linda estava o sobrenome Queen atravessado por uma flecha verde.

“Se o herói mais discreto que conheço foi pego em uma armadilha para expor a identidade, então que os deuses ajudem os Queen.” Melina comentou com um sorriso sarcástico no rosto.

“Acho que estou mais preocupada com quem vai dirigir essa coisa? Alguém aqui já tem idade para isso?” Hope pronunciou ainda encarando com admiração o avião.

“Senhorita Allen, além de dirigir carros, posso dirigir qualquer veículo que não sejam da classe militar, também posso ser um ótimo cozinheiro, mordomo e babá, mas o Senhor Queen não parece dar muito créditos aos seus funcionários.” O motorista Lewis se manifestou, não parecia se importar com o descaso de seu chefe já que colocava luvas tranquilamente enquanto falava.

“Eu dou bastante crédito para você, Lewis.” Viktor gritou, apesar de estar do lado do mordomo.

“Ah, meu querido.” O motorista suspirou entediado. “Se você me desse tanto crédito saberia que meu nome não é Lewis e sim Xavier.” A boca do menino arqueiro se abriu em um perfeito O, enquanto ele tentava, sem sucesso, formar silabas e consequentemente palavras.

“Como o Professor Xavier, ei poderíamos ser os X-men.” Sebastian sugeriu, mostrando um pouco de humor pela primeira vez desde que haviam abandonado a mansão.

“Gosto da ideia, mas você não poderia ser incluído já que não tem poderes.” Alex ironizou, encerrando sua excelente participação subindo as escadas que davam acesso ao interior do avião.

“Não se preocupe Bastian, você ainda tem o melhor poder: você é rico.” Lucca acrescentou dando uma piscadela para o amigo e seguindo o mesmo caminho feito anteriormente por Alex.

O interior do avião era mais glamoroso que o lado de fora, a parte da frente do avião tinha algumas poltronas com uma cor branca, suficiente para todos que estavam ali sentarem, mas o que vinha depois fazia jus à palavra jato de luxo, começava com alguns computadores em um design semelhante aqueles que se encontrava na batcaverna, Luke deduziu que aquilo só poderia ser a futura base de operação deles, na parede oposta dos supercomputadores existia um sofá que com certeza era mais confortável que muitas camas por aí, na frente dele uma tela plana era suspensa no teto e pelo que o thanagariano pode perceber, com uma altura completamente ajustável. Depois vinha a área que ele apelidou carinhosamente de “cozinha”, com direito a um frigobar e alguns armários que ele torcia para que tivesse comida dentro, sem deixar de fora a pequena mesa de jantar para quatro pessoas, para terminar o corredor, duas camas simples dividiam o espaço, viradas uma de frente para a outra com uma porta entre as duas que indicava que ali era uma suíte. Lucca se perguntou se aquilo era mesmo possível dentro de um avião, mas em seus míseros 16 anos já havia visto coisas mais impressionantes que um jato de alguém rico e foi isso que o fez se livrar da aura de encantamento que o avião criava sobre eles.

Ao retornar para o início do avião viu que todos já estavam acomodados em algum assento e acabou ficando com o último que sobrara na parte da frente, ao lado de Melina.

“O que fazemos agora?” Angelina perguntou para ninguém em especial. “Sei que temos que sair de Gotham por causa de todo os acontecimentos recentes com os Wayne, mas para onde iremos e por onde devemos começar a busca?” Lucca jurou que podia ver a personificação da frustação coletiva dançando ao redor como um  duende irlandês irritante.

“Vamos aproveitar que Lew-Xavier está autorizando a saída do avião e vamos tentar descobrir algo do paradeiro do Batman.” Melina sugeriu. “Aproveitamos os equipamentos que o Viktor encontrou na Base Secreta e tentamos mapear aproximadamente o último local que o Senhor Wayne esteve.” Um pouco de esperança surgiu na face de cada um, esmagando devagar o duende irlandês da frustação, até que Jason se pronunciou.

“Mas como iremos localizar o Batman se encontramos o localizador do mesmo na Mansão Wayne? Ele não queria ser localizado, vai ser uma missão quase impossível.” Com a mão esquerda apoiada no queixo, Jason exibia sua melhor cara de pensativo e Lucca podia jurar que via as engrenagens se movendo dentro da cabeça do amigo.

“Existe outra maneira.” A voz de Sebastian se fez presente no avião, ele estava na poltrona mais distante, com as mãos apoiadas nos encostos, cruzadas entre si e com uma cara que faria qualquer vilão de filmes chorar de orgulho. Lucca realmente se perguntou se o garoto não sofria de um transtorno de múltiplas personalidades. “Todos os objetos que meu pai era catalogado e tinha rastreador de alta precisão para caso dele perder algum, só precisamos utilizar o computador portátil que Viktor trouxe para acessar o catalogo e ver quais foram os objetos retirados no dia que meu pai sumiu, assim poderíamos facilmente descobrir o lugar onde esses objetos estão agora e provavelmente o local que meu pai estar.”

Sem esperar que alguém se manifestasse a favor ou contra a ideia dele, Sebastian se levantou da poltrona, caminhado até os pés de Viktor, onde o computador portátil descansava.

“Como sou o único que posso fazer isso, irei me isolar na suíte até ter terminado, sugiro que vocês façam contato com a minha mãe enquanto estou fora.” Sebastian finalizou girando seus calcanhares e andando até a porta no outro extremo.

“Isso tudo para evitar uma conversa com a mãe?” Lucca comentou rindo, sabia que provavelmente Bastian estava sobre muito stress e a última coisa que o Wayne filho queria fazer era comunicar a sua mãe o paradeiro do pai, mas não ia perder a chance de rir um pouco.

“Acho que 7 pessoas é mais do que indicado para uma ligação, por isso pretendo tomar um banho e colocar roupas mais apropriadas, sei que provavelmente vão querer tomar banho também e trocar de roupa, o armário estar cheio de roupas minhas e dos meus pais, acho que vocês conseguirão se virar com elas por enquanto.” Viktor disse e logo em seguida foi para a mesma suíte, onde deveria estar o único banheiro do avião.

“Por mais que odeio dizer isso, tenho que concordar com Viktor, uma simples ligação não precisa dar esse trabalho todo.” Alexandre disse e era claro o esforço que tinha para pronunciar as palavras Viktor e certo na mesma frase. “São quatro horas da manhã e nenhum de nós dormiu, por isso sugiro que dois de nós vá descansar enquanto o resto faz essa bendita ligação, podemos revezar o uso da cama depois. E sim, estou me indicando para ser o primeiro a dormir.”

“Concordo.” Falou Angel. “E acho que irei me juntar a você, Zander. Jay tenha cuidado e não quebre nada.”

“Às vezes me pergunto quem é o mais velho.” Jason resmungou revirando os olhos.

“Então, vamos acabar com o mistério de Selina Kyle e Jasmine Wayne de uma vez por toda.” Melina declarou.

Como em um passe sincronizado, Melina, Hope e Lucca se jogaram no sofá enquanto Jason correu para frente dos computadores apertando botões freneticamente.

“Só espero que ela ainda esteja com o comunicador ou tenho certeza que nosso querido amiguinho com síndrome de múltipla personalidade vai acabar morrendo.” Lucca disse entretido brincando com o seu anel de Thanagar, gostava de imaginar como deveria ser o sentimento de preocupação com os pais, claro que não deveria ser algo bom, entretanto o pequeno Hol gostaria de sentir se isso significasse que seus pais estivessem vivo.

“Você está bem, Luke?” Melina perguntou preocupada colocando uma das mãos em suas costas de forma reconfortante e ele sentiu que provavelmente exibia um sorriso triste.

“Não poderia estar melhor.” Ele forçou um sorriso alegre, respirando fundo para poder conseguir colocá-lo no rosto.

Alguns chiados emitidos pela televisão tiraram o garoto de seus pensamentos e a imagem de Selina Kyle se estabilizou em HD na tela. Foram ouvidos alguns murmúrios que Luke poderia jurar que eram palavrões e finalmente Selina olhou para eles.

Apesar da má iluminação, Lucca pode ver o lugar em que Selina estava, parecia um armazém abandonado e sujo, tanta sujeira que fazia com que ele sentisse até mesmo o odor de mofo que o local deveria ter.

“Olá, meus queridos.” Selina sorriu de um jeito um pouco falso e até mesmo amedrontado. “O que posso fazer por vocês nessa queria madrugada?”

“Temos algumas perguntas, Senhora Wayne.” Lucca se inclinou para frente com o rosto sério. “Primeiro de tudo, gostaríamos de saber onde a senhora e sua filha, Jasmine Wayne, estão.”

“Ew, vocês estão parecendo seus pais com toda essa pose, eles devem estar orgulhosos.” Ela forçou uma risada artificial. “Mas isso são detalhes sobre minha vida pessoal, que, infelizmente, não é dá conta de alguns adolescentes, não é mesmo?”

“Senhora Wayne, sei que deve estar aborrecida por receber uma ligação tão tarde da madrugada.” Hope começou. “Mas para o bem de seu marido e seu filho, gostaríamos que você respondesse a pergunta.”

“Aconteceu algo com o Sebastian?” Pela primeira vez desde que aquela ligação começara, pode se observar um sentimento verdadeiro sendo exibido no rosto da antiga mulher gato.

“Ele está bem, senhora, por enquanto.” Melina acrescentou. “Mas temo terei que dizer que seu marido está desaparecido.”

“Bruce e eu já não temos mais nada, infelizmente andávamos brigando demais, opiniões divergentes demais e após o aparecimento do garoto, tudo ficou mais difícil, nos separamos em algum intervalo de tempo depois das festividades do final de ano. Não queríamos contar para Sebastian, ele estava animado demais com o penúltimo ano na Academia Gotham e principalmente com a ideia de vocês ajudando o Departamento de Polícia de Gotham, preferimos deixar para contar quando as férias de verão começassem, mas infelizmente a convivência na Mansão Wayne estava insuportável, até mesmo o pobre Alfred foi mandado em férias forçadas e é claro que eu sai de casa junto a Jasmine, estamos passando um tempo fora de Gotham, nada com que se preocupar. Acho que o desaparecimento de Bruce deve estar ligado ao comportamento estranho dele nas últimas semanas, mas não posso ajuda-los com mais nenhuma informação. Preciso desligar, querendo ou não, madrugadas não são os horários mais apropriados para se fazer uma ligação.”

E com a mesma rapidez que Selina Kyle havia aparecido na tela, ela sumiu deixando um silencio esquisito entre aqueles que ainda estavam acordados. Não era preciso dizer em voz alta para saber que algo muito errado estava acontecendo.

“Vamos apenas dizer para o Sebastian que a mãe e a irmã estão bem, isso é um assunto de família que eles devem resolver entre si quando estiverem juntos.” Melina sugeriu e todos os outros concordaram, criando uma espécie de aliança secreta em pró do segredo dos Wayne.

“Quem era o menino?” Jason falou abruptamente. “Ela citou algum menino como sendo um dos motivos da separação, mas quem era ele? Pelo modo que disse não poderia ser o Sebastian.” Isso mergulhou todos os presentes em mais uma reflexão.

Logo, Jason abandonou seu lugar entre os computadores e sentou-se no sofá junto aos amigos, com o fone de ouvido bem colocado em suas orelhas e a beanie cobrindo de novo o seu rosto. Os outros heróis continuaram calados e mergulhados em suas próprias bolhas de pensamentos, até que mais uma vez o chiado da televisão acordou todos eles.

“Jason Prince Trevor, você e seus amigos estão muito encrencados!” A voz de Diana Prince, também conhecida por Mulher Maravilha reverberou por todo o avião, fazendo até mesmo Sebastian Wayne sair da sua toca.


Notas Finais


Hello Peoples! Como de praxe aqui estou eu em uma madrugada de um dia aleatório postando mais um capítulo para vocês.
Esse capítulo tá sendo desenvolvido antes mesmo do recesso de carnaval, mas ao invés de escreve-lo eu preferi focar em outra coisa superimportante para a história: O planejamento. Sim! Eu sempre disse que tinha essa história planejada, mas antes não era nada tão oficial, eu simplesmente tinha tudo que pretendia colocar aqui dentro da minha cabeça, mas finalmente eu sentei e coloquei todas as ideias no papel para transformar em algo coerente e deu certo! E por causa disso eu tenho duas noticias para dar: Provavelmente a história só terá dez capitulos + um epílogo, mas também terá uma segunda temporada YAY.
O planejamento me fez pensar bastante e por isso gostaria de avisar que eu vou tentar o máximo não se aproveitar das histórias do universo DC real. Funciona assim, sabe a teoria do multiuniverso que é real na DC? Bom, essa daqui é minha própria terra e algumas coisas podem não bater com o que vocês conhece dos personagens.
Dado esse último aviso gostaria de agradecer a aqueles que ainda não desistiram de mim <3 e paciência que agora as coisas andam de vez.
Como um presentinho para aguçar a curiosidade de vocês deixo aqui o nome do próximo capítulo: 0.6-O Convite


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