História A Caçadora de Histórias - La Push

Estava saindo da loja de produtos esportivos. Eu disse que tinha material de camp, mas na verdade eu não tinha.
             Afinal, para que precisaria?

Quando entrei no carro, vi o Mike entrando na loja. Sim, Mike Newton, primeiro rival de Edward Cullen.

Rir dessa forma de pensar.

O Mike estava mais velho (óbvio! Quem não envelhece aqui sou eu). Tava com uma barba estranha, e algumas outras modificações.
            Tive vontade de ir até ele. Sei-lá pra quê. Mas com certeza faria besteira, tipo, falar que conhecia os Cullen, e que tinha visto uma foto dele da época da formatura, e citaria o quanto o Edward e a Bella são felizes juntos.

Não gosto dele.

Porém, deixei a oportunidade para a próxima. Tinha coisas melhores para fazer. E o sol logo apareceria.

Chegando a casa sai para caçar. Já tinha uns três dias que não caçava, e meus olhos dourados começara a escurecer. Mantinha-os sempre dourados, provavelmente meus amigos perceberiam, e levantariam questões que não posso responder.

Quando voltei para casa, já devia ser umas 5h, o sol já devia está se pondo. Eu combinei, de encontrar com os outros no pôr-do-sol, mas tinha que me atrasar, para não correr nenhum risco de ser exposta ao sol.

Tomei um banho rápido para meus padrões e coloquei um vestido. Só que percebi ser fresco demais para a noite, principalmente eu estando em uma cidadezinha chuvosa quanto essa.

Argh!

Vesti outra roupa mais apropriada (uma calça e uma blusa), peguei minhas coisas, coloquei no carro, e fui em direção a La Push.
         Já estava quase na fronteira Quileute quando o sol, finalmente se pôs. Já havia pensado em dirigi mais devagar.

As probabilidades de acabar encontrando alguém que soubesse o que eu sou era muito boas. E de encontrar alguém querendo briga também. Pois apenas Sam, Paul, Jared, e outros cinco desistiram da vida de lobo por causa de seus imprinting. Como a Leah e o Jacob não estavam morando em La Push, restavam sete lobisomens.

Legal. Parece que em breve conversaríamos.

Estacionei o carro e fui procurar meus amigos.
Não foi difícil encontrá-los. Estavam acompanhados, de mais quatro garotos.

Ótimo. Hoje era meu dia de sorte.

Olhei na mente do que tava mais próximo, – parecia todos iguais de costas – era o Seth! Sem duvida uma das pessoas mais legais que já conheci! Pelo o que captei, fariam fogueira hoje.

Ótimo.

Iria participar de uma reunião hoje.

O Bruno e a Issy me viram. Os lobos não tinham me notado por causa da direção do vento.

– Finalmente! Achei que não vinha mais! – gritou Issy

– Pensei que viria no nascer do sol! –completou o Bruno

– Porque vocês não calam a boca e vêem me ajudar? – fingi que minha mochila tava pesada.

Os Quileutes ficaram tensos a ouvi minha voz, provavelmente começaram a desconfiar do que eu era.

Como ainda estavam um pouco longe, peguei uma caneta e um pedaço de papel no bolso da minha mochila, os movimentos foram rápidos demais para os olhos humanos, e guardei no bolso da calça.
Bruno chegou até mim e eu lhe entreguei minha mochila.

 – Nossa você colocou pedras aqui?

 – Não. – rir.

Os garotos Quileutes me encaravam. Pelos os olhares confusos ainda não tinha certeza sobre mim. Assim que Bruno virou as costas, peguei a caneta e o papel e escrevi rapidamente, apoiando com a outra mão.

“Esperem-me na festa da fogueira. 1h00mim.”

Dobrei o pedaço de papel na mão e joguei a caneta longe.

Caminhei até eles.

Annete levantou, veio até mim e me abraçou.

– Já estava preocupada! –falou.

– Desculpe o atraso gente. Tive que ajudar minha tia. Por isso me atrasei. Mas cheguei!

– Que bom agora me deixe te apresentar...

O clima tava tenso, mas a Annete não percebeu. Continuava empolgada. Dos quatro garotos, dois tremia, e tentavam se controlar, outro tremia menos, mas estava pronto para atacar, apenas Seth permanecia completamente controlado, mesmo atento.

– Esses são: Seth, Collin, Breden, e Jeremy. Garotos, essa é a Melanie a amiga qual falamos.

– Olá! – sorri amigavelmente para eles. Seth se levantou, fazendo os outros seguirem seu exemplo, afinal eu aparentava ser uma vampira frágil em comparação a eles. Queria abraçar o Seth, gostava muito dele, e de certa forma sentia saudade. Mas acredito que achariam muito estranho.

Então apenas estendi a mão. E é claro que passei o bilhete para ele durante o breve aperto.

E caramba, a pele dele parecia em chamas em relação a minha.

– Prazer em conhecê-los. –cumprimentei os outros com um aceno, que retribuíram mesmo tensos.

– Bem pessoal, temos que ir. –Seth disse.

– Mas já? – a Nette parecia decepcionada.

– Sim, temos um compromisso.

– Ah, claro. Quem sabe não nos encontramos de novo em breve.

– Claro.

– Então até breve. – falei lançando-lhe um olhar significativo.

– Até.

Logo eles foram embora.

– O Seth parece ser bem legal. – falou a Annete.

– Sim. Ele é. –respondi automaticamente.

– Você o conhece? – Jammy perguntou confusa, enquanto me sentava ao lado dela no tronco.

Os garotos haviam ido buscar a minha barraca, no carro. Para depois montá–la

– Não. Só tenho um sexto sentido que me diz que ele é um cara legal. – me esquivei.

– Espero vê-lo de novo. –disse Nette

 – Huuum... – a Jammy e Issy disseram juntas, depois riram.

– Que foi? –perguntou – Vocês são demais! Não posso nem querer ver alguém novamente.

Tive que me segurar para não olhar o futuro dela. Queria tanto saber se havia possibilidades dela ficar com o Seth. Mas não podia, ia acabar me intrometendo no seu destino.

Depois daquilo a conversa seguiu normalmente, poderia ter esquecido que tinha uma reunião, se logo depois que o Seth e os outros saíram, dois lobos se aproximaram da praia pela a parte da floresta.

É claro que eles iam me vigiar.
            Resisti à vontade de revirar os olhos.

– Sabe tocar Melanie? – Henri perguntou quando pedir seu violão.

– Sim. – respondi e comecei a tocar How Could I Want More, uma musica que gostava. Jammy e Nette começaram a cantar. Elas têm vozes lindas, principalmente a Jammy.

Continuamos ali. Cantando, como (óbvio que apenas eles, eu apenas pegava, fingia que colocava na boca e jogava longe.), conversando e dançando (na verdade só quem dançou foi a Issy, mas tudo bem).

– Gente, Boa Noite. Preciso dormir. Estou morrendo de sono. – disse Jammy quando passava da meia-noite.

Ela ficaria com o Bruno, em uma barraca média. O Henri só, em uma barraca menor. E a Annete, a Issy e eu numa maior.

– Também já vou. – disse Bruno fingindo bocejo. Em seguida ganhou um olhar mortal do Henri.

Eu rir.

– O quê? – Bruno perguntou se fingindo de desentendido. Henri não se deu o trabalho de respondê–lo.

– Boa Noite – falei para os dois.

Voltei a conversar sobre trivialidades com as meninas. Logo ouvir sons de beijos, porém não demoraram a cessar.

O Henri se entediou e foi para a sua barraca. Não demorou para as meninas quererem ir dormir também.

– Vamos também? – Nette perguntou.

– Sim. – disse Issy.

– Podem ir, já estou indo. –falei, elas deram de ombros e entraram na barraca.

 Olhei para a fogueira quase apagando.

 Ouvi uns barulhos na floresta, me lembrando do meu compromisso. Fui até os dois lobos.

 Era Quil e Seth. Eles se afastaram em posição de ataque. Revirei os olhos.

– Eu não mordo. – rir por causa do quão estranho soou. – Bom, na verdade eu mordo. Mas apenas quando eu quero.

Eles continuavam me encarando. Era engraçado perceber uma expressão confusa na cara de um animal. Deviam estar confusos com meu senso de humor.

– Já estou indo para a reunião de vocês. Porém, preciso esperar meus amigos dormirem. Podem ir à frente.

Eles não se mexeram. Olhei a mente do Seth.

"Não podemos ir, e deixar os humanos desprotegidos." – pensava Quil.

"Não acho que ela vá fazer algo. Você ver os olhos dela. Ela é igual aos Cullen." – Seth argumentou.

"Mas não a conhecemos. E ninguém garante que ela realmente fará o que falou." – Quil rebateu.

Revirei os olhos.

Eles não iam embora. Virei às costas para eles, e fui em direção a barraca.

“Ela realmente não tem medo da gente. Vira as costas para o inimigo, sem ao menos hesitar" – Seth pensou.

"Ou é muito confiante." – Quil completou.

Sai da mente dele.

– Você demorou. –Annete falou. A Issy já havia dormido.

– Me distraí. –respondi. – Boa Noite. –falei ao entrar no saco de dormir.

– Boa Noite Mel. – disse. Não demorou muito sua respiração se estabilizar.

Escutei atentamente, e percebi que os lobos ainda estavam no lado de fora. Eles não estragariam a minha chegada triunfal. As coisas seriam feitas do meu jeito.

Bloqueie-me na mente deles, assim por mais que eles olhassem na minha direção. Não me veria. É assim que funciona o meu dom da 'invisibilidade'. De certa forma funciona como o 'escudo' da Bella. Até onde o 'bloqueio' se estende ninguém poderá me ver, ouvir, ou sentir meu cheiro.

Bem legal, eu sei. Muito útil, foi assim que vivi a maior parte do tempo nos últimos séculos.

Passei pelos lobos, e corri em direção ao ponto de encontro.
             Essa noite seria bem interessante.